Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Giottino – PIETÁ DE SÃO REMÍGIO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Pietá de São Remígio, também conhecida por A Misericórdia de São Remígio, é uma obra do pintor italiano Giottino (1324-1369), cujo nome verdadeiro era Maso di Stefano ou Tommaso di Stefano. Além de seu pai ter sido pintor, Giottino era também bisneto de Giotto di Bandone. Sua obra traz semelhanças estilísticas com os mestres Maso, com quem tem sido confundido, Nardo e Giovanni da Milano.

Esta pintura de Giottino lembra “A Lamentação do Cristo Morto”, de Giotto. Foi pintada para adornar a igreja de San Remígio. É a sua obra mais conhecida. Os personagens presentes no quadro encontram-se em diferentes posturas, criando uma sensação de espaço tridimensional. Cada um deles traz um semblante diferente, transbordante de emoção. O fundo da composição é feito em ouro e, embora seja responsável por diminuir o espaço, dá maior sentindo espiritual à cena.

Uma grande cruz de madeira divide a composição ao meio. Em primeiro plano, à direita, estão: Cristo Morto, a Virgem Mãe, Maria Madalena, São João e outro santo. São Remígio e São Bento encontram-se à esquerda, aos pés de Cristo. O primeiro coloca sua mão sobre a cabeça de uma freira da ordem a que pertence, e o segundo sobre a cabeça de uma jovem ricamente vestida. Isso significa que ambas as mulheres são as patronas da obra.

Ficha técnica
Ano: c. 1365
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 195 x 134 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 5

Corregio – ADORAÇÃO DO MENINO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Adoração do Menino é uma obra do pintor renascentista italiano Corregio (c.1469-1534), cujo nome oficial era Antonio Allegri, tido como um dos mais renomados artistas do Alto Renascimento italiano. É provável que tenha tido como mestre o pintor Francesco Bianchi Ferrari. Recebeu influências de Andrea Mantegna, Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio e Michelangelo. Em sua busca para levar a seu trabalho leveza e elegância, acabou por ser um pioneiro na pintura ilusionista.

O pintor apresenta a Virgem Maria admirando seu Menino, nu, deitado sobre um paninho branco, que forra um monte de feno, em cima de um travesseiro azul, posto sobre um pequeno patamar cimentado. Uma luz suave incide sobre o corpinho de Jesus, sendo ele representado como o “milagre da luz”, que a tudo ilumina em seu derredor. Sua mãozinha direita levanta-se em direção à mãe. O gesto expressivo da Virgem, cheio de ternura e encantamento, também exala uma intensa luz.

Maria, de perfil para o observador e de frente para seu Menino, usa um vestido alaranjado, coberto com uma túnica azul, forrada de verde, que desce pelo seu lado direito, tocando a criança, que nela deposita suas perninhas. A luz, vinda do Menino e da mãe, expande-se para vários pontos do ambiente, inclusive reflete na coluna, deixando ali fortes pontos iluminados. Esta obra é encantadoramente lírica.

Mãe e Menino encontram-se no porão de algum casarão abandonado, ou numa espécie de estábulo, como mostra a cangalha às suas costas, coberta com um manto avermelhado, e também o cercado de lenha, à sua frente, cheio de feno. Uma volumosa coluna apresenta-se à esquerda. E uma escada, com cerca de cinco degraus, leva para o exterior do ambiente, onde se descortina uma paisagem com montanhas, árvores e céu claro.

Ficha técnica
Ano: c. 1520
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 167 x 81 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

Views: 6

Ticiano – VÊNUS E CUPIDO

  Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura Vênus e Cupido é uma obra mitológica do pintor italiano Ticiano (c. 1488-1576), cujo nome de batismo era Tiziano Vecellio, tido como o mais importante pintor veneziano do período denominado “Cinquecento”. Quase nada se sabe sobre o início de sua carreira, sendo provável que tenha sido aluno de Sebastiano Succato, Gentil Bellini e Giovanne Bellini. Trabalhou para as importantes famílias Gonzaga, Este, Farnese e Rovere. Foi também pintor da corte do Imperador Carlos V, do Papa Paulo III e de Filipe II.

Vênus, deusa da beleza e do amor, encontra-se deitada, de frente para o observador, numa cama forrada com um lençol branco e, sobre este, estende-se uma luxuosa colcha de veludo acobreado. Sua cabeça, tocando o ombro esquerdo, está voltada para o filho Cupido, o deus do amor, postado à sua cabeceira. Seu corpo, dourado e nu, estende-se por toda a cama. Seu braço direito descansa sobre o corpo, enquanto o tronco apoia-se no esquerdo. Ela segura, displicentemente, um ramo de flores. Seus seios são pequenos e túrgidos. Traz o cabelo penteado para trás. Usa um colar e um brinco de pérolas. Tem nos pulsos duas pulseiras de ouro, uma de cada lado, ornadas de pérolas. Um anel cinge-lhe o dedo mindinho da mão direita.

Um enorme cortinado vermelho cai atrás de Vênus e Cupido. O pequeno deus mostra-se com o semblante apreensivo, com a mãozinha direita em torno do pescoço da mãe e a esquerda acima de seu seio. Ele se mostra ávido por sua atenção. Ao lado da cama, à direita, uma mesinha de madeira ostenta um vaso de vidro cheio de flores,  atributo da deusa. Abaixo da mesa vê-se a figura em bronze de um leão. Aos pés de Vênus encontram-se um cãozinho, a aljava de Cupido e duas flechas.

Uma enorme janela de madeira está aberta atrás de Vênus. Ela leva para uma paisagem de árvores e montanhas. Sobre seu batente vê-se uma pequena ave, motivo de atenção do pequeno cão. À esquerda, desce parte da cortina vermelha, cuja ponta descansa no batente da janela. Ticiano fez outras três pinturas mostrando Vênus nua, em que aparece uma terceira figura: um tocador de órgão.

Ficha técnica
Ano: c. 1555
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 119 x 195 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

Views: 3

Andrea del Sarto – A MADONA DAS HARPIAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura A Madona das Harpias, tida como a sua mais importante criação, e uma das obras mais famosas do século XVI. Adornava o altar-mor da igreja de San Francesco dei Macci, em Florença, sendo executada a pedido das freiras franciscanas. É vista como o primeiro exemplar do “classicismo” florentino. Nela estão presentes influências de três grandes gênios da pintura: a monumentalidade de Michelangelo, a proporção de Rafael e as cores de Leonardo da Vinci. As figuras estão dispostas em forma piramidal, com a cabeça da Virgem Maria formando o vértice superior.

O artista apresenta a Virgem Maria de pé, envolta em roupas coloridas, sobre um pedestal de mármore, ornado com esfinges (seres alados imaginários), às quais Giorgio Vasari, pintor e arquiteto italiano, em sua interpretação, denominou erroneamente como sendo harpias (monstros fabulosos com corpo de mulher e corpo de abutre), daí o título da composição. Maria segura seu Menino com o braço direito e um livro com o esquerdo. À sua direita estão os santos: Francisco, segurando um crucifixo, e à esquerda São João Evangelista, com um enorme livro aberto no colo, segurando-o com um gesto similar aos de Michelangelo, como se sua mão oculta indicasse um trecho específico. Dois pequenos anjos, sobre o patamar em que se encontra inserido o pedestal, seguram nas pernas da Virgem.

A Virgem Maria e seu Menino trazem os olhos direcionados para o chão, assim como o anjo à direita, enquanto os santos Francisco e São João Evangelista parcem olhar para o espectador. O anjo risonho à esquerda dirige seu olhar para São Francisco. O livro que se encontra na mão da Virgem, apoiado na sua coxa esquerda, simboliza a sabedoria, assim como as esfinges (símbolos mitológicos da sabedoria da deusa Minerva) que decoram seu pedestal. A inscrição escrita no pedestal pode ser traduzida como: “Andrea del Sarto, florentino, fez” e mais abaixo “A Rainha é elevada ao mais alto trono – 1517”.

Obs.: Existe também a interpretação de que os adornos do pedestal sejam gafanhotos, portadores de calamidade e destruição.

Ficha técnica
Ano: 1517
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 207 x 178 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://allegoriadellamusica.altervista.org/

Views: 7

Nicolaes Maes – SONHANDO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Sonhando é uma obra do pintor holandês Nicolaes Maes, também conhecido por Nicolaes Maas (1634-1693), pintor de gênero e de retratos. Foi aluno de Rembrandt, de quem recebeu grande influência, sobretudo nos retratos oficiais e de grupo. Com o mestre também aprendeu a magia do uso da cor. Gostava de pintar mulheres fiando, preparando a refeição ou lendo a Bíblia. Um dos temas que mais o fascinavam era o das rendeiras, sobre o qual fez cerca de uma dúzia de versões. De uma parte de sua vida em diante, passou a dedicar-se apenas ao retrato, tendo deixado de lado a beleza da harmonia de cores, vista no seu trabalho anterior.

No quadro acima, o artista retrata uma jovem no peitoral de uma janela, possivelmente uma camponesa, em razão da simplicidade da casa, com o reboco caindo, deixando à vista os tijolos. Sua vestimenta também é humilde. Ela usa uma almofada como apoio, onde descansa a mão direita e apoia o cotovelo esquerdo. A cabeça, meio inclinada para frente, sustenta-se na mão que apoia o queixo. Seu olhar encontra-se voltado para baixo, mas denota ausência, como se a jovem estivesse preocupada.

A janela tem a forma de arco, sendo a folha feita de madeira, já gasta pelo tempo, com alguns recortes de reforço por dentro, além do puxador. Galhos de um pessegueiro e de um damasqueiro alcançam a parede, formando um lindo ornamento, deixando à vista pêssegos e exuberantes damascos.

Ficha técnica
Ano: 1654
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 123 x 96 cm
Localização: Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 3

Pieter Jansz Saenredam – A VELHA PREFEITURA DE AMSTERDAM

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição A Velha Prefeitura de Amsterdam é uma obra do pintor holandês Pieter Jansz Saenredam (1597-1665), filho do gravurista e desenhista Jan Pietersz Saenredam. Estudou com o mestre Jan Pietersz, de quem recebeu influências na representação do interior de igrejas. Utilizou técnicas elaboradíssimas para sua época, executando detalhados estudos de medição e esboços, e contando com a colaboração do arquiteto Jacob van Campen, seu amigo.

O pintor não se preocupava com a presença de figuras humanas que, quando apareciam, eram minimizadas. Sua atenção voltava-se sempre para a construção apresentada na obra. Após a realização de vários esboços, com estudos detalhados, é que ele pintava sua tela.

No quadro acima, o artista pinta cinco pessoas no alpendre da Prefeitura de Amsterdam, na Holanda. Três outras estão na casa próxima e seis na rua. Contudo, o tema principal é o edifício que dá nome à pintura. Os elementos narrativos da obra são apenas as figuras humanas e a costela de baleia dependurada na fachada do prédio da prefeitura (remete às expedições baleeiras holandesas), todos de importância secundária na composição.

Nos três toldos que compõem a frente da casa, à esquerda da Prefeitura, existe uma inscrição com os seguintes dizeres: “Pieter Saenredam desenhou isto pela primeira vez ao vivo e com todas as suas cores, no ano de 1641, e o pintou no ano de 1657”.  E outra inscrição, no degrau do alpendre da Prefeitura (onde se encontram as pessoas) diz: “Esta é a antiga Prefeitura da cidade de Amsterdam, queimada no ano de 1651, no dia 7 de julho, não mais que em três horas”.

Obs.: Após a destruição da Prefeitura, o pintor, tomando como modelo a sua aquarela anterior, fez um quadro do edifício em questão.

Ficha técnica
Ano: 1657
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 64,5 x 83 cm
Localização: Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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