DEUS, BUDA E O CAMINHO

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Autoria do Dr. Ivan Large

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Três dos meus pacientes, entre cinquenta e sessenta anos de idade, procuraram-me. Paulo era motorista de ônibus. Manoel trabalhava na roça. Geraldo era advogado, funcionário público aposentado. Além da faixa etária, eles tinham outra coisa em comum: os três tinham um início de catarata.

Para Paulo, eu indiquei uma cirurgia, já que não conseguia mais lhe providenciar, com a ajuda de óculos, a visão perfeita que precisava para continuar exercendo a sua profissão. Ao Manoel, aconselhei esperar um pouco antes de operar, pois, como ele me havia dito, a catarata ainda não interferia nas suas atividades rotineiras. Quanto ao Geraldo, fiquei na dúvida e deixei que ele mesmo tomasse a decisão de realizar ou adiar a cirurgia. Apenas o orientei:

– Senhor Geraldo, se a sua catarata deixa-o infeliz, vamos tirá-la, mas, se ela não o incomoda, vamos deixá-la em paz, porque o mais importante é estar se sentindo bem.

Um autor brasileiro contemporâneo, muito famoso, conta em um dos seus livros que, num mesmo dia, três homens perguntaram a Buda se Deus existia. Ao primeiro, ele respondeu que sim; ao segundo respondeu que não; e ao terceiro que ele mesmo teria que decidir. Os discípulos, que estavam presentes, acharam um absurdo o Mestre ter dado três respostas diferentes para a mesma pergunta, ao que Buda explicou:

– São três pessoas diferentes, e cada uma se aproximará de Deus à sua maneira, ou seja, através da certeza, da negação e da dúvida.

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