Delacroix – A BARCA DE DANTE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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O quadro é a expressão da audácia de Michelangelo e a fecundide de Rubens. (Adophe Thiors)

A composição histórica intitulada A Barca de Dante — também conhecida como Dante e Virgílio no Inferno — foi o primeiro grande trabalho do artista Delacroix. Foi inspirada num tema complexo e rico da literatura universal, especificamente no oitavo canto do Inferno (Divina Comédia) do escritor e poeta  italiano Dante Alighieri. Delacroix pintou esta tela aos 24 anos de idade, com o objetivo de expô-la no Salão, onde causou grande sensação. Já nessa época, o artista agregou um grande número de inovações tanto na técnica quanto no contexto da pintura a despeito das críticas dos membros da Escola Clássica, capitaneados pelo pintor Ingres.

Embora se tratasse de um tema muito presente na pintura, a forma como foi representado pelo artista causou um grande alvoroço entre os críticos e o público. A crítica dividiu-se. A tradicional criticou a liberdade narrativa e compositiva do pintor, enquanto o grupo de críticos independentes gostou da maneira como Delacroix fez uma releitura do tema e acabou convencendo o Estado a comprá-la.

Na composição Dante e Virgílio estão sendo levados por Flégias — o barqueiro que conduz as almas para o Inferno — debaixo de um céu tenebroso. A barca atravessa as águas escuras e pantanosas do rio Estige, onde ficam as almas acusadas de inveja, soberba e ira, debatendo-se e  torturando-se.

Os dois passageiros Dante usando um capuz vermelho e Virgílio um manto amarronzado e uma coroa de louros — mostram-se amedrontados e horrorizados com o que veem, enquanto o barqueiro seminu, com a forte musculatura das costas e pernas à vista, usando uma capa azul, rema tenazmente de costas para o observador. Atrás, em segundo plano, a cidade de Dite é engolida pelas chamas que clareiam as trevas do Inferno.

Enquanto a barca corta as águas sombrias, almas desesperadas de homens e mulheres com seus corpos nus tentam se livrar do sofrimento eterno, agarrando-se a ela. Um homem, agarrado à proa do barco, tenta segurá-lo com os dentes. As almas sofredoras, em visível desespero, buscam entrar na barca sem conseguir.

Ficha técnica
Ano: 1822
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 187 x 240,5 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Delacroix/ Coleção Folha
Delacroix/ Abril Coleções
Romantismo/ Editora Taschen
A História da Arte/ E. H. Gombrich

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