Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Braque – PAISAGEM DE LA CIOTAT

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Paisagem de La Ciotat é uma obra fauvista do pintor normando Georges Braque, do início de sua carreira. Faz parte da época em que o artista estava sempre viajando, em busca de inspiração para criar sua arte.

Nesta pintura, o pintor já começa a diminuir o número de suas pinceladas soltas. A cor ainda é quase pura, cobrindo espaços maiores, e o desenho, representando os elementos da natureza, mais se parece com  graciosos arabescos. Predominam as cores vermelha e amarela. Não há qualquer fidelidade às cores reais da paisagem.

Ficha técnica
Ano: 1907
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 71 x 59 cm
Localização: coleção particular

Fonte de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultura

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Braque – NU SENTADO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Nu Sentado é uma obra do pintor normando Georges Braque, em que é nítida a influêncida do pintor francês Cézanne, por quem nutria uma grande admiração. Com o pintor francês, Braque aprendeu a importância dos volumes numa tela.

Uma mulher, coberta apenas da cintura para baixo, meio de costas para o observador, encontra-se sentada numa cadeira vermelha, que parece tombar para baixo. Ela traz a mão direita no cabelo e deixa o seio do mesmo lado a descoberto. As tintas encorpadas e a textura aumentam o volume , dando solidez à figura.

Ficha técnica
Ano: 1907
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 56 x 47 cm
Localização: coleção particular

Fonte de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultura

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Braque – O PORTO DE ANTUÉRPIA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição O Porto de Antuérpia é uma paisagem do pintor normando Georges Braques, uma de suas obras fauvistas, pintada quando ele se encontrava em Antuérpia, em companhia do amigo e também pintor Friez.

A paisagem de Braques é feita com cores puras, em pinceladas largas e isoladas, cujas imagens são distinguidas mais por sugestão do que por descrição. A composição repassa equilíbrio e calma, lembrando as obras de Cézanne.

Ficha técnica
Ano: 1906
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 50,5 x 61,5 cm
Localização: Museu de Arte Basileia, Suíça

Fonte de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultura

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Mestres da Pintura – GEORGES BRAQUE

Autoria deLu Dias Carvalho

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Em si mesmas as coisas não existem. Só existem através de nós. O pintor não deve querer apenas refletir as coisas. Deve penetrar nelas. Seu ojetivo não é reproduzir um fato acontecido e sim oferecer um fato pictórico. (Braque)

A pintura aproxima-se mais e mais da poesia. A fotografia libertou-a do anedótico. Tal como a música, ela deve subsistir por seus próprios meios. (Braque)

Quero fazer uma pintura diante da qual se fique sem ideias. (Braque)

O pintor normando Georges Braque (1882-1963) era filho e neto de pintores. O avô e o pai possuíam uma firma especializada em decoração de paredes. Ao mudar-se para Havre, na França, o garoto passou a frequentar o liceu e a praticar esportes, fazendo cursos de belas-artes no período noturno. Mas nove anos depois, já com 17 anos de idade, ele deixou os estudos regulares para trabalhar com a família, período em que entrou em contato com a técnica da pintura sobre paredes. Também mostrou interesse pela música, tendo aulas de flauta. Aos 18 anos, Braque optou por estudar pintura em tempo integral, indo morar em Paris.

Na capital parisiense, Braque foi convocado para o serviço militar, vindo a pôr em prática seus objetivos somente dois anos depois, inscrevendo-se na Academia Humbert. Dentre os amigos que fez estava o pintor Raoul Dufy. Apaixonou-se pelo trabalho dos mestres Corot, Renoir, Monet, van Gogh, Seurat e, sobretudo, Cézanne. Ao lado do amigo Dufy, passou o verão em Honfleur, onde fizeram esboços e elegeram a pintura como tema.

Ao visitar a exposição do Salão de Outono, Braque tomou conhecimento do trabalho de um grupo de pintores rebeldes, os chamados fuavistas, dentre os quais encontravam-se Matisse e Derian, que lhe causaram uma forte impressão. Assim, os primeiros trabalhos verdadeiros criativos do pintor, são de concepção fauvista, tornando-se ele, nessa fase, um pintor independente. Em Antuérpia, cidade belga, trabalhou com o fauvista Frisz . Gostava de viajar em busca de inspiração. Nesse período expõe seis paisagens no Salão dos Independentes.

Braque foi se tornando desinteressado pela paisagem, distanciando-se da natureza, ficando cada vez mais tempo no estúdio, em busca de novas formas  e sobre a maneira de estruturar um quadro de modo diferente. O fauvismo foi ficando no passado. Seus quadros foram recusados pelo Salão de Outono, mas ganharam uma exposição particular. O crítico Louis Vauxcelles chamou suas telas de “cubistas”. O pintor passou a viajar e trabalhar em conjunto com o pintor espanhol Pablo Picasso.

Braque e Picasso buscaram inspiração para o Cubismo na arte dos povos primitivos, em especial nas esculturas totêmicas, ao visitarem o Museu de Enografia de Paris, que exibiu, para fins científicos, amostras da produção artística dos povos africanos. À arte africana agregaram a pré-colombiana, a grega arcaica e outras manifestações, espalhadas pelo tempo e pelo espaço, assim como as novas concepções da Física, a noção de espaço-tempo como unidade de medida, etc. No ajutamento de tudo isso, os dois artistas provocaram a mais radical transformação praticada pela arte europeia desde o Renascimento.

O pintor, que também era ilustrador, cenógrafo, escultor e gravador, além de reconhecido em todo o mundo, deixou uma marca perene no desenvolvimento da pintura, tornando-a intemporal. Braque morreu aos 81 anos de idade.

Fonte de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultura

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Botticelli – ADORAÇÃO DOS MAGOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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É lamentável perceber que os poderosos são os mesmos em todos os tempos, como se a maldição do poder estivesse entranhada na alma humana, sem nenhuma possibilidade de cura. Observe o querido leitor que, para os virtuosos da Igreja, a pintura de Botticelli tinha por finalidade a disseminação da fé, enquanto para os nobres e os influentes burgueses, ela representava o poder, o domínio e o privilégio. Mas que tipo de poder? Agradar aos mais poderosos e a possibilidade, ainda que ilusória, de barganharem com Deus. Pois sabiam os tais senhores que eles levavam uma vida descomedida, guiada pela usura e pelos prazeres da carne, sem se importar com o povo. Ao terem que deixar a vida terrena, o fardo a carregar seria extremamente pesado. Portanto, nada melhor do que amenizá-lo antes da partida sem volta. E um quadro votivo (ofertado em cumprimento de voto ou promessa) haveria de fazer com que Deus se enternecesse e abrandasse o julgamento do patrono da oferenda.

É interessante notar que, mesmo nas obras predominantemente religiosas, lá estavam eles, os votivos, a lembrarem ao Senhor o quanto foram piedosos e devotados à fé, durante a vida terrena, portanto, deveriam ser recebidos no “paraíso” de braços abertos, em razão de tamanha magnanimidade. Era um tipo de barganha.

Na Adoração dos Reis Magos, de Sandro Botticelli, podemos ver o “suborno” explicitado com bastante clareza. Na sua pintura, o artista reproduz o rosto de vários membros da família Médici e seus amigos. Até mesmo o responsável pela encomenda exigiu que também fosse retratado. E, se Deus se esquecesse da fisionomia de um deles? Melhor seria se acautelar, pois um homem prevenido vale por dois. O artista também é retratado na pintura. Observem:

  1. Guaspare di Zanobi, o aristocrata, que encomendou a tela, aparece no grupo da direita, com o olhar fixo no observador, segurando com a mão enluvada de branco a borda de sua veste azul e dourada.
  2. Os Médici são representados nas vestes dos Reis Magos, os mais importantes depois do Menino Jesus e seus pais.
  3. O rei, que toca o pé do Menino no colo da Virgem, traz as feições de Cosimo, o Velho.
  4. Os dois homens, ajoelhados no centro e à direita, trazem a fisionomia de Piero, o Gotoso e de Giovanni, seu irmão.
  5. Lorenzo, o Magnífico, pensativo, está trajando preto e vermelho, no grupo da direita.
  6. Giuliano, irmão mais novo de Lorenzo, encontra-se empertigado na extrema esquerda da pintura, armado de uma espada.
  7. O próprio pintor Botticelli está representado no grupo da direita, envolto por um manto de cor dourada, observando o espectador.
  8. Os demais personagens, embora representem a nobreza e os grandes burgueses, apoiadores da família dominante, são de difícil reconhecimento.

Nesta pintura é possível perceber a profunda relação que existia entre Sandro Botticelli e os poderosos da família Médici. A reverência era tão grande que Cosimo, o Velho, e seus filhos Piero e Giovanni, são retratados como os Reis Magos. Tanto ontem quanto hoje, tudo continua igual. Nossa espécie não tem mesmo jeito.

Ficha técnica:
Data: 1475
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 111 x 134 cm
Localização: Galleria degli Uffizi, Florença, Itália

Fonte de Pesquisa:
Grandes Mestres/ Abril Coleções
1000 obras primas…/ Könemann
A Arte em Detalhes/ Robert Cumming
A História da Arte/ Sextante

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Mantegna – ADORAÇÃO DOS MAGOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Adoração dos Magos é uma obra do pintor italiano Andrea Mantegna, considerado um dos artistas mais importantes do início do Renascimento.  Sua obra destaca-se pela exatidão anatômica das figuras, ricos detalhes e perspectiva perfeita, tendo influenciado não apenas os pintores italianos, mas os do norte dos Alpes.

A obra faz parte de um tríptico, seu painel central, juntamente com “Ascenção” e “Circuncisão”, encomendado por Ludovico II Gonzaga, para decorar a Capela Ducal do S. George Castel, em Mântua. No painel acima, o artista retrata os três Reis Magos em frente à gruta, onde se encontra a Virgem Maria com Jesus nos braços.

A Virgem com seu Menino aparece sentada na abertura de uma gruta escura, onde recebe os visitantes. Ela é retratada com uma coroa composta por doze pequenos anjos sobre nuvens azuis, em torno de sua cabeça e tronco. De um deles, posicionado às suas costas, vê-se apenas a ponta da asa vermelha. Os querubins da esquerda, avermelhados, diferem-se dos da direita, dourados. José, com seu cajado, e postado ao lado de Maria, fora da gruta, acolhe os visitantes.

Uma espada paira acima da cabeça de Maria, como a lembrar seu sofrimento futuro. Traz uma estrela na ponta, responsável por guiar os Reis Magos. No topo da gruta estão quatro querubins, separados dois a dois pela espada. Próxima aos quatro anjos, à esquerda, está uma figueira com um galho seco e outro verdejante, que aludem à morte e à ressurreição de Cristo.

Os Reis Magos, depois de passarem por um caminho talhado na rocha, acompanhados por um grande cortejo, com a presença de camelos e de pessoas orientais usando vestimentas e turbantes diversos e exóticos, encontram-se diante da gruta. O mais velho deles ajoelha-se próximo à Virgem e seu Menino, postando o presente à sua esquerda; o segundo está de pé, com o chapéu numa mão e o presente na outra; e o terceiro está atrás, ajoelhado, com seu turbante no chão, segurando o presente com as duas mãos. Só o rei negro não usa barba.

A cena não transmite alegria. Os personagens mostram-se sérios e compenetrados, em meio a uma paisagem rochosa. Para alguns, o quadro tem por objetivo propor uma reflexão sobre os mistérios cristãos de nascimento, sacrifício e ressurreição de Cristo.

Obs.: O tríptico foi desmembrado e remontado apenas no século XIV.

Ficha técnica
Ano: c. 1462-1464
Técnica: têmpera em madeira
Dimensões: 76 x 76 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.geometriefluide.com/pagina.asp?cat=adorazione-magi-tritticouffizi-decorcappsangiorgio&l=en

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