QUEM NÃO CONHECE UM SABE-TUDO?

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

chicben

A mais vasta parcela do que sabemos é menor que a mais diminuta parcela do que ignoramos. (Montaigne)

Convicções são inimigas da verdade, mais perigosas que as mentiras. (Nietzche)

Nunca se sabe tão pouco, como quando se acha que se sabe muito. Por isso, humildemente devemos nos curvar diante dos inúmeros questionamentos que habitam a nossa mente, para os quais jamais encontraremos respostas, pois mal uma questão é respondida, outras mil nascem à deriva da razão.

Existe um tipo de pessoa com o qual é dificílimo conviver: o sabe-tudo. É possível encontrá-lo como colega de trabalho, parente, vizinho ou até mesmo como companheiro de viagem. O sabichão é um chato de galocha, pois pensa concentrar em si mesmo toda a sapiência do mundo. Ele não concorda com nada do que você diz, só para poder desfiar a sua verborragia, mostrando que é o bambambã do pedaço, quando na verdade é um maçante, uma companhia desagradável e indesejável, da qual ficamos ansiosos para nos livrarmos. É incapaz de entender que existem muitas coisas que apenas soem ser compreendidas quando a modéstia habita em nós.

Quanto mais observamos o mundo, mais percebemos o quão distante nos encontramos de sua compreensão. Somos como um cão que tenta abocanhar o rabo, sem jamais consegui-lo. Em cada ínfimo de conhecimento que se agrega a nós, ramificam centenas de indagações e dúvidas. É preciso que fiquemos alertas contra as crenças que podem nos transformar em servos fieis da ignorância, pois a verdade não pode nascer da crença, seja ela qual for.  É preciso olhar qualquer hipótese com cautela, desconfiando de nossas próprias verdades, principalmente quando fomentadas pelos sentimentos. Somente a desconfiança pode nos levar à lucidez do questionamento, uma vez que a probabilidade não pode ser tomada como juízo imperativo.

Amedrontam-nos os pedantes que acham que nada têm a aprender. É melhor a companhia dos ponderados, dos cautelosos, dos equilibrados, dos que navegam na vigilância da suspeição e na possibilidade de estarem equivocados. A ciência jamais teria chegado até aqui, se não fossem os questionadores, os insatisfeitos com as respostas obtidas. A motivação para se buscar a verdade encontra-se na dúvida. E somente os humildes admitem a possibilidade de estarem errados, pois os que pensam saber tudo estão embotados pela arrogância, incapazes de navegar pelo universo da chamada “atitude crítica”.

O filósofo diz sabiamente: “o que sei é que nada sei”!

Views: 0

Caravaggio – RAPAZ COM CESTO DE FRUTAS

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571–1610) nasceu no calmo povoado de Caravaggio, próximo à cidade de Milão e cujo nome acabou por incorporar-se a seu nome. Também existe a hipótese de que o pintor tenha nascido em Milão. Era filho de Fermo Meresi, arquiteto e decorador de Francisco Sforza – duque de Milão e marquês da pequena Caravaggio — e de Lucia Aratori. Aos cinco anos de idade vivia em Milão – cidade ocupada pela Espanha — com seus pais. Além das tensões geradas pela ocupação estrangeira, a fome e a peste também se faziam presentes. Em razão da peste a família do futuro pintor retornou ao povoado de Caravaggio que também acabou sendo alcançado pela doença que ceifou a vida do pai, do avô e do tio do garoto. Lucia, a mãe, optou por permanecer ali com os filhos, distanciando-se do fanatismo religioso e da violência política que se espalhavam por Milão.

A composição Rapaz com Cesto de Frutas é uma obra do artista que se encontra entre os grandes pintores de todos os tempos, sobretudo pela sua capacidade de inovação, guiada por sua audácia e originalidade. Esta pintura é um autorretrato de Caravaggio de quando ele tinha um pouco mais de 20 anos.

O rapaz, segurando uma enorme cesta de vime cheia de diferentes frutas e algumas folhas, sobressai do fundo neutro da tela, ocupando o centro da composição. Um jato de luz banha seu corpo, dando-lhe mais volume e projetando suas espátulas. Dois cones de sombra projetam-se à esquerda e à direita, como se fossem asas escuras. Por se tratar de uma pintura da juventude do artista, ainda não se encontra impregnada pelo tenebrismo caravaggesco que tanto viria a influenciar inúmeros pintores europeus na primeira metade do século XVII.

Não apenas a figura humana é representada sob um agudo senso de observação  quanto o cesto com as frutas e folhas. Diversas texturas são apresentadas com grande realismo: carne humana, o vime, pele dos pêssegos, uvas e romãs, assim como as diferentes folhas. Caravaggio foi sem dúvida alguma um dos primeiros a dignificar as naturezas-mortas, gênero até então desprezado na pintura.

Ficha técnica
Ano: 1593/94
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 70 x 67 cm
Localização: Galleria Borghese, Roma, Itália

Fonte de pesquisa
Galleria Borghese/ Os Tesouros do Cardeal
1000 obras-primas da pintura europeia/ Köneman

Views: 15

A VINGANÇA DO DIABO CONTRA O REINO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Aquele era um reino exuberante, cortado pelos Trópicos de Câncer e de Capricórnio, deitado indolentemente no meio da placa tectônica sul-americana. Sua privilegiada posição apenas o balançava – leve e imperceptivelmente – em seu extenso berço, protegendo-o contra os ciclones, terremotos e vulcões que afetavam os reinos vizinhos. Vez ou outra a Mãe Natureza descarregava – num ou noutro lugar – chuvas torrenciais, mas apenas para mostrar àquela gente que ela se encontrava sob seu comando. Porém, passados os temporais, tudo brotava como se fosse o Jardim do Édem – uma recompensa da generosa mãe pelos dissabores impingidos aos filhos.

Nem mesmo todos os sábios presentes no Universo seriam capazes de enumerar as riquezas minerais e vegetais daquele reino. Somente a título de exemplo, ali se encontravam o bioma mais importante do mundo e os dois maiores aquíferos da Terra. Escassez de água, portanto, não seria uma preocupação para suas futuras gerações. Assim, as ameaças ao futuro da humanidade no que diz respeito à falta do líquido da vida – até mesmo ocasionando guerras – não afetavam as pessoas do lugar que em razão de tamanha dadivosidade acabavam descambando para o desperdício. Quanto aos súditos, ainda que não primassem por uma educação de boa qualidade, não se podia dizer que não tivessem boa índole.

O fato é que toda essa generosidade do Criador em relação àquele reino despertou a ira dos outros reinos. Uma delegação foi encaminhada ao Céu com o objetivo de reivindicar mais benesses para os domínios reclamantes. Explicações foram dadas pelo Todo Poderoso e a delegação despachada de volta à Terra. Contudo, insatisfeitos com o parecer divino, os poderosos reais resolveram apelar para os poderes do Diabo. Falaram-lhe daquele reino X, privilegiado em todos os quesitos pela Mãe Natureza (assessora do Criador), como se o Paraíso fosse. Se nada mudasse,  eles – os revoltosos –  seriam capazes de destruir o planeta, pois armas para isso é que não lhes faltavam.

O Diabo – achando uma besteira das grossas aquela intenção de mandar a Terra em cacos pelos ares – achou que deveria intervir – não por bondade, é claro –, pois corria o risco de ficar vagando feito planeta fora de órbita, sem ter o que fazer, caso todos os humanos fossem transformados em pó. Explicou Satã aos prepotentes reclamantes que ele não poderia fazer nada no que diz respeito àquilo que o reino tinha recebido do Criador – pois, apesar de ser seu inimigo mor, não tinha poderes para tanto. Contudo, poderia manipular a bel-prazer os dirigentes daquele reino – pertencentes a qualquer que fosse o Poder.  Em consequência acabaria destruindo a paz de seus súditos, jogando tudo na bancarrota, mas primando pelo enriquecimento dos peixes graúdos – os seus cúmplices. E assim aconteceu!

Não se pode dizer que o diabo não tenha trabalhado sério, cumprindo a promessa feita aos ambiciosos. A vida no reino transformou-se numa desgraça ambulante e o povão em bobos da corte. Tudo passou a andar de cabeça para baixo. A Esperança evaporou-se, deixando à vista um desespero cruel. A Credibilidade pegou sua trouxa e partiu para um lugar desconhecido, ficando a Mentira a alastrar-se como erva-daninha. A Ética bateu as botas, deixando o campo aberto para a Anarquia. O Nacionalismo – sempre muito frágil – foi para o CTI e lá permanece em agonia, enquanto o Entreguismo segue a todo vapor, esquartejando e distribuindo as riquezas do reino a outros reinos mais vorazes.

O infeliz reino desmorona a olhos nus. Ainda que boi manso, aperreado, arremeta, os vassalos só fazem ficar com a bola murcha, quando o que se precisa é botar a casa abaixo. Continuam submetidos à vontade dos poderosos, sempre reverentes e subservientes… Comendo o pão que o Diabo mandou os graúdos amassar para eles…

Views: 1

Bronzino – VÊNUS, CUPIDO E AS PAIXÕES DO AMOR

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

vencup

A composição denominada Vênus, Cupido e as Paixões do Amor, também conhecida por Alegoria de Tempo e Amor ou Uma Alegoria com Vênus e Cupido é uma obra do pintor italiano Agnolo Bronzino. Trata-se de uma pintura alegórica em que o amor é mostrado em suas várias facetas – obra típica da Contrarreforma.

Vênus – deusa da beleza e do amor – ocupa a parte central da composição, sendo abraçada por seu filho Cupido – o deus do amor – que segura seu seio esquerdo e sua cabeça. Na mão esquerda a deusa traz uma maçã e na direita segura a flecha de Cupido. Tais objetos representam as características ternas do amor, mas também seus aspectos inquietantes.

A pequena criança jogando rosas simboliza os prazeres que o amor promete. Sobre o manto azul, onde se encontra a deusa, à sua esquerda, estão presentes duas máscaras (a de uma jovem mulher e a de um velho), insinuando que o amor tem muitas personificações, não passando de ilusão as suas promessas. À sua direita está uma pomba que na simbologia pagã condizia com a inocência do amor em complemento aos seus aspectos puramente sexuais. A figura da pomba também está ligada à imagem de Vênus (Afrodite) e Cupido (Eros), deuses do amor, significando a efetivação dos desejos amorosos dos amantes.

Em segundo plano estão presentes outras facetas do amor, representadas pelas figuras humanas: a Malícia, o Ciúme, a Verdade e o Tempo – os maiores empecilhos para que o Amor torne-se prazeroso e eterno. Estão assim representados:

Tempo – velho com a ampulhet

Verdade – mulher, à esquerda, abrindo uma cortina azul;

Ciúme – figura arrancando os próprios cabelos;

Malícia – possui rosto suave, mas um corpo animalesco, com garras e cauda escamosa. Traz as mãos invertidas, disfarçando o que oferece. Numa das mãos está um favo de mel e na outra a própria cauda com um ferrão.

A cor pálida e esmaltada de Vênus, Cupido e do Prazer retira toda a sensualidade da cena ou qualquer ambiguidade que possa haver em relação ao que o artista quis mostrar.

Ficha técnica
Ano: c. 1543
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 146 x 116 cm
Localização: National Gallery, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 5

O BRASIL E SEUS FALSOS HERÓIS

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Adevaldo Rodrigues de Souza

Aquele homem era um depósito de calma, generosidade e compaixão, entretanto, teve uma noite tumultuada em que o desgosto varria tudo. O relógio de parede – herança de várias gerações – marcava o compasso de seus pensamentos, sempre voltados para os noticiários da mídia nacional. Bebeu um copo de água e tentou dormir, mas não conseguia adormecer. Sua mente permanecia ligada àquela cena marcante: um famoso político morto dentro de um caixão, sendo levado pelo carro do Corpo de Bombeiros, aplaudido por uma multidão, como se fosse um herói nacional. Para compor e impactar o espetáculo, certa rede de televisão adicionou uma música do cantor Milton Nascimento, como se a vida fosse uma peça de teatro que permitisse ensaios após a morte. A encenação cruel e demagógica da mídia levou à comoção toda uma nação despreparada e ingênua.

Aquele homem teve uma noite mal dormida em meio a sobressaltos e pesadelos. Levantou-se cedo, tomou um banho quente e, após o desjejum, deitou-se na velha rede armada na varanda de sua casa.  Queria parar de pensar e mergulhar-se no mais profundo silêncio, mas não conseguia. Os passos firmes e apressados de um vizinho chamou-lhe a atenção. O homem cumprimentou-o com um sorriso acanhado e disse-lhe: “Viu o noticiário de ontem, ‘fulano’ mereceu aquela homenagem, ele foi um herói, e isso faz a gente ficar satisfeita e trabalhar com mais entusiasmo.” O  pensador sentiu-se ainda mais entristecido.

 No fundo da mente do homem reflexivo descortinou-se a verdade: a cenografia montada estava materializando-se no imaginário popular, levando o povo a sofrer com aquela representação grotesca. A “encenação” da mídia tinha um motivo lógico: criar um herói, mesmo que fosse uma figura ilusória. O Brasil necessitava de um mito para conservar o poder dominante naquele momento. Se fosse criado um personagem, ainda que mitológico, esse iria satisfazer as nostalgias secretas dos cidadãos diante das agruras sofridas. Poria um fim – ainda que ilusoriamente – ao sofrimento, ao medo, ao desemprego, à fome e à violência, dentre outros problemas vigentes no país. Para os criadores de heróis, a vida seria um teatro, mesmo que sem roteiro, onde as pessoas entram e saem de cena usando o mesmo figurino, maquiagem e sonoplastia. A peça é sempre a mesma, pois a mentira, o engodo e a corrupção continuam empobrecendo o país e seus filhos mais carentes, enquanto enriquece os “afortunados” pelo poder político, os agraciados pela política e pela mídia.

O homem lembrou-se de outros fatos da história de seu país, como a construção de seus heróis, assim como o ostracismo relegado àqueles que realmente trabalharam em prol de sua grandeza. Um deles foi o título ofertado ao pseudo herói Duque de Caxias, considerado um sanguinário na Guerra do Paraguai, mas que voltou como um mito nacional. Por outro lado, a importância dada ao grande estadista Teófilo Benedito Otoni na história oficial do país – com seu espírito pioneiro e ideias liberais democráticas – foi praticamente nula. Seu nome nem mesmo frequenta as páginas dos livros da história da nação.

Os fatos repassavam na mente do homem pensativo como se fora um filme, uns se antepondo aos outros. E já cansado de tanto vislumbrar mazelas, ele foi sentindo que seu pensamento adormecia lentamente. E sonhou. Sonhou que a peça grotesca daquele teatro bizarro tinha acabado. A cortina fechara-se sem nenhum aplauso, pois a plateia era inteligente e não se deixava mais se manipular. Os diretores foram obrigados a rasgar aquele roteiro nefasto e reescrever uma nova história que revelasse a verdade com maestria e arte. Um novo horizonte abria-se para seu país… E ele continuou a dormir em paz.

O homem acordou-se bem-humorado e com esperança renovada… Mas não demorou a descobrir que a vida no Brasil continuava a mesma. A peça imoral ainda se encontrava em cartaz. Ele então chorou amargamente… Talvez seus netos pudessem – num futuro longínquo – mudar o roteiro. A ele só restava a vã esperança, a mesma que habita o coração dos retirantes.

Nota: Retirantes, obra de Candido Portinari

Views: 6

Paris Bordone – OS AMANTES VENEZIANOS

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Os Amantes Venezianos – também conhecida como Jovens Amantes – é uma obra do pintor italiano Paris Bordone (1500 – 1571), um dos importantes artistas dos últimos tempos do Renascimento veneziano. Ele se tornou conhecido sobretudo como pintor de retratos, embora tenha feito também inúmeras pinturas mitológicas e religiosas. Sua obra era carregada de complexidade e sensibilidade, dotadas de grande profundidade emocional. Presume-se que tenha sido aluno de Ticiano, sendo possível notar sua ascendência na obra de Bordone. Além de Ticiano, o artista também bebeu nas fontes de Giorgione e Lorenzo Lotto. Muitas encomendas eram feitas ao pintor e elas provinham também do estrangeiro. Ele chegou a trabalhar na corte francesa em 1559.

Dentre as obras do artista, Os Amantes Venezianos configura como uma de suas mais célebres e uma das mais belas pinturas renascentistas. Paris Bordone apresenta um casal burguês dentro de uma sensualidade comedida, ou seja, num jogo refinado de sedução. Muitas interpretações dizem respeito à cena. O homem que abraça a jovem tanto pode ser um amigo discreto, um rival, um parente, seu futuro esposo ou até mesmo um amante. Os críticos ainda não chegaram a um consenso. Vejamos a seguir duas hipóteses.

Pelo fato de o casal surgir de um ambiente escuro, e de o homem tocar no ombro nu da jovem que recosta sua cabeça no seu rosto, alguns críticos enxergam aí um amor mercenário, sendo ela vista como uma cortesã. Alegam que o sujeito fanfarrão que se encontra atrás do casal pode ser um alcoviteiro, havendo a possibilidade de que ali esteja um autorretrato do pintor com sua boina. Se assim for, a obra seria uma alegoria e não uma representação real. A prevalecer tal hipótese, a corrente de ouro que o homem traz na mão esquerda e entrega à mulher, não é um presente, mas sim o pagamento pelo encontro.

Alguns historiadores de arte, por sua vez, veem na cena a representação de um casamento, como acontecia à época. O personagem ao fundo seria uma testemunha, pois naquele tempo bastava uma única testemunha para dar validade à união. O cinto usado pela noiva e o presente que lhe é dado confirmaria o enlace. A entrega da joia e o unir das mãos representaria o centro psicológico da pintura.

A jovem mulher traz os cabelos dourados e sedosos presos, com duas tranças a rodear-lhe a cabeça. A saia de seu vestido verde com corpo branco é artisticamente trabalhada em pregas, assim como as mangas bufantes do mesmo. Ela tem o olhar enviesado para sua direita, enquanto o jovem traz o olhar baixo. A leitura do rosto da mulher é mais difícil de ser decifrada. Estaria ela desinteressada quanto ao presente (ou pagamento)? Ou estaria cansada de seu trabalho? Ou estaria demonstrando timidez, o que lhe causaria rubor?

Ficha técnica
Ano: c. 1520/30
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 95 x 80 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.artevarese.com/av/view/news.php?sys_tab=20011&sys_docid=8897&sjl=1

Views: 4