Botticelli – PALAS ATENA E O CENTAURO

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Autoria de LuDiasBH

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A composição denominada Palas Atena e o Centauro é uma obra do pintor italiano Sandro Botticelli. Nela estão representados a deusa e um centauro (ser pertencente à mitologia grega, com cabeça, braços e dorso de um homem, mas com o restante do corpo de um cavalo).

A deusa Palas Atena é também conhecida apenas como Atena. Na mitologia grega é responsável por inúmeros atributos: civilização, sabedoria, estratégia, guerra, justiça, habilidade, companheira dos heróis, etc. Na mitologia romana ela recebe o nome de Minerva.

No seu quadro Botticelli representa a deusa Palas Atena detendo um centauro. Chama a atenção a roupa da deusa, bordada com ramos de oliveira, assim como a expressão de tristeza do centauro.

Curiosidade
Os centauros têm sido retratados numa série de livros de inúmeros escritores, com as mais diferentes representações, ora como seres bons ora como maus.

Ficha técnica
Ano: c. 1482
Técnica: têmpera sobre tela
Dimensões: 207 x 148 cm
Localização: Galleria degli Uffizi, Florença, Itália

Fonte de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Mitologia/ Thomas Bulfinch

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Pontormo – VÊNUS E CUPIDO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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O pintor italiano Jacopo Carucci (1494 – 1556) nasceu na cidade de Pontormo, na Toscana, apelido que viria a dotar em sua arte. Teve como mestre Leonardo da Vinci e Piero di Cosimo, vindo depois a entrar para o ateliê de Andrea del Sarto, tendo desenvolvido um estilo maneirista distinto. Em 1522 foi morar no monastério da Ordem dos Cartuxos, onde pintou uma série de afrescos, cujo tema era a Paixão e a Ressurreição de Jesus Cristo. Foi professor de seu filho adotivo Agnolo Bronzino e também colaborador de Michelangelo. Suas últimas obras receberam a influência das gravuras de Albrecht Dürer, por quem nutria grande admiração e seguiu o modelo de Michelangelo. Assim como Rosso Florentino, Pontormo tornou-se o expoente máximo do Maneirismo, com seus trabalhos dramáticos e expressivos.

A composição denominada Vênus e Cupido é uma obra do artista.

Vênus — deusa da beleza e do amor —está acompanhada de seu filho Cupido — deus do amor — nascido de sua relação com Marte, o deus da guerra. Ambos representam na pintura o amor e a poesia, como mostra a alegoria presente à direita de ambos.

O pequeno Cupido está abraçado ao pescoço de sua mãe, fazendo menção de beijá-la. Ambos seguram uma seta, enquanto o arco está dependurado próximo a duas máscaras — masculina e feminina — tendo acima a aljava cheia de setas, instrumentos do deus do amor. Também é possível ver meio corpo de um homem dentro da caixa.

O artista fez esta pintura a partir de um esboço criado por Michelangelo, daí a monumentalidade das figuras.

Ficha técnica
Ano:1532-1534
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 128 x 197 cm
Localização: Galleria dell’Accademia, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

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COVID-19 E O JEITO DE SER MINEIRO

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Autoria de Dr. Carlos Starling*

Onde estamos na epidemia? Esta é a pergunta que amigos, familiares e jornalistas me fazem todos os dias. Num misto de exaustão pelo isolamento social e esperança pela volta da “normalidade”, todos sem exceção, se sentem gratos pelos resultados até aqui alcançados. Nossos indicadores mostram estabilidade em níveis que ainda não pressionam os limites dos serviços públicos e privados. O número de mortes está abaixo do inicialmente projetado pelos cenários mais otimistas. Entretanto, vivemos um frágil equilíbrio entre a racionalidade e o desespero.

O sucesso das medidas em curso coloca em xeque as próprias medidas. Se temos tudo controlado, por que não liberamos geral e voltamos para nossas vidas como se nada tivesse acontecido? Como se tivéssemos vivido um grande equívoco, mas valeram as férias forçadas. Não é bem assim!

A epidemia de COVID-19 terá ondas recorrentes em nosso país. Não somos a França, Itália ou Alemanha. Somos quase um continente. A epidemia por aqui, como dissemos em colunas anteriores, ocorrerá em distintas fases com ondas de idas e vindas em classes sociais e regiões. Se não tivermos uma vacina eficaz, segundo estudos de pesquisadores da Universidade de Harvard, a epidemia persistirá em surtos até 2024.

Se hoje temos sucesso, não podemos contar vitória antes da hora. O vírus circula em níveis contidos pela disciplina e pelo jeito mineiro de ser. Nós, mineiros, temos em nosso gene mineral a sabedoria de quem sabe esperar. Escutar mais e falar menos. Como dizia Benedito Valadares “estou rouco de tanto ouvir”. Assim somos, prudentes e amantes da nossa essência que preserva o que há de mais valioso: nossas vidas e as de quem amamos. Minas é saborosamente mágica, como catalogou Frei Betto, em suas inúmeras definições do que é ser mineiro.

Na epidemia de 1918 não foi diferente. A nossa disciplina e prudência impediu que a doença por aqui tivesse os catastróficos números do Rio e São Paulo. O cumprimento das medidas de isolamento social foram a chave naquela época e no presente. Porém, a pressão para que haja uma liberação a qualquer custo das medidas que preservaram a vida de milhares aumenta dia após dia. Por vezes, querem saber quando será o pico! Mas, quem disse que teremos que ter um pico além do Itacolomi?!

Percebo que há uma angústia por chegarmos ao pico da epidemia, como se, assim, a normalidade estivesse logo ali na esquina. Lembra-me a dor de tirar um esparadrapo, pois quanto mais rápido o puxamos menor o tempo do sofrimento. O pico de uma epidemia é também o momento de muita dor para milhares de famílias.

Somos gente que não nasceu destinada à tristeza e ao sofrimento. Nossa obrigação é buscar a felicidade e a alegria. Desta forma, nosso desafio é não termos pico algum. Lutaremos para que a curva se mantenha a mais achatada possível. Assim, estaremos cada vez mais próximos de um tratamento efetivo, de uma vacina e da circulação de vírus menos agressivo. Isso porque a sábia natureza configurou os parasitas com a sabedoria de não destruir todos os seus hospedeiros. Se assim ocorresse, seria a morte do próprio parasita e sua extinção.

Na epidemia atual existem coronas vírus distintos em circulação. Os mais agressivos, felizmente, são a minoria. Com o tempo, circularão as cepas menos agressivas, que permanecerão por tempo indefinido. Não queremos picos e nem encher covas, apesar de as termos aberto por prudência mineira. Como diz o ditado, “o bom mineiro não laça boi com embira, não dá rasteira em pé de vento, não pisa no escuro, não anda no molhado, só acredita em fumaça quando vê fogo, não estica conversas com estranhos, só arrisca quando tem certeza, e não troca um pássaro na mão por dois voando”.

Assim, vamos seguindo vivos e com a esperança de que vai passar. Porque vai passar, mas enquanto isto, fiquemos em casa com a paciência e prudência que Deus nos deu.

*médico infectologista, coordenador do combate ao Covid-19 no estado mineiro e colunista do Jornal Estado de Minas.

Fonte da matéria: Jornal Estado de Minas
Ilustração: Interior de Pobres II, autoria de Laser Segall

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Magritte – A VIOLAÇÃO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Neste quadro, o rosto de uma mulher é feito com os elementos essenciais de seu corpo. (René Magritte)

 Minha pintura é feita de imagens visíveis que não escondem nada; evocam mistério e, de fato, quando se vê uma de minhas fotos, nós nos perguntamos: “O que isso significa?” Não significa nada, porque o mistério não significa nada, é incognoscível.

O desenhista, ilustrador e pintor belga René François Ghislain Magritte (1898 – 1967) era filho de Léopold Magritte – alfaiate e comerciante têxtil – e Régina. Ingressou ainda muito novo na Académie Royale des Beaux-Arts/Bruxelas (1916 a 1918), ali permanecendo apenas dois anos, pois achava as aulas improdutivas e pouco inspiradoras. Começou a pintar aos 12 anos de idade. Suas primeiras pinturas – datadas de cerca de 1915 – eram de estilo impressionista. Já as que ele criou durante os anos de 1918 a 1924 receberam influência do Futurismo e do Cubismo figurativo de Metzinger. Era um homem agnóstico, taciturno e aparentemente tímido que cultivava opiniões políticas de esquerda. 

A composição intitulada A Violação é uma das obras do artista e também uma das mais famosas imagens do surrealismo. Uma obra com a mesma temática – O Estupro – já havia sido criada anteriormente (1935) pelo artista. Magritte subverte a função de algumas partes do corpo humano ao formar o rosto de uma mulher num torso feminino. Assim, os seios formam os olhos e seus bicos dão vida às pupilas; o nariz é constituído pelo umbigo; a boca é formada pela púbis. Os cabelos longos e dourados formam a moldura do rosto. O pintor repassa a ideia de que as mulheres, através do olhar, podem repassar ao observador a sua sexualidade.

A pintura que atrai pela sua comicidade é também introspectiva e repulsiva. A maioria dos críticos de arte interpreta-a como sendo o modo como a sociedade – mais precisamente os homens – vê a mulher, objetivando-a. Ela não possui os órgãos dos sentidos, portanto, não possui voz. Sua existência é representada unicamente pelo seu corpo, pelos desejos que desperta e que satisfazem o homem. Seria esta a mulher ideal para o macho humano?

Obs.: Alguns veem na obra uma referência ao corpo da mãe do artista que suicidou quando ele tinha 14 anos. Ela foi encontrada com o rosto coberto por sua camisola, mas apresentando o corpo nu. Presume-se que ele tenha assistido à cena.

Ficha técnica
Ano: 1948
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 17,2 x 14,4 cm
Localização: coleção privada

Fontes de pesquisa
Magritte/ Editora Taschen
https://www.renemagritte.org/rape.jsp
https://www.sartle.com/artwork/the-rape-rene-magritte-1934

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MEU COMPANHEIRO É BIPOLAR?

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Autoria de Amanda Prates

                                              

Meu companheiro, com quem moro junto há pouco mais de um ano, foi diagnosticado uma vez com bipolaridade, mas outros psiquiatras disseram que teria apenas depressão. A verdade é que onde nós moramos não existem bons profissionais nesta área. Já tentamos todos aqueles disponíveis e nenhum realmente conseguiu diagnosticá-lo e cuidar de sua doença mental. No momento ele toma antidepressivo, medicamento que começou a usar depois de muita luta, após ter surtos e eu colocá-lo na parede (ou tomava a medicação ou eu iria embora), mas mesmo com o medicamento e uma certa estabilização, ainda tem uns pequenos surtos que me fazem pensar, se não deveria tomar medicamento específico para bipolaridade.

O caso dele parece ser mais complexo. No seu relacionamento anterior, surtava muito, traía muito, bebia muito e terminava com a parceira constantemente, sempre brigando e colocando a ex-companheira para fora de casa, inclusive quebrando as coisas (de porta do quarto à TV). No início do nosso relacionamento ele aparentava ser uma pessoa normal, apenas com depressão, depois surtou algumas vezes: gritava muito, falava absurdos inexistentes e batia nas coisas, quebrava celular (ele não consegue ter um celular por muito tempo, sempre quebra quando surta). Até chegamos a terminar uma ou duas vezes, porém logo após o surto, ficava extremamente arrependido e triste.

Uma vez, ainda nos primeiros meses de relacionamento, presenciei um surto dele com a mãe. Falou tanto coisa ruim para ela, xingamentos absurdos e ofensas que eu caí no choro na hora e pensei: “Como alguém normal pode falar assim com a própria mãe?” Não fazia sentido, aquela situação era muito pesada. Quando saímos da casa dela, falei chorando que não podia fazer aquilo, que estava muito errado. Ele começou a chorar e ficou muito triste por ter surtado, disse que seu procedimento era incontrolável, como se tornasse outra pessoa por um momento, que não parecia ser ele mesmo.

Depois desse episódio meu companheiro passou dias depressivo, para baixo, chorando e com vergonha da mãe.  Então percebi que a relação deles sempre foi estremecida. Ele surta com as pessoas ao seu redor, mas também se arrepende. Acabou perdendo muitos amigos e todos da família têm uma relação diferente consigo, têm medo de falar algo e ele surtar. Só que mudou muito desde o início de quando nos conhecemos até o presente momento. A relação com os familiares é outra agora, nunca mais surtou com ninguém da família. Todos atribuem isso a mim e à nossa relação.

Sua mudança de comportamento me fez pensar que talvez seu problema não seja bipolaridade, pois como pode ter mudado assim, só com minhas conversas sobre seu comportamento? Confesso que não sei! Ele ainda tem um período em que fica muito surtado, depois muito depressivo e depois muito alegre, mas isso é em questão de um dia para o outro. Não é como uma mania que vejo na bipolaridade que dura semanas e até meses. E com tudo isso, mesmo eu o amando muito, penso em me separar, pois me sinto mais mãe dele do que sua mulher.

Desde criança ele carregou problemas de concentração. Não consegue trabalhar, simplesmente não consegue seguir horários e trabalhar de 8 às 18. Possui um emprego em que viaja só de vez em quando, porém esse serviço não vai durar a vida toda. Eu sempre quis me casar com alguém trabalhador que pense como eu em querer crescer, etc., e com ele me vejo frustrada em relação a isso. Tenho tantos planos e não sei, se conseguirá me acompanhar. 

Agora na pandemia meu companheiro está em uma fase em que dorme muito, não faz muita coisa, ajuda-me em casa, mas não o suficiente. Estou ficando cansada e sem saber o que fazer. Amo-o muito, mas não sei até que ponto posso aceitar tudo isso. Além disso, tem dois filhos e durante uma fase de depressão profunda ficou afastado deles e sofreu bastante. Ajudei-o a restabelecer contato, mas ainda sente muita dificuldade em se sentir ligado a eles. Isso também me preocupa, pois quer ter um filho comigo e eu tenho medo do que possa acontecer no futuro. Será que se ele tiver mais uma fase de depressão profunda poderá se afastar do nosso filho também? E se ele surtar na frente dele? Certamente eu não seria capaz de aceitar isso.

Se alguém puder me relatar mais informações sobre como são esses surtos de quem é bipolar, pois os dele mudaram depois que eu falei que não aguentava mais, tiraria um peso de minha cabeça. Ele foi se controlando cada vez mais. Agora, quando surta, consegue se controlar mais rápido e muitas vezes nem quebra nada, porém ainda são aqueles surtos sem motivo ou por besteiras que não fazem sentido, problemas que ele cria na cabeça. 

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Liebermann – A ALAMEDA DE BÉTULAS NO…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A arte é a vida e a vida tornou-se arte. Arte velha ou arte nova: o único aspecto duradouro dela é aquilo que vive. (Max Liebermann)

O pintor, gravurista e litógrafo alemão Max Liebermann (1847 – 1935) era filho de um fabricante de tecidos judeu que depois se tornou banqueiro. Antes de tornar-se artista, ele estudou direito e filosofia. A seguir estudou desenho e pintura em Berlim, Paris e Holanda. Quando esteve em Paris em sua juventude guiou-se pelos pintores holandeses como Rembrandt e Franz Hals. Só mais tarde veio a interessar-se pelo Impressionismo, tendo montado uma maravilhosa coleção de obras impressionistas francesas. Tornou-se o expoente do impressionismo alemão. Gostava de pintar seu jardim, próximo ao Lago Wannsee, e o dia a dia burguês. Embora Liebermann tivesse sido muito importante para a arte alemã, sua morte não foi noticiada pela mídia que se encontrava sob o controle dos nazistas. Sua esposa Martha Liebermann suicidou-se aos 85 anos, após ser notificada de que iria ser deportada para o campo de concentração de Theresienstadt, minutos antes de a polícia nazista chegar.

A composição intitulada A Alameda de Bétulas no Jardim Wannsee, Olhando para Oeste é uma obra do artista que criou uma série de pinturas sobre seu jardim que ficava perto do Lago Wannsee. Nesta obra é possível observar inúmeros aspectos do estilo Impressionista, como a predominância da luz e da cor. Árvores e sebes compõem diferentes cenários.

Ficha técnica
Ano: 1918
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 85,5 x 106 cm         
Localização: Niedersächsisches Landesmuseum, Hanôvar, Alemanha

 Fontes de Pesquisa:
Impressionismo/ Editora Taschen
https://en.wikipedia.org/wiki/Max_Liebermann

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