SARCOPENIA – ATENÇÃO AO ENVELHECIMENTO

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

Sarcopenia é um processo natural e progressivo, caracterizado pela perda de massa muscular que ocorre por ocasião do envelhecimento. No texto desta semana vamos tratar de um assunto muito falado entre os geriatras e que é de extrema importância para uma qualidade de vida com independência em idades mais avançadas.

O envelhecimento é naturalmente acompanhado de uma lenta e progressiva diminuição da massa muscular. Com o tempo, ela acaba sendo substituída por colágeno e gordura. A redução excessiva desse suporte, junto da diminuição da capacidade funcional da musculatura, é que está por trás da sarcopenia. Isso já se inicia a partir dos 30 anos, mas se acentua após os 40 e pode ir piorando ano a ano, se algo não for feito.

Os maiores inimigos da independência individual na velhice são as deficiências cognitivas características das demências e a perda da massa muscular. A sarcopenia representa um fator de risco importante para a fragilidade e a perda de independência nas pessoas mais idosas. Também está ligada a um maior risco de sofrer acidentes, quedas e fraturas.

As causas da sarcopenia são várias, tais como:

  • vida sedentária,
  • queda dos níveis de testosterona, estrogênio e hormônio do crescimento,
  • infiltração de gordura entre as fibras musculares,
  • perda dos neurônios que conduzem o estímulo aos músculos,
  • resistência à insulina,
  • deficiência de vitamina D,
  • até uma ingestão deficitária de proteínas na dieta.

O grupo que corre maior risco de sarcopenia incapacitante é daqueles que enfrentam períodos longos de inatividade, como nas internações hospitalares – foi o que ocorreu com o sr. Aurélio, que tiver o prazer de conhecer recentemente e que me inspirou a escrever esta coluna, além de ser um dos meus leitores fiéis. Existe uma estimativa aproximada de que a imobilidade dos mais idosos em leitos hospitalares provoque a diminuição de até 2% da massa muscular por dia, ou seja, pode ocorrer uma perda de massa magra de 30% numa internação de apenas 15 dias.

Quando a sarcopenia começa a dar os sinais de fraqueza muscular é porque o processo já se encontra mais avançado. Por exemplo, a pessoa passa a ter dificuldade para subir uma escada, sentar e se levantar sozinha, abaixar-se e pegar um objeto que caiu no chão, etc. Se providências não forem tomadas a tempo, a sarcopenia passa a prejudicar a capacidade de manter as atividades no dia a dia com independência.

As pessoas de mais idade com esses tipos de dificuldades, se não quiser ficar dependente do cuidado de terceiros, deve combater a sarcopenia. As estratégias de prevenção mais estudadas e que dão mais certo para corrigir a perda de massa muscular envolvem o estilo de vida. A influência dos exercícios com levantamento de pesos e de força contra resistências mostrou aumentos significativos da massa muscular. Aliado aos exercícios musculares, deve ocorrer melhora da nutrição, com aumento da carga de proteínas na dieta diária. A suplementação pode, em alguns casos, ser considerada, porém deve ser acompanhada por médico ou nutricionista. Sua independência física na terceira idade vai depender de uma musculatura robusta. Pense nisso!

Nota: imagem copiada do blog.jaleko.com.br

Tengu Zoshi – ILUSTRAÇÕES DO TENGU

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Yamato era um estilo de pintura que foi progressivamente abandonado lá pelo final do século XIII no Japão, mas que retornou no fim do período Edo. Um dos temas mais comuns nesse estilo de pintura era a crítica mordaz direcionada aos monges que, apesar de pregarem a santidade, levavam uma vida mundana, principalmente os dos grandes templos.

Tais monges eram vistos pelos pintores das famílias Tengu Zoshi – extremamente satíricos – com grande ironia e amargura. Eram comparados aos “tengu” – seres das lendas budistas e do folclore japonês, gênios oniscientes, peritos na arte militar – tidos como sete espíritos do mal, responsáveis pelas calamidades naturais.

O maquimono apresenta um detalhe em que um grupo de monges e fiéis são mantidos à distância por um monge armado de bastão que os impede de se aproximar de uma área sagrada. Numa plataforma, à esquerda, duas pessoas dançam.
 
Ficha técnica
Ano: fim do séc. XIII
Autor: Tengu Zoshi
Período Kamakura
Dimensões: 29,4 x 1074,2 cm
Localização: Museu Nacional de Tóquio, Japão

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
O Japão/ Louis Frédéric

Juni Shinso – GUARDIÃO DIVINO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Yakushi Nyorai (Bhaisajyaguru em sânscrito) é uma divindade budista, ou seja, é o Buda da medicina. É o “doutor das almas e do corpo”, sendo muito clamado nas atribulações ocasionadas pelas doenças.

Os “Doze Guardiães Divinos” – possuidores da mesma graduação dos “reis do céu” – têm como tarefa proteger a fé budista tanto contra os maus espíritos capazes de fazer o mal quanto daqueles que descumprem a lei.

A estátua acima, esculpida em madeira de cipreste, retrata um desses permanentes vigias e protetores do Budismo. Sua figura gigantesca faz menção de desembainhar a espada para o ataque. Traz o nariz franzido, o cenho fechado e os lábios comprimidos. Seus olhos mostram-se ameaçadores e os cabelos se parecem com línguas de fogo. Tudo nele parece ameaçador, mas sua aparente maldade diz respeito ao zelo que ele tem por sua missão. Tanto a sua expressão de zanga quanto seu gesto ameaçador farão os espíritos ruins retroceder.

Ficha técnica
Ano: séc. XIII
Autor: Juni Shinso
Período Kamakura
Dimensões: 77,3 cm de altura
Localização: Museu Nacional de Tóquio, Japão

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
O Japão/ Louis Frédéric

A BELEZA ESTÁ NOS OLHOS…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Durante muitos anos, sem pensar em custos / percorri muitos países / vi as mais altas montanhas e oceanos. / A única coisa que não soube ver / foi o brilho do orvalho / na grama diante da porta de minha casa. (Rabindranath Tagore)

Diz um provérbio grego que “a beleza está nos olhos de quem a vê”, o que é uma grande verdade, pois é preciso ter sensibilidade para apreciar o belo. Entretanto, insaciáveis que somos pelo inabitual, costumamos ficar cegos às coisas belas – quando simples – situadas em nosso entorno, como bem explica o poeta bengalês Rabindranath Tagore em seus versos acima. Por sua vez o biofísico Stefan Klein aconselha: “Precisamos treinar os sentidos para descobrir a novidade naquilo que já conhecemos”. E o cientista Robert Zajonc complementa: “Quanto maior a frequência e a intensidade com que percebemos determinado estímulo, melhor reagimos a ele”.

O consumismo doentio e a busca exacerbada pelo diferente têm privado os nossos sentidos de encontrar beleza nas coisas comuns que fazem parte de nosso dia a dia. Estamos condicionando os nossos sentidos a achar beleza apenas naquilo que é caro ou está distante, muitas vezes, de nossas possibilidades. Experiências mostram que a maioria de nós só enxerga aquilo que é de seu estrito interesse. E, como crianças birrentas, mal consegue algo pelo qual tanto anseia, já se mostra insatisfeita de novo. Vivendo num mundo de excessos e desequilíbrios em que a mídia passa a ser a grande mestra, não é fácil mudar a dinâmica de tal comportamento, contudo, para o nosso próprio bem, isso se faz necessário, antes que a busca insaciável pelo diferente transforme-se numa brutal ansiedade ou depressão.

Não resta dúvida de que os desejos por coisas novas foram, são e serão sempre de grande importância para o desenvolvimento humano, contudo, quando sem freio, interferem cruelmente na nossa saúde física e emocional e, neste caso, a palavrinha mágica leva o nome de “equilíbrio” ou sensatez. É possível buscar coisas diferentes e também valorizar aquilo que é comum. A moda é um bom exemplo de como se pode mudar uma roupa usada, modificando-a ligeiramente de modo a torná-la diferente. Os artesãos são também trabalhadores dedicados na arte da reciclagem, produzindo coisas belíssimas com o material já usado.

Se a beleza está nos olhos de quem vê, faz-se necessário aprender a olhar a vida com mais sensibilidade. Há pessoas que cortam as árvores do quintal – optando por cimentá-lo – para não ter que varrer as folhas que caem, ainda que essas amainem o calor do verão. Outras, no entanto, além do prazer com os frutos colhidos, encantam-se com o sussurrar das folhas dançando ao vento – ou mesmo caindo –, com o gorjeio dos pássaros em seus galhos e, até mesmo com o manto de folhagem que cobre o chão, produzindo um farfalhar agradável quando é pisado.

E, por falar em árvores, é lamentável como as prefeituras de quase todas as cidades – incluindo as das capitais – andam desleixadas com o replantio das árvores que são cortadas por motivo de velhice ou doenças. Deixam grandes buracos nas calçadas que, depois de certo tempo, são cobertos por cimento pelos moradores insensíveis. Como é possível apreciar a natureza num país em que as autoridades dão o mau exemplo? Há locais em que é possível encontrar dois a três buracos num só lado do quarteirão, sem falar nas ruas desumanizadas, totalmente despidas de árvores.

Kano Hideyori – EXCURSÃO A TAKAO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Esta obra que anuncia o realismo e a simplicidade das gravuras do século XVIII é muito importante, porque marca o advento da pura pintura de gênero na arte japonesa, cuja inspiração vem de cenas e momentos especiais da vida cotidiana. O assunto era totalmente inovador à época.

A cena mostra uma família em excursão a Takao, templo próximo à cidade de Kyoto, famoso pelos jardins cujas cores mudavam-se no outono. O parque encontra-se junto ao rio e a uma ponte arqueada unifica a composição.

Inúmeros e alegres personagens aparecem na cena: mulheres sentadas debaixo de uma árvore floridas – uma delas trazendo um bebê ao seio –, duas crianças brincando, guerreiros passeando e um vendedor de doces e bebidas.

Ficha técnica
Ano: meados do séc. XVI
Autor: Kano Hideyori
Período Muromachi
Dimensões: 148,1 x 362,9 cm
Localização: Museu Nacional de Tóquio, Japão

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
O Japão/ Louis Frédéric

Ando Hiroshige – Vista de Shono

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Autoria de Lu Dias Carvalho
  
A composição Vista de Shono é uma xilogravura sobre papel, obra do famoso pintor japonês Ando Hiroshige que era apaixonado pela chuva, como mostram muitos de seus trabalhos, incluindo este. Faz parte das “Cinquenta e Três Estações de Tokaido”, parte do famoso “Caminho do Mar do Oriente”.

Hiroshige apresenta seis personagens numa estrada, açoitados pela chuva que cai. As pessoas apressam o passo para chegarem à aldeia situada no no vale. A composição, apesar de simples, tem um belo colorido, pois o artista conseguiu criar uma atmosfera lírica.

Hiroshige (1797 – 1858) nasceu em Edo. Foi aluno de Utagawa Toyokuni e Utagawa Toyohiro. Atingiu a plenitude de sua arte quando começou a pintar imagens de flores e pássaros, obras que se tornaram muito apreciadas. Desenhou mais de 10.000 temas (sem contar as ilustrações de livros) durante a sua vida.

Ficha técnica
Ano: 1833
Autor: Ando Hiroshige
Período Edo
Dimensões: 27 x 39,5 cm
Localização: Museu Nacional de Tóquio, Japão

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
O Japão/ Louis Frédéric