Recontado por Lu Dias Carvalho
O deus Apolo quedou-se de amores pelo jovem mortal Jacinto. Sua paixão era tamanha, que o seguia por onde quer que fosse. Nada mais chamava a sua atenção. Até mesmo sua amada lira e suas setas eram esquecidas, quando se encontrava na companhia do namorado.
De uma feita, estavam Apolo e Jacinto brincando com um disco, quando esse, ao ser acionado pelo primeiro, repicou na terra e atingiu a testa do segundo. Jacinto tombou no chão, com o sangue a esguichar-lhe do ferimento. Apolo tomou-o nos braços, tentando inutilmente cessar o sangue que afluía. Não demorou muito para que a cabeça do jovem tombasse sobre seu ombro, anunciando a sua morte. Desesperado, Apolo recriminava-se pelo acontecido. Dizia ter sido ele o responsável pela morte de Jacinto, roubando-lhe a juventude. Mas haveria de conservá-lo em vida, ainda que fosse na forma de uma flor.
As palavras de Apolo fizeram com que o sangue de Jacinto, que encharcara a relva, desse vida a uma flor púrpura. E para eternizar seu lamento, escreveu em cada pétala sua expressão de dor “Ai, Ai!”. E assim nasceu a flor de nome “jacinto”.
É triste, porém, saber que a morte do jovem deveu-se não a um erro de Apolo, mas ao ciúme pérfido de Zéfiro (vento oeste) que também se apaixonara pelo belo Jacinto, que, por sua vez, preferiu Apolo. Movido por um forte despeito, como quem diz “Se não é meu, também não será de outrem!”, Zéfiro desviou o disco de modo a atingir o jovem Jacinto.
Nota: A Morte de Jacinto, obra de Jean Broc
Fontes de pesquisa
O Livro de Ouro da Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM
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