Arquivo da categoria: Pintores Brasileiros

Informações sobre pintores brasileiros e descrição de algumas de suas obras

Portinari – MULHER COM CRIANÇA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Mulher com Criança, obra do artista brasileiro Candido Portinari, retrata a vida cotidiana no morro. Duas figuras colossais, a mãe e o filho, ocupam um terço da tela.

A mulata traz a mão esquerda na sua cabeça, juntamente com um pano, e a direita encontra-se sobre a cabeça da criança. Mãe e filho estão descalços. Ela parece fitar o observador, enquanto o garoto, de perfil, traz o rosto encoberto por uma sombra. Os cabelos negros da personagem caem-lhe pelas costas. O vestido de um ombro só, permite ver grande parte de seu colo. O jarro de barro a seu lado assemelha-se com sua forma arredondada.

Atrás dos dois personagens, à esquerda, apresenta-se o morro cheio de barracos. Mais ao fundo está o mar, de onde se avista uma embarcação, e dois morros. O céu traz a mesma coloração do mar, suavizada pela linha mais clara do horizonte.

Ficha técnica
Ano: 1936
Dimensões: 100 x 81 cm
Técnica: Óleo sobre tela
Localização: Coleção particular

Fonte de pesquisa
Cândido Portinari / Coleção Folha

Views: 30

Portinari – FESTA DE SÃO JOÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

festa de S. J. port.

A composição Festa de São João é uma obra do artista brasileiro Candido Portinari. Na verdade, a tela mostra os preparos para a festa de São João, quando todo o morro entra em reboliço, por se tratar de uma festa muito popular no Brasil.

Várias personagens compõem a obra:

• à esquerda, três mulheres carregam latas na cabeça;
• atrás delas, numa escadaria, duas sobem com latas à cabeça, enquanto outra desce;
• à direita, três mulheres estendem roupas, de costas para o observador;
• no primeiro plano, encontram-se várias figuras com o rosto sombreado, excetuando, o rostinho iluminado da garota com laço azul no cabelo preto, que fixa o observador;
• uma mulher está assentada de frente para o observador, ao lado de três crianças, enquanto outra está de costas, tendo um garotinho a lhe segurar o vestido;
• uma mulher está debruçada sobre o pilão, enquanto outra segura uma lata de água;
• a menina de laço segura um bebê, tendo à sua frente outra criança assentada;
• entre os dois paus de sebo, que mais parecem estruturas metálicas, está uma mulher com uma trouxa de roupas na cabeça;
• uma criança sobe por um dos paus de sebo;
• um homem com chapéu azul carrega toras, para armar a fogueira;
• à esquerda, uma mulher brinca com uma criança;
• bem mais acima, vária mulheres carregam latas na cabeça, etc.

Dois mastros desfraldam suas bandeiras. O morro, quase tocando o céu, está cheio de casas. E três coqueiros perfilam elegantemente.

Ficha técnica
Ano:1939
Dimensões: 172 x 193 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo do Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires – Fundación Cosntantini, Argentina

Fonte de pesquisa
Portinari/ Coleção Folha

Views: 26

Portinari – CATEQUESE

Autoria de Lu Dias Carvalho
catequese port.

Catequese, obra do pintor brasileiro Candido Portinari, é uma das pinturas que compõem o ciclo sobre a América Latina, formado também pelas composições Descobrimento, Desbravamento da Mata e Descoberta do Ouro, que ornamentam a Biblioteca do Congresso de Washington, EUA.

Em primeiro plano, estão três índias, todas elas agigantadas, em volta da figura de um jesuíta, que se mostra numa postura de extrema candidez. Uma delas está de pé, com um cesto de frutas na cabeça. A maior delas está assentada, de frente para o religioso, a ouvi-lo com atenção. O vermelho de seu colar chama a atenção para seu grosso pescoço. A menor das três, de vestido branco, parece tocar o jesuíta, enquanto olha para fora da tela. Os rostos femininos estão na sombra e se mostram indefinidos. Um garotinho, em primeiro plano e voltado para o observador, encontra-se aos pés do grupo.

À esquerda dos novos cristãos, outro jesuíta traz um indiozinho desnudo nos braços, com o rosto coberto por tinta de urucum, e, que o envolve com o braço direito. Mais ao fundo, à direita do mesmo grupo, outro jesuíta aparece segurando a mão de um garotinho indígena, vestindo uma camisola azul. Todas as figuras estão descalças.

Ao fundo da composição, estão três canoas com cinco índios em cada uma, navegando pelo rio de águas azuis, enquanto outras seis encontram-se ancoradas. Vários objetos estão presentes no mural: corda, escada, botija de barro, pilão, baú e até mesmo uma vaca, que parece observar a cena. Eles fazem uma referência à civilização dos índios. Não existe a presença do céu.

Ficha técnica
Ano: 1941
Técnica: pintura mural a têmpora
Dimensões: 494 x 463 cm
Localização: Acervo da Biblioteca do Congresso, Washington, EUA

Fonte de pesquisa
Portinari/ Coleção Folha

Views: 3

Portinari – SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Autoria de Lu Dias Carvalho

s. francisco de a. port.   sf

Juscelino Kubitschek, o então prefeito de Belo Horizonte, à época, propôs a modernização da cidade, criando um projeto arquitetônico-artístico denominado Complexo da Pampulha. O arquiteto Oscar Niemeyer foi o responsável pelo projeto da Igreja de São Francisco, que possui belas curvas sinuosas, enquanto o pintor Candido Portinari, no mural que ornamenta a igreja, retratou uma cena da vida de São Francisco, em que ele se despoja de suas vestes diante de sua família burguesa de comerciantes. Portinari levou em conta a mesma sinuosidade da igreja projetada pelo arquiteto.

São Francisco é a figura central da composição, cujo destaque dá-se através de cores mais fortes, em tons marrons. Em torno dele, vários grupos de personagens estão distribuídos, em cores mais sóbrias, formalizando a narrativa sobre sua vida. Embora ainda se mostre forte, o corpo do santo apresenta sulcos profundos, com os ossos descarnados. Uma aura branca cinge-lhe a cabeça.

À esquerda de São Francisco, há mulheres em oração ou em lamentação, enquanto à direita é possível distinguir um homem doente, sentado, amparado pelo santo. Possivelmente, trata-se da figura de um leproso, envolto num lençol. Um homem de batina traz uma criança ao colo. O grupo de pessoas assustadas corresponde à família do santo, diante de seu gesto. No topo do tondo (redondo, circular) alguns personagens sentem-se tocados pelo gesto de São Francisco, ao se despojar de suas vestes. O santo tanto representa o homem que acolhe o leproso quanto aquele que segura a criança.

São Francisco não é apresentado segundo a tradição, usando um hábito rústico com um cordão. Também não possui as chagas de Cristo nem a caveira Ele usa trajes rotos, possui o rosto cheio de sulcos e os braços descarnados. Seus pés e mãos são desproporcionais e rudes, como os dos trabalhadores rurais presentes na obra do artista. A presença do cão alude ao amor do santo pelos animais.

Ficha técnica
Ano:1945
Dimensões: 750 x 1.060 cm (em tondo)
Técnica: pintura mural a têmpera
Localização: Igreja São Francisco de Assis, na Pampulha, Belo Horizonte, MG, Brasil

Fonte de pesquisa
Portinari/ Coleção Folha

Nota: imagem da Igreja de São Francisco de Assis, onde se encontra a obra de Portinari. Cliquem no link  IGREJA DE SÃO FRANCISCO-PAMPULHA

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Portinari – BAILE NA ROÇA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Baile na Roça, obra do pintor brasileiro Candido Portinari, foi pintada quando ele estudava na Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro.

O pintor apresenta uma cena retratada no meio rural. Nela predominam os tons avermelhados e quentes. Não há preocupação por parte do artista com o desenho. As figuras humanas são pouco delineadas, sendo mais formadas por manchas de cores. O ambiente é simples e as personagens mostram-se bem comportadas.

Vários casais estão dançando, embora apenas três deles estejam melhor visualizados. Os homens vestem calças escuras e paletós claros, com lenços nos bolsos. Também usam chapéus. As mulheres vestem vestidos longos.

Num local mais alto, está o tocador de sanfona, rígido e concentrado, com seu instrumento próximo ao corpo. À sua direita, um moço negro, com camisa amarelada e chapéu, parece concentrado no instrumento. Outras figuras, à direita do negro, são difíceis de divisar. À esquerda do músico, próxima a uma porta fechada, encontra-se uma mesa com um copo e três garrafas. Um homem de roupas escuras, chapéu, lenço vermelho no pescoço e fumando cachimbo está assentado próximo à mesa. Ele parece observar o músico.

Ficha técnica
Ano: 1923-1924
Dimensões: 97 x 134 cm
Técnica: Óleo sobre tela
Localização: Coleção Particular

Fonte de pesquisa.
Cândido Portinari / Coleção Folha

Views: 20

Portinari – CAFÉ

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Café, obra do artista brasileiro Cândido Portinari, apresenta vários personagens na lida com do cafeeiro: colhendo, limpando, carregando grãos, ensacando, transportando, etc.

A tela mostra uma grande labuta tendo como tema central o café. Os personagens são fortes e monumentais. Na faina, trabalham homens e mulheres sob a fiscalização do capataz de dedo em riste e botas negras. É possível também observar crianças. Dois colossais trabalhadores, segurando duas grandes sacas de café, que levam à cabeça, ocupam o centro da tela.

À esquerda, ao lado da mulher, que descansa sentada ao chão, está uma pilha de sacos de café, enquanto à direita, tomando a forma triangular, está a lavoura verde-oliva de café, com vários trabalhadores fazendo a colheita, com a predominância das mulheres.

Montes de café estão espalhados pela terra vermelha. Não é possível ver o céu. Apenas uma cena foge da temática do café: a figura trepada num coqueiro, colhendo coco. Os personagens não possuem rosto, excetuando o que se encontra com um balde, em primeiro plano, à direita, perto de uma mulher de perfil, assentada, com as pernas abertas e pés descalços. Alguns estão de costas, outros curvados sobre o café, com seus enormes chapéus de palha, outros trazem sacos na cabeça e outros encontram-se muito distantes.

A tela Café fez muito sucesso no exterior, chegando a receber Menção Honrosa. Ela é responsável por incrementar a carreira de muralista de Candido Portinari e por projetá-lo no cenário das artes internacionais, trazendo-lhe encomendas para o Congresso de Washington e para a ONU.

Ficha técnica
Ano: 1935
Dimensões: 130×195 cm
Técnica: Óleo sobre tela
Localização: Acervo do Museu Nacional de Belas Artes, RJ

Fonte de pesquisa
Cândido Portinari / Coleção Folha

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