A MULHER ATRAVÉS DOS TEMPOS

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Autoria de LuDiasBH

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No começo, sem dúvida nenhuma, era o homem a sua própria besta de carga – exceto quando casado. (Will Durant)

Quem pariu Mateus que o balance. (Provérbio popular)

As mulheres foram criadas para o trabalho. Elas armam nossas tendas, fazem nossas roupas, remendam-nas, conservam-nos quentes durante a noite… Por isso, não podemos dispensá-las numa viagem. Elas fazem tudo e custam pouco; e porque passam a vida cozinhando, quando chega o tempo de escassez contentam-se em lamber os dedos. (Certo cacique)

Alguns historiadores dizem que o homem difere dos animais unicamente pela educação que pode ser definida como “a técnica de transmitir a civilização”. No entanto, apesar das diferenças naturais entre os gêneros, é difícil compreender o que difere o homem da mulher a ponto de essa ter sido desprezada desde os primórdios da civilização.

Desde a vigência do clã, a mulher já desempenhava a maior parte das funções que cabiam aos homens em relação aos filhos. A existência do pai era na verdade um mero acidente de percurso de seus espermatozoides. Eles – os homens e não os espermatozoides – nem ao menos tinham noção da causa que levava uma mulher a ficar grávida. A presença do pai era extremamente superficial. A mulher e os filhos viviam juntos no clã, na companhia do irmão mais velho. O pai era muitas vezes desconhecido.

O mais aterrador era perceber que a mulher era tida como inferior, principalmente por ter que dar mais assistência aos filhos e por passar por períodos menstruais, o que diminuía a sua participação no manejo das armas e nas guerras. O macho não levava em consideração o fato de que era ela quem formava os futuros guerreiros da tribo e sem os seus cuidados não haveria homens para lutar num futuro muito próximo.

No estágio da caça, todo o trabalho caseiro era de responsabilidade da mulher. Nos intervalos das caças ou das guerras, os machos limitavam-se apenas a descansar. Nada mais faziam a não ser ficar de papo para o ar. Durante as guerras, cabia às mulheres levar todo o equipamento de sobrevida – exceto as armas – atrás de seus homens, para que esses não ficassem cansados na hora do ataque, além de lhes servir como fonte de prazer nos intervalos da luta e deles cuidar.

A mulher foi muito importante nas sociedades primitivas, sendo que o progresso econômico foi muito mais fruto dela que do homem. Ela foi responsável pela agricultura, iniciada ao redor dos acampamentos, pelas artes caseiras e pela transformação dessas em indústria, foi responsável pela domesticação de animais – preparando os alicerces para a civilização.

Embora a realidade prove a importante função feminina em qualquer aspecto social, mostrando a real necessidade que os homens têm das mulheres, alguns machos ainda se gabam de sua superioridade em relação à fêmea. Mesmo naquela época, casos excepcionais mostram mulheres na chefia de algumas tribos e, em outras, havia um conselho de mulheres mais velhas. Mas não nos esqueçamos de que a regra geral foi sempre a sujeição feminina.

Ainda é desesperadora a situação das mulheres em certas culturas que, atreladas a rigores religiosos arcaicos, tratam-nas com a mais escancarada humilhação, negando-lhes importância na continuação da espécie e no desenvolvimento da civilização, tendo elas um longo caminho pela frente na busca por sua dignidade.

Nota:  imagem de Artesanato de Santana do Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha.

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MULHERES QUE CURAM

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Autoria de Mani Alvarez*

            

Erveiras, raizeiras, benzedeiras, mulheres sábias que por muito tempo andaram sumidas, ou até mesmo escondidas. Hoje retornam com um diploma de pós-graduação nas mãos e um sorriso maroto nos lábios. Seu saber mudou de nome. Chamam de terapia alternativa, medicina vibracional, fitoterapia, práticas complementares… são reconhecidas e respeitadas, tem seus consultórios e fazem palestras.

As mulheres curadoras fazem parte de um antigo arquétipo da humanidade. Em todas as lendas e mitos, quando há alguém doente ou com dores, sempre aparece uma mulher idosa para oferecer um chazinho, fazer uma compressa, dar um conselho sábio. Na verdade, a mulher idosa é um arquétipo da “curadora”, também chamada nos mitos de Grande Mãe.

Não tem nada a ver com a idade cronológica, porque esse é um arquétipo comum a todas as mulheres que sentem o chamado para a criatividade, que se interessam por novos conhecimentos e estão sempre a procura de mais crescimento interno. Sua sabedoria é saber que somos “obras em andamento’, apesar do cansaço, dos tombos, das perdas que sofremos… A alma dessas mulheres é mais velha que o tempo, e seu espírito é eternamente jovem.

Talvez seja por isso que, como disse Clarissa Pinkola, “Toda mulher se parece com uma árvore. Nas camadas mais profundas de sua alma ela abriga raízes vitais que puxam a energia das profundezas para cima, para nutrir suas folhas, flores e frutos. Ninguém compreende de onde uma mulher retira tanta força, tanta esperança, tanta vida. Mesmo quando são cortadas, tolhidas, retalhadas, de suas raízes ainda nascem brotos que vão trazer tudo de volta à vida outra vez.”

Por isso, entendem as mulheres de plantas que curam, dos ciclos da lua, das estações que vão e vêm ao longo da roda do sol pelo céu. Elas têm um pacto com essa fonte sábia e misteriosa que é a natureza. Prova disso é que sempre se encontram mulheres nos bancos das salas de aula, prontas para aprender, para recomeçar, para ampliar sua visão interior. Elas não param de voltar a crescer…

Nunca escrevem tratados sobre o que sabem, mas como sabem coisas! Hoje os cientistas descobrem o que nossas avós já diziam – as plantas têm consciência! Elas são capazes de entender e corresponder ao ambiente à sua volta. Converse com o “dente-de-leão”, comunique-se com as plantas de seu jardim, com seus vasos, com suas ervas e raízes, o segredo é sempre o amor.

Minha mãe dizia que as árvores são passagens para os mundos místicos e que suas raízes são como antenas que dão acesso aos mundos subterrâneos. Por isso, ela mantinha em nossa casa algumas árvores que tinham tratamento especial. Uma delas era chamada de “árvore protetora da família” e era vista como fonte de cura, de força e energia. Qualquer problema, corríamos para abraçá-la e pedir proteção.

O arquétipo de ‘curadora’ faz parte do feminino, mesmo que seja vivenciado por um homem. Isso está aquém dos rótulos e definições de gênero. Faz parte de conhecimentos ancestrais que foram conservados em nosso inconsciente coletivo.

Perdemos a capacidade de olhar o mundo com encantamento, mas podemos reaprender isso prestando atenção nas lendas e nos mitos que ainda falam de realidades invisíveis que nos rodeiam. Um exemplo? Procure saber mais sobre os seres elementais que povoam os nossos jardins e as fontes de águas… fadas, gnomos, elfos, sílfides, ondinas, salamandras… As “curadoras” afirmam que podemos atrair seres encantados para nossos jardins! Como? Plantando flores e plantas que atraiam abelhas e borboletas, gaiolas abertas para passarinhos e bebedouros para beija-flores.

Algumas plantas “convidam” lindas borboletas para seu jardim, como milefólio, lavanda, hortelã silvestre, alecrim, tomilho, verbena, petúnia e outras. Deixe em seu jardim uma área levemente selvagem, sem grama, pois os seres elementais gostam disso. Convide fadas e elfos para viverem lá. Lembre-se: onde você colocar sua percepção e sua consciência, a energia vai atrás.

* Coordenadora do curso de pós-graduação em Práticas Complementares em Saúde

Nota:
Fotos de Maria Helena Gomes, raizeira, benzedeira e estudiosa sobre o assunto.
Contato para palestras: helenadoshelenos@yahoo.com.br

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Rubens – A DEPOSIÇÃO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Peter Paul Rubens (1577 – 1640), filho do advogado Jan Rubens e de Maria Pypelinckx, nasceu em Siegen na Vestfália. Os primeiros onze anos de sua vida foram passados em Colônia, na Renânia, pois sua família teve que fugir da Antuérpia, para escapar da guerra entre católicos e calvinistas. Após a morte do pai, a mãe retornou com os filhos para Antuérpia, onde Rubens – católico devoto – estudou latim e tornou-se pajem na família real. Aos vinte e um anos foi inscrito como pintor na corporação de São Lucas, vindo a  tornar-se mestre. Quando estava prestes a completar trinta anos, Rubens partiu para a Itália, onde ficou a serviço de Vicenzo I Gonzaga – Duque de Mântua – de quem recebeu um missão diplomática na Espanha. Na Itália ele aproveitou para conhecer várias cidades, ficando mais tempo em Gênova e Roma.

A composição religiosa intitulada A Deposição é uma obra desse gênio da Escola Flamenga do longo do período barroco. Anteriormente foi atribuída ao pintor Van Dyck, mas foi pintada por Rubens durante sua primeira permanência em Roma. A influência da escultura romana faz-se presente nesta pintura, como mostram as laterais da mesa de pedra, onde foi depositado o corpo de Cristo descido da Cruz sobre uma mortalha branca. Ali se encontram esculpidas cenas de sacrifício. As figuras também mostram um relevo escultural. Junto a esta se encontra a coroa de espinhos.

O grupo em volta de Jesus Cristo – a partir da esquerda para a direita – é formado por José de Arimateia, próximo à cabeça do Mestre, amparando a Virgem; Maria com os olhos voltados para cima, observando os raios de luz que descem da área escura da pintura sobre o corpo do Filho, produzindo em sua pele as tonalidades do espectro e iluminando a tela; João, o amado apóstolo do Mestre; a chorosa Maria Madalena que aqui é mostrada com longos cabelos loiros e que traz o seio direito de fora e a mão direita sobre a mão de Jesus; e o que parece ser uma criança, debruçada sobre o corpo de Jesus, trazendo as mãos postas.

O Cristo de Rubens é mostrado em toda a sua humanidade, dentro de uma forte presença escultórica. Seu corpo lívido, com os membros azulados e já enrijecidos, tomba para trás, sendo amparado por uma jovem Maria que por sua vez é amparada pelo apóstolo João.

Ficha técnica
Ano: 1602
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 177 x 135 cm
Localização: Galleria Borghese, Roma, Itália

Fontes de pesquisa
Galleria Borghese/ Os Tesouros do Cardeal
http://www.peterpaulrubens.net/the-deposition

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Steenwyck – AS VAIDADES DA VIDA HUMANA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade. (Eclesiastes 1:2)
 
O pintor Harmen Steenwyck (1612 – c.1655) nasceu na cidade de Delft, onde passou grande parte de sua vida. Ele e seu irmão Pieter estudaram com o tio David Bailly, com quem   trabalharam em sua oficina. Sabe-se pouquíssima coisa sobre sua vida e suas obras.

A composição intitulada As Vaidades Humanas – também conhecida como A Alegoria das Vaidades Humanas – é uma obra do artista. Este tipo de natureza-morta – que na verdade é um trabalho religioso – é chamado de “vanitas” que em latim significa “vaidade”, algo sem valor. A pintura é uma alusão à morte e ao vazio da vida que nesta obra diz respeito a muitos aspectos da vida holandesa da época. Os holandeses – em sua maioria calvinista – eram extremamente religiosos, dotados de uma moral rígida, mas também ligados aos avanços científicos, como o uso da óptica e da lente com a finalidade de observar o mundo natural. Eram aficionados por colecionar obras de arte e objetos bizarros.

A natureza-morta era, à época, tida como uma pintura de menor valor, não fazendo parte da grande arte. Foram os pintores do norte europeu que mudaram tal visão com o uso de uma técnica detalhista. Os holandeses foram exímios neste tipo de arte, elevando a natureza-morta – até então desdenhada pelas academias de arte – a um patamar de igualdade.

A tela mostra-se mais pesada à direita, contudo, um feixe de luz em diagonal incide sobre a parte esquerda equilibrando-a, além de dar destaque ao objeto mais importante da pintura que é o crânio humano, onde reside o ponto forte da temática  – a alusão à brevidade da vida. Contudo, a luz que é um símbolo cristão relativo ao eterno e ao divino, ali se encontra para alertar que existe vida após a morte. Cada objeto traz um significado simbólico:

    • O crânio humano (momento mori) é o único elemento inequívoco que diz respeito à certeza da morte.
    • A concha vazia – posicionada à direita na ponta da mesa – à época simbolizava a riqueza que também é vã. E o fato de encontrar-se vazia diz respeito à breve passagem humana pela vida terrena.
    • O relógio em forma de cronômetro aberto – situado próximo ao crânio – tem como função lembrar que o tempo é limitado para todos os viventes.
    • A enorme espada japonesa, ricamente trabalhada, simboliza o efêmero poder terreno. Ela lembra que nem mesmo a força pode vencer a morte. Por mais poderoso que um homem seja, ele sempre estará sob seus ditames.
    • A flauta (como a charamela à direita) é um símbolo fálico, estando, portanto, ligada aos prazeres sensuais e eróticos, mas a morte leva tudo isso consigo.
    • A lamparina apagada, com a fumaça ainda agonizante em seu bico, também simboliza a fugacidade e a fragilidade da vida humana.
    • Um grande jarro jaz sobre um livro, à direita. Pode ser visto como uma alusão à embriaguez, pois costumava guardar vinho.
    • A charamela (forma medieval de oboé), assim como os demais instrumentos musicais da obra, está ligada ao amor, pois a música era alusiva à corte e ao ato sexual. Por isso, simbolizam a futilidade da busca pelo conhecimento musical.
    • A forma abaulada do alaúde remete ao corpo feminino e os instrumentos de sopro tradicionalmente dizem respeito ao órgão masculino.
    • Os livros dispostos na mesa simbolizam o conhecimento e a cultura, mas ainda assim, há nisso o perigo da vaidade.
  • O tecido de seda simboliza o luxo físico, pois se trata de um material muito caro. E a cor roxa era o corante mais caro usado à época.

Como a sociedade holandesa era muito religiosa, estava ligada, sobretudo, ao Velho Testamento, livro muito estudado pelos calvinistas tanto nas igrejas quanto em casa. O artista deve ter se inspirado no livro do Eclesiastes (Antigo Testamento) para executar sua obra. Porém, sendo as pinturas de “Vanitas” muito populares – tanto entre cristãos protestantes quanto entre católicos fervorosos –, havia uma ironia no gênero, pois os objetos colecionados que serviam de modelo para as pinturas tornaram-se objetos “Vanitas” em si, ou seja, seus donos ajuntavam aquilo que condenavam.

Ficha técnica
Ano: c. 1645
Técnica: óleo sobre carvalho
Dimensões: 39 x 51 cm
Localização: Galeria Nacional de Londres, Grã-Bretanha

  • Fonte de pesquisa
    Arte em Detalhes/ Publifolha
    http://www.artyfactory.com/art_appreciation/still_life/harmen_steenwyck.htm

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POR QUE FICAMOS ANGUSTIADOS?

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

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Chamamos de angústia uma forte sensação psicológica, caracterizada por “abafamento”, insegurança, humor irritadiço, opressão no peito e “fôlego curto”. A angústia é também uma emoção que precede algo, como um acontecimento, uma ocasião ou uma circunstância. A pessoa sente fisicamente que algo ruim ou inesperado poderá ocorrer. Pode, também, a angústia chegar através de lembranças traumáticas que ocorreram no passado. Seus sintomas podem simbolizar situações reais ou imaginárias.

Subitamente e sem aviso, prévio vem aquele aperto no peito e uma “falta de ar”. Surge em qualquer momento, hora ou lugar. Como se uma grande mão apertasse o peito. Em seguida, vem uma sensação bem esquisita de opressão. Você quer se livrar dela, mas não consegue. O coração acelera. Num determinado momento, você está bem e a apreensão surge sem pedir licença. Em outros, está associada a alguma preocupação ou sensação de insegurança. Se você vive um momento confuso ou difícil, a angústia pode se instalar, gerando medos e uma terrível insegurança. Em casos mais graves de angústia, a pessoa pode se sentir perseguida, com quadros típicos de paranóia.

Partindo para a filosofia da angústia, Arthur Schopenhauer tinha uma visão extremamente pessimista da vida, onde “viver é necessariamente sofrer”. Para ele, a própria vontade de ter algo é um mal, pois isso gera angústia e dor. Nietzsche, concluiu que “é preciso ter consciência de que a vida é, sim, uma tragédia, para que possamos desviar um instante os olhos da nossa própria indigência, desse nosso horizonte limitado, colocando mais alegria em nossas vidas”. Já Jean-Paul Sartre, filósofo francês, defendeu que a angústia surge no exato momento em que o homem percebe a sua condenação irrevogável à liberdade, isto é, o homem está “condenado a ser livre”. Ao perceber tal condenação, ele se sente angustiado em saber que é senhor de seu destino.

Filosofias à parte, para a ciência, mais especificamente para a psiquiatria, a angústia, se não tratada pode evoluir para a depressão. As pessoas, que apresentam quadro de angústia, e não têm acompanhamento profissional, desenvolvem outros distúrbios emocionais como cansaço físico e mental, comportamento inadequado e baixa autoestima. Ficamos angustiados por opção, por força de nossas próprias escolhas, por causa de coisas e pessoas. Assumimos compromissos financeiros que não podemos saldar, adquirimos bens pelos quais não podemos pagar. Tudo em busca de status. Compramos o que não precisamos com o dinheiro que não temos, para mostrar uma pessoa que não somos. O ato da compra é sublime e fugaz. A obrigação decorrente é amarga e duradoura. É angustiante.

O tratamento é feito com medicações psicotrópicas, tranquilizantes e/ou antidepressivos. Elas ajudam a pessoa a superar os sintomas que acompanham a angústia. Porém, a psicoterapia cognitivo-comportamental é de suma importância para a prevenção. Para as pessoas com religiosidade, sugiro que voltem a alimentar o espírito, com prática de atividades físicas, mais lazer e, principalmente, voltem a respirar fundo e ter fé em si, pois, todos podem ultrapassar os limites e superar medos e receios. A ansiedade é um tempo que não chega; a angústia, um tempo que não vai embora.

Nota: A Ansiedade, de Evard Munch

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Rafael Sanzio – DAMA COM UNICÓRNIO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Giovanni de Santi – pai de Rafael – era um homem culto, dramaturgo de sucesso e estudioso que tinha excelentes relacionamentos. A pintura era o seu meio de ganhar a vida, embora fosse considerado sem talento para a profissão – crítica que nunca o desanimou – e nem o tornou invejoso, pois era humilde em reconhecer suas limitações e o talento dos colegas. Tinha grandes pintores no rol de seus amigos, inclusive o famoso Piero dela Francesca que chegou a se hospedar em sua casa. Tudo isso contribuiu para influenciar o filho a seguir seus passos. Rafael – ainda garoto – acompanhou seu pai numa visita ao grande mestre Perugino que se encontrava no ápice de sua fama. Segundo alguns críticos tal contato foi de grande valia para a sua formação precoce de pintor.

A composição intitulada Dama com Unicórnio é uma obra da juventude do artista, retratando uma dama da alta sociedade da época, mas que até hoje constitui um enigma para os estudiosos de arte em relação à sua identificação. Durante muito tempo esta obra foi modificada por adições e repinturas e transformada em Santa Catarina. Nela é possível notar a influência de Piero della Francesca e de Leonardo da Vinci com sua suave técnica do esfumato.

O pequeno unicórnio que repousa no colo da jovem mulher é outro enigma quanto à sua simbologia. Se visto de acordo com a tradição medieval, tratava-se de um perigoso animal que só podia ser preso por uma virgem, sendo um dos símbolos da Virgem Maria com seu Menino Jesus.

A mulher é representada sentada em primeiro plano, junto a um parapeito. Ela fita o observador com grandes olhos azuis. Seu rosto delicado é coroado por longos cabelos dourados, jogados para trás.  Um grande decote deixa à vista seu colo alvíssimo, ornado com um enorme colar que traz na ponta uma pedra vermelha e uma grande pérola barroca. Às suas costas abre-se uma extensa paisagem com água, montanhas e céu, em variados tons de azul.

Ficha técnica
Ano: 1506
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 66 x 55 cm
Localização: Galleria Borghese, Roma, Itália

Fontes de pesquisa
Galleria Borghese/ Os Tesouros do Cardeal
1000 obras-primas da pintura europeia/ Köneman

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