As ideias governam os homens. As ideias comandam o planeta quer para o bem quer para o mal. Não há como diminuir o poder das doutrinas na vida humana, por mais estapafúrdias que elas possam parecer às pessoas dotadas de autocrítica. A humanidade é dividida em facções ou ideologias e vive de acordo com as doutrinas que abraça. O que nos leva a abraçar uma ideia em vez de outra? Sem dúvida existem inúmeras razões. Dentre essas, algumas estão no nosso passado, outras voltadas para os nossos interesses pessoais, enquanto outras permanecem veladas – consciente ou inconscientemente – no nosso cotidiano.
Mesmo que a curto prazo certas ideias pareçam inofensivas, a longo prazo podem ser nefastas e trazer grandes transtornos para o planeta onde vivemos, pois, na verdade, não são as massas que escolhem seus caminhos e os da Terra – embora sejam levadas a acreditar que assim o seja. Elas são manipuladas pelos “grandes” de modo a aceitar esta ou aquela opinião, como se delas fosse gerada, mas que vem de uma minoria que comanda os destinos da nossa maltratada Terra. Não é à toa que os fortes sempre arranjam justificativas para dominar os mais fracos em quase todos os lugares do mundo e em todos os tempos da história humana. Pouquíssimas vezes, o povo tomou as rédeas da história.
Voltando ao passado, quantos indivíduos foram queimados vivos ou mortos em paredões? Quantos não foram alvejados pelas costas, apenas por terem defendido ideias que contrariavam a cúpula do poder de uma determinada época? A suposta divindade das ideias ainda continua a habitar a mente humana em nosso século, quer nos traga benefícios ou malefícios, ora atuando como aranha assassina, ora agindo como raio de luz a iluminar a humanidade. O mais triste é que as aranhas vêm proliferando cada vez mais, pois a falta de ética motivada pela busca de poder e pela ganância humana encobre os raios de luz, gerando a escuridão, onde se alastram os aracnídeos. A ganância humana e a sede de poder são as bestas do Apocalipse de nossos dias, pois cegam o homem e tornam-no indiferente aos problemas de seus irmãos e aos do planeta tão judiado e mortificado. Pobre Mãe Terra!
Um grande perigo ronda o mundo contemporâneo em razão da alta tecnologia que lhe imprime um caráter de extrema urgência e rapidez. Tudo é tão veloz que corremos o risco de absorver ideias irrefletidamente, levando nosso pensamento crítico ao embotamento ou nos deixando guiar pelos “donos da verdade”. Estamos sendo vitimados pelo vírus da estupidez, fruto desta velocidade doentia e da cegueira ególatra. Mal estamos a notar o que jaz um pouquinho além de nosso umbigo. Nosso ego e estupidez inflam cada vez mais. Nem mesmo sabemos por que corremos tanto ou aonde queremos chegar. Não mais temos tempo nem para nós próprios – como seres humanos – e muito menos para o outro e menos ainda para a nossa casa sagrada – o planeta Terra –, enquanto o tempo nos consome vorazmente.
Haja ideias e tão poucas boas ações! Quão tolos somos! Que os Céus tenham piedade de nós.
Nota: imagem copiada de www.gercontreinamentos.com.br
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