Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Veronese – BATISMO E TENTAÇÃO DE CRISTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Batismo e Tentação de Cristo é uma obra religiosa do pintor italiano Paolo Veronese em que o batismo de Jesus e também a tentação de que fora vítima, quando o diabo oferece-lhe os reinos da Terra, são apresentados numa narração contínua. Esta pintura, inicialmente pertenceu à Igreja de São Nicolau em Veneza, que foi depois destruída.

À esquerda, em primeiro plano, Cristo está sendo batizado por seu primo João Batista. Dinâmicos anjos convergem-se para eles. Na parte superior da cena, dentro de uma luz dourada, está o Espírito Santo em forma de uma pomba branca, a enviar seus raios sobre Jesus. A cena acontece na beira de um rio, estando o Mestre dentro da água e João Batista nas margens. A segunda cena mostra um homem encapuzado próximo a Jesus, trazendo longas e afiadas unhas. Ele representa o diabo a tentar Jesus.

Um deslumbrante cenário oriental enfeita a composição ao fundo. Mais distante erguem-se altas construções, com destaque para uma elevada e arredonda edificação que traz uma imensa torre. Dois cervos são vistos entre as árvores.

Ficha técnica
Ano: c. 1580
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 450 x 248 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Veronese – A FESTA NA CASA DE SIMÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A gigantesca composição denominada A Festa na Casa de Simão é uma obra religiosa do pintor italiano Paolo Veronese que apresenta o banquete na casa de Simão de Betânia — um dos fariseus que passara a seguir o Mestre após ser curado da lepra e, por isso, foi tido como um de seus apóstolos. Para mostrar sua gratidão, Simão ofereceu um banquete a Jesus, quando esse se encontrava em Betânia, durante a sua última visita. Reuniu os apóstolos, os seguidores da nova fé e também alguns judeus. A pintura já passou por inúmeras restaurações.

Duas grandes mesas, forradas com toalhas brancas, estão postadas num imenso salão decorado com colunas e estátuas gregas, o que comprova a riqueza do anfitrião. Cristo encontra-se sentado à mesa, à esquerda. Uma auréola de luz sobre sua cabeça distingue-o dos demais presentes, revelando sua divindade. Maria Madalena, prostrada no chão, traz um dos pés do Mestre em suas mãos, enquanto o enxuga. No chão, tombado, jaz um pequeno jarro, onde antes havia água. Cerca de quarenta figuras humanas, entre homens, mulheres e crianças, dominam a composição. Animais por ali também trafegam, como os dois cães e um gato que brincam no centro da composição.

Uma enorme abertura no salão, dividindo o espaço em duas partes similares, conduz à parte externa da casa, onde podem ser vistas algumas árvores e um céu azul com nuvens brancas. E apesar de tratar-se de uma obra religiosa, há certa liberdade de expressão por parte do pintor que dispõe figuras nuas da mitologia grega, decorando o ambiente da festa, também ornado com uma magnífica arquitetura grega. A sequência de cenas na pintura de Veronese também mostra os usos e costumes da época.

Paolo Veronese fez muitas pinturas religiosas com temas festivos, como a descrita acima, onde Cristo sempre se encontrava presente. Ele usava as histórias dos Evangelhos como pretexto para apresentar festas pomposas em ambientes teatrais, ricamente decorados. Reproduzia realisticamente a vida social da época, principalmente no tocante ao vestuário. Dentre essas obras podem ser citadas: A Ceia de Emaús, O Casamento em Canaã, A Festa na Casa de Levi, etc.

Ficha técnica
Ano: c. 1567/70
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 710 x 275 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.wga.hu/html_m/v/veronese/06/

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Correggio – A ADORAÇÃO DOS MAGOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição intitulada Adoração dos Magos é uma obra religiosa do pintor italiano Correggio que nela deixa visível a influência de dois outros artistas italianos: Dosso Dossi e Lorenzo Costa.

A cena mostra a Virgem Maria com seu Menino Jesus nos braços, sentada no degrau de uma edificação em ruínas, recebendo a visita dos reis magos e sua comitiva que chegam ao local, vindos do fundo do canto superior esquerdo. As personagens principais crescem em tamanho, ocupando todo o primeiro plano. As cores das roupas dos três reis estrangeiros são mais claras e definidas, de modo a destacarem-se na adoração do Menino em meio ao grande número de personagens que ali se encontram. Um grupo de pequenos anjos encimam Mãe e Filho.

A Virgem Maria, ligeiramente curvada para seu Menino, ocupa a lateral esquerda da composição. O pequeno Jesus traz sua mãozinha direita em postura de bênção e os olhos fixos no rei idoso, ajoelhado aos seus pés. No chão está depositado o turbante oriental do rei. Um pouco mais acima, escorado em uma pilastra, José segura o presente ofertado ao filho Jesus. Ele e sua esposa Maria estão descalços, o que reafirma a pobreza em que nasceu o Salvador do mundo. Atrás do primeiro rei, meio curvado e sem turbante, e prestes a fazer sua reverência ao Menino Jesus, está o segundo rei, trazendo na mão direita o presente que lhe será entregue. Imediatamente após ele vem o rei negro, de pé, com os olhos fixos no Menino. Um servo, ricamente vestido, segura o presente que ele ofertará. Os três reis formam uma linha diagonal.

A comitiva, além dos reis, traz também governadores, seguidores e servos. Um belo cavalo branco e o que parece ser um estranho cão chamam a atenção. Mais ao fundo, à esquerda, cavaleiros descem pela montanha. E à direita, num plano mais elevado, vê-se um terreno árido. Não é possível ignorar o delicado ramo de hera que desce à esquerda de Maria, na altura de seu braço direito. Montanhas azuis estendem-se ao fundo.

Ficha técnica
Ano: c. 1514
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 84 x 108 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Giovanni Bellini – A MADONA GREGA

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada A Madona Grega — também conhecida como A Madona e o Menino —  é uma obra do pintor italiano Giovanni Bellini. Trata-se de uma obra arcaizante que segue a tradição do ícone. O artista deixou trabalhos apaixonantes relativos a Cristo e a Madona que em sua arte são, sobretudo, humanos.

A Virgem Mãe, de pé, envolta na beleza de seu manto azul-escuro, usado sobre seu vestido vermelho, segura nos braços seu Menino, cujos pezinhos apoiam-se no que parece ser o peitoril de uma janela. O corpo da criança mostra-se inclinado para a esquerda.

A Virgem e o pequeno Jesus têm o rosto voltado para a esquerda. Ambos exprimem uma profunda tristeza. O Menino traz uma pera na mão esquerda. Tal fruta simboliza a Paixão e a Redenção de Jesus Cristo. Mãe e Filho trazem a cabeça cingida por um halo fino dourado que caracteriza a divindade de cada um.

Esta obra recebeu o nome de A Madona Grega em razão da inscrição abreviada, em grego, escrita na parte esquerda da composição. Ali está escrito: “Mãe de Deus”, acima, e “Jesus Cristo”, ao lado. Em razão de tal inscrição presume-se que esta obra foi feita para uma igreja bizantina.

Ficha técnica
Ano: c. 1470
Técnica: painel
Dimensões: 62 x 82 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Albrecht Dürer – AUTORRETRATO COM…

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor alemão Albrecht Dürer é responsável por um dos mais belos autorretratos da história da pintura — sua obra Autorretrato com Casaco de Pele. Presume-se que tenha sido pintada nos primeiros meses do início do ano de 1500, alguns meses antes de seu aniversário que aconteceria no dia 21 de maio. De acordo com a inscrição ao fundo, ele estaria com 28 anos, próximos aos 29 que faria em maio do mesmo ano.

Dürer encontra-se entre os artistas do Ocidente que mais produziram autorretratos que foram de suma importância para mostrar o seu crescimento como pintor, assim como as transformações sofridas pela pintura de sua época, tendo caminhado de simples arte para o ofício e depois para as belas-artes, sendo ele um dos responsáveis por essa caminhada. É importante saber que, naquela época, uma pose frontal só era comum aos retratos religiosos, sobretudo para os de Cristo, sendo Dürer um inovador. A ausência de fundo no autorretrato torna-o atemporal, enquanto as inscrições parecem flutuar no espaço escuro.

O artista encontra-se no auge de sua beleza. Seu autorretrato de busto repassa ao observador a força de seus traços, demonstrando solenidade e dignidade. Com seus cabelos grandes, volumosos e cacheados e a mão direita erguida no meio do peito em postura de bênção, fixando o observador, Dürer parece ter tomado para si o modelo iconográfico do Cristo Redentor, representado nas pinturas medievais. Existem também outras semelhanças com as convenções da pintura religiosa de então, como a simetria e os tons escuros. Ele veste um luxuoso casaco com guarnição em pele. À sua direita a inscrição refere-se ao ano em que a pintura foi feita e ao seu monograma, e  à sua esquerda, uma inscrição em latim diz que o artista pintou seu autorretrato aos 28 anos de idade.  É tido como o autorretrato mais pessoal e icônico que fez.

O retrato de Dürer, ao lembra algumas representações medievais de Cristo, remete à sua quase divindade como pintor — um dos mais criativos de seu tempo —, concepção essa que coadunava com o conceito renascentista do ser humano. Presume-se que esta pintura tenha sido profundamente retocada pelo pintor em princípio de 1520, após sua visita aos Países Baixos. Tal constatação deve-se ao fato de que foi após essa época que sua obra ganhou grandeza e força, havendo inclusive maior intensidade no colorido. E apesar da simetria mostrar-se aparentemente rígida, é possível observar que alguns elementos fogem desta regra: a cabeça do artista — ocupando o centro da composição — está ligeiramente voltada para a direita; os cachos dos cabelos, caem diferentemente em ambos os lados, enquanto seu olhar inclina-se ligeiramente para a esquerda.

Ficha técnica
Ano: 1500
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 67 x 49 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://en.wikipedia.org/wiki/Self-Portrait_(D%C3%BCrer,_Munich)

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Gerard ter Borch – MENINO CATANDO PULGAS…

Autoria de Lu Dias Carvalho

O artista holandês Gerard ter Borch (1617–1681), também conhecido como Gerard Terburg, foi um reconhecido pintor de gênero. Era filho de Gerard ter Borch, o Velho, também artista, o que contribuiu para que ele desenvolvesse seu talento ainda muito jovem. Sua irmã Gesina ter Borch também se tornou pintora. É provável que tenha estudado com Willem Cornelisz Duyter ou com Pieter Codde. Foi um artista muito viajado, absorvendo vários tipos de influências. Em Madri, além de ser contratado, ainda recebeu a honraria de “Cavaleiro de Philip IV”, mas acabou retornando ao seu país. As obras encontradas do pintor são poucas — cerca de 80 —, espalhadas por diversos museus, coleções e galerias. As suas pinturas eram muito apreciadas em sua época, sendo ele mais conhecido como um pintor de gênero, especializado, sobretudo, em representações da vida doméstica da classe média e de seus rituais.

A composição Menino Catando Pulgas com um Cão no Colo — também conhecida como Menino com Seu Cão — é uma das muitas cenas de gênero deixadas pelo artista. Apesar de aparentemente simples e direta, há nela muitas influências trazidas pelo pintor de suas viagens. Lembra inclusive a pintura do espanhol Bartolomé Estéban Murillo — contemporâneo de Borch.

Um garoto está sentado com seu dócil cãozinho no colo, catando-lhe as pulgas. Suas mãos, trazendo as duas unhas dos dedos polegares unidas, mostram que ele acaba de encontrar uma pulga, dando-lhe um fim. Sua aparência é de pobreza, assim como o ambiente em que se encontra. Está sentado sobre uma pequena cadeira de madeira e junco, tendo à sua esquerda uma mesa tosca, forrada, com um caderno de notas e um cachimbo em cima, provavelmente de seu pai. À sua frente, em primeiro plano, está um banco de madeira, sobre o qual se encontra um roto chapéu de palha. O garoto mostra-se totalmente entretido na sua busca.

Ficha técnica
Ano: 1662
Técnica: tela transferida para madeira
Dimensões: 32,5 x 28 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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