Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Courbet – A ORIGEM DO MUNDO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição A Origem do Mundo do pintor francês Gustave Courbet trata-se de um estudo realístico da genitália feminina, pintado em 1866. A pintura era tão moderna para a época, que sua exibição pública só foi acontecer na metade do século seguinte, ou seja, nos meados de 1900.

Courbet fez esta composição a pedido do diplomata turco Khalil Bey, grande colecionador de arte erótica. A modelo encontra-se nua, deitada, com as coxas abertas, tendo o artista pintado parte de seu corpo, dando maior ênfase à genitália exposta.

Khalil Bey, o dono da obra, ao se ver arruinado pelo jogo, foi obrigado a abrir mão de sua coleção, que acabou sendo leiloada. O escritor francês Edmond de Gouncort encontrou a obra acima, em 1889, num antiquário, sendo posteriormente comprada por um nobre húngaro que a levou para Budapest. Quando o quadro retornou a Paris, foi adquirido pelo conhecido psicanalista francês Jacques Lacan. Após a morte do psicanalista, sua família entregou a obra ao governo francês, como parte dos impostos a serem pagos, em razão da herança de Lacan.

O mais interessante é que A Origem do Mundo voltou à baila em 2013, sob o argumento de que sua parte superior, mostrando os ombros e o rosto da modelo, fora encontrada. Segundo dizem, a modelo irlandesa Joanna Hiffernan estava envolvida sentimentalmente com Courbert, na época em que pousou para o quadro. Talvez por isso, ele tenha dividido a obra em duas partes, para não expô-la. Segundo a revista francesa Paris Match, trata-se de algo confirmado, após dois anos de estudo. Contudo, o museu, onde se encontra a obra, descarta tal possibilidade.

Uma pergunta ao leitor: trata-se de uma arte obscena ou apenas arte? A resposta irá variar de acordo com a visão de cada um. Penso eu que todas as partes do corpo, tanto feminino quanto masculino, são belas. E não há porquê nos envergonhamos de nenhuma delas. A exclusão dessa ou daquela, irá fazer uma grande falta ao corpo humano.

Ficha técnica
Ano: 1866
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 46 x 55 cm
Localização: Museu d’Orsay, Paris, França

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Sextante
cultura.estadao.com.br/noticias/geral,a-origem-do-mundo-de-courbet-imp-

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Courbet – O ATELIÊ DO ARTISTA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Eu estou no centro, a pintar, à direita estão todos os participantes, isto é, os meus amigos artistas boêmios. À esquerda está o outro lado da vida quotidiana, o povo, a miséria, a riqueza, a pobreza, os explorados e os exploradores, pessoas que vivem dos mortos” (Courbet)

Na composição O Ateliê do Artista, Gustave Courbet mantém o tamanho grandioso das pinturas históricas, mas, por outro lado, pinta o seu estúdio em Paris, tal e qual o vê, sem usar nenhum tipo de idealização. O quadro foi elaborado durante dez meses, para ser exposto na Exposição Universal em 1855, em Paris, mas foi rejeitado pela comissão responsável pela seleção das obras, apesar de ser considerado uma obra-prima do pintor. Aqui estão presentes 30 figuras, mostradas em tamanho natural, ganhando mais destaque a mulher nua, que chama para si o olhar do observador. A composição pode ser dividida em três grupos, levando em conta a posição do observador:

• os amigos (à direita)
• o artista pintando (central)
• as pessoas do “mundo comum” (à esquerda)

No centro da composição, cercado pela rotina diária, o pintor, tendo em mãos sua paleta de tintas e pincel, complementa sua enorme tela. Em torno dele encontra-se um grande número de pessoas das mais diferentes classes sociais. Não há um porquê definido de elas se encontrarem ali reunidas. Segundo o próprio pintor, as que se encontram do lado esquerdo representam “o mundo comum, onde se encontram as massas, a miséria, a pobreza, a riqueza, os explorados, os exploradores, aqueles que prosperam com a morte”, normalmente rejeitados pela arte. E à direita estão “meus amigos, colegas de trabalho, amantes da arte – aqueles que prosperaram com a vida”.

Vamos aos detalhes:

1. Na mesa situada à esquerda do pintor, sobre um jornal, está um crânio, lembrando a presença da morte.
2. No grupo em que se encontram os explorados é possível destacar a presença de um chinês, um judeu, um revolucionário, um operário, um irlandês, um padre, um comerciante de tecidos oferecendo sua mercadoria e um caçador com seus cães.
3. Aos pés do caçador está um chapéu com uma pluma, uma capa, um violão e uma adaga.
4. Atrás do cavalete de Courbet vê-se um boneco articulado, na pose de crucificação, usado pelos artistas tradicionais, simbolizando a arte acadêmica rejeitada pelo pintor. Ele se parece com um santo martirizado e está fora do campo de visão do artista.
5. Courbet pinta uma paisagem de sua terra natal, embora naquela época este tipo de pintura não fosse bem vista pelo academicismo.
6. Ao lado do pintor um garotinho ingênuo e pobre mostra-se extasiado diante da pintura.
7. Atrás de Courbet uma modelo despida representa a verdade nua que guia seu trabalho. Ela e a criança representam o verdadeiro ideal da arte.
8. À direita no grupo dos amigos o poeta Charles Baudelaire lê um livro, recostado a uma mesa de madeira.
9. O escritor Champfleury está assentado no meio do grupo de amigos do pintor.
10. Dois quadros são vistos ao fundo.
11. Na época causou escândalo junto aos puritanos da época a presença de uma criança junto a uma mulher nua.

O Ateliê do Artista não é somente uma das obras-primas do século XIX, mas um documento político, um testemunho da luta travada por Courbert e muitos de seus contemporâneos contra as ideias e as forças dominantes da época.

Ficha técnica:
Ano: 1855
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 361 x 598 cm
Localização: Musée d’Órsay, Paris, França

Fontes de pesquisa:
Arte em detalhes/ Publifolha
Grandes Pinturas/ Publifolha
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Turner – A ÚLTIMA VIAGEM DO TEMERAIRE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Lento, triste e majestoso, segue o corajoso velho barco, com a morte, por assim dizer, escrita nele. (William Makepiece Thackeray)

O Temeraire era um navio inglês de guerra que ajudou o navio Victory, de Lord Nelson, quando estava sendo atacado pelos franceses e espanhóis na Espanha. Foi aposentado 33 anos após a Batalha de Trafalgar, uma das mais conhecidas batalhas navais da história britânica. Ele tinha três deques, três mastros e 98 armas de fogo.

Na composição A Última Viagem do Temeraire Turner não mostrou o navio em sua glória. Ao contrário, apresentou-o sendo rebocado de Sherness para o estaleiro de Rotherhithe, onde seria desmontado. Já sem os três mastros e o cordame e com a pintura toda descascando. Turner optou por pintar o velho navio romanticamente: branco e dourado e com seus três mastros, e não como ele se encontrava no momento da pintura.

O rebocador a vapor, feio e encardido, segue à frente, ostentando uma bandeira branca que simboliza a rendição daquele que foi um heroico guerreiro. Atrás do Temeraire dourado um pôr de sol exuberante parece se despedir dele com pompas. Um barco à vela fantasma surge no horizonte, à direita do rebocador. Seria ele uma lembrança do Temeraire em toda a sua glória ou seu fantasma? Ou ainda a lembrança do fim dos barcos a vela? Não se sabe o motivo real de sua presença na pintura.

É possível ver um pequeno pedaço de lua no céu, à direita do barco a vapor. Sua luz reflete-se sobre as águas próximas ao barco, fazendo cintilar suas velas enroladas e a espuma que sai das duas laterais das pás do rebocador, num contraste magnífico entre os tons afogueados do pôr do sol e a luz prateada. No lado direito do quadro, ao fundo, perto de um campo azul acinzentado, é possível visualizar a silhueta de uma pessoa num barco.

A presença do sol poente tem uma simbologia muito especial: o fim do Temeraire e dos barcos a vela. O tema fundamental da composição é o barco, contudo ele não se encontra no centro da composição, mas mais à esquerda na tela. Turner, entretanto, usou o exuberante pôr do sol para contrabalançar o peso visual. Sobre o sol e em torno dele fez uso do empaste, uma técnica que usa a tinta mais grossa.

A pintura foi entusiasticamente aplaudida pelos críticos da época. Turner recusou a venda dela que recentemente foi eleita a pintura mais popular da Grã-Bretanha. O cenário divinal, a harmonia da composição, a luz deslumbrante que dela emana e a representação simbólica do Temeraire fazem deste quadro uma obra tocante e inesquecível.

Curiosidades:

  • Como ao artista são concedidas inúmeras licenças, Turner apresenta o navio indo para o leste, quando na verdade dirigia-se para o oeste, pois o estaleiro de Rotherhithe fica a oeste de Sherness. Só assim ele poderia acrescentar um magnifico pôr do sol à sua passagem.
  • Segundo o leitor Humberto Baião, “sabe-se hoje, mas não se sabia à época, o céu vermelho se deve ao efeito das explosões no vulcão Tambora que afetaram o clima por todo o mundo”.

Ficha técnica
Ano:1839
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 90,7 x 112,6 cm
Localização: National Gallery, Londres, Reino Unido

Fonte de pesquisa
Grandes pinturas/ Publifolha

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Constable – A CARROÇA DE FENO

Autoria de Lu Dias Carvalhoconstanble1

A verdade nos atinge de imediato… esta paisagem deliciosa… é o verdadeiro espelho da natureza. (Stendhal)

Com a composição A Carroça de Feno, representando uma simples cena rural, John Constable foi premiado no Salão de Paris, em 1824, com a Medalha de Ouro. Trata-se, portanto, de uma de suas obras mais famosas.

A composição apresenta um riacho na área rural do Condado de Suffolk, na Inglaterra, região em que o pintor nasceu e passou grande parte de sua vida, sendo atravessado por uma carroça de feno. Nesse lugar, o artista brincava em sua infância.

Ao ser exibido na Inglaterra, com o título de Paisagem: Meio-Dia, o quadro de Constable não foi recebido com admiração pelos críticos ingleses, que não viram nada de interessante ao se dar destaque ao trabalho do campo. Achavam que o pintor deveria se ater ao modo convencional dos antigos mestres e que suas paisagens eram sem graça. Quando a obra foi premiada em Paris, eles ficaram muito surpresos.

Na composição é possível observar a luz do sol, filtrada pelas nuvens e árvores, espalhar-se pelos campos mais distantes, iluminados por uma luz dourada, num casamento entre luz e sombras. Nuvens escuras também estão se formando, anunciando a mudança do tempo. Também se pode identificar vários mesclados de tinta branca, que tanto indicam a incidência de luz, como a textura das partes molhadas.

A carroça de madeira encontra-se no meio de um vau, sendo puxada por duas parelhas de cavalos e conduzida por dois homens. Ela é a parte central da composição. Os cavalos levam proteção de cor vermelha nos ombros a fim de que os arreios não os machuquem. Mesclas de vermelho podem ser encontradas em outras partes da composição, dando mais destaque ao verde dos campos e da folhagem das árvores.

Na margem esquerda do riacho, um cãozinho observa a travessia, enquanto um dos homens presentes, dentro da carroça, acena para ele. O mesmo animal está presente em outras obras do pintor. Mais adiante, uma mulher acocorada num estrado, ligado à casa, parece lavar roupa no riacho ou apanhar água. Detrás dela, encontra-se um jarro de barro. Da chaminé da casa sai fumaça, lembrando que existe alguém ali. À direita, em meio à vegetação, um pescador com seu lenço vermelho conduz um barco, enquanto patinhos nadam próximo.

Ao longe, em meio às árvores, pequeninas manchas brancas, vermelhas e marrons retratam os trabalhadores na colheita do feno. Há por perto outra carroça carregada de feno. Aposto que o leitor será capaz de encontrá-la, clicando na imagem para ampliá-la.

Na sua paisagem, Constable capta as transformações no tempo. O artista transmite com grande perícia os efeitos de cor, sombra, umidade, formação de nuvens e as condições atmosféricas. Ao artista interessa apenas captar a natureza como ela se apresenta, mantendo-se fiel ao que vê. A Carroça de Feno retrata a casa do fazendeiro Willy Lott, que nasceu e viveu junto ao rio Stour por mais de 80 anos. Ela é vista em várias pinturas de Constable.

Ficha técnica
Ano: c. 1821
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 130,2 x 185,4
Localização: National Gallery, Londres, Reino Unido

Fontes de pesquisa
Os pintores mais influentes do mundo/ Editora Girassol
A história da arte/ E.H. Gombrich
Grandes Pinturas/ Publifolha

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Chardin – ORAÇÃO DE GRAÇAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Chardin pode ser comparado a Vermeer, no modo como sente e preserva a poesia de uma cena doméstica sem cuidar de efeitos impressionantes ou alusões mais profundas. (E.H. Gombrich)

O barroco destacou o estilo de vida aristocrático, que chegava ao fim com o surgimento do rococó. A primazia passava a ser dada às coisas mais delicadas e íntimas. Não era mais a aristocracia, com seu deslumbramento, a constituir o tema das pinturas, mas o modo de viver simples dos homens e mulheres do povo. Os temas podiam ser alegres ou tristes. O pintor Jean-Baptiste-Siméon Chardin é considerado um dos principais pintores do rococó.

Em sua composição Oração de Graças, Chardin apresenta uma cena comum da vida cotidiana, mas comovente. Num quarto simples, uma mulher do povo serve a refeição para suas duas filhinhas. Em torno da mesa redonda, forrada com uma tolha branca, estão três cadeiras, o que nos dá a ideia de que a família é pequena. A mulher e a filha maior possuem cadeiras semelhantes, enquanto a mais novinha está assentada numa pequena cadeira, que traz um tambor pendurado em seu espaldar, provavelmente um brinquedo da criança. A baqueta encontra-se no chão, como se a menininha tivesse parado de brincar para fazer a refeição.

Sobre a mesa da família estão dois pratos brancos, duas colheres e uma caçarola,  segura pela mãe, que tem os olhos voltados para a garotinha mais nova, que também a observa. Pela posição das duas meninas, percebe-se que estão rezando em agradecimento pelo alimento recebido, sob o olhar amoroso da mãe. Atrás da mulher existe uma prateleira com alguns objetos de cozinha. Na parede está dependurado um utensílio parecido com uma bilha. Atrás das garotas, um armário tem sobre si objetos de barro. No chão, em primeiro plano, está um braseiro. As três personagens usam roupas da época, com as cabeças cobertas por toucas.

Ficha técnica
Ano: 1740
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 49,5 x 38,5 cm
Localização: Louvre, Paris, França

Fonte de pesquisa:
A História da Arte/ E.H. Gombrich

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David – O JURAMENTO DOS HORÁCIOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Essas marcas de heroísmo e virtude cívica, apresentadas aos olhos do povo, eletrizarão a alma e plantarão as sementes da glória e da lealdade à pátria. (Jacques-Louis David)

Esta obra contém algo ao mesmo tempo pungente e terno; uma alma alça voo no ar frio do aposento, entre estas paredes frias, em volta desta fria banheira funerária. (Charles Baudelaire)

Esta é uma das composições mais famosas do pintor francês Jacques-Louis David, que tinha apenas 17 anos, quando a pintou, elogiada pelos críticos e pelo público. Apresenta um episódio histórico da história da Roma antiga, numa guerra travada com a cidade de Alba Longa, entre duas famílias: os três irmãos romanos (os Horácios) e os três irmãos inimigos (os Curiácios). O combate mortal definiria quem ganharia a república romana. Durante a batalha, dois irmãos da família Horácios morreram, mas o único que sobrou, acabou com todos os seus adversários, assegurando o domínio de Roma.

O pintor mostra o momento em que os irmãos Horácios, diante do pai, juram fidelidade ao Estado romano e, se preciso for, darão por ele a própria vida. Eles optam pela lealdade à República romana em vez da lealdade à família, pois Horácios e Curiácios possuem estreitos laços familiares e emocionais:

1. um dos irmãos Horácios é casado com uma irmã dos Curiácios;
2. um dos irmãos Curiácios está comprometido com uma irmã dos Horácios.

Os três irmãos Horácios, abraçados, e com a mão direita estendida em juramento, apresentam-se como heroicos guerreiros diante do pai, mostrando seus perfis ao observador. Trazem os rostos sérios, e seus corpos expressam a linguagem corporal de que, através do dever da disciplina, estão prontos para o combate, até para morrer, se necessário for. Os músculos tensos simbolizam a vontade férrea de lutar.

O pai dos irmãos Horácios demonstra dignidade e sacrifício em sua pose. Na mão esquerda, ponto central da pintura, levanta três espadas iluminadas pela luz solar, simbolizando três vontades,  e com a direita parece abençoar os filhos, a quem entregará as armas. Seu gestual simboliza a comunhão dos três irmãos através do juramento feito. A vitória terá mais valor do que a vida. O velho Horácio traz a cabeça levantada e os olhos fixos no punho das espadas. O vermelho vivo é a cor predominante no grupo masculino, cor da paixão e da Revolução.

Três mulheres acabrunhadas e dóceis, assentadas à direita da composição, abaixam a cabeça para não verem a cena. Duas delas têm os braços inertes, ao contrário dos homens que demonstram ação, enquanto a terceira aconchega-se aos netos. A suavidade dos traços femininos denota emoção e tristeza. Sabina, a mulher de branco, é casada com um dos irmãos Horácios, sendo uma irmã dos Curiácios. A outra, que nela se apoia, é Camila, irmã dos Horácios e noiva de um dos Curiácios. Ambas são irmãs da mesma sina.

A sombra dos quatro homens cai diretamente sobre as crianças, debaixo do manto azul da mãe dos Horácios, a avó delas. O menino maior olha fixamente para os homens. Ao apontar as crianças com a sombra, o pintor passa a mensagem de que mesmo elas deverão, se preciso for, pagar o preço que a lealdade ao Estado requer.

O ambiente em que o grupo encontra-se é totalmente desprovido de ornamentos, com exceção de uma lança, no fundo escuro do arco dórico central. Num cenário romano, com colunas dóricas e colunas semicirculares, tudo remete ao mundo masculino e militar, que exala despojamento e disciplina. As figuras da composição estão distribuídas pelos três arcos dóricos. Os três irmãos são emoldurados pelo primeiro, o pai pelo segundo e as mulheres e as crianças pelo terceiro.

Tudo na composição lembra a época romana: togas, elmos e espadas, copiados fielmente. Até mesmo os rostos mostram o conhecido “nariz romano”.  As linhas retas  definem os corpos masculinos e as curvas dos femininos. A assinatura, à esquerda da composição, na parte inferior, é neoclássica. Está escrito “L. David faciebat Romae Anno MDCCLXXXIV” (significa: Criado em Roma por David em 1784). David fez esta tela com o intuito de que ela fosse uma obra de propaganda na derrubada da monarquia francesa, o que aconteceu quatro anos depois. A representação do juramento heroico de lutar até a morte era uma alegoria ao desvelo dos revoltosos franceses.

Obs.: Esta pintura, reconhecida como uma obra-prima, significou também um chamamento à revolução estética e política e, mais tarde, como um dos mais importantes documentos do neoclassicismo.

Ficha técnica
Ano: 1784
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 330 x 427 cm
Local: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Arte em detalhes/ Publifolha
A história da arte/ E.H. Gombrich
O Sol do Brasil/ Lilia Moritz Schwarcz
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann

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