Autoria de Lu Dias Carvalho
Os bebês não se matam entre si porque não lhes damos acesso a facas e armas de fogo. A questão […] que temos tentando responder nos últimos trinta anos é como as crianças aprendem a agredir. Mas essa é a pergunta errada. A correta é: como elas aprendem a não agredir. (Richard E.Tremblay)
Grande parte da violência humana é violência covarde: golpes de surpresa, lutas desonestas, ataques preventivos, incursões noturnas, execuções mafiosas, tiros disparados de veículos. (Steven Pinker)
Os atuais filmes de terror, que esguicham sangue, são água com açúcar se comparados às torturas e mutilações simuladas, que durante séculos deleitaram suas plateias. (Harold Schechter)
Eu nunca matei um homem, mas já li muitos obituários com grande prazer. (Clarence Darrow)
Segundo o suiço Rousseau, importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata, o homem nasce bom, mas a sociedade corrompe-o, pois ele encontra maldades por toda parte. Já o inglês Thomas Hobbes, matemático, teórico político e filósofo, achava que o homem é mau por natureza, o lobo do próprio homem. Rousseau e Hobbes tinham, portanto, ideias totalmente divergentes sobre a natureza humana.
Uma ligeira imersão na história da humanidade permite-nos ver que o sangue jorrou em abundância nos mais diversos lugares e tempos e pelos mais diferentes motivos. Assim sendo, é possível chegar à conclusão de que natureza humana é propensa à maldade, acampando no seu bojo motivos que a impelem à violência, como a predação, a dominação e a vingança. Contudo, ela também tem uma inclinação para a paz, a compassividade, a retidão, o equilíbrio e a razão. O fato é que a espécie humana agrega seus demônios interiores, assim como seus anjos, vivendo esses “eus” em permanente colisão, quando uns tentam se sobrepor aos outros. Vencerão os anjos, se os demônios estiverem sob constante vigilância, ainda assim por certos períodos de tempo.
Um fato que pode nos surpreender é a descoberta feita pelo psicólogo e pesquisador Richard E.Tremblay que, ao medir os índices de violência no fluir da vida, chegou à conclusão de que o estágio mais violento encontra-se nos “dois anos”, ou seja, quando o homem é ainda bebê, sendo tais índices reduzidos no caminhar dos anos do indivíduo. Concordando com Tremblay, o humanista Steven Pinker acrescenta que “Um típico representante dessa fase, ao menos de vez em quando, chuta, morde, bate e se mete em brigas; então o índice de agressividade física passa a reduzir-se constantemente ao longo da infância.”.
Embora estejamos acompanhados por nossos demônios interiores da violência, poucos são aqueles que andam a soltá-los por aí, sem um mínimo de autocontrole. Ainda assim, é quase impossível dizer que nenhum de nós, em um dado momento, não desejou matar alguém, fazer uma determinada pessoa desaparecer de nosso campo visual. Trata-se de um instante que a psicologia chama de “fantasia homicida”. Esse nosso devaneio sanguinário está também presente quando usamos nosso tempo com passagens de certos livros religiosos “banhados em sangue”, sagas homéricas, tragédias gregas, dramas shakespearianos, livros de terror, folhetins sensacionalistas, filmes violentos, quadrinhos de horror, videogames de guerra, etc., conforme descreve Pinker em seu livro “Os anjos bons da natureza humana”. Aproveitemos para conhecer alguns termos relativos à violência (o sufixo -cídio exprime a ideia de morte, extermínio):
- homicídio – morte de um indivíduo praticada por outro;
- cristicídio – suplício de morte infligido a Cristo.
- democídio – (neologismo) assassínio de qualquer pessoa ou grupo de pessoas por parte do seu próprio governo;
- genocídio – extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso;
- etnocídio – destruição de uma etnia no plano cultural;
- presidenticídio – assassínio de um presidente;
- politicídio – as vítimas integram grupos definidos por suas filiações políticas;
- regicídio – assassinato de um rei, seu consorte, de um príncipe, herdeiro ou de outras formas de regentes, como presidentes e primeiros-ministros;
- infanticídio – assassínio de uma criança, especialmente de um recém-nascido;
- neonaticídio – refere-se à morte ou o abandono de um recém-nascido por parte de um ou ambos os progenitores, nas primeiras vinte e quatro horas de sua vida;
- filicídio – ato de matar o próprio filho;
- feminicídio – significa a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino;
- parricídio – assassínio do pai, mãe ou qualquer um dos ascendentes;
- uxoricídio – assassinato da mulher pelo próprio marido;
- mariticídio – assassinato do marido pela própria mulher;
- terrorismo pelo suicídio – é qualquer tipo de operação bélica em cujo processo quem ataca tem a intenção de morrer junto;
- animalicídio – morte violenta de animal;
- regicídio – incluindo genocídio, politicídio, e assassínio em massa.
Sugestão de leitura
Homens maus fazem o que homens bons sonham/ Robert I. Simon (psiquiatra forense)
Nota: pormenor de A Criação do Homem, de Leonardo da Vinci
Fonte de pesquisa
Os anjos bons da natureza humana/ Steven Pinker/ Edit. Companhia das Letras
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“A vida não tem sentido!” – (Dracula – 1897 – Bram Stocker – *1847- + 1912)
Márcio
Olhando do ponto de vista existencial a vida não tem nenhum sentindo, mesmo. Ainda assim é preciso buscar viver da melhor maneira possível, para que os nossos dias valham a pena. Eu assisti ao filme a que se refere. Gostei muito.
Você é sempre bem-vindo no nosso espaço. Obrigada pela sua presença.
Abraços,
Lu
Lu
Também estou contente por estar novamente no BLOG.
Abraços
LU
Grande verdade!
Abraços
Rui
Sinto-me muito feliz ao contar de novo com a sua presença neste espaço.
Beijos,
Lu
Olá, querida, Lu
Não consigo fazer comentários.
Abraços
Rui
Você acabou de conseguir.
Abraços,
Lu
O homem é mau por natureza!
Abraços
Rui
Concordo com você! Somos o único animal a premeditar a maldade.
Abraços,
Lu
Excelente! Parabéns!
Lobato
Muito obrigada por sua presença e comentário. Será sempre um prazer contar com a sua participação.
Abraços,
Lu
LU
Até os meus gatos e cães sabem AMAR!
Abraços
Rui
O ser humano está cada vez mais cruel. Precisa aprender com os bichos a amar.
Abraços,
Lu