Autoria de Lu Dias Carvalho
Goya retrata em sua composição O Enterro da Sardinha uma festa popular que marca o final do Carnaval e a entrada da Quaresma, festividade que ocorre em vários lugares da Espanha. O atrativo principal dessa festa de origem pagã é o simbólico enterro de uma sardinha de papelão.
Na cena as pessoas estão concentradas num lugar descampado, com árvores estranhas ao redor, sob um céu nebuloso que prenuncia a chegada de uma tempestade. O colorido é sombrio, sendo as figuras mal esboçadas. Elas usam máscaras de morte, de bestas e diferentes fantasias. No meio do barulhento grupo também estão presentes crianças. Ou seriam anões?
Um personagem no meio do ruidoso grupo, usando vestes negras, carrega um enorme estandarte com a imagem de um rosto rechonchudo e uma enorme boca risonha, deixando visíveis parte dos dentes. Muitos veem na figura a imagem da loucura, do caos e da degeneração.
Na frente do cortejo duas personagens femininas, vestidas de branco, e um homem que carrega um pequeno estandarte vermelho, dançam. Uma das mulheres, à esquerda do observador, tem uma figura de preto atrás de si, ostentando afiados chifres, que parece querer ampará-la.
Ficha técnica
Ano: 1812-1814
écnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 82,5 x 52 cm
Localização: Museu Real da Academia de Belas Artes, Madri, Espanha
Fontes de pesquisa
Goya/ Abril Coleções
Goya/ Coleção Folha
Goya/ Editora Manole Ltda.
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Eu gosto do Rafael Bordalo Pinheiro, mas reconheço no trabalho de Goya intitulado “O enterro da Sardinha”, a presença do “Zé Povinho” no estandarte. Parece-me coincidência demais, e nunca ouvi falar disto …
António
Primeiro quero lhe dizer que é um grande prazer recebê-lo aqui neste espaço. E, em segundo, agradeço-lhe pelo comentário enriquecedor.
Rafael Bordalo Pinheiro foi um artista completo, sem dúvida alguma um dos grandes nomes da história portuguesa. Ainda não tive a oportunidade de pesquisar sobre ele, coisa que já está nos meus planos.
Também gosto muito da obra de Goya. Escrevi sobre ele e sobre muitos de seus quadros, aqui no blog. Como você bem diz, “O Enterro da Sardinha” traz as pessoas do povo.
Obrigada por sua presença. Volte e comente sempre.
Abraços,
Lu