Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Vermeer – RUA EM DELFT

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Rua em Delft é uma obra do pintor holandês Johannes van der Meer, também conhecido como  Jan Vermeer ou apenas Vermeer (1632-1675).

Esta pintura é considerada o mais bonito quadro de cavalete do mundo. Segundo pesquisas, refere-se à Casa das Velhas, no Vodersgrachte, demolida em 1660, tendo cedido lugar à casa da Corporação de São Lucas. O pintor captou esta vista admirável do fundo de sua casa. Na extrema esquerda situa-se a Casa dos Velhos, o que nos informa que, naquela época, homens e mulheres idosos ficavam em casas separadas.

O quadro mostra a frente de uma habitação para pessoas simples, com tijolos à vista, sinais de repintura e correção de fissuras. Uma empregada, debruçada sobre um barril de madeira, no final de um beco, lava roupas. Próxima a ela está uma vassoura, seu instrumento de trabalho.  A presença da vassoura tanto pode aludir à limpeza física quanto à espiritual, pois, naquela época, os holandeses eram muito preocupados com as duas. Um exame de refletografia infravermelho constatou que o pintor havia pintado também uma mulher sentada na entrada do beco, mas optou por retirá-la.

Na calçada da casa estão duas crianças brincando. Pelo chapéu pode-se confirmar que uma delas se trata de um menino, sendo a outra, possivelmente, uma menina. Não é possível ver o rosto de nenhum dos dois, ou tampouco saber o que estavam jogando. Mais adiante, na porta de entrada, uma mulher está costurando. A costura e a fiação eram tidas como um atributo de virtude, incentivado pelas pregações religiosas na Holanda daquela época.

Através do ponto de vista de construção da meticulosa perspectiva chega-se à conclusão de que o pintor, para criar sua composição, encontrava-se em uma janela do andar térreo de sua casa, a cerca de seis pés do chão. O equilíbrio estrutural da composição é único. A amplitude da construção em profundidade não traz nenhum aspecto de dispersão, apresentando pormenores meticulosamente realísticos. Vermeer transformou sua pintura numa visão lírica.

Na parte esquerda da Casa dos Velhos, uma videira desce pela parede. O calçamento da rua, em frente às casas, é composto por fileiras de pedras degastadas pelo tempo. Elas convergem para o ponto de fuga.

Obs.: No século XVII, os pais vestiam suas crianças como se elas fossem uma miniatura dos adultos. Além disso, menino e menina usavam, até cerca de cinco a sete anos de idade, roupas iguais, ou seja, um vestido que ia até os tornozelos.

Ficha técnica
Ano: c.1667-1670
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 44 x 38,5 cm
Localização: Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://www.essentialvermeer.com

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Jan Bruegel, o Velho e Rubens – ALEGORIA DA VISÃO

Autoria de Lu Dias CarvalhoALVIS

A composição denominada Alegoria da Visão foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois grandes mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos, no século XVII, eram muito apreciadas. A visão, desde o tempo do filósofo Aristóteles, era tida como o mais importante dos sentidos. Para Aristóteles os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia, nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

Ao retratar o sentido da visão, Rubens e Bruegel apresentam uma figura feminina, Vênus, a deusa da beleza e do amor, seminua, com um manto azul cobrindo parte do corpo, assentada numa banqueta, tendo à frente um quadro de simbologia cristã, denominado “A Cura de um Homem Cego”, seguro por Cupido, o deus do amor. Na pintura vista por mãe e filho Jesus recupera a visão de um cego.

O ambiente visto na composição está ricamente decorado com quadros, bustos e estatuetas da antiguidade clássica, objetos de arte e inúmeros instrumentos científicos, como astrolábio, luneta, globo terrestre, compasso, etc., alusivos à astronomia e às ciências naturais. A maioria dos elementos que faz parte da decoração está relacionada com o sentido da visão, como por exemplo, as pinturas de diferentes gêneros, incluindo obras dos autores da composição. Ali se encontra até mesmo um quadro de Santa Cecília (próximo aos bustos) tida como a patrona da visão. Dentre as pinturas, a que mais chama a atenção é um quadro denominado “A Virgem com o Menino”, posicionado na parte inferior direita do painel, produzido pelos dois pintores, onde mãe e filho encontram-se circundados por uma guirlanda floral.

Um corredor à direita, pintado com cores mais apagadas, traz sua parede direita e teto repletos de afrescos e quadros, enquanto várias estatuetas encontram-se espalhadas pelo chão. Uma rosácea na parede frontal joga luz no ambiente. À esquerda uma enorme porta em arco, com adornos clássicos, abre-se para um imenso jardim, onde se veem aves exótica, e encontra-se o Palácio Mariemont, morada de Alberto e Isabel. Uma águia ou um gato, assim como um espelho, era o código aliado ao sentido da visão, mas aqui se encontram um macaco e um cão. A águia vista ornamenta o lustre.

Especula-se que Alberto — arquiduque da Áustria — e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles. Nesta pintura em especial, eles estão presentes num retrato, na parte inferior esquerda da composição, sendo que Alberto também é visto sobre um cavalo atrás da figura alada. Acima do lustre está uma águia de duas cabeças, símbolo dos Habsburg.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=https
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…

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Jan Bruegel, o Velho e Rubens – A NATUREZA DECORANDO AS TRÊS GRAÇAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

NADEGRA

A belíssima e erudita composição denominada A Natureza Decorando as Três Graças é uma obra conjunta dos pintores Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

Uma gigantesca grinalda feita de folhas, flores, frutas e legumes — simbolizando a generosidade da Natureza — circunda as Três Graças, postadas em volta da estátua de uma mulher com quatro seios visíveis que simboliza a pródiga Mãe Natureza e está colocada sobre um pedestal. As divindades encontram-se na pose formal, nuas, estando uma delas de costas para o observador. A Graça que se encontra à direita está sobre as costas de um homem (ou sátiro) musculoso que usa uma coroa de folhas. Ele se debruça para erguê-la. Ela está tirando o véu da Natureza, enquanto a Graça que se encontra à esquerda segura o colar de duas voltas. Ambos — colar e véu — serão substituídos por arranjos florais que os cupidos seguram acima sob uma cortina formada por um manto vermelho.

Dentro da guirlanda em forma de U, anexadas a dois imensos carvalhos, estão também um sátiro com um archote aceso e um homem negro logo atrás. Por fora ou agregados a ela estão, embaixo, estão três ninfas e um sátiro de costas para o observador, arrumando os elementos da guirlanda. Na parte superior esquerda encontram-se um homem negro e dois brancos, possivelmente sátiros. À direita, na parte superior, estão três sátiros. Todos eles ajudam a amarrar a guirlanda nas duas árvores. Na inscrição no pedestal da estátua, embora já desgastada, está escrito: “a Grande Mãe, a Terra que carrega tudo”.

Nesta pintura colaborativa, cuja finalidade é festejar a prodigalidade da Natureza, Jan Bruegel, o Velho, pintou a flora e a fauna e Rubens o restante, incluindo os corpos. Estima-se que a iniciativa para a composição desta obra deu-se por parte de Rubens que a manteve consigo durante vários anos. Ao fundo, desenrola-se uma paisagem azulada.

Ficha técnica
Ano: 1615
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 106,7 x 72,4 cm
Localização: Art Gallery and Museum, Kelvingrove, Escócia, Reino Unido

Fontes de pesquisa
https://www.google.com.br/search?q=rubens+and+brueghel,+the+nature…&biw=1536&bih=730&tbm=isch&imgil=bZQ8UmpOrX2X9M%253A%253B
http://collections.glasgowmuseums.com/starobject.html?oid=167108

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Jan Bruegel, o Velho e Rubens – ALEGORIA DO TATO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Alegoria do Tato foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois grandes mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos no século XVII eram muito apreciadas. A visão, desde o tempo do filósofo Aristóteles, era tida como o mais importante dos sentidos. Para Aristóteles os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

Ao retratar o sentido do tato, Rubens e Bruegel apresentam uma figura feminina — Vênus — a deusa da beleza e do amor, beijando e abraçando seu filho Cupido, o deus do amor, mostrando o toque suave e macio. As inúmeras armaduras espalhadas pela composição, assim como parte delas, retratam o toque duro e frio do metal. À esquerda ferreiros trabalham próximos a um muro em ruínas, moldando metais. Acima do grupo vê-se um falcão. No meio, próximo a um cão, um homem parece ser um funileiro. A presença de uma tartaruga no canto inferior direito simboliza o toque, conforme o código da época.

Especula-se que Alberto, arquiduque da Áustria, e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
http://www.tuttartpitturasculturapoesiamusica.com/2015/08/Rubens-Brueghel.html
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=https

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Jan Bruegel, o Velho – A SAGRADA FAMÍLIA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada A Sagrada Família é uma obra do pintor Jan Bruegel, o Velho, exímio artista na arte de pintar arranjos florais e paisagens com a presença de animais. Esta obra justifica o apelido  de “Veludo” ou “Flor” do pintor, como era conhecido por muitos. Nela, ele faz uma primorosa combinação de diferentes elementos: natureza-morta floral, pintura de devoção e paisagem.

Na parte central inferior da pintura, a Virgem traz no colo o seu Menino, rodeada por anjos e pelo cordeiro, sobre o qual se senta um dos querubins. Ligeiramente atrás de Maria, à sua esquerda, está José, com a mão escorando a cabeça, a observar a cena.

Uma deslumbrante coroa de flores e frutos, em forma de M (inicial do nome de Maria), circunda a Virgem, seu pequenino Filho, anjos, José e cordeiro. Ornamentam-na inúmeros querubins. Diversos animais são vistos em toda a composição. Na paisagem, que se desenrola ao fundo, estão veados a pastar.

O artista Pieter van Avont foi o responsável por pintar as figuras e Jan Bruegel, o Velho, pelos ornamentos e paisagem.

Ficha técnica
Ano – s.d.
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 93,5 x 72 cm
Localização: Pinakothek, Munique, Alemanha

Fonte de pesquisa
Barroco/ Taschen

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Jan Bruegel, o Velho e Rubens – A VIRGEM COM O MENINO

Autoria de Lu Dias Carvalho
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A composição denominada A Virgem com o Menino ou A Virgem e o Menino numa Grinalda de Flores foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de mais um dos magníficos trabalhos dessa dupla fantástica de mestres da pintura. E mais uma vez Rubens fica responsável pelos personagens, enquanto Bruegel responsabiliza-se pela ornamentação (flores).

A Virgem Maria e seu filho Jesus são as figuras centrais da composição. Rubens usou o rosto de sua primeira mulher — Isabella Brant — para pintar o rosto da Virgem, enquanto o Menino Jesus traz o rosto de seu filho Albert.

Maria e seu filho são vistos como se estivessem numa janela, circundados por uma grinalda de flores dos mais diferentes tipos e cores. Em volta da guirlanda encontram-se onze rechonchudos querubins, sendo seis à direita e cinco à esquerda. Os que estão na parte superior seguram a fita vermelha que sai de um grande laço, enquanto os que se encontram abaixo, tocam as flores com suas mãozinhas.

Ficha técnica
Ano: 1620
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 185 x 209,8 cm
Localização: Alte Pinakothek, Munique, Alemanha

Fonte de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann

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