Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Dürer – A ADORAÇÃO DOS REIS MAGOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição de Albrecht Dürer, A Adoração dos Reis Magos, apresenta os  três reis vindos do Oriente, acompanhando a estrela, para visitarem o Menino. São eles: Gaspar, Baltasar e Melchior. E levam para Jesus, como presentes, ouro, mirra e incenso.

É sempre o mais velho dos três Magos a ser representado em primeiro lugar, ajoelhado diante do Menino Jesus, oferecendo-lhe ouro, que é o mais valioso dos presentes levados. Portanto, quem está diante de Jesus é Gaspar, com seus cabelos brancos e sua longa barba. Maria, assentada com o Jesus nos joelhos, estende-o para que receba os cumprimentos do Mago.

Logo atrás de  Gaspar está Melchior, no retrato do próprio Dürer, com seus longos cabelos cacheados. O pintor costumava se autorretratar em suas composições.

Curiosidade
Os Reis Magos não tinham um número definido. Já foram apresentados em número de dois ou de quatro. Só mais tarde é que passaram a ser três, provavelmente levando em conta o número de presentes apresentados na Bíblia, e também receberam um nome. E foi somente no final da Idade Média é que Baltasar passou a ser representado como negro.

Ficha técnica
Ano: 1504
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 100 x 114 cm
Localização: Galeria de Uffizi, Florença, Itália

Fonte de pesquisa
Cristo na Arte/ Manuel Jover

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Giorgione Barbarelli – A ADORAÇÃO DOS PASTORES

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição A Adoração dos Pastores é uma obra-prima do pintor italiano Giorgione Barbarelli, através da qual o artista deixa patente o valor que dava à paisagem, sendo ela parte intrínseca da pintura. Além do lirismo aqui representado, uma grande luminosidade banha toda a tela. A cena, reproduzindo a adoração dos pastores ao Menino Jesus, está postada à direita, em primeiro plano, enquanto que praticamente a metade da tela é dedicada à paisagem. É uma obra bastante original para a época em que foi criada.

A Virgem Mãe e seu esposo José encontram-se ajoelhados à entrada de uma caverna escura, diante do Menino, nu, deitado no chão em posição horizontal, sobre um monte de feno, coberto por um pano branco e por um pedaço do manto azul de Maria. José parece rezar, mais ao fundo. Os mantos coloridos e brilhantes do casal, assim como o rosto dos mesmos, contrastam com o vão escuro formado pela entrada da caverna, que serve de fundo para a Sagrada Família, e com a cor sem brilho das rochas acima dela. Apesar da escuridão reinante na gruta, é possível notar, dentro dela, a presença de um boi e um jumento. Um querubim iluminado encima a entrada da caverna, enquanto dois outros são vistos à esquerda, acima do pastor, que ainda se encontra de pé. Eles são a única revelação quanto à divindade da cena.

Dois humildes pastores, de costas para o observador, colocados no centro da tela, chegam para adorar o Menino, para o qual convergem todos os olhares. A roupa esfarrapada dos visitantes contrasta com o belo colorido das de  Maria e José. Um deles, à direita, encontra-se ajoelhado, em posição de preces, com o chapéu a seu lado, no chão. O segundo, por sua vez, parece estar iniciando o movimento para ajoelhar-se, como mostra a parte do pé direito ainda suspensa. A parte de trás de seu corpo curvado é uma continuação da linha arqueada da caverna. Ele tem seu chapéu na mão. Os personagens reunidos formam um retângulo.

Nesta pintura, a gruta de Belém foi transposta para uma paisagem veneziana, onde se encontram árvores e arbustos exuberantes, montanhas azuladas, diversas edificações e um riacho. Tudo é descrito com grande lirismo. Um céu azul, com nuvens esparsas, cobre-a. Duas crianças brincam debaixo de uma árvore, e duas pessoas são vistas na casa em frente. O pintor esmera-se nos mínimos detalhes, em seu virtuosismo.

Ficha técnica
Ano: c. 1505
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 91 x 111 cm
Localização: National Gallery of Art, Washington, EUA

 Fontes de pesquisa
Giorgione Barbarelli / Abril Cultural
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://web-archives.mansfield.edu/~art/papyrus1_kate_boyle.htm

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Giotto – A NATIVIDADE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A  Natividade, obra do pintor e arquiteto florentino Gioto de Bondone, é de uma delicadeza comovente. Esta pintura, localizada na Igreja de São Francisco de Assis, na Itália, tem como cenário uma estrebaria. Ali se encontram a Virgem Maria, seu filho Jesus, São José, dois pastores, duas mulheres banhando uma criança, vários anjos, cabras e ovelhas.

À época em que viveu o artista, os frades em seus sermões persuadiam os cristãos a visualizarem a História Sagrada sempre que lessem a Bíblia. E assim também fez Giotto em sua arte, ao tentar retratar a reação dos personagens pintados de acordo com a cena religiosa em que se encontravam inseridos, como se tratasse de um quadro vivo.

Assentada sobre sua cama, numa posição mais alta, debaixo da parte coberta da estrebaria, a Virgem segura seu Menino nos braços com extrema doçura. Ela o observa, embevecida. Veste um imenso manto azul que lhe cobre todo o corpo. À cabeça traz um grande halo dourado, o maior entre todos, símbolo de sua grandeza diante dos olhos de Deus. O Menino está envolto em faixas de modo que somente a cabecinha aureolada aparece.

Ao lado esquerdo da Virgem Mãe estão um jumento e um boi, próximos a uma manjedoura. Embora não constem nos textos bíblicos, eles são sempre representados nas cenas sobre a Natividade de Jesus. Segundo alguns estudiosos de arte, a presença dos animaizinhos tem por finalidade mostrar aos homens que até mesmo os animais foram adorar o Salvador. São José, assentado sobre uma pedra, à direita da Virgem, com um braço descansando no colo e o outro segurando o queixo, parece cansado, enquanto um anjo fala aos dois pastores sobre o nascimento de Jesus.

Na parte central da composição doze anjos, seis de cada lado, louvam a Virgem e seu Filho, enquanto na parte superior, quatorze anjos, cinco à esquerda e nove à direita, observam a estrela que joga sete raios de luz sobre a cabecinha do Menino Jesus, representando os dons do Espírito Santo (sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus). Todos eles estão em atitude de adoração, exceto um que tem os braços cruzados.

Ficha técnica:
Data: c. 1320
Gênero: pintura religiosa
Técnica: afresco
Localização: Igreja de São Francisco, Assis, Itália

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Caravaggio – A ANUNCIAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Caravaggio, o grande mestre da luz e das trevas, não poderia deixar de pintar a Anunciação, tema tão comum à época em que viveu o artista. E, como sempre fazia, usou a imagem das pessoas encontradas na rua para fazer seus personagens: o anjo anunciador e a Virgem Maria são tirados do meio do povo.

O anjo flutua sobre uma nuvem escura em direção à Virgem. Não possui a graciosidade da maioria dos querubins vistos em outras Anunciações. Ao contrário, ele é grande e musculoso, mostra ombro e braço direitos nus e vigorosos, assim como a perna direita. É apresentado como se fosse uma pessoa comum. Encontra-se numa posição superior à da Virgem e parece bem mais volumoso do que ela. Seu rosto está quase todo escondido. O cabelo é avermelhado. A vestimenta simples do mensageiro está amarrada na cintura por uma faixa, com um grande nó nas costas.Traz na mão esquerda os tradicionais lírios brancos, símbolo da virgindade de Maria e, com a direita, faz um gesto de saudação a ela, logo acima de sua cabeça, tendo o dedo indicador bem levantado.

Maria está curvada, de joelhos, diante da nuvem escura onde se encontra o anunciador. Uma cadeira de madeira encontra-se atrás dela, ao lado de uma cama desarrumada e sobre a qual desce um cortinado. Está com a cabeça baixa, envolta por um lenço, de modo que não olha para o anjo. Seu rosto demonstra seriedade e tristeza, como se se achasse incapaz de dar conta de tamanha responsabilidade. Ela se parece com uma mulher comum, pois nenhum atributo identifica a sua divindade, nem mesmo a auréola, presente em outras pinturas com o mesmo tema. À sua frente está um cesto com roupas, confirmando a sua humildade.

Ao contrário das representações vistas do tema, Caravaggio exclui da sua composição a presença de Deus Pai e da pomba representando o Espírito Santo. Esta pintura sofreu grandes danificações, tendo que ser refeita, restando muito pouco das pinceladas do grande artista.

Ficha técnica:
Ano: 1609
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 285 x 205 cm
Localização: Museu de Belas Artes, Nancy, França

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Tintoretto – A ANUNCIAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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E quando o viu, ela estava preocupada com sua palavra, e  fundido em sua mente que tipo de saudação seria esta. (Lucas 1:29).

A Anunciação, pintura do artista italiano Tintoretto, é por demais complexa, pois além de apresentar José, o esposo da Virgem, até então ausente em outras pinturas sobre o tema, traz um cenário bastante incomum.

A cena acontece na casa de Maria e José. O carpinteiro está trabalhando no quintal, quando sua esposa recebe, dentro de casa, a visita do anjo Gabriel, o mensageiro de Deus Pai, e de uma corte de anjos que o acompanha na visita à Virgem. Ela tem aos pés sua cesta de trabalho, possivelmente de costura, o que mostra que trabalha em seus afazeres domésticos. A Virgem Maria mostra-se tão surpresa com a visita do anjo anunciante, que seu corpo tomba para trás, com o livro caído no colo, enquanto as mãos abertas mostram sinal de indagação, como se perguntasse: Por que eu fui a escolhida?

O lugar, onde se passa a cena, encontra-se em ruínas, e nele existe certa confusão. A pobreza do ambiente é visível. No canto, à esquerda do anjo anunciador, uma cadeira de palha está encostada na parede, próxima a alguns cestos. Um velho cortinado cai sobre a cama. Não existem portas ou janelas e nada separa o espaço  externo do interno. O piso é formado por quadrados de duas cores e, na coluna, parte dos tijolos está visível. Do lado de fora, José, o esposo, trabalha em seu ofício de carpinteiro, rodeado de ferramentas. Recostados na parede de sua cabana, e espalhados pelo chão, estão muitos pedaços de madeira.

À frente do anjo mensageiro, dentro de um círculo de luz resplandecente, a pomba branca, representando o Espírito Santo, envia um raio de luz sobre a cabeça de Maria, formando uma auréola, que comprova sua divindade. Uma paisagem descortina-se ao fundo, debaixo de um céu iluminado.

Ficha técnica
Data: c. 1563
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 440 x 542 cm
Localização: Scuola di San Rocco, Veneza, Itália

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Fra Filippo Lippi – A ANUNCIAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A Anunciação do artista italiano Fra Filippo Lippi, ou simplesmente Lippo Lippi, é tida como uma das mais belas pinturas sobre o tema, em razão da suavidade e imensa ternura que repassa. Seus tons delicados ampliam os sentimentos de pureza, dignidade, respeito e devoção do pintor para com a Virgem. Esta pintura chegou a ser considerada uma obra de Fra Angelico, pois existe muita semelhança com os trabalhos desse. Descobriu-se depois que se tratava de uma obra de Lippi, criada num perído mais avançado de sua arte, quando ele pôs em ação, a influência recebida de Fra Angélico.

O artista retrata a Virgem Maria  no momento em que, ao ser visitada pelo anjo mensageiro, ela aceita ser a mãe do Filho de Deus. A cena é emoldurada em um pórtico de magnífica arquitetura renascentista, responsável por dar a ilusão de espaço tridimensional e que tem a sua abertura para um jardim próximo. Maria recebe a visita do anjo Gabriel de pé, embora, em outras pinturas sobre o tema, seja muito comum mostrar a Virgem de joelhos diante do mensageiro divino.

Maria está majestosamente vestida com um manto de cor azul muito suave, que se destaca do fundo branco da parede. Encontra-se com a cabeça baixa e com os olhos direcionados para o chão. Ela traz a mão direita sobre o peito, significando que aceita ser a mãe de Jesus. A pomba branca, símbolo do Espírito Santo, emite um raio de luz dourada sobre a Virgem. Um halo cor de ouro paira acima de sua cabeça, demostrando sua divindade. Abaixo de seu longo manto azul é possível ver seu pé esquerdo descalço. À sua frente, um livro de orações está aberto, o que significa que se encontrava rezando antes da entrada do anjo mensageiro.

O anjo Gabriel, ajoelhado diante da Virgem Maria, usa um manto vermelho sobre uma veste branca. Suas asas tem as cores das asas de um pavão. Também traz a mão direita sobre o peito, em sinal de humildade, por se encontrar diante daquela que será a mãe do Salvador. Na mão esquerda segura um ramo de magníficos lírios, que ultrapassa sua cabeça e quase toca a pomba branca. Na porta, à esquerda, outro anjo traz um ramo de flores, possivelmente lírios. E, logo acima, encontra-se Deus Pai, rodeado por anjos.

Ficha técnica:
Data: c. 1443/50
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 203 x 186 cm
Localização: Alte Pinakothek,  Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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