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Autoria de Lu Dias Carvalho
A depressão é um sintoma de falta de conexão consigo mesmo. A pessoa se perdeu e precisa se reencontrar, localizar o propósito de sua vida. E, para tanto, precisa se conhecer. (Júlia Bárány)
O passo principal para a cura da depressão é dado quando o indivíduo aceita que está doente e que necessita de ajuda. Nem sempre isso é fácil, como explica a psicanalista Cristiane Vilaça: “A depressão é um processo muito íntimo, no qual a pessoa rejeita qualquer coisa que venha de fora do seu mundo interno”. A também psicanalista Beatriz Breves mostra o porquê dessa interiorização: “Isso acontece porque a pessoa deprimida, geralmente, não consegue encontrar força nela para solicitar ajuda”. É aí que devem entrar os familiares (ou amigos), porque, como explica a psicanalista Cristiane Vilaça: “A pessoa com depressão só irá entender que está em uma situação que necessita de ajuda quando a dor emocional já se tornou insustentável”.
Além do tratamento psiquiátrico, existem diversos recursos, como a psicoterapia, que agem como coadjuvantes no tratamento ao transtorno depressivo. Segundo o psicanalista Paulo Paiva, “A terapia auxilia a pessoa a explorar a raiz de sua depressão e, com isso, compreender as razões responsáveis por acarretar a doença e então buscar os caminhos para uma vida saudável”. Contudo, é preciso saber qual o recurso a ser buscado, pois são muitas as técnicas usadas. O psiquiatra poderá encaminhar o paciente para aquela que julgar melhor.
A família possui uma grande responsabilidade na recuperação do paciente. Jamais deve negar ou justificar a presença da doença, mas ampará-lo, dando-lhe suporte emocional, como explica a psicanalista Beatriz Breves: “É importante que a pessoa seja compreendida, não se deixando levar pela impotência que às vezes essa situação impõe”. O psicanalista Paulo Paiva complementa: “Os familiares devem procurar informação e conhecimento sobre a doença, saber os benefícios do tratamento e os riscos de não realizá-lo”. Quando a família se omite, o estrago é grande, podendo muitas vezes ser fatal.
A maneira como o paciente encara seu tratamento é muito importante, daí dependendo seu sucesso ou fracasso. Ele precisa acreditar no tratamento e levá-lo adiante, jamais se automedicando ou paralisando-o por conta própria, o que torna as crises ainda mais severas. Como dizemos aqui no site, a pessoa precisa ser POP (paciente, otimista e persistente). É também uma boa oportunidade para reavaliar sua vida, repensar seus valores pessoais, buscar o autoconhecimento, modificar escolhas, ou seja, caminhar em busca de qualidade de vida.
Outra dica importante é buscar viver apenas um dia de cada vez, concentrando todas as atenções no hoje. O passado já se foi, serve agora apenas como experiência. Nada o fará voltar. O futuro ainda está por vir. Quando se vive bem o hoje, consequentemente o futuro já está sendo preparado. Assim, não há porque carregar nos ombros o peso de dois tempos abstratos, tendo a ilusão de que pode modificá-los ao neles concentrar as preocupações. Portanto, é preciso viver intensamente o presente, valorizando as pequeninas coisas boas, aprendendo que a felicidade é feita de pequenos momentos.
Outras técnicas alternativas também ajudam muito. Uma delas é a meditação. Segundo a terapeuta Nara Louzada “Quando oxigenamos as células nervosas, há uma alteração no humor que nos faz sair do estado de inércia para uma maior produtividade. A meditação atua na parte frontal do cérebro, onde se situam a atenção e o foco, além de trabalhar o sistema límbico, responsável pelas questões emocionais”. Ela ensina a substituir sentimentos opostos (exemplo: inspirar entusiasmo e expirar desânimo; inspirar alegria e expirar tristeza; inspirar paz e expirar desassossego; inspirar calma e expirar ansiedade, etc.). O Reiki é outra terapia importante.
A prática de esportes é importantíssima na luta contra a depressão. Explica o ortopedista Mauro Olívio Martinelli: “A endorfina é um hormônio produzido pela glândula hipófise e promove no organismo efeito analgésico de bem-estar, melhora de humor e alegria. Por ser liberada após atividades físicas e, por conta dos seus efeitos, ajuda no combate à depressão”. Segundo estudos, atividades físicas como caminhadas, corridas, andar de bicicleta e nadar liberam maiores níveis de endorfina, hormônio responsável pelo nosso bem-estar.
A alimentação também ajuda a prevenir certos sintomas que dizem respeito à depressão. Segundo a nutricionista Fernanda Marques “Certos alimentos são benéficos por suas propriedades calmantes e estabilizadoras do estado de ânimo e humor. O triptofeno, por exemplo, é um aminoácido precursor da serotonina – neurotransmissor que dá a sensação de bem-estar – e está presente em alimentos como banana e grão-de-bico”. Dentre as oleaginosas, a castanha-do-pará é a mais indicada, pois possui selênio (oxidante importante que ajuda no funcionamento do sistema nervoso). Outros bons alimentos são: ovos, aveia, vegetais escuros…
Nota: Mulher com Véu, obra de Henri Matisse.
Fonte de pesquisa
Revista Segredos da Mente, Cérebro e Meditação – nº 1
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