Na Antiguidade a homossexualidade era vista como um hábito cultural. Na Idade Média era tida como um estado de pecado. Na Idade Moderna virou crime e patologia, a partir do final do século 19, na Europa, vista como doença mental e sendo classificada como “desvio” ou “perversão”. Somente em 1990 é que a OMS (Organização Mundial de Saúde) “libertou” a homossexualidade da condição de patologia. O termo “homossexualidade” foi criado pelo médico austro-húngaro Karoly Maria Benkert. Designava qualquer forma de relação carnal entre pessoas do mesmo sexo.
Com a famigerada “cura gay” proposta, absurdamente, pelo então presidente da Comissão dos Direitos Humanos, José Feliciano, esquecendo-se dos danos causados pelas “terapias de reversão” aos pacientes homossexuais, tempos atrás, a homossexualidade tomou as ruas e a mídia, pondo a público toda a sua história, na maioria das vezes toldada pela incompreensão humana, que exigia que todos os seres humanos usassem a mesma forma de comportamento para a sua sexualidade. Para tanto, foram criadas teorias científicas bizarras que viam a homossexualidade como uma doença da mente, tendo os gays que se submeterem a tratamentos mentais, entre os quais estava a lobotomia – cirurgia que eliminava parte do cérebro do indivíduo homossexual.
Mesmo em meio ao terror dos campos de concentração nazistas, o preconceito contra os gays era visível. Primeiro eles eram assinalados com a letra A, que foi trocada mais tarde por um triângulo cor-de-rosa. Enquanto judeus e ciganos eram cremados, os gays eram usados como cobaias para as experiências nazistas: a suposta “cura” feita através de tratamentos hediondos. Um deles consistia na castração da vítima e na introdução de altas doses de hormônios masculinos no seu corpo. E pela mais cruel das ironias, americanos e britânicos, ao invés vez de libertarem os homossexuais, após a Segunda Guerra Mundial, obrigaram-nos a cumprir o resto da pena imposta pelos nazistas, em prisões comuns. O mais bizarro era que o próprio Adolf Hitler era homossexual.
Em meados do século 20, em Nova York, 200 gays foram retirados de um bar e presos, o que acabou fomentando uma grande revolta, recebendo protestos de vários populares, originando, assim, o “Gay Power”, que iniciou a luta contra a discriminação da homossexualidade. Os ativistas organizaram-se para combater a homofobia, trazendo coragem às pessoas para assumirem sua opção sexual. A maior vitória gay aconteceu em 1973, quando a Associação de Psiquiatria Americana desclassificou a homossexualidade como patologia. Outros acontecimentos vieram:
- O Conselho Europeu, em 1981, emitiu uma resolução exortando seus membros a descriminalizar a homossexualidade.
- A Organização Mundial de Saúde, em 1990, declarou que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”.
- A nova classificação, três anos depois, entrou em vigor nos países-membros nas Nações Unidas.
- A homossexualidade deixou de ser tratada por psicólogos em 1999 no Brasil.
- O Brasil reconhece a união civil homossexual desde 2004 e permite a adoção de crianças por casais do mesmo sexo.
- Transgêneros podem mudar de sexo legalmente em nosso país. Mas o casamento homossexual é proibido e os gays ainda são vítimas de agressão física por causa de sua opção sexual.
Contudo, toda vigilância é pouca, pois, fazendo ouvidos moucos para as declarações da OMS, certos profissionais, intitulados “psicólogos de Cristo” e certos políticos marqueteiros propõem, aqui no Brasil, que a homossexualidade seja vista como doença e os homossexuais passem pela “cura gay”. Haja oportunismo, prepotência e retrocesso.
Nota:
Quem quiser saber com profundidade sobre o tema abordado aqui, fica a sugestão do livro História da Sexualidade, Peter Stearns.
Fonte de pesquisa:
Aventura na História / Editora Abril
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Lu,
para quem estiver mais interessado por este assunto, sugiro a leitura do livro: Homossexualidade sob a Ótica do Espírito Imortal, de Dr. Andrei Moreira (presidente da Associação Médica Espírita de Minas Gerais). Excelente!
Grande abraço,
Sandra Aguiar
Sandrinha
É sempre importante indicar para o leitor interessado mais fontes sobre o assunto.
Deve ser um livro interessantíssimo.
É bom conhecer o assunto sob as mais diferentes visões.
O espiritismo sempre foi mais moderno em relação a certos pontos de vista.
Grande abraço,
Lu