Paris Bordone – OS AMANTES VENEZIANOS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Os Amantes Venezianos – também conhecida como Jovens Amantes – é uma obra do pintor italiano Paris Bordone (1500 – 1571), um dos importantes artistas dos últimos tempos do Renascimento veneziano. Ele se tornou conhecido sobretudo como pintor de retratos, embora tenha feito também inúmeras pinturas mitológicas e religiosas. Sua obra era carregada de complexidade e sensibilidade, dotadas de grande profundidade emocional. Presume-se que tenha sido aluno de Ticiano, sendo possível notar sua ascendência na obra de Bordone. Além de Ticiano, o artista também bebeu nas fontes de Giorgione e Lorenzo Lotto. Muitas encomendas eram feitas ao pintor e elas provinham também do estrangeiro. Ele chegou a trabalhar na corte francesa em 1559.

Dentre as obras do artista, Os Amantes Venezianos configura como uma de suas mais célebres e uma das mais belas pinturas renascentistas. Paris Bordone apresenta um casal burguês dentro de uma sensualidade comedida, ou seja, num jogo refinado de sedução. Muitas interpretações dizem respeito à cena. O homem que abraça a jovem tanto pode ser um amigo discreto, um rival, um parente, seu futuro esposo ou até mesmo um amante. Os críticos ainda não chegaram a um consenso. Vejamos a seguir duas hipóteses.

Pelo fato de o casal surgir de um ambiente escuro, e de o homem tocar no ombro nu da jovem que recosta sua cabeça no seu rosto, alguns críticos enxergam aí um amor mercenário, sendo ela vista como uma cortesã. Alegam que o sujeito fanfarrão que se encontra atrás do casal pode ser um alcoviteiro, havendo a possibilidade de que ali esteja um autorretrato do pintor com sua boina. Se assim for, a obra seria uma alegoria e não uma representação real. A prevalecer tal hipótese, a corrente de ouro que o homem traz na mão esquerda e entrega à mulher, não é um presente, mas sim o pagamento pelo encontro.

Alguns historiadores de arte, por sua vez, veem na cena a representação de um casamento, como acontecia à época. O personagem ao fundo seria uma testemunha, pois naquele tempo bastava uma única testemunha para dar validade à união. O cinto usado pela noiva e o presente que lhe é dado confirmaria o enlace. A entrega da joia e o unir das mãos representaria o centro psicológico da pintura.

A jovem mulher traz os cabelos dourados e sedosos presos, com duas tranças a rodear-lhe a cabeça. A saia de seu vestido verde com corpo branco é artisticamente trabalhada em pregas, assim como as mangas bufantes do mesmo. Ela tem o olhar enviesado para sua direita, enquanto o jovem traz o olhar baixo. A leitura do rosto da mulher é mais difícil de ser decifrada. Estaria ela desinteressada quanto ao presente (ou pagamento)? Ou estaria cansada de seu trabalho? Ou estaria demonstrando timidez, o que lhe causaria rubor?

Ficha técnica
Ano: c. 1520/30
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 95 x 80 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.artevarese.com/av/view/news.php?sys_tab=20011&sys_docid=8897&sjl=1

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