Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Grünewald – CRISTO INSULTADO

Autoria de LuDiasBH

A composição Cristo Insultado, também conhecida como Cristo Escarnecido, é uma obra do pintor alemão Matthias Grünewald, que cria uma passagem da Paixão de Cristo, retratada na Bíblia. Esta pintura é a primeira obra conhecida do artista, que veio a tornar-se famoso. Ao contrário das pinturas divididas em episódios, presentes no século XV, ele fez uma cena única e perfeita. Um movimento giratório pode ser traçado a partir de onde se encontra a figura de Cristo sentado, passando pelo valentão com o punho armado, até chegar naquele que manipula a corda, dando à cena uma movimentação semelhante à de um redemoinho. Trata-se de uma pintura colorida com grande força expressiva e com belos efeitos de luz.

Jesus Cristo, sentado sobre um pequeno muro de pedras, com as mãos e braços amarrados, é vendado pelos chefes de sua escolta. O Mestre usa uma vestimenta azul e tem os cabelos e a barba compridos e desalinhados. Seus pés estão descalsos.  Um imenso pano branco dá duas voltas em torno de sua cabeça, tapando-lhe os olhos, sendo depois amarrado no pescoço, e suas pontas caem sobre o peito. Seu corpo está ligeiramente tombado para frente. A boca entreaberta expressa dor e resignação diante de tamanha selvageria.

Os comandantes da guarda aproveitam para infrigir mais sofrimento a Jesus. Batem nele e exigem que faça uso de seus poderes para adivinhar quem o agrediu, como se fosse um jogo. Como se tratasse de um espetáculo circense, há a presença de um músico no grupo. Na plateia, composta por sete pessoas das mais diferentes idades, é possível até mesmo ver o rosto de um garoto, que espia atrás do grupo.  À esquerda, um homem vestido com uma túnica amarela, toca flauta e um pequeno tambor, ao mesmo tempo. Perto dele, um brutamontes levanta o braço com o punho cerrado para golpear a cabeça de Jesus. Um homem, usando uma roupa mais clara, cruzada na frente e empunhando um cajado, à direita, traz a mão espalmada, tentado deter o feroz agressor. Outro homem, usando gorro avermelhado, abraça este último, com as mãos tocando-lhe os ombros, e conversa com ele, parecendo meio contristado com o que vê. À direita, é possível enxergar apenas a cabeça de um homem que usa gorro. Ao todo são seis bastões presentes na cena.

A figura de costas para o observador, com suas calças vermelhas coladas e colete amarelo sobre a camisa branca, parece ser a mais sádica e a que mais chama a atenção. Ele traz parte da corda, que arrasta Cristo, enrolada na sua mão esquerda, e a ponta dela na direita, em posição de quem a usa para bater em Jesus. A sua posição torna-o inferior ao tamanhdo dos demais algozes. É também a figura responsável por introduzir o observador na cena.

Ficha técnica
Ano: c.1503
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 109 x 73 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

Views: 1

Johannes C. Verspronck – RETRATO DE UMA MENINA

Autoria de Lu Dias Carvalho

retrume

O quadro Retrato de uma Menina é uma obra do pintor holandês Johannes Cornelisc Verspronck (1597-1662), tido como o mais original dentre os inúmeros retratistas da cidade holandesa de Amsterdam, que preservaram a tradição da pintura do grande mestre Frans Hals, de quem fora aluno. Era capaz de compor obras de expressão totalmente independente, como a vista acima.

Em sua composição, o artista postou seu modelo na pose convencional de três quartos, ou seja, mostrando três quartos do corpo, e com três quartos de altura. A retratada é uma menina, que veste um pomposo vestido azul, enfeitado com renda branca e dourada. Usa um colar e uma pulseira de pérolas e brincos de pedras e ouro nas orelhas. Seu cabelo dourado, preso atrás, também cai pelos lados.

A garota encontra-se com o corpo meio de perfil, mas seu rosto está voltado para o observador. Traz os braços cruzados na frente do corpo, com a mão esquerda sobre a direita, a qual segura um leque de penas brancas.

O fundo da composição não traz nenhuma informação. A luz, que sobre a modelo projeta-se, vem de uma abertura às suas costas, iluminando-a por inteiro, dividindo a tela em claro e escuro. Seu rosto branco, com olhos grandes, e lábios e bochechas rosadas, dá-lhe uma aparência de menina séria e ajuizada, o que dá grande beleza à tela.

Ficha técnica
Ano: 1641
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 82 x 66,5 cm
Localização: Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 2

Mantegna – A AGONIA NO HORTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

agnho

A composição A Agonia no Horto é uma obra do pintor italiano Andrea Mantegna, que traz em si inúmeros significados, repassados através de seu estilo narrativo. Seu cunhado, Giovanni Bellini, fez uma obra semelhante. É provável que as duas pinturas derivem de um desenho feito por Jacopo Bellini, pai de Giovanni Bellini e sogro de Andrea Mantegna.

Cristo encontra-se ajoelhado, em oração, no Horto, numa paisagem rochosa. Num plano inferior ao dele, três de seus discípulos, Pedro, Tiago e João, dormem profundamente. Dois deles chegam a mostrar a boca aberta. Num plano superior ao do Mestre, sobre uma espessa nuvem, cinco anjos, todos nus, carregam os instrumentos de sua Paixão: a cruz na qual foi crucificado; a coluna onde foi amarrado durante sua flagelação; a esponja espetada numa vara para que bebesse bile e vinagre; e a lança com que foi transpassado. O Mestre observa os anjos que prenunciam seu sofrimento.

Numa cena ao fundo, à direita, Judas Iscariotes, o discípulo traidor, chega com os soldados para prender Jesus. Em primeiro plano, à esquerda, está uma árvore morta, com um abutre sobre um de seus galhos, observando a cena. Podem ser indicativos da morte de Cristo. Mas o galho verde que dela brota, assim como os dois pelicanos abaixo, podem simbolizar sinais de esperança para o futuro. Ao fundo encontra-se a cidade de Jerusalém, toda murada. É possível observar uma estátua equestre sobre uma coluna e um teatro parecido com o Coliseu. Mais ao longe estão montes, árvores e caminhos.

Ficha técnica
Ano: c. 1455
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 80  x 63 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.travelingintuscany.com/art/andreamantegna/agony.htm

Views: 2

Gerard David – CRISTO PREGADO NA CRUZ

Autoria de Lu Dias Carvalho

criprenacru

A composição Cristo Pregado na Cruz é uma obra do pintor flamengo Gerard David (c.1460-1523), que substituiu o pintor alemão Hans Memling, em Bruges, como pintor principal. Tomando por base suas composições ilustrativas e realistas, presume-se que concluiu sua formação na Holanda. Possivelmente viajou à Itália. Fez parte da Guilda de São Lucas de Antuérpia. Teve alunos como Joos van Cleve e Joachim Patenier.

Este painel é uma das primeiras obras de Gerard David, contudo, trata-se de um dos mais famosos e originais trabalhos de toda a sua carreira artística.

O corpo esticado de Cristo, sendo pregado à cruz de madeira, toma o centro da composição, em diagonal, de cima para baixo, num terreno elevado, como se fosse o ponteiro de um relógio. A cruz está deitada no chão, trazendo o Mestre sobre ela. Sua mão esquerda já recebeu o cravo, enquanto o homem, atrás de sua cabeça, prepara-se para bater o prego da mão direita. Dois homens sentados firmam os pés, amarrados um sobre o outro, esticando a corda. Um terceiro homem, com o cravo na mão e já alinhado sobre o dorso do pé direito de Cristo, empunha o martelo para fincá-lo. O manto azul de Jesus está jogado no chão, à esquerda. Próximo a ele um cãozinho fareja uma caveira, símbolo da morte.

Dois homens de pé, na lateral direita, parecendo muito íntimos, conversam entre si, sem observar o que está acontecendo. Outra figura remove a terra com uma grande pá. À esquerda, um sujeito com traje amarelo, próximo ao manto do Mestre, carrega uma grande vara. Mais acima, duas crianças acompanham a cena, visivelmente entristecidas. Mais distantes, uma multidão aguarda o desenrolar do martírio.

Ficha técnica
Ano: c. 1480
Técnica: óleo sobre painel de carvalho
Dimensões: 48,3 x 94 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

Views: 3

Veronese – CRISTO NO HORTO AMPARADO POR UM ANJO

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Cristo no Horto Amparado por um Anjo é uma obra religiosa do pintor italiano Paolo Veronese. O artista esmerou-se na confecção desta pintura, que chama a atenção pelo seu refinamento, além de repassar grande emoção. Ornamentava a Igreja de Santa Maria Maggiore, em Veneza, indo depois para o Museu de Brera, em 1808.

A passagem bíblica conta que Jesus passava por um intenso sofrimento no Horto das Oliveiras. Os discípulos, que o acompanhavam, dormiram. Ele então foi fortalecido por um anjo. E foi esta passagem que Varonese retratou tão maravilhosamente em sua obra.

Os apóstolos dormem profundamente, debaixo das oliveiras, à direita, em segundo plano, próximos a colunas clássicas, enquanto um anjo ampara Jesus Cristo, aparentemente desfalecido, em seus braços, em primeiro plano à esquerda. Uma intensa luz dourada atinge as costas do anjo, que olha piedosamente para o céu, como se pedisse ajuda ao Pai.

Ficha técnica
Ano: c. 1580
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 108 x 80 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 2

Pietro Longhi – O PEQUENO CONCERTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Contemporâneo de paisagistas, Pietro Longhi poderia ser chamado mestre da paisagem humana. Seguiu a topografia dos costumes sociais, em lugar de descrever a psicologia. (Enciclopédia dos Museus)

O desenhista e pintor italiano Pietro Longhi (1702 – 1785) tornou-se famoso por seus retratos e cenas de gênero no estilo Rococó. Seu pai Alessandro Falca era ourives. Longhi iniciou seus estudos com o artista Antonio Balestra. Veio depois a estudar e trabalhar com Giuseppe Crespi, responsável por introduzi-lo no estudo da natureza e dos temas de gênero. Inicialmente, sua criação estava ligada aos temas religiosos e aos mitológicos, mas, por influência de Antoine Watteau e de seus seguidores, enveredou-se pelas cenas de vida pública e privada, pintando, sobretudo, cenas da vida dos nobres da Veneza do século XVIII. Apesar da delicadeza de suas pinturas, essas traziam, muitas vezes, certa dose de humor. Seu filho, Alessandro Longhi, também se tornou um renomado pintor.

Na composição O Pequeno Concerto, o artista apresenta um grupo de seis pessoas, sendo três mulheres, dois homens e uma criança. Todos estão vestidos pomposamente, de acordo com a época, excetuando o padre, que veste roupas de sua congregação. Encontram-se numa sala, onde são vistos um sofá, uma mesinha, duas cadeiras e uma banqueta, sobre a qual se encontra uma toalha branca ou uma peça de roupa. Ali se realiza um concerto. Uma cortina escura, à esquerda, deixa à vista parte da passagem para outro ambiente. Na parede florida, decorada com papel, há uma decoração que, à primeira vista, assemelha-se a um espelho.

Duas das mulheres tocam instrumentos de corda, possivelmente cistres. Sobre uma mesinha, no meio do grupo, estão as partituras, embora somente a senhora mais velha atenha-se a elas, ao empunhar seu instrumento, pois a jovem de vestido cor-de-rosa olha para o observador, assim como o garotinho, como se soubesse a melodia de cor.

Ficha técnica
Ano: 1746
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 62 x 50 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 2