Arquivo da categoria: Saúde Mental

Fórum para debate sobre problemas de saúde mental, com textos alusivos ao tema.

DEPRESSÃO PÓS-PARTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

 A mulher costuma sentir-se muito ansiosa, principalmente a respeito do bem-estar do bebê, se ele está se alimentando bem, e ela pode parecer cheia de culpa e de autocrítica, além de constantemente irritada. (Dr. Kwame Mckenzie)

Algumas leitoras deste espaço já se apresentaram como tendo depressão pós-parto. O mais preocupante é que muitas mulheres vivenciam isso sem saberem que se trata de uma doença depressiva, uma vez que uma dúzia de causas é atribuída ao seu abatimento e esmorecimento após o nascimento do bebê. A mais comum é atribuir seu estado depressivo às noites maldormidas e às preocupações com a criança que ainda está se adaptando a um mundo novo, necessitando de mamadas constantes e de trocas de fraldas.

Há muitos fatores que contribuem para a depressão pós-parto. Um deles é o fato de que uma mulher que já teve esse tipo de depressão terá 50% de chances de repeti-lo em outras gestações. Também podem ser listados como causas: problemas acontecidos durante o parto ou relativos à saúde do bebê, situação econômica ruim da família, etc. Contudo, o motivo mais frequente tem sido os hormônios sexuais que, ao agirem sobre o sistema nervoso central da nova mamãe, acabam alterando seus neurotransmissores, substâncias responsáveis por estabelecerem a ligação entre os neurônios.

Por que os hormônios sexuais mexem tanto com a mulher? O professor e escritor canadense Kwame Mckenzie explica: “Naturalmente as mulheres apresentam uma alta dosagem de estrogênio e progesterona, mas durante a gravidez os níveis dessas substâncias permanecem ainda mais elevados, caindo drasticamente em algumas horas depois do nascimento do bebê. Essa súbita alteração, muitas vezes, pode ser um gatilho para o surgimento da depressão”. Para maiores esclarecimentos, o estrogênio é a designação genérica dos hormônios femininos que criam as condições necessárias à fertilização do embrião e determinam os caracteres femininos secundários, enquanto a progesterona é um hormônio feminino responsável por preparar o útero para a implantação e fertilização do óvulo.

Os especialistas em depressão pós-parto afirmam que os tipos mais severos dessa doença ocorrem logo depois do parto, sendo esses mais incomuns. Os mais triviais, porém, acontecem entre duas semanas e até mesmo um ano após o nascimento do bebê. São também os mais ignorados, pois muitas mães sentem-se constrangidas, ou até mesmo envergonhadas para dizerem que não estão se sentindo bem com a maternidade. A cobrança da sociedade que sempre apregoou que a mãe, mesmo quando padece o faz no “paraíso”, amplia ainda mais a sensação de culpa e de incapacidade de cuidar de sua cria por parte da mulher, o que só faz aumentar o sofrimento da mãe depressiva, impedindo-a de procurar ajuda médica, achando que deve resolver o problema sozinha.

A atenção da família deve ficar voltada para a recém-mãe após o parto para que possa ajudá-la, caso pressinta mudanças em seu comportamento. O companheiro, principalmente, deve ficar atento às mudanças, em vez de se afastar. A psicóloga Marília Campos afirma que “É preciso que o marido acompanhe sua mulher em um curso pré-natal para que ele possa perceber que tudo vai mudar para ela. O cônjuge precisa compreender a sensação de vazio de sua esposa, além das mudanças no corpo e que sua aceitação demorará um tempo para acontecer”.

A medicina aponta três tipos de sintomas possíveis de aparecer no período da maternidade e orienta que nem todos eles podem ser vistos como depressão. São eles:

  • Baby blues – surge imediatamente após o parto. Pode ser oriundo, por exemplo, do fato de o bebê não ser como o esperado. O quadro pode durar duas semanas, necessitando apenas do apoio da família para o restabelecimento da estabilidade emocional da mulher.
  • 2- Depressão pós-parto leve e moderada – não tem data para aparecer, podendo durar meses ou anos. Os sintomas podem ser: choro, sensação de culpa, cansaço, perda da libido, isolamento, etc. Há necessidade de buscar ajuda médica.
  • Depressão pós-parto grave e psicose – a mãe pode apresentar sintomas como: delírios, alucinações, esgotamento físico, raiva, comportamento agressivo contra si mesma e contra o bebê, etc. Há necessidade de urgência na busca por ajuda médica, sendo que a mãe necessita ser internada e afastada do bebê.

Fatores que podem contribuir para o aparecimento da depressão pós-parto: problemas de fertilidade; histórico de doenças psiquiátricas; problemas financeiros; ser mãe solteira; ser mãe ainda muito jovem; parto difícil; bebê prematuro; isolamento social; falta de apoio do companheiro; preocupação com a volta ao trabalho, etc.

Assim como os outros tipos de depressão, a pós-parto precisa de ajuda especializada. Além da família, o ginecologista é uma das pessoas mais indicadas para saber se tudo está indo bem com a nova mãe. Ao perceber qualquer anormalidade, ele deve ajudar a mulher a buscar ajuda médica e também conversar com a família.

Nota: Entardecer, obra de Edvard Munch

Fonte de pesquisa
Guia 301: Dicas para não ter depressão / Editora Online

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TRANST. DO PÂNICO – TRATAMENTO E ABANDONO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Aceitar o diagnóstico é o passo mais importante para o tratamento de qualquer transtorno mental. O segundo – não menos importante – é seguir as prescrições médicas, pois quanto maior for a demora em fazer uso do medicamento e da terapia (quando indicada), mais severas tornam-se as crises, sendo os espaçamentos entre elas cada vez menores. Os psiquiatras, por entenderem que a Síndrome do Pânico acontece em razão de falha química no funcionamento do cérebro, prescrevem o uso de medicamento na fase inicial do tratamento. Segundo eles, é necessário controlar os sintomas e crises até mesmo para que a pessoa possa fazer uso da psicoterapia. Existem três formas terapêuticas para tratar a SP: psicofarmacológica (uso de remédios), psicoterapêutica (trabalha o pensamento e emprega técnicas de relaxamento) e as duas terapias juntas.

Uma das perguntas mais frequentes em relação ao tratamento é saber quanto tempo durará. Não se tem uma resposta exata, pois irá variar de uma pessoa para outra. Os especialistas respondem que esse tempo é de no mínimo seis meses a um ano, preferencialmente. Quem abandona o tratamento sem o parecer médico, após obter uma melhora, estará incorrendo num grande erro, pois além de as crises voltarem num curto espaço de tempo, elas tendem a ser ainda mais severas, trazendo dificuldades para a adaptação do organismo ao antidepressivo, ainda que seja o mesmo tomado anteriormente. Contudo, nem todos os pacientes abandonam o tratamento por vontade própria.

É sabido que todo antidepressivo traz em seu bojo efeitos adversos que passam depois de um determinado tempo de uso, à medida que o organismo vai se adaptando à nova substância. Infelizmente muitos profissionais não falam sobre isto com os seus pacientes. Ao surgirem os primeiros efeitos colaterais, a pessoa entra literalmente em pânico. Ela não entende como um remédio que está sendo usado para ajudá-la possa deixá-la pior do que antes de dar início ao tratamento. Sem orientação alguma, acaba abandonando abruptamente o medicamento, o que resultará em crises ainda mais agudas, pois em hipótese alguma o tratamento pode ser abandonado por conta própria. Somente o especialista poderá fazer mudanças, quando essas forem necessárias.

Outro problema relativo ao abandono do tratamento dos transtornos mentais é o preço exorbitante dos medicamentos. É sabido que muita gente não pode comprá-los. Sem falar que o retorno contínuo ao psiquiatra para pegar receitas é outro fator de oneração. Há especialistas que dão receitas apenas para dois meses, obrigando o cliente a voltar sempre ao consultório para uma nova consulta que, na maioria das vezes, consiste apenas na entrega de uma nova receita. Por isso, muitos pacientes recorrem ao clínico geral dos postos de saúde, levando a receita velha e pedindo uma nova. Mais do que justo, principalmente nos dias atuais, quando uma grande parcela dos brasileiros encontra-se sem emprego.

Os usuários de antidepressivos devem saber que esses também podem ser manipulados, ficando o preço bem mais em conta, principalmente quando se trata de uma quantidade maior, saindo, muitas vezes, pela metade do valor de uma caixa com 30 comprimidos. Há também farmácias que costumam fazer promoções, vendendo duas caixas e dando a terceira de graça. De qualquer forma é preciso pesquisar muito, optando sempre pelo medicamento com o melhor preço, sem se preocupar com o seu nome fantasia ou laboratório. Uma vez que o remédio encontra-se no mercado, ele já passou pela fiscalização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), devendo, portanto, ter a sua eficácia comprovada.

Nota: A Habitação Azul, obra de Pablo Picasso.

Fonte de Pesquisa
Revista Guia Minha Saúde/ Edição Especial

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TRANS. DO PÂNICO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

Uma vez diagnosticado o Transtorno do Pânico, faz-se necessário dar início ao tratamento, pois, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) esta síndrome pode predispor a pessoa a outras patologias. Afirma o psiquiatra Ivan Morão que “Embora a base do Transtorno do Pânico não seja orgânica, e sim, emocional, a expressão destes sentimentos é externada por várias partes do corpo. O estômago, por exemplo, tem relação com a carga emocional, causando náuseas. Sabemos, também, que gastrite nervosa é decorrente do estresse. Por isso, é importante buscar ajuda profissional”.

O Transtorno do Pânico pode ser responsável pelo aparecimento de outras doenças psiquiátricas (comorbidade) nas pessoas que o detêm. Dentre essas podem ser citadas:

  • Alcoolismo – no intuito de ver-se livre dos sintomas de ansiedade causados pela síndrome, a pessoa faz uso do álcool, sedativos e outras drogas.
  • Agorafobia – em razão das crises severas, o indivíduo passa a ter medo de sair de casa. Evita lugares públicos ou cheios de gente, onde não se sente seguro.
  • Depressão – ao optar por ficar em casa, isolando-se do convívio social, temendo uma nova crise, a pessoa acaba entrando num quadro depressivo.
  • Transtornos de ansiedade – tais transtornos, como o transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC) e o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) são bastante comuns nos portadores da Síndrome do Pânico.

O Transtorno do Pânico é muitas vezes confundido com esquizofrenia (distúrbio que afeta a capacidade da pessoa de pensar, sentir se comportar-se com clareza). Contudo, uma doença é totalmente diferente da outra, como explica a Dra. Ana Cristina Faria: “A esquizofrenia é um transtorno psicótico, um tipo de alteração do pensamento e dos sentidos, na qual a pessoa tem dificuldade de entender a realidade. Já o Transtorno do Pânico é uma neurose que gera ansiedade e angústia e não interfere no pensamento racional”. Complementando o esclarecimento, diz o psiquiatra Rodrigo Affonseca Bressan que “O Transtorno do Pânico traz desespero total e medo de perder a linha racional. Já quem é esquizofrênico acredita em perseguição, tem delírios, alucinações e ouve vozes. Ou seja, enquanto um tem medo de ficar psicótico, o outro está e não tem medo, apenas acredita que perseguição é verdadeira. Uma doença não pode desencadear a outra”.

Nota: Retrato de James Sabartés, obra de Pablo Picasso.

Fonte de Pesquisa
Revista Guia Minha Saúde/ Edição Especial

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SÍNDROME DO PÂNICO X ANSIEDADE

Autoria de Lu Dias Carvalho

Estamos continuamente expostos a situações estressantes que geram ansiedade e apreensão. Somos frequentemente regidos pelo medo de não ter ou de não ser algo. (Dr. Michel Haddad)

Dentre as variadas causas que têm levado ao aumento dos transtornos emocionais, a vida agitada de nossos dias é sem dúvida uma das mais patentes. Ao buscar desesperadamente o “ter” em detrimento do “ser”, as frustrações ganham um patamar cada vez mais elevado, pois é impossível encontrar num mundo densamente povoado – capitalista e competitivo em que a equidade encontra-se cada vez mais distante – um lugar ao sol para todos. Assim, na medida em que crescem as aspirações, diminuem as possibilidades de realização, levando à insatisfação, ao desencanto e, consequentemente, às doenças mentais.

Outro ponto que deve ser levado em conta no surgimento de tais transtornos é a enxurrada de informações – tanto positivas quanto negativas – da mídia na vida das pessoas, principalmente nos grandes centros. Ao focar questões como doenças, desemprego, violência, crise na saúde, na educação e na economia, elas acabam fragilizando as pessoas e cavando um fosso propício às doenças mentais. A poluição e a agressividade de estímulos visuais e sonoros em excesso, bombardeando os cidadãos a todo instante, são também estímulos para o surgimento de transtornos mentais, sobretudo o da Síndrome do Pânico (SP), pois, segundo a neuropsicóloga Priscila Gasparini Fernandes, especialista em SP, “Todos esses fatores podem levar ao aumento da atividade de determinada regiões do cérebro, desencadeando a síndrome”. A afetividade negativa é também conhecida como neuroticismo – termo referente a indivíduos que possuem uma maior propensão a um estado emocional negativo. As pessoas com perfil neuroticista possuem maior predisposição aos estados depressivos, sofrendo com sentimentos de culpa, inveja, raiva e ansiedade de forma mais contundente.

Hoje a Ciência já sabe que diferentes fatores – ambientais, genéticos, fisiológicos e temperamentais – podem ser responsáveis pelo surgimento de transtornos como o do pânico. Segundo a psiquiatra Renata Bataglin, “Quando o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos, ele causa sofrimento e interfere no desempenho social, familiar e profissional. Por isso, é preciso buscar auxílio médico o quanto antes”. Em sua tese, a referida psiquiatra trabalha com a hipótese de que indivíduos que lidaram com comportamentos paternos que transmitiram sensação de medo (abusos sexuais, verbais e emocionais) são também mais predispostos à SP.

O Transtorno do Pânico é visto como uma das ramificações dos transtornos de ansiedade. Quando não contida, a ansiedade desaguará em crises de pânico, isto porque ambos têm o medo agudo como gatilho. O psiquiatra Michel Haddad explica que “Geralmente, quem sofre de Síndrome do Pânico é ansioso, mas o ataque não é exclusivo deste transtorno, podendo ocorrer em outras doenças de ansiedade, como fobias específicas, transtornos de estresse e transtorno de ansiedade generalizada”. É sabido que nem toda ansiedade é negativa, como informa a psiquiatra Renata Bataglin: “Ela é considerada normal quando se manifesta nas horas que antecedem um acontecimento importante, como uma entrevista de emprego ou uma prova, e serve como um sinal que prepara a pessoa para enfrentar um desafio”. Ela complementa: “Se a ansiedade não tem controle e causa preocupação excessiva, angústia e sofrimento que bloqueia as atividades rotineiras, é sinal de um possível transtorno de ansiedade generalizada (TAG)”.

Nota: obra de Salvador Dalí.

Fonte de Pesquisa
Revista Guia Minha Saúde/ Edição Especial

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CRISE DE PÂNICO – SEM HORA MARCADA

Autoria de Lu Dias Carvalho

Como as crises são imprevisíveis, o indivíduo fica apreensivo e passa a temer um novo episódio, principalmente em locais onde não tenha ninguém próximo para socorrê-lo. Chama-se ansiedade antecipatória. (Dr. Márcio Bernik)

É importante se colocar no lugar do doente, oferecer apoio sincero, sem preconceitos ou julgamentos e, com paciência, ajudar esse familiar a enfrentar os medos e não fugir deles. (Dr. Rafael Ventura)

 Um dos receios dos portadores da SP (Síndrome de Pânico) é o fato de não saber quando uma crise ocorrerá, pois os surtos chegam sem hora marcada, em qualquer situação ou local, inclusive durante o sono, o que faz com que eles tenham medo de dormir ou até mesmo de sair de casa – local em que se sentem mais seguros por se encontrarem em contato com seus familiares – ou de saírem desacompanhados. Se não houver uma busca por ajuda médica, essas crises tendem a intensificar-se, impedindo suas vítimas de ter uma vida normal, ou seja, de desempenhar suas atividades sociais.

A neuropsicóloga Priscila Gasparini Fernandes, especialista em SP, explica como pode se dar a crise assustadora: “O indivíduo pode estar totalmente relaxado e não existe situação de perigo real. É quando o cérebro ativa o mecanismo de alerta indevidamente, fazendo com que o corpo se descontrole por completo e entre em pânico, o que induz a liberação de adrenalina. É aí que os sintomas aparecem”. Embora o doente sinta um grande medo de perder os sentidos, raramente isso acontece. São comuns os sentimentos de despersonalização (momentos nos quais surge uma sensação de irrealidade, de estranheza ou distanciamento de si mesmo em geral) e de desrealização (sensação de irrealidade ou distanciamento ou de não estar familiarizado com o mundo. A pessoa pode se sentir distante do mundo que a rodeia).

A pessoa acometida pela crise, quando dela ainda não tem conhecimento, acaba muitas vezes buscando o hospital, acreditando que está tendo um ataque cardíaco ou um acidente vascular (AVC), encontrando-se em agonia de morte ou prestes a enlouquecer-se. O alarme falso leva-a a um estado de hipervigilância. Mesmo os exames feitos mostrando-se negativos, ela costuma colocar na cabeça que se encontra com uma doença gravíssima. Passada a crise que costuma durar cerca de dez a 20 minutos, tendo chorado, descansado ou dormido, ela logo volta ao seu estado normal, contudo, o medo de que “aquilo” venha a acontecer de novo transforma-se num terror que lhe tira toda a paz.

Uma crise de pânico segue os seguintes passos:

  • O sujeito encontra-se totalmente relaxado, realizando uma de suas atividades diárias, ou curtindo um entretenimento, ou até mesmo descansando.
  • Sem qualquer razão concreta, seu cérebro dispara um alerta falso de que ele se encontra em perigo.
  • Em razão do aviso recebido, seu corpo perde o controle e passa a liberar adrenalina, como se fosse um perigo real, provocando ansiedade.
  • A pessoa começa a sentir falta de ar, palpitações, tremores, sudorese, etc. Com tais sensações, é induzida a achar que está tendo um infarto ou AVC.
  • Com a ansiedade cada vez mais alta, a vítima, em profundo estado de terror, normalmente deixa o lugar em que se encontra, pedindo socorro.
  • Passados 10 a 20 minutos, os sintomas ruins desaparecem, deixando uma sensação de cansaço que some após um descanso.

As crises de pânico podem ser:

  • Leves – a pessoa leva uma vida normal, exercendo controle sobre si mesma, apesar de evitar certos lugares e situações, temendo uma nova crise.
  • Moderadas – a pessoa aumenta o número de restrições em relação ao seu modo de vida, não mais frequentando locais públicos ou fazendo viagens.
  • Severas – a pessoa não é mais dona de si, sua vida é drasticamente mudada e ela não mais sai de casa sozinha.

Como prestar ajuda ao doente em crise:

  • A pessoa próxima deverá ficar o mais tranquila possível quando a vítima do Transtorno do Pânico já tem um diagnóstico feito por um profissional da área de saúde mental. Explica o Dr. Rodrigo Affonseca Bressan: “Nunca diga que as crises não são sérias ou que o paciente não tem nada durante os ataques. É importante lembrar a ele que a vivência é verdadeira, mas não se trata de um risco de morte ou psicose. Uma conversa explicativa sobre o quadro, assim como os sintomas físicos e psicológicos e o processo de tratamento são fundamentais para diminuir o medo”.
  • Deve ampará-la, dizendo-lhe que logo estará bem. Caso ela tome um ansiolítico nos momentos de crise, dê-lhe a dosagem prescrita e fique ao seu lado até que a crise passe.
  • Peça-lhe que faça hiperventilação (respiração rápida que pode ser feita dentro de um saquinho de pão) – técnica ensinada pelo Dr. David H. Barlow.

Como conhecimento é poder, é muito importante que paciente e familiares busquem conhecer detalhes sobre a Síndrome do Pânico.

Nota: Ascenção de Cristo, obra de Salvador Dalí.

Fonte de Pesquisa
Revista Guia Minha Saúde/ Edição Especial

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PERSONALIDADE E SÍNDROME DO PÂNICO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Pessoas ansiosas, exageradamente preocupadas, tensas, que maximizam o tamanho dos problemas ou que estão sempre apreensivas que uma tragédia pessoal possa acometê-las ou aos seus entes queridos, estão mais propensas aos ataques de pânicos. (Rafael Ventura Lima)

 Alegam alguns estudiosos da psique humana que nós somos aquilo que pensamos ser, logo, diante de tal assertiva, é preciso muito cuidado com os pensamentos que damos vida, pois esses podem nos trazer uma carga bem desagradável.  Nada mais sábio do que levar em conta a oração de São Francisco: “Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado, resignação para aceitar o que não pode ser mudado e sabedoria para distinguir uma coisa da outra”. Se assim pensarmos e tomarmos como meta para as nossas ações diárias, viveremos mais sabiamente, possibilitando melhor saúde para o nosso corpo como um todo, principalmente no corre-corre da vida moderna.

É sabido que existem traços na personalidade de cada um de nós capazes de predispor-nos aos transtornos de ansiedade. A preocupação excessiva, o pessimismo exacerbado e a busca pelo perfeccionismo alimentam a ansiedade, criando um círculo vicioso. Hoje, mais do que nunca, é preciso compreender que a palavra-chave para se manter a saúde do corpo/mente é “equilíbrio”. A compreensão de que, como seres humanos, somos passíveis de erros, diminuindo, assim, a nossa crítica em relação a nós mesmos e aos outros é um grande passo. É isso que nos ensina o Prof. Hermógenes em seus textos transcritos aqui neste espaço.

Além do tratamento alopático, o transtorno de ansiedade exige, muitas vezes, a ajuda da psicoterapia. Isso significa que o comportamento da pessoa será analisado para que sejam identificados quais comportamentos seus necessitam ser mudados ou que elementos do ambiente em que vive são responsáveis por criar ou manter atitudes inadequadas à sua saúde. Também se busca conhecer seu histórico de vida. A conjunção das duas formas de tratamento, além de focar nos sintomas ocasionados pelo transtorno, também busca conhecer as relações que a pessoa tem com o ambiente em que vive.

Embora a Ciência tenha ainda muito que avançar no tratamento dos transtornos mentais, ela já descobriu que a Síndrome do Pânico está ligada a sete principais causas: depressão ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC); genética; estresse; perdas e traumas; traços de personalidade que indicam temperamento excessivamente apreensivo, exigente, ansioso; abusos na infância, sejam eles físicos, sexuais, verbais ou emocionais. Novas pesquisas feitas pela Okayama University Medical School também relacionam a deficiência de vitaminas do complexo B – elas regulam os níveis de triptofano, responsável por produzir a serotonina que é um neurotransmissor que ajuda a regular a ansiedade – a problemas de saúde mental.

Nota: Barco de Mariposas, obra de Salvador Dalí.

Fonte de Pesquisa
Revista Guia Minha Saúde/ Edição Especial

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