LIDANDO COM O VAZIO EMOCIONAL

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

vazemo

Você já sentiu um “vazio emocional” ou um oco em seu interior? Se a resposta for positiva, saiba que é difícil de explicar a alguém o que você realmente sente. Não tem a ver com ter ou não dinheiro. Ser mais rico ou mais pobre. Uma pessoa pode ter tudo que necessita e, entretanto, sentir um profundo vazio em seu interior. Sentir-se vazio é pensar que a existência não tem sentido, mesmo quando o nosso ambiente nos mostra exatamente o contrário.

Poucos estados vitais são tão paralisantes quanto o vazio emocional. Apesar do “vazio” ser descrito como ausência de algo, no campo da psicologia esta dimensão se define por um sofrimento, um mal-estar e uma profunda tristeza. A frustração pessoal, a dor de uma infância complicada, o fracasso ou mesmo o estresse e a ansiedade podem evoluir para este buraco negro existencial.

As pessoas tentam preencher este vazio aumentando a gula pela comida, ou enchendo a cara com bebidas alcoólicas, ou aumentando o tempo com compromissos sociais, ou dedicando mais tempo às coisas de que gosta. Ninguém quer parar para pensar neste sentimento que lhe faz mal e angustia. É um vazio quase que insuportável, pois não se pode suportar aquilo que não se compreende. Quando uma pessoa se sente vazia, é como se uma série de emoções negativas decidissem se juntar, ganhar força e, em conjunto, desencadear uma espécie de “engessamento”. Surge então a desilusão, a insatisfação com a vida, a angústia aliada a uma tristeza sem motivo aparente. Esta luta contra o vazio emocional não é fácil. Entretanto, deve ser detectada e ser combatida. Mas como lidar com isso?

Algumas perguntas devem ser feitas inicialmente, como: o que me traz satisfação? Quais atividades me dão prazer? Quais são as minhas vontades ou interesses? Consigo sentir felicidade em algum momento do dia? A dificuldade em responder tais perguntas pode significar que existam bloqueios relacionados à própria vida. Comece a valorizar o que você tem. Não se trata de ser conformista, mas de aceitar a realidade tal como é. Concentre-se naquilo que lhe faz sentir-se bem, potencialize as suas virtudes e não se deixe dominar pelos seus defeitos. Seja consciente de que a perfeição não existe; temos pontos positivos e negativos. Valorize os positivos e vá corrigindo o que não está bom com o tempo.

Uma boa maneira de começar a curar as feridas emocionais é procurando ajuda. Nem sempre temos todas as ferramentas necessárias para solucionar os nossos problemas. Pedir ajuda não significa ser fraco, mas ter a capacidade de entender que precisamos de alguém para enfrentar os problemas. A busca pelo autoconhecimento pode ser difícil de trilhar sozinho, embora alguns consigam. Portanto, um acompanhamento médico e/ou psicoterápico pode ser de grande auxílio.

Para desvencilhar-se deste vazio é também de suma importância cuidar não só do aspecto psicológico, mas também do físico. Portanto, durma no mínimo oito horas; faça as refeições em horários corretos e regulares; hidrate-se bastante e caminhe meia hora por dia. O objetivo final é preencher este vazio interno em um espaço para oportunidades gratificantes.

Ilustração: obra do pintor russo Leonid Afremov

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15 comentaram em “LIDANDO COM O VAZIO EMOCIONAL

  1. Ugeninelson Autor do post

    É emblemático que tal morbidez assome principalmente nos egocêntricos. Nos que giram em sua própria órbita sempre. Jamais saindo dos seus eixos mesquinhos. E como independentemente de nossa posição social, todos invariavelmente estamos sujeitos a uma lei invisível que rege o universo inteiro através da interação recíproca, então quando não desaguamos no outro para lhe dar um pouco de mimo, de amor, de carinho, mesmo que seja um instante de diálogo, mais para ouvir do que falar; ainda que seja um sorriso – o resultado narcísico do opinionismo subjetivista invariavelmente resvala para esse aludido vazio. Porque a força interior que nos move e nos faz feliz consiste em ter piedade, pena, dó do outro. Ainda que não façamos nada. Porém as forças invisíveis percebem o sofrimento pelo fardo de outrem. E nada ultrapassa o coração fraterno que se compadece.

    Não importa que o mundo, em alguns pontos, esteja mergulhado na desordem e em conflitos. Na vida dos que praticam a lei do amor luze transbordante os fachos do preenchimento interior, provocado somente e exclusivamente pela saciedade da partilha. Nosso ser precisa disso para continuar equilibrado e ser feliz. Logo, quem ama, se doa, perdoa, ajuda, se cansa pelo próximo, não deixa em si quaisquer possibilidades de ser alcançado por essa impressão escura da realidade, por esse olhar turvo que prostra a alma, decaída pela falta de se fazer presente na vida de alguém.

    A gente obviamente não pode sair por aí ajudando todos os que precisam de colo. Mas a diferença entre essa proposição e a que busca alguém para fazer feliz de alguma maneira, por mais simples que seja, é justamente uma misteriosa blindagem que inebria o ser somente pela via da cooperação. Enquanto aqueles se debatem em destrutiva auto-adoração que, por não poder se fartar a si mesma, obviamente conjura às prisões nebulosas tanto a mente como o espírito.

    Um beijo, Lu. Saudades. E desde já Feliz Natal! Com muita saúde e paz. Eu sumo, mas apareço.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Ugenenilson

      Para quem carrega tanta sabedoria em sua essência, você some por um tempo demasiado grande. Tenho muito a aprender consigo. Por favor, visite-nos mais vezes e derrame aqui, como uma fonte de bênçãos, suas palavras generosas.

      Abraços,

      Lu

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  2. Patricia Sampaio

    Oi, Lu!

    O ser humano está ocupado demais, buscando expectativas irreais, gastando tempo à espera da felicidade. Assim vamos vivendo o amanhã, o passado, enquanto podemos alcançar a felicidade no agora. Estar vivo é nosso maior milagre. Então vamos viver o melhor que pudermos. Mudar o que se pode mudar e administrar o que não dá pra mudar. Reclamar? Por que não? O importante é estarmos conscientes que o imutável faz parte da vida, por isto, devemos viver da melhor maneira que der.

    Acredito que o que nos transforma é estarmos atentos ao nosso dia, ao momento, àquilo que fazemos e pensamos. Nossa mente é muito tagarela e nos distrai o tempo todo. Quando estamos centrados e presentes no agora vivemos mais intensamente. Para isto, é preciso escutar o bater do coração, estar atento no inspirar e expirar conscientemente, pois acreditem que isso é transformador. Mesmo que o ruído seja intenso e que você esteja com vontade de matar alguém. Volte para si escute o silêncio em você e simplesmente respire. Se estiver difícil diga “estou inspirando e expirando” e preste atenção unicamente na respiração.

    Queridos não é fácil, mas acreditem vale apena tentar.

    Um grande abraço!

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Pat

      Eu estava com saudades de seus comentários. Saudades deste modo simples e objetivo com que você expõe os fatos e ensina-nos a andar neste nosso turbulento mundo, em que nada é permanente. Fazer o que nos ensina é uma maneira de apaziguar nosso coração e “vale a pena tentar”, como nos incentiva você.

      Beijos,

      Lu

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  3. Bernadete Amador

    Já senti isso por diversas vezes, principalmente no âmbito familiar. No meu caso, acredito que foi devido os meus pais terem predileções por outros irmãos. E nesse ínterim, sempre busquei agradar a todos, cuidar de todos, a pensar em todos, para me sentir amada,valorizada, principalmente também como os meus pais! E com isso cada vez mais o vazio aumentava! Criei um saco sem fundo! De nada vale os cuidados,a importância com os outros, se não enxerga o quão você é cheia de amor e de luz! Ninguém dá o que não tem! Voltei pra mim… E na gratidão me preenchi, e consegui na minha diferença de não ser igual, sentir o quanto isso hoje me faz bem!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Bernadete

      Quando nós próprios tomamos consciência de nosso valor, as coisas deixam de atingir-nos e machucar-nos. E você mesma deixa bem claro essa sua tomada de consciência, ao explanar que: “De nada vale os cuidados, a importância com os outros, se não enxerga o quão você é cheia de amor e de luz! Ninguém dá o que não tem! Voltei pra mim… E na gratidão me preenchi, e consegui na minha diferença de não ser igual, sentir o quanto isso hoje me faz bem!”. Fica o seu exemplo para todos nós.

      Beijos,

      Lu

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  4. Matê

    “Cuidar não só do aspecto psicológico, mas também do físico”. Estão interligados, e o vazio emocional é campo fértil para doenças.

    Abraços

    Matê

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  5. Daniela Leite

    Sei bem o que é isso. Estou me sentindo assim ultimamente. Meio que depressiva. Sei lá. Só quem sente isso,é que sabe.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Daniela

      Todos nós passamos por períodos assim, vez ou outra. Se ele for muito intenso e demorar a passar, procure um psiquiagra, pois pode se tratar de um transtorno mental, que, quanto mais cedo for tratado, melhor será para você.

      Beijos,

      Lu

      Responder
  6. Leila Gomes

    Lu

    Na minha concepção, o vazio existencial só é preenchido quando de nossa “terra” brotam árvores frutíferas e flores perfumadas.

    Abraços

    Leila

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Leila

      O difícil é saber como fazer brotar árvores frutíferas e flores perfumadas. Quais seriam os caminhos a seguir?

      Abraços,

      Lu

      Responder
      1. Leila Gomes

        Lu

        Nunca deixar a podridão existente em muitas pessoas nos contaminar. Temos que filtrar o que alimenta a nossa alma. Não deixar de conviver, mas criar proteções.

        Abraços

        Leila

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        1. LuDiasBH Autor do post

          Leila

          É verdade, é preciso criar proteções quando não se pode afastar. E sempre que possível manter distância.

          Beijos,

          Lu

        2. Bernadete

          Afastar do que nos faz mal, além de ser uma forma de proteção, também é uma forma de amor! E não corresponder, da mesma forma que usualmente utilizam, na descoberta do nosso ponto fraco para nos atingir! Aprendi a não revidar, a não explicar, e não me importar… Deixar ir não significa se acovardar! Significa que, muitas vezes, o que você pensa que te faz falta, não faz FALTA NENHUMA!

        3. LuDiasBH Autor do post

          Bernadete

          A pior forma de solidão é aquela que vivenciamos ao lado de outras pessoas, pois além de frustrante, ela também acaba com a nossa autoestima. Deixar ir, quando os contatos ficaram espinhosos, não é somente uma forma de sabedoria, é também um grande ato de amor. E para que revidar quando o terreno é infértil? Seria uma perda de tempo. Nossa vida está plena de bem-estar quando nos encontramos bem com nós próprios, ou seja, quando amamos a nossa própria companhia. Indico-lhe o livro O PROFETA, de Kalil Gibran (poderá abaixar pela internet), grande guerreira.

          Beijos,

          Lu

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