Autoria de Cristine Martin
Com a vitória de Argo no Oscar de 2013, e o fato de Ben Affleck não ter sido indicado para o prêmio de Melhor Diretor, apesar de ter levado a estatueta para casa como produtor, minha recomendação é o primeiro filme dirigido por ele, Medo da Verdade. Desde então Affleck mostrava que seu talento na direção ainda daria bons frutos.
Este é mais um filme baseado em romance de Dennis Lehane, autor de “Sobre meninos e lobos”. Desta vez temos a história de dois detetives, Patrick Kenzie (Bem Affleck) e Angie Gennaro (Monaghan) que investigam o desaparecimento da pequena Amanda, de 4 anos.
A história reúne os dois detetives pela quarta vez. A “série Kenzie-Gennaro” já tem seis livros, e este foi o único que foi adaptado para o cinema. Além de Medo da Verdade, os filmes Sobre Meninos e Lobos e Ilha do Medo também foram baseados em livros de Dennis Lehane.
A mãe de Amanda, Helene (Ryan), é usuária e traficante ocasional de drogas e está envolvida junto com o namorado Ray no roubo do dinheiro de outro traficante, Cheese (Edi Gathegi, o Laurent de Crepúsculo).
Além dos detetives, os policiais Remy Bressant (Harris) e Nick Poole também estão envolvidos na investigação. Cheese é o principal suspeito, pois teria sequestrado a menina para que Helene e Ray devolvessem o dinheiro. Após Ray ser encontrado morto, os detetives e os policiais montam uma cilada no alto de uma pedreira, onde Cheese morre e Amanda cai no lago profundo junto à pedreira. O corpo da menina não é encontrado e ela é dada como morta. Após o incidente ilegal, o chefe de investigação de crimes contra a criança, Jack Doyle (Freeman) pede demissão do cargo e se aposenta.
Cap. Jack Doyle: Você tem filhos, Srta Gennaro?
Angie Gennaro: Não, senhor.
Doyle: Minha única filha foi assassinada. Ela tinha doze anos. Ouviu falar a respeito? Bem, o que provavelmente não ouviu, e espero que nunca tenha que passar por isso, Srta. Gennaro, é como a gente se sente. Com o que tenho de lidar. Saber que minha garotinha provavelmente morreu chorando e querendo que eu viesse e a salvasse. E eu nunca o fiz. Minha menina morreu com medo e sozinha em uma vala rasa ao lado da estrada, a dez minutos de casa. Eu sei o que é perder um filho. Agora, droga, você me pressiona e pergunta se eu consigo lidar com isso.
Detet. Remy Bressant: Ninguém o está questionando, senhor.
Doyle: Eu honro minha filha com esta divisão. Para que nenhum pai tenha de passar pelo que passei. Esta criança é tudo o que me importa. Vou trazê-la para casa.
Mas Patrick não se conforma com o desfecho do caso e, após solucionar um caso de pedofilia (com uma ação policial em que Nick é gravemente baleado e Patrick mata o culpado após encontrar o menino morto), ele volta a investigar o caso de Amanda.
Frases soltas e detalhes que passaram despercebidos o levam aos verdadeiros responsáveis pelo sequestro; nesse momento ele se vê diante de um dilema: até que ponto a transgressão das leis é aceitável, desde que cause um bem maior em longo prazo, ou até que ponto devemos seguir as leis cegamente, correndo o risco de prejudicar a vida de uma criança no futuro? Pais biológicos irresponsáveis são melhores para o filho que pais adotivos, mesmo que ilegais, que tratem a criança com carinho e responsabilidade?
Este é um filme perturbador, cujo desfecho surpreendente pode não ser o que escolheríamos naquele caso. Vale uma visita à locadora.
Ficha:
Medo da Verdade (Gone Baby Gone), 2007
Direção: Ben Affleck
Roteiro: Ben Affleck, Aaron Stockhard
Elenco: Casey Affleck, Michelle Monaghan, Morgan Freeman, Ed Harris, Amy Ryan
Para saber mais:
– Página do filme no IMDb
– Medo da Verdade – crítica de Fábio Rockenbach no site Cinefilia
– Dennis Lehane – ótimo artigo sobre o autor e seus livros, no blog Dragões de Éter (de Raphael Draccon)
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Cris
Onde escrevi FARGO, leia ARGO.
Beijos,
Lu
Cris
Ainda não vi o filme comentado por você, mas parece muito bom.
E se a sugestão vem de uma grande amante do cinema, nada como correr atrás.
Ben Affleck não demorará muito a se postar entre os grandes diretores do cinema.
O moço mostra talento.
Quando vir Fargo, dê-nos a sua opinião.
Grande abraço,
Lu
Olá Lu!
Que bom ver meu primeiro texto publicado aqui no novo site! Este filme é muito bom, um suspense policial bem competente. Acho que o Ben Affleck está se saindo melhor na direção do que como ator, se bem que gostei muito de um filme dele, O Pagamento, mas mais pela história (um bom filme de ação e ficção científica) do que pela atuação dele. Quanto ao Argo, é sensacional. Uma história interessante muito bem contada, e uma produção caprichadíssima, dá a impressão que voltamos 30 anos no tempo.
Beijos!
Cris
O maior prazer é meu, pois tenho um grande carinho por você.
Além disso, você é uma exímia escritora que enriquece qualquer blog.
Lembre-se de que este cantinho também é seu, doravante.
Amiga, quero lhe agradecer muito por sua ajuda na confecção deste blog.
Sempre nos atendeu, enviando passo a passo as explicações pedidas.
Nunca mencionou dificuldades em nos ajudar.
Portanto, digo que ele também foi construído por você.
Em relação aos comentários, baixamos o Subscribe to Comments Reloaded.
Você é muito fofa e generosa.
Conte sempre comigo.
Grande abraço,
Lu
Owwwnn… obrigada! 🙂
Grande beijo, amiga!