FALSIFICAÇÃO DAS OBRAS DE ARTE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A falsificação é tão velha quanto a árvore do Éden. (Orson Welles)

Todos nós deveríamos entender que só podemos falar de más contrafações, das que foram denunciadas; as boas ainda estão penduradas na parede. (Théodore Rosseuau)

Das 2500 telas autênticas de Jean-Baptiste Camille Corot, 7800 estão em coleções americanas. (Newsweek – 1940)

Se você reunisse todas as lascas da única cruz verdadeira, poderia construir uma frota de navios. (O falsário Geert Jan Jansen sobre o tráfico de relíquias sagradas na Idade Média)

Todos os peritos trabalham com blefe. Não querem que saibamos com que frequência e com que facilidade eles foram enganados. (Cliff Irving)

Os peritos nem sempre percebem a diferença entre merda e mousse de chocolate. (Robert Anton Wilson)

Quem pensa que as falsificações surgiram atualmente com as peripécias chinesas está muito enganado. Elas remontam aos tempos de antigamente. Já no Egito Antigo, quando os gregos iniciaram a pilhagem de obras de arte, fato que durou cerca de dois mil anos, já encontraram ali os falsificadores fenícios e sumérios, que eram bambas em fazer cópias de obras egípcias “antigas” para venderem aos invasores. Por sua vez, na Itália Renascentista, conforme conta o artista e escritor italiano Giorgio Vasari, no seu livro Vida dos Artistas, o jovem pintor e escultor Michelangelo, com o objetivo de impressionar o mecenas Lorenzo de Médici, criou esculturas romanas, enterrou-as no palácio do dito e, tempos depois, fez com que tão “valiosas peças antigas” fossem descobertas. E mais, segundo o mesmo autor, o artista pedia obras originais emprestadas, copiava-as, mas devolvia as cópias, ficando com as originais. Isso porque era muito fácil envelhecer os desenhos, bastando manchá-los com fumaça e outros materiais.

A falsificação de obras de arte sempre existiu e continuará existindo. É, sem dúvida, a segunda profissão mais velha do mundo. Com o avanço da tecnologia, vem se tornando uma indústria crescente, nos mais diversos quesitos. O New York Times chegou a afirmar que 40%  de todas as grandes obras de arte postas à venda são falsificadas. O que nos leva a crer que temos sido enganados muitas vezes. Para o escritor e jornalista do Sunday Times, Frank Wynne “enquanto a humanidade cobiçar objetos por sua história e sua proximidade com o gênio, o falsário estará a postos”.

A documentação das obras de arte dos mestres antigos, anteriores a 1850, praticamente inexiste. E ainda no século XXI, as obras de arte continuam sendo autenticadas por peritos. Mas por mais estudos sobre o artista que os peritos possuam, ainda acabam muitas vezes sendo enganados, enquanto o marchand, por sua vez, nunca revela que comprou uma obra falsificada. Guarda-a por um tempo e depois a leiloa, pois não quer ficar no prejuízo. A polícia, por sua vez, tem dificuldades em encontrar provas contra o falsário, pois nenhuma das vítimas dispõe-se a testemunhar. Primeiro porque não quer passar por boba, segundo porque quer continuar com o status de possuidora da obra x. Portanto, se você possui aquele Jean-Auguste-Dominique Ingres em casa, abra o olho, pois pode ter comprado gato por lebre.

O primeiro quadro que ilustra este artigo foi comprado pela Galeria Nacional, em 1874, como sendo uma obra legítima de Sandro Botticelli, foi depois revelado como falso. O segundo é considerado autêntico pelos experts, e seu valor foi bem inferior ao do primeiro. No mundo das falsificações, tudo pode acontecer.

Fonte de pesquisa
Eu Fui Vermeer/ Frank Wynn/ Editora Companhia das Letras
g1.globo.com
Foto de Bem Stansall/ AFP

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2 comentaram em “FALSIFICAÇÃO DAS OBRAS DE ARTE

    1. LuDiasBH Autor do post

      Namibiano Ferreira

      É um grande prazer recebê-lo aqui neste espaço.
      Tenho muita estima por seu país, nosso irmão em vários sentidos.
      Precisamos estreitar mais nossos laços, trocando ideias sobre nossas culturas.
      O Vírus da Arte & Cia. está à sua disposição, para quando quiser publicar algo.
      Volte mesmo!

      Um grande abraço,

      Lu

      Responder

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