Autoria de Lu Dias Carvalho
Vocês conhecem alguma pessoa que não crê em nada que ela mesma não possa comprovar? Pois assim é o meu primo Astolfo Romão Santana, cujo apelido é São Tomé. Só para que o leitor tenha uma ideia, o rapaz nunca acreditou que a NASA tenha enviado o homem à Lua, ou que o Sol é uma estrela que um dia esfriará. Tampouco confia que Noé, Salomão, Gengis Khan, Notradamus, Galileu Galilei, Calígula e outros tantos nomes da história tenham existido algum dia. Para ele tudo é conversa mole para boi dormir. Invencionice humana. Só acredita no que ele mesmo pode corroborar. Até mesmo numa conversa sobre o cotidiano, Astolfo acaba implicando com o interlocutor. Para tudo vem a sua conhecida expressão: “Onde está a prova? Bota ela aqui na minha mão!”.
E foi por essas e outras que Astolfo Romão acabou se implicando com as pesquisas eleitorais. Para ele tudo era tramado. Não havia um pingo de veracidade em nada. Só os bobos acreditavam naquela palhaçada. E que iria desmascarar todos os institutos, botá-los no mesmo balaio. Assim, concluiu que deveria fazer sua própria pesquisa, para restabelecer a verdade para o bem geral do povo e da nação.
Astolfo escolheu um domingo para fazer a sua inquirição. Como as pessoas estavam descansadas e iriam trabalhar no dia seguinte, o melhor horário para achar todo mundo em casa seria a madrugada, deduziu ele. Com um catálogo telefônico à mão, munido de um bule de café forte, rodeado por sacolas de pão, mortadela, broas e um vasilhame de manteiga, o meu primo resolveu passar a madrugada investigando a intenção de votos do maior número de pessoas, possível. E assim foi feito.
Estava a família tomando o café da manhã, quando Astolfo entrou esbaforido na sala, com olheiras imensas e cabelo desgrenhado, gritando:
– Gente, eu não lhes falei que aquelas pesquisas eleitorais eram gabolice pura? É por isso que sou dos tais que mata a cobra e mostra o pau. Preparem-se para ouvir uma notícia que deixará todos embasbacados.
– Fale logo, Astolfo! – gritamos todos nós.
– Gente – continuou o São Tomé moderno – minha mãe, dona Esperidiana Romão Santana, será a futura presidenta do Brasil.
– Mas como você chegou a esta conclusão, primo? – indaguei eu.
Astolfo nem titubeou para responder:
– Muito simples, minha cara. Eu telefonei para 2573 pessoas, entre a meia-noite e as cinco da manhã de hoje. O resultado foi o seguinte:
39% responderam: “Vou votar na sua mãe”;
52% disseram: ” Vou votar na p. que te pariu;
7% mandaram-me tomar naquele lugar, os quais eu coloco no rol de “indecisos” ;
2% bateram o telefone na minha cara, esses eu considero como “votos nulos”.
Assim sendo: 39% + 52% = 91% corresponde à votação que minha mãe terá. Sem falar que entre os indecisos ela ainda poderá pescar mais alguns votos.
E eu cá já estou matutando sobre o cargo que escolherei no mandato de minha tia Esperidiana Romão Santana. Provavelmente será o de Ministra da Comunicação.
Nota: causo que tem por inspiração uma piada que recebi via e-mail.
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Lu Dias
É pra rir ou pra chorar…
Abração
Mário Mendonça
Mário
É para rir, relaxar nossas tensões.
Abraços,
Lu