Autoria de Lu Dias Carvalho
As mulheres sustentam metade do céu. (Mão Tsé-tung)
A China sempre teve preferência pelos filhos homens, vistos como responsáveis por cuidarem dos pais e avós na velhice desses, enquanto as filhas devem servir os sogros. Assim, seguindo a mesma linha da política indiana, as meninas sempre foram relegadas a um segundo plano, algo comum aos países asiáticos. A maioria delas é abortada antes do nascimento, embora o governo chinês proíba o exame de ultrassonografia para o reconhecimento do sexo do bebê. Mas isso não dá em nada pois, além de o país ter o aborto como uma prática legal e tal procedimento ser muito barato, é dificílimo fiscalizar a utilização de tal exame. Portanto, o nascimento de meninos no país é o mais elevado em todo o mundo. Só para se ter uma ideia de tal disparidade, o censo de 2000 apresentou um déficit de 41,27 milhões de mulheres em relação ao número de homens.
O confucionismo foi o responsável pela imagem negativa da mulher, que era tida como insignificante e subalterna, a ponto de não poder realizar o culto aos ancestrais. Não podia ter bens e ficava fora da herança do pai. Conheçamos um pouco do histórico das mulheres chinesas:
• Na China, é muito comum o tráfico de mulheres, que também são adquiridas nos países pobres vizinhos como Laos, Camboja, Coreia do Norte e Vietnã. Os camponeses, principalmente, compram-nas e as transformam em esposas e escravas sexuais.
• Quando uma menina é indesejada, ela é simplesmente abandonada pelos pais. Se ela consegue sobreviver, acaba num orfanato, onde fica exposta à adoção por casais estrangeiros.
• Os camponeses são ainda mais preconceituosos em relação à filha, pois o filho homem é quem cuidará dos pais, além de ter mais força para lidar com o trabalho no campo. A filha, ao se casar, passa a pertencer à família do marido.
• As crianças do sexo feminino recebem menos atenção dos pais, por isso, as mulheres detêm o maior índice de analfabetismo no país.
• Durante cerca de mil anos, prevaleceu em toda a China a prática de mutilar os pés das meninas, para agradar a seus futuros maridos. Mais do que isso, a deformidade garantia a castidade, a submissão e a fidelidade da mulher, que era muito frágil para se locomover, transformando o corpo numa prisão. Somente a Revolução Comunista, em 1949, conseguiu erradicar totalmente tal crueldade.
• Na China imperial havia a prática do concubinato, que permitia ao homem ter várias concubinas, que tanto podiam ser vendidas pelo dono como dadas de presente. O número delas variava de acordo com as posses de seu senhor. Elas eram governadas pela esposa legítima do dono. Serviam de fonte de prazer e de reprodutoras, principalmente de filhos homens. Muitas eram enterradas vivas para acompanharem o senhor no pós-morte.
• O homem detinha sobre as concubinas e a esposa legítima total poder. E podia divorciar de sua esposa, se ela não lhe desse um filho, fosse infiel, roubasse, tivesse uma doença grave, não tratasse bem de seus pais ou dissesse coisas ruins.
• O imperador possuía um grande harém, dirigido pela imperatriz e vigiado pelos eunucos, que eram castrados para que não viessem a ter filhos com as mulheres. Para impedir qualquer tentativa de assassinato, a mulher escolhida devia receber o imperador, nua e de pé aos pés da cama.
• A mulher na sociedade chinesa dos dias atuais não carrega nenhum traço da submissão do passado. Ela se encontra nas mais variadas esferas do país, sendo muito ativa. Exerce as mais diferentes profissões, desde motorista de táxi a altos cargos no governo. A luta revolucionária foi a grande responsável por tão grande transformação. Mao Tsé-Tung nutria grande admiração pelas mulheres e achava que elas eram imprescindíveis na transformação da China.
• Os novos ricos mantém hoje outro tipo de concubinas: amantes. Elas não vivem junto à família deles, mas às suas custas, e tampouco têm filhos. Normalmente são jovens e muito bonitas, que funcionam como símbolo de status. Mas o governo comunista não aprova tal prática, pois muitas vezes ela está aliada à corrupção.
Fontes de pesquisa:
China, o Despertar do Dragão/ Luís Giffoni
Os Chineses/ Cláudia Trevisan
Nota: imagem copiada de www.epochtimes.com.br
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