Arquivo da categoria: Vida Saudável

Temas diversos sobre saúde

SUJEIRA NOS ALIMENTOS PROCESSADOS

Autoria do Dr. Telmo Diniz gluten1

Estava lendo algumas reportagens e uma (da “Folha de S. Paulo”) me chamou especial atenção: a Anvisa está regulamentando a quantidade de sujeira nos alimentos e bebidas. Para meu espanto, pois, para mim, não haveria sujeira alguma nos alimentos já processados, embalados e prontos para o consumo. Porém, a norma serve para regulamentar a quantidade máxima “tolerada” de sujeiras que ingerimos.

A normatização do tema pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aponta limites máximos de “matérias estranhas macroscópicas e microscópicas”, como fragmentos de insetos – menos de baratas, formigas e moscas – e pelos de rato, aceitos em produtos como geleias e achocolatados. Hoje, não há limites de tolerância. Sem esses parâmetros, as vigilâncias apontam dificuldade na aplicação de medidas sanitárias, alvo recorrente de ações judiciais.

Para a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, a medida representa um aprimoramento da legislação atual, garantindo a padronização dos limites de tolerância máximos e a segurança alimentar da população, criando normas mais rígidas se comparada aos demais países. Relatório da Anvisa cita legislações internacionais e estudo do FDA (que regula o setor de medicamentos e alimentos nos EUA) sobre “falhas naturais ou inevitáveis” em alimentos.

Alguns exemplos de sujeira tolerável são um fragmento de pelo de rato para cada 100g de tomate; 25 fragmentos de insetos para cada 100g de geleia de frutas; 60 fragmentos de insetos para cada 25g de café moído e torrado; cinco insetos inteiros, mortos (é claro!) para cada 25g de chá de camomila; um fragmento de pelo de roedor para cada 50g de canela em pó etc.

Desde 2013,outro relatório divulgado também pela Anvisa dava conta da presença de agrotóxicos em frutas, legumes e verduras. As amostras apresentavam resultados considerados insatisfatórios pela agência – 36% continham essas substâncias em 2011, e 29% em 2012. Segundo o estudo, nestes casos, os alimentos continham níveis de substâncias tóxicas superiores ao limite imposto no Brasil ou, ainda, compostos químicos que nunca foram registrados para uso no país.

Agora, além de alimentos com agrotóxicos, nos deparamos com alimentos que podem ter uma quantidade máxima de insetos. Para os especialistas da área, “o cultivo, colheita e processamento de matérias-primas totalmente livres de tais falhas é economicamente inviável”. Leia-se, então, o seguinte: a produção de alimentos em escala não é possível sem a adição de agrotóxicos e sem uma pitada de insetos. É o fim! Para quem pode, o ideal seria comprar frutas e verduras orgânicos e evitar o consumo de tais alimentos processados.

Nota: imagem copiada de lenitamunhoz.wordpress.com

Views: 0

VERDADES E MITOS SOBRE O GLÚTEN

Autoria do Dr. Telmo Diniz gluten

Com certeza, vários leitores já se depararam com esta dúvida: será que o glúten faz mal? Presente em diversos alimentos, o glúten tem sido molde de debates. Mas por que há tanta gente buscando alimentos sem glúten hoje em dia? Será que eles fazem mal ou é só mais um modismo? Será que, tirando-o da dieta, dá pra emagrecer?

De pronto, e respondendo à pergunta acima, o glúten só é mesmo contraindicado para quem tem a doença celíaca. A maioria das afirmações é mito. O glúten não rouba nutrientes, não atrapalha a digestão e não dificulta a eliminação de toxinas em pessoas saudáveis, apontam especialistas da área.

As pessoas com doença celíaca não possuem uma enzima que quebra o glúten. Ao ser ingerida, a proteína provoca irritação das paredes do intestino delgado, dificultando a absorção de nutrientes e provocando sintomas como abdômen estufado, diarreia, vômito, perda de peso e anemia. A intolerância à proteína costuma ser detectada na infância, mas pode ficar “escondida” até a meia idade e causar sérios problemas. Caso você apresente alguns destes sintomas, consulte um médico gastroenterologista, especialmente se houver um celíaco na família: isso aumenta em 10% o risco de desenvolver a doença.

Um questionamento muito comum é o caso das pessoas que eliminaram o glúten das refeições e emagreceram. E a explicação é simples. A perda de peso é normal para quem deixa de comer o glúten, pois ele está presente na maioria dos alimentos que contêm carboidratos. O que faz a diferença não é a eliminação do glúten e, sim, a redução da ingestão calórica.

Vamos a outras dúvidas:

É recomendável cortar o glúten da alimentação?
MITO – Só é recomendado abandonar o glúten na vigência de doença celíaca.

Remédios e produtos de beleza podem conter glúten?
VERDADE – Em alguns casos, o glúten pode fazer parte da composição de alguma substância presente em medicamentos e em alguns cosméticos, como no caso dos hidratantes à base de aveia. Portanto, celíacos devem sempre estar atentos à composição daquilo que usam.

Chocolate contém glúten?
VERDADE – A maioria dos chocolates à venda contém glúten em sua composição.

Pães e outros alimentos sem glúten ficam menos macios?
VERDADE – É o glúten que confere elasticidade e maciez às massas.

A intolerância ao glúten é identificada na infância?
MITO – A intolerância e a doença celíaca podem se manifestar em qualquer idade.

Views: 0

VOCÊ CONHECE A GOJI BERRY?

Autoria do Dr. Telmo Diniz resi12

Fruta do sul da Ásia, mais especificamente China, Tibete e Índia, ela chegou ao Brasil com a promessa de ajudar a emagrecer, combater doenças e até melhorar a potência sexual. Trata-se da goji berry, usada na medicina tradicional chinesa e cultivada há mais de 600 anos. A frutinha é mais facilmente encontrada por aqui na forma desidratada.

A goji berry tem potente ação antioxidante e alta concentração de vitamina C, que chega a ser 50 vezes maior que a da laranja. Sabemos que todas as “berries” fazem bem à saúde, pois contêm alta concentração de carotenoides (são todas de coloração vermelha). Já foram citadas neste site o blueberry (mais conhecido como mirtilo), o raspberry (a nossa framboesa), o cranberry, o strawberry (nosso morango) e o açaí (ou açaí berry).

Um estudo, publicado no “American Journal of Clinical Nutrition”, em 2008, com 72 pacientes com risco para doenças cardiovasculares, mostrou o efeito protetor da fruta. Os voluntários consumiram porções moderadas da goji berry por oito semanas e tiveram melhora na pressão arterial e diminuição do “colesterol ruim”. A goji berry possui uma grande quantidade de nutrientes antioxidantes. Por isso, ela é considerada um superalimento. Nela, encontramos 18 aminoácidos, elevadas concentrações de vitamina A (beta-caroteno), B1, B2, B6 e vitamina E. É a fruta com maior quantidade de vitamina C, rica em ferro, polissacarídeos e fitoquímicos, ficando os destaques para a luteína e zeaxantina.

Benefícios da fruta:

  • Melhora da imunidade;
  •  auxilia no aumento do nível de energia das pessoas;
  •  melhora a capacidade de concentração;
  • ajuda em quadros de fadiga e estresse;
  • ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares e diabetes, devido ao seu poder antioxidante;
  • ajuda nos casos e também na prevenção da degeneração macular senil, devido à presença da luteína;
  • tem ação anticancerígena pela presença de carotenoides. Esses mesmos carotenoides também melhoram o aspecto da pele.
  • ajuda na melhora do humor e bem-estar, devido à presença do aminoácido tryptofano, que é o precursor da serotonina.

Mas tome cuidado com as falsas promessas de que seu consumo ajuda a emagrecer. Não há nenhum estudo citando este fato.

Para que consiga alcançar seu efeito medicinal, a dosagem diária recomendada é de 15g a 45g, ou 120 ml de seu suco. A fruta pode ser misturada a outras frutas, saladas, sucos e iogurtes. Por se tratar de uma fruta importada, a versão in natura não é encontrada facilmente. É possível achar a goji berry desidratada em lojas e empórios de produtos naturais (pode ser encontrada no Mercado Central de BH) e em cápsulas, em farmácias de manipulação. Seu uso como suplemento em cápsulas deve ter acompanhamento médico e/ou nutricional.

Nota: imagem copiada da Página de CAROL MORAIS

Views: 0

A GAGUEIRA OU DISFEMIA

Autoria do Dr. Telmo Diniz zen1

O gago sempre foi motivo de piadas e gozações. Hoje em dia, dá-se o nome de bullying, que é uma forma de violência disfarçada de “brincadeira” e pode acarretar sérias consequências ao desenvolvimento psíquico da criança.

A criança que sofre bullying, principalmente quando não pede ajuda, enfrenta o medo e a vergonha. Pensando nisso, resolvi “dar voz” às pessoas acometidas pela gagueira para que nós, leitores, possamos compreender melhor este distúrbio.

Também conhecida como disfluência ou disfemia, a conhecida gagueira é a mais comum desordem da fala, acometendo aproximadamente 2 milhões de pessoas no Brasil. E se caracteriza pela repetição de sílabas, pelos prolongamentos de sons e a interrupção das palavras, especialmente na primeira sílaba. É muito comum também sua ocorrência em crianças entre 2 e 4 anos, chegando a acometer 75% dessa população (eu fui uma delas), sendo que os episódios normalmente são transitórios, durando apenas poucos meses.

O lutador de MMA, Victor Belfort, declarou recentemente que também sofria de bullying quando criança, por ser gago. As ocorrências nesta faixa etária acontecem em consequência de uma combinação de diversos fatores, durante o desenvolvimento da fala, como a lenta mutação das redes de neurônios que processam a linguagem, que gera uma habilidade, ainda pequena, para articular palavras e ligá-las a frases inteiras nessa idade.

O rápido fluxo de pensamento, juntamente com a relativa imaturidade do sistema neuronal, é o que propicia, por parte da criança, a inadequação para um ritmo regular e suave na fala, especialmente quando a criança está ansiosa, cansada ou doente. Felizmente, apenas cerca de 1% a 2% dessas crianças precisam de tratamento especializado, pois os poucos casos que persistem podem estar associados com casos de disfemia na família, sugerindo uma predisposição genética para o problema.

Existem diversos mitos que cercam o gago: a gagueira é um hábito adquirido; pessoas que gaguejam são menos inteligentes; a gagueira apareceu após um susto e devemos dar também um susto na pessoa para tratar o problema; os pais de crianças que gaguejam seriam super protetores ou, ao contrário, muito severos; a gagueira “pega” por imitação ou pela convivência, etc. Tudo isso é bobagem! Tudo mito! Invenções populares.

Até o momento, não existe nenhum tratamento que realmente cure a gagueira (no sentido de fazer com que desapareça completamente). Os tratamentos disponíveis promovem uma diminuição significativa, mas poderão persistir alguns resquícios, mesmo que sutis. Normalmente, o tratamento com a fonoaudiologia tem excelentes resultados. Em alguns casos persistentes, em especial nos adultos, o tratamento medicamentoso poderá ser necessário.

Nota: imagem copiada de grupoadolescendo.blogspot.com 

Views: 1

PREVENÇÃO X MEDICAÇÃO

Autoria do Dr. Telmo Diniz

pre1

                                                 Hoje é dia nacional do Enfermo

Desde que me formei na Universidade Federal do Rio de Janeiro, aprendi com grandes mestres, principalmente nos últimos dois anos antes da formatura, como se deve tratar um paciente. Durante minha graduação, passei por diversos estágios, como pronto-socorro, cirurgia geral, centro de tratamento de queimados, centro de hemorragia digestiva, obstetrícia, CTI, etc. Saí da faculdade como clínico geral e é o que faço até os dias atuais.

Como clínico, atendo pacientes com diversas patologias. Então, para o hipertenso, um anti-hipertensivo; para o diabético, uma medicação para o controle dos níveis de glicose no sangue; para a tireoide “que não funciona”, uma reposição do hormônio. E daí vai. O que quero dizer é que, desde que saí da faculdade, vejo no cotidiano do médico o tratamento de doenças, onde a tônica tem como foco a cura ou a estabilização das doenças. Não que as medicações não sejam importantes. São, sim! Salvadoras de vidas em diversos casos. Mas, de longe, não são sinônimos de boa saúde. Não me lembro de ter uma cadeira na faculdade de “prevenção”. Se foi falada alguma coisa, não me lembro. Nos estágios, nem de perto qualquer coisa sobre hábitos de vida saudáveis. No máximo, o que a gente ouve é: “Você tem que perder peso, fazer exercício físico e ter uma dieta balanceada”.

Ao contrário do que observo na rotina diária do médico, as pessoas previnem-se ao colocarem o cinto de segurança antes de assumirem os volantes dos seus automóveis, os quais também possuem freios ABS e airbags para o caso de haver um acidente. As pessoas também se previnem ao colocar grades nas janelas para as crianças, a fim de evitar acontecimentos que poderiam trazer graves consequências. A grande maioria das pessoas não faz a prevenção médica como deveria, e procura nas medicações uma melhor projeção para sua saúde.

Somente para ilustrar um caso recente, após uma cirurgia, a paciente queixou-se de “indisposição e dor no estômago”. Como havia feito uso de anti-inflamatório, foi prescrito omeprazol endovenoso. Pouco depois, a paciente queixou-se de náuseas e vômitos biliares. Foi, então, prescrito plasil endovenoso. Ela passou sete dias sem alimentação, somente na “soroterapia”, pois as náuseas persistiam. Então, foi indicado, para o dia seguinte, a introdução de sonda para alimentação. Acompanhando todo o processo, pensei sobre o que poderia estar causando tamanho desconforto. Quando estou “perdido” em determinado caso, tenho a tendência de observar se as medicações não estão interferindo no processo de melhora do paciente, pois cada pessoa reage diferentemente ao uso das mesmas, ou seja, podendo apresentar efeitos colaterais diferentemente de cada uma. Então todas as medicações foram suspensas. Em 24 horas, o paciente já alimentava via oral e com muita fome, sem nenhuma queixa clínica. Em 48 horas, estava de alta hospitalar. Em resumo, não podemos achar que pílulas vão resolver tudo. As medicações são para ajudar e não para atrapalhar ou protelar um problema de saúde. A medicalização nos rodeia e, portanto, temos que considerar isto em nosso cotidiano. O pai da medicina, Hipócrates, disse:

“Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”.

(*) Imagem copiada de www.massala.org

Views: 0

FESTAS – NOZES E CASTANHAS

Autoria do Dr. Telmo Diniz noz

Durante as festas de fim de ano, época das gôndolas nos supermercados cheias de oleaginosas, classe de alimento que inclui as castanhas, as nozes e amêndoas. Se você gosta de comer oleaginosas, saiba que esse hábito pode estar cortando o seu risco de morte prematura por comer um punhado delas todos os dias.

Uma nova pesquisa, liderada pelo Cancer Institute, descobriu que as pessoas, que comiam uma porção de oleaginosas por dia, reduziam em até 20% o risco de morte por qualquer causa nas três décadas seguintes, em comparação com aqueles que não ingeriam estes alimentos.

Os resultados foram publicados na edição de novembro no “New England Journal of Medicine”. O estudo incluiu 76 mil mulheres e cerca de 42 mil homens, durante 30 anos. Importante frisar que nenhum deles tinha histórico de doença cardíaca, AVC ou câncer no inicio do estudo. Durante os 30 anos de acompanhamento, morreram cerca de 16 mil mulheres e 11 mil homens. Quando os pesquisadores compararam pessoas que comeram oleaginosas com aquelas que nunca incluíam esses alimentos na dieta, eles descobriram uma expressiva diferença no risco de morte por qualquer causa no decorrer dos 30 anos.

Aqueles que faziam esse lanche uma vez por semana tiveram um risco 11% menor de morte, enquanto as pessoas que comiam duas a quatro porções por semana sofreram uma queda de 13% no risco. A amostragem de quem comeu todos os dias mostra que foram diminuídas as chances de mortalidade em 20%. Comer mais oleaginosas também foi associado a um menor risco de morte especificamente por câncer, doenças cardíacas e doenças respiratórias. O estudo também revela que quem consome regularmente estes alimentos vive mais tempo e melhor.

No decorrer do estudo já era sabido que as oleaginosas são ricas em ácidos graxos insaturados (mais conhecidos por ômega), fibras, vitaminas, minerais e substâncias antioxidantes. Pesquisas anteriores já haviam relacionado o consumo delas a um menor risco de doença cardíaca, bem como redução do colesterol alto. Também foi verificado que as pessoas que comiam nozes tendiam a ser mais saudáveis, tinham menores taxas de obesidade, melhores taxas de colesterol, menor tendência ao diabetes e menor circunferência abdominal.

Portanto, se você pretende ampliar seu tempo de vida com mais saúde, faça uso destes alimentos diariamente e não só agora nas festas de final de ano. As oleaginosas têm propriedades como alimento funcional. Que significa, em última instância, que são consideradas como nutracêuticos, ou seja, tem propriedades como um “medicamento nutricional”.
Um bom Natal e um Feliz Ano Novo a todos!

Views: 1