FRUTAS DO NATAL E SIMPATIA

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Autoria de Luiz Cruz

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Ao iniciar dezembro, é época para se programar para o Natal. Os preparativos para a montagem do presépio mobilizam a família toda, cada um dá a sua contribuição. O presépio é uma tradição natalina e não pode faltar, mesmo que seja simples e pequenino.

Uma das lembranças de minha infância é a figura de uma senhora que circulava por Tiradentes no período natalino. Era conhecida popularmente como “Veia-do-barro-branco”. Uma anciã de porte baixo, tez clara, mas ligeiramente dourada pelo sol. O cabelo branco, bem comprido, sempre enrolado em um grande totó. Seu rosto era de aspecto inesquecível, para sempre! Era arredondado, cheio de linhas vincadas que moviam ao gesticular e ao conversar, em tom altivo, eloquente e comunicativo. Faltava-lhe um olho e o outro era de um azul forte, brilhante e muito expressivo. Por onde passava, inundava o ambiente com sua presença e alma iluminada.

A “Veia-do-barro-branco” andava pelas ruas da cidade com um balaio sobre a cabeça, cheio de gabiroba (C. pubescens, da família Myrtaceae), que era vendida a litro. Era a fruta da época, a qual nos remessava ao clima natalino. Fruta saborosa, nativa do Brasil e conhecida por uma variação de nomes: guavirova, guabiraba, guariramba e outros. Planta típica de áreas de campo, podendo ser apreciada na Serra de São José. Bom mesmo é saboreá-la no pé, mas dela se pode fazer deliciosos licor, geleia, sorvete, suco, batida e até pudim.

A gabiroba é rica em proteínas, carboidratos e vitaminas do complexo B. Além do fruto, as folhas da planta são usadas em infusão para aliviar dores musculares, através de banhos de imersão. Naqueles tempos, além da gabiroba, a “Veia-do-barro-branco” caçava e vendia tatus (mamíferos pertencente à ordem Cingulata e à família Dasypodidae), que trazia presos em outro balaio. Coisa que hoje em dia não pode ocorrer de forma alguma.

Outra fruta do período natalino é a romã, uma infrutescência da romãzeira (Punica granatum), que é originária da Grécia, mas bem aclimatada no Brasil. A fruta é coletada para integrar os arranjos decorativos de Natal. No dia de Reis ela é aberta e saboreada. É rica em proteína, cálcio e vitaminas do complexo B. É usada para sucos e medicinalmente ajuda a reduzir a pressão arterial e para a prevenção de alguns problemas cardiovasculares. Da parte amarela que envolve a polpa pode-se fazer um chá para inflamações da garganta, que é usado na forma de gargarejo.

Com a romã se faz uma das simpatias de Reis: retirar de uma romã nove sementes, pedindo aos três Reis Magos, Baltasar, Belchior e Gaspar que lhe traga saúde, amor, paz e dinheiro. Depois, pegar três das nove sementes e guardar dentro da sua carteira, para nunca lhe faltar dinheiro. Das restantes, engolir três sementinha e jogar para trás as últimas três que sobraram, fazendo seus pedidos.

A gabiroba e a romã são frutas que dão sabor especial ao período natalino e não podem faltar no final do ano.

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Mestres da Pintura – FRA FILIPPO LIPPI

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Ao invés de estudar, ele passava todo o tempo rabiscando desenhos em seus livros e nos dos outros, o que naturalmente levou a que o monsenhor lhe desse todas as oportunidades possíveis para que aprendesse a pintar. (Giorgio Vasari)

 O trabalho de Masaccio foi profundamente importante para Filippo Lippi – deu-lhe uma maneira profundamente nova de pensar sobre representação, sobre como mostrar figuras, usar luz e sombra para trazer um sentido de forma e presença e dar a colocação de figuras em um o mundo que foi fundado na gravidade. (Jeffrey Ruda)

O pintor italiano Fra Fillipo Lippi (c.1406 – 1469) – também conhecido apenas como Lippo Lippi – perdeu seus pais quando ainda era criança, indo morar com uma tia que, por ser muito pobre, internou-o num mosteiro carmelita vizinho, portanto, ele entrou para a ordem do Carmelo quando era ainda muito criança. Embora não tivesse feito a escolha de ser um frade, ele foi treinado para seu um, o que lhe possibilitou desenvolver sua vocação artística. Ali permaneceu até os 30 anos de idade.

Vivendo no Mosteiro de Santa Maria del Carmine (Florença/Itália), Fra Fillipo Lippi teve a oportunidade de acompanhar os artistas Masolino e Masaccio que ali trabalhavam na pintura de afrescos. Em razão de seu grande interesse, o prior do convento permitiu que ele aprendesse a pintar. O contato com esses dois grandes artistas viria a influenciá-lo grandemente, como mostram seus trabalhos iniciais. Na cidade de Pádua  recebeu a sua ordenação.

Fra Filippo Lippi trabalhou na cidade de Veneza e depois na de Florença, onde realizou inúmeras encomendas para a família dos Medici, pois suas obras haviam se tornado muito populares. Mudou-se depois para Prato, onde foi capelão de Santa Margarida. Ali trabalhou em grandes afrescos para a capela-mor da catedral da cidade. Veio depois a trabalhar em afrescos para a catedral de Spoleto, porém morrendo antes de completá-los, cabendo tal incumbência aos discípulos de sua oficina. Dentre seus alunos estavam seu filho Fillipino Lippi e Sandro Boticelli.

O pintor, após um tempo em Prato, foi obrigado a abandonar a ordem do Carmelo, pois havia se envolvido com uma noviça de nome Lucrecia Buti, com quem teve seu único filho – Filippino Lippi – que viria a ser aluno e assistente de Sandro Botticelli em Florença, após a morte do pai e veio a tornar-se um dos grandes pintores de Florença. E assim como seu pai, tornou-se mais conhecido como pintor de afrescos.

Fra Filippo Lippi é tido como um dos mais importantes sucessores de Masaccio. Ao lado de Fra Angelico, ele é tido como um dos mais formidáveis pintores de afrescos de sua época.

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Ed. Könemann
Renascimento/ Editora Taschen
https://en.wikipedia.org/wiki/Filippo_Lippi

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Giorgio Morandi – NATUREZA-MORTA

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Autoria de Lu Dias CarvalhoO pintor italiano Giorgio Morandi (1890 – 1964) veio de uma família muito modesta da cidade de Bolonha, onde nasceu. Seu pai Andrea era um pequeno comerciante e sua mãe Maria Maccaferri dona de casa. Foi o primeiro de cinco irmãos.  Após os estudos regulares, trabalhou no escritório de seu pai por um tempo. Embora sua cidade fosse desprovida de tradições artísticas, ali havia uma Academia de Belas Artes, onde o rapazinho veio a estudar, mesmo percebendo que o ensino ministrado pela academia era muito limitado. Ele passou a completar sua instrução com a leitura de livros e revistas de arte, vindas da França, pois naquela época a Itália vivia um período de relativa obscuridade.

Esta natureza-morta de Morandi mostra como o artista em sua expressão, aproximava-se das primeiras experiências cubistas de Picasso e especialmente de Braque, que entre todos os cubistas foi o único que, muitas vezes, reduziu a figura a uma forma plana, mostrando apenas seu perfil.

 Ficha técnica
Ano: 1914
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 54 x 67 cm
Localização: Coleção particular

Fontes de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultural

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Giorgio Morandi – NATUREZAS-MORTAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

                                

O pintor italiano Giorgio Morandi (1890 – 1964) veio de uma família muito modesta da cidade de Bolonha, onde nasceu. Seu pai Andrea era um pequeno comerciante e sua mãe Maria Maccaferri dona de casa. Foi o primeiro de cinco irmãos.  Após os estudos regulares, trabalhou no escritório de seu pai por um tempo. Embora sua cidade fosse desprovida de tradições artísticas, ali havia uma Academia de Belas Artes, onde o rapazinho veio a estudar, mesmo percebendo que o ensino ministrado pela academia era muito limitado. Ele passou a completar sua instrução com a leitura de livros e revistas de arte, vindas da França, pois naquela época a Itália vivia um período de relativa obscuridade.

As duas naturezas-mortas apresentadas acima são obras do artista, ambas pertencentes ao ano de 1920 e indicativas do final da chamada “fase metafísica” de Morandi.

Na natureza-morta à esquerda, o pintor trabalhou com mais suavidade, não apresentando as sombras e os limites dos objetos com a rigidez de antes, sendo possível notar um halo de ternura a envolver os objetos. As herméticas construções do período imediatamente anterior não mais aparecem. As coisas são apresentadas com mais naturalidade e espontaneidade.

Na natureza-morta à direita, as lembranças do período metafísico de Morandi não são mais encontradas. As pinceladas são claras e nelas é possível encontrar uma série de modificações tonais. Os objetos tornam-se mais leves, perdendo parte do volume, enquanto a luz atravessa-os, deixando-os translúcidos. Suas formas misturam-se com o próprio ambiente em que se encontram, efeito que é produzido mediante um jogo de luzes e sombras que antes eram encontrados em sua fase “metafísica”.

Ficha técnica
Ano: 1920
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 66,5 x 60,5 cm (pintura à esquerda) / 38 x 33 cm (pintura à direita)
Localização: Coleção Particular

Fontes de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultural

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Giorgio Morandi – PAISAGEM

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Giorgio Morandi (1890 – 1964) veio de uma família muito modesta da cidade de Bolonha, onde nasceu. Seu pai Andrea era um pequeno comerciante e sua mãe Maria Maccaferri dona de casa. Foi o primeiro de cinco irmãos.  Após os estudos regulares, trabalhou no escritório de seu pai por um tempo. Embora sua cidade fosse desprovida de tradições artísticas, ali havia uma Academia de Belas Artes, onde o rapazinho veio a estudar, mesmo percebendo que o ensino ministrado pela academia era muito limitado. Ele passou a completar sua instrução com a leitura de livros e revistas de arte, vindas da França, pois naquela época a Itália vivia um período de relativa obscuridade.

A composição intitulada Paisagem, uma das primeiras telas de Morandi, mostra a influência do pintor francês Paul Cezánne – por quem o artista sentia grande admiração – ao apresentar as massas levemente esquematizadas e geometrizadas. Contudo, o tratamento que ele deu às cores assim como a luminosidade presente nesta obra já são próprios de seu estilo, como poderemos ver nas partes claras, cheias de sensibilidade.

Ficha técnica
Ano: 1911
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 52 x 37,5 cm
Localização: Pinacoteca de Brera, Milão, Itália

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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QUEM TEM AMIGOS VIVE MAIS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

 Quem risca a amizade da vida elimina o sol do mundo. (Cícero)

 O espírito esquece todos os sofrimentos quando a tristeza tem companhia e amizade que a console. (William Shakespeare)

 Os amigos conhecem-nos nos tempos de abundância. Nós os conhecemos nos momentos difíceis. (Anthony Collins)

 O neurologista Robert Sapolsky trabalhou durante anos documentando a vida de macacos na Tanzânia a fim de estudar seu comportamento. Uma de suas mais importantes observações é a de que “quanto mais amizades duradouras um macaco tinha, menor era o seu grau de tensão”, ou seja, menos estressado ele era. O mesmo se aplica aos humanos, seres sociáveis por natureza. Aquele que abraça a solidão ou abre mão do convívio com outras pessoas torna-se normalmente infeliz, uma vez que o ato de se relacionar amplia o grau de satisfação com a vida, como comprovam vários estudos científicos mudo afora.

Um importante estudo sobre a amizade foi realizado na Europa Ocidental e nos Estados Unidos com milhares de participantes. A conclusão a que se chegou é de que as pessoas que cultivam amigos possuem a probabilidade de viverem bem mais. Incrivelmente descobriu-se que “os relacionamentos sociais aumentam a expectativa média de vida tanto quanto a prática regular de uma atividade física”. Isso prova que todo ser humano tem necessidade de sentir-se ouvido, compreendido e confortado durante a sua vida. Os animais de estimação (pets), cujas estatísticas comprovam seu aumento em todo o mundo, cumprem o objetivo de diminuir o isolamento humano com a sua presença.

Não resta dúvida de que é preferível sentir-se só do que sob o fardo de uma indesejável companhia, mas é bom sempre se lembrar de que a solidão afeta tanto a mente quanto o corpo. Quando se vive num ambiente extremamente estressante, nada melhor do que contar com a presença de amigos para amainar o fardo, como comprova o resultado de uma pesquisa realizada com homens na cidade sueca de Gotemburgo cujo resultado final é o de que: “por mais duros que sejam, os golpes do destino são superados com mais facilidade quando se tem alguém com quem falar”. Pesquisas também atestam que os animais ficam sob grande estresse quando lhes é negado o contato com outros de sua espécie.

A psiconeuroimunologia é uma disciplina científica que tem por objetivo estudar o poder dos sentimentos sobre a saúde, documentando as interações entre o corpo e a mente. O estudo feito com animais e humanos evidencia que o estresse pode desencadear desde simples resfriados a doenças cardiovasculares. E muito se tem discutido sobre o câncer. Embora numerosas pesquisas científicas aleguem que sua origem não é psíquica, é crença popular que o surgimento de tumores tem a ver com uma espécie de interiorização dos sentimentos, ou seja, com o fato de as pessoas guardarem suas mágoas para si mesmas, sem as extravasar com alguém. Portanto, nada como um desabafo entre amigos diante das circunstâncias adversas, melhorando ou conservando a saúde, ao reforçar o sistema imunológico.

O neurocientista e psicobiólogo Jaak Panksepp, responsável por cunhar o termo “neurociência afetiva” (nome do campo que estuda os mecanismos neurais da emoção) relatou em seus estudos que “a busca de contato com outras pessoas deve-se, sobretudo, ao medo que temos da solidão”. Por sua vez Stefan Klein, biofísico alemão, afirma que “quanto mais próximos estamos uns dos outros, mais doamos de nós mesmos; e quanto mais damos e recebemos, mais unidos nos sentimos”. E que viva a amizade!

Nota: ilustração – Almoço dos Remadores, obra de Renoir

Fonte de pesquisa:
A Fórmula da Felicidade – Stefan Klein – Editora Sextante

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