POR QUE SOMOS TÃO ESTÚPIDOS?

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Não restam dúvidas de que precisamos repensar nossa passagem por este planeta, principalmente em relação ao consumismo doentio de que temos nos tornado vítimas. Não mais buscamos o necessário, aquilo que nos é útil, pois tal concepção há muito perdeu o sentido. A maioria de nós, hoje em dia, não passa de colecionadores disso e daquilo, entulhando nosso espaço (e nossa mente) com coisas desnecessárias.

Seria a voragem consumista de nossos tempos que desvaira as pessoas uma consequência do vazio que permeia a vida do homem moderno? Ou o “ter” desenfreado vem jogando uma pá de cal no “ser” humilhado e cada vez mais escasso? Por que passamos a ser medidos pelo que acumulamos? Por que dizer que “fulano é bem de vida” não se refere à sua capacidade de viver bem consigo e com o mundo, mas apenas aos bens materiais acumulados ao longo de sua vida? Para que ajuntamos tanto, como se ainda tivéssemos a mesma visão dos povos do Egito Antigo que pensavam levar suas riquezas para servi-los no “outro mundo”, após a morte?

O cenário é tão desolador que bolsas de griffe, dentre outros produtos desnecessários ao nosso dia a dia e ao nosso crescimento pessoal, estão sendo alugadas por um final de semana por preços exorbitantes. E há quem pague, a fim de repassar a ideia de “bem de vida”. Nas lojas famosas algumas delas chegam a custar o serviço de meio ano de um trabalhador que ganha salário mínimo.  Que subversão de valores! Quanta insanidade consumista e necessidade de “status”! Quanta vazio existencial! Quanta sujeição ao consumismo! Quanta falta de autoestima!  Quanto dano à nossa Terra!

Sob o ponto de vista de nosso planeta, “jogar fora” não passa de uma figura de linguagem. Não existe “lá fora”. Tudo fica por aqui mesmo, dentro de nossa casa planetária, ainda que jogado da termosfera.  O importante neste nosso planetinha – que já agrega mais de oito bilhões de pessoas – é viver com equilíbrio. Mais do que nunca se faz necessária a reutilização das coisas.

As pessoas conscientes sabem que “menos é mais” (ver minimalismo aqui no site) e que o acúmulo é na nossa vida um fardo desnecessário.  A palavra-chave é  “reciclar”, portanto, mãos à obra! Busquem os bazares ou brechós (prática adotada nos mais importantes centros do mundo, como Paris, Londres e Nova Yorque). Tanto o planeta Terra quanto o nosso bolso agradecem. Vamos doar e comprar principalmente nos bazares sem fins lucrativos, cuja renda vai para as obras assistenciais.*

Caro leitor, apresento-lhe parte de um texto de Luís Pellegrini, grande pensador de nossos tempos, que trata da “loucura consumista” que nos engole e rouba as riquezas da mãe Natureza.

Uma das pragas que atormentam nossas vidas de cidadãos da moderna sociedade da produtividade e do consumismo é justamente a produtividade e o consumismo, quando insustentáveis. Por insustentável queremos dizer excessivo; demasiado; para além do razoável, necessário e suficiente; sem consciência de limites.

As primeiras grandes vítimas dessa mentalidade que tomou forma desde o advento da Era Industrial, nos primórdios do século 19, e cresceu depois, sem parar, de modo obsessivo e avassalador, somos nós mesmos. Por causa dela vivemos hoje uma vida de escravos, acorrentados – muitas vezes sem o perceber – a uma existência de trabalho estafante e contínuo para produzir e consumir, na maior parte dos casos, bugigangas absolutamente desnecessárias.

Condicionados por necessidades artificiais inventadas pelo Sistema, não paramos de comprar e comprar, abarrotando nossos armários e dispensas com toda uma massa de objetos e produtos supérfluos, cujo destino, depois de algum tempo guardados, será certamente o lixo. E não estamos sozinhos no desgaste provocado por esse estado de coisas. A natureza nos acompanha nessa trajetória rumo à falência provocada por um desfrute para além de qualquer possibilidade de reposição. E isso inclui a quase totalidade de bens naturais essenciais, como a água que se bebe, o ar que se respira, as florestas, o petróleo e os minérios, e tudo o mais que existe sobre a Terra. (Brasil 247)

Depois de ler tudo isto, fica apenas a indagação: Por que somos tão estúpidos, mesmo cientes das consequências para nós e para as futuras gerações?

*Bazar da Associação da Igreja da Boa Viagem
Rua Sergipe, 178,     Bairro Boa Viagem,      Belo Horizonte, MG

Views: 1

BUSCANDO A MELHOR DECISÃO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria do Dr. Telmo Diniz

Alguns momentos podem definir o rumo de nossas vidas. As decisões que tomamos são inúmeras e, muitas vezes, devemos conviver com suas consequências por bastante tempo. O vestibular, o casamento, o nascimento de um filho, um investimento, a compra de um imóvel, etc. Nessas horas, geralmente, podemos estar diante de dois ou mais caminhos e precisamos tomar uma decisão. Recorremos à lógica, às emoções, aos amigos, aos pais, etc. Entretanto, o que paira no ar é um grande medo de errar. Então, o que fazer para tomar a melhor decisão?

É certo que aprendemos com nossos erros e uma decisão mal tomada pode servir de fonte para um valioso aprendizado, dependendo de como encaramos os resultados. Faz parte da vida cometer erros. Entretanto, há decisões que podem causar danos irreparáveis ou, pelo menos, levar nossas vidas para caminhos indesejados.

Você toma decisões diariamente. Tudo que fala e faz é resultado de decisões, sejam elas conscientes ou não. Não há uma fórmula fácil que indicará se você está tomando a decisão certa ou errada, não importa o tamanho dela. O melhor que se pode fazer é analisar todas as perspectivas possíveis para escolher uma ação razoável e equilibrada. Ter de tomar uma decisão importante pode ser uma tarefa difícil para qualquer pessoa. Entretanto, há formas simples que podem ser feitas para minimizar isso, buscando tomar a decisão mais acertada.

Você atualmente está diante de uma decisão importante? Então, inicie escrevendo sobre seus medos. Um diário pode ajudá-lo a entender melhor seus medos e a tomar as melhores decisões, com mais calma e tranquilidade. Em paralelo, escreva e identifique o pior cenário possível. Vá aos extremos do que pode ocorrer para tornar o processo menos intimidador. Considerar cenários negativos é importante para entendermos melhor as consequências.

Dando seguimento à tomada de decisão, analise se o caminho escolhido será permanente. Após pensar em tudo que poderia dar errado, veja se sua escolha é reversível. Muitas decisões são reversíveis, portanto, conforte-se ao saber que pode mudar de ideia caso as coisas não deem tão certo. Conversar com alguém próximo, como um amigo ou familiar, também pode ser de grande ajuda. Você não precisa tomar decisões difíceis por conta própria, procure um amigo próximo ou parente para que ele possa dar sua opinião. Compartilhe detalhes de seu dilema e seus medos sobre o que pode dar errado. Mas lembre-se de que a decisão final será sempre sua.

Muito importante também é manter a calma. Procure deixar as emoções de lado. Emoções podem abalar nossa habilidade na tomada de decisões racionais. O primeiro passo ao se tomar uma decisão deve ser manter a calma. Caso você se sinta incapaz disso, ou seja, está mais para emoção do que para a razão, deixe para tomar sua decisão em outro momento.

Ilustração: Interior com Vaso Etrusco, obra de Matisse.

Views: 2

O QUE É FELICIDADE?

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria do Dr. Telmo Diniz

 feliz

Ser feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida. (Fernando Pessoa) 

Quem em sã consciência não deseja a felicidade de forma contínua? Desde os mais remotos tempos, as pessoas vêm na busca incessante deste “estado de espírito”. Conceitualmente, felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes. Abrange uma gama de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa.

A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou de paz. Há quem diga que a felicidade não existe ou que ela é fugaz. Seria como se nós estivéssemos com uma vara de pescar amarrada ao corpo e em sua ponta estaria uma cenoura. Às vezes, conseguimos dar uma mordidinha, mas ela continua lá adiante, apetitosa. Então, continuamos correndo, de forma incessante, atrás dela. Seria isso a felicidade? Pequenos momentos de prazer? Ficar rico ganhando na loteria? Passar em um concurso? Ganhar em uma competição? No meu entendimento, a felicidade não pode estar restrita a momentos pontuais como estes.

Vários estudos têm sido realizados nas últimas décadas com o intuito de mensurar a felicidade. Estudaram pessoas que se casaram e experimentam um aumento da felicidade logo após o matrimônio, mas, após dois anos, os índices de felicidade retornam ao nível de antes do casamento. Algo semelhante parece acontecer com os ganhadores de loterias que experimentam picos de felicidade logo após serem sorteados, porém, estes níveis retornam ao patamar anterior alguns meses depois. O equivalente inverso com uma pessoa que experimenta a infelicidade de ficar paraplégica após um acidente e que costuma retornar a níveis até mais altos após algum tempo do acontecimento.

Alguns padrões têm sido encontrados nas pessoas que se consideram felizes, como a capacidade de se adaptar a novas situações, buscar objetivos de acordo com suas características pessoais, riqueza em relacionamentos humanos, ser competente naquilo que se propõe a fazer, enfrentar problemas com a ajuda de outras pessoas, receber apoio de pais, parentes e amigos, ser agradável e gentil no relacionamento com outras pessoas, não superdimensionar suas falhas e defeitos, gostar daquilo que tem, ser autoconfiante, pertencer a um grupo.

A busca pela felicidade é o combustível que move a humanidade. É ela que nos força a estudar, trabalhar, ter fé, construir casas, realizar coisas, juntar e gastar dinheiro, fazer amigos, brigar, casar, separar, ter filhos, etc. Ela nos convence de que cada uma dessas conquistas é a coisa mais importante do mundo e nos dá disposição para lutar por elas. É a cenoura na ponta da vara. A cada mordida, surge uma nova necessidade.

Vivemos uma época em que ser feliz é uma obrigação. Pessoas tristes são indesejadas, vistas como fracassadas. A doença do momento é a depressão. Ser ou estar feliz está virando um peso, uma fonte terrível de ansiedade e de angústia. Parece que a felicidade não tem nada a ver com conseguir. Consiste em satisfazer-nos com o que temos e com o que não temos. Pessoas que têm desejos mais simples são mais felizes. Mas volto a afirmar que a felicidade não pode estar restrita a desejos. Tem mais coisa por aí.

Divagando sobre a incessante busca para ficarmos mais felizes, pesquisei alguns autores e suas conclusões. Um, especificamente, me chamou a atenção. O psicólogo americano Martin Seligman, da Universidade da Pensilvânia, coloca de forma mais didática que a felicidade é o conjunto de três pontos, ou seja, é um tripé constituído por:

  • desejos
  • engajamento
  • significado

As pessoas tendem a buscar a felicidade somente em um desses pontos, no prazer, que são bons momentos de satisfação, porém, fugazes e passageiros. Então, é necessário os outros dois pilares para que busquemos ser felizes de forma mais objetiva e contundente. O prazer trata daquelas sensações que costumam tomar conta de nossos corpos quando dançamos uma música boa, ouvimos uma piada engraçada, conversamos com um bom amigo, fazemos sexo ou apreciamos uma boa comida. Um jeito fácil de reconhecer se alguém está tendo prazer é procurar em seu rosto por um sorriso e brilho nos olhos. Pessoas infelizes têm cara amarrada ou estão sempre reclamando de algo.

Engajamento – já o engajamento é a profundidade de envolvimento entre a pessoa e sua vida. Um sujeito engajado é aquele que está absorvido pelo que faz, que participa ativamente da vida. Algumas pessoas são capazes de se engajar em tudo: entram de cabeça nos romances, doam-se ao trabalho, dão tudo de si a todo o momento. Claro que isso precisa de uma dosagem. O engajamento extremado faz com que a pessoa perca no prazer. Por isso, tudo deve ser ou estar em equilíbrio.

Significado – quanto ao significado, existem duas formas para conquistá-lo. A primeira é via religião. Pesquisas mostram que as pessoas religiosas consideram-se, na média, mais felizes que as não religiosas. Elas também têm menos depressão, menos ansiedade, drogam-se e suicidam-se menos. A segunda forma de dar mais significado à vida é através da caridade, como visitar uma casa de repouso para idosos, ajudar crianças carentes, ou qualquer outra forma de ajuda desprendida aos nossos semelhantes. Pesquisas apontam que ajudar o próximo melhora de forma substancial a felicidade de quem a pratica. Quem já fez sabe bem como é o retorno.

Então, estamos com os ingredientes da felicidade à mão. Colocamos em nossa vida o prazer, engajamos ao máximo e passamos a dar um significado à nossa vida. Basta buscá-los que tudo ficará “um mar de rosas”. Não é bem assim! Como um dos pilares da felicidade é o engajamento, necessitamos de estar sempre conquistando algo. Daí, surgem as contrariedades, dificuldades e desilusões. Pessoalmente, acho que pessoas mais felizes são aquelas que têm desejos mais simples e têm maior facilidade de lidar com os fatores de estresse do dia a dia. Somos diferentes e, portanto, temos necessidades diferentes. A felicidade está nas coisas mais simples. Se tivermos algo a fazer, um bem a realizar, estaremos felizes.

Views: 1

A DIFÍCIL ARTE DE DIZER “NÃO!”

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria do Dr. Telmo Diniz

Para inúmeras pessoas dizer “não” a alguém é extremamente difícil, se não impossível. Geralmente, quem tem dificuldade em dizer “não” acaba se sobrecarregando e tendo que fazer muito mais do que está a seu alcance. Isso também pode estar relacionado a um medo de decepcionar os outros, atrelado a uma insegurança que, por fim, deságua em frustração e irritação. Portanto, às vezes, é preciso saber dizer não para ganhar respeito e admiração das pessoas que o cercam. Mas como fazer isso sem sofrimento interior?

É importante entender que a capacidade de dizer “não” está estritamente relacionada com a autoestima. Por isso, as pessoas que têm uma baixa autoestima costumam se sentir nervosas e tendem a aceitar todos os pedidos que lhes são ofertados. E o simples fato de aceitar, sem questionar, vem acompanhado de insatisfação e angústia. Portanto, preste atenção em seu comportamento. Ser incapaz de dizer um simples “não” pode fazer com que você se torne uma pessoa estressada, irritada e com pouca energia. Por isso, é necessário que você avalie os pedidos duas vezes antes de aceitá-los.

A dificuldade em dizer “não” no trabalho é ainda mais comum e isso acontece numa tentativa de agradar os chefes e colegas mais próximos. No entanto, o “sim” para tudo pode demonstrar falta de determinação e de postura profissional. Por isso, crie coragem e diga “não” para as atividades que não são da sua responsabilidade ou de tarefas que não estão sob a batuta do seu conhecimento. A determinação e a capacidade de dizer “não” no ambiente laboral normalmente são vistas com admiração.

De igual forma, dentro de um relacionamento, a honestidade tem valor inestimável. Por isso, é mais do que preciso saber dizer “não” e impor os seus pensamentos dentro da relação e sobre diversas situações. Para isso, não enrole, vá direto ao ponto. Evite mentiras ou desculpas fora de contexto. Um “não” acompanhado de respostas sensatas é a melhor saída para os relacionamentos duradouros. Quem ama cuida e, muitas vezes, dizer “não” a quem amamos tem a ver com cuidado e proteção.

Alguns conselhos podem ser úteis na hora de falar “não”:

  • Primeiramente, deixe de ser prolixo. Utilize respostas simples de maneira firme e direta.
  • Lembre-se de que não está pedindo permissão para dizer um não. Simplesmente diga “não” e dê suas razões para não aceitar determinado pedido.
  • Do mesmo modo, não se comprometa se não poderá fazê-lo. Só faça aquilo que se sinta capaz em sua execução.

Lembre-se sempre de que a negação independe da rejeição. Se você nega um pedido, não quer dizer que esteja rejeitando aquela pessoa. Não se sinta culpado por dizer “não” a seus filhos, companheiro (a), colegas de trabalho, etc. Seja fiel a você mesmo sobre o que pensa e deseja. Tenha em mente que a expressão de seus próprios pensamentos deve estar em primeiro lugar. Caso você realize o desejo de todos, sem nunca dar negativas, deixará uma porta aberta para que aproveitem de você hoje, amanhã e sempre. Uma pessoa só é forte e livre quando aprende a dizer não!

Views: 2

RELIGIÃO X ESPIRITUALIDADE

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Pierre Teilhard de Chardin*

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.

A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.

A religião é para os que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.

A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade dá-lhe paz interior.

A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade diz-lhe: “aprenda com o erro”.

A religião reprime tudo, e te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, e te faz verdadeiro!

A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e, portanto, é Deus.

A religião inventa.
A espiritualidade descobre.

A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.

A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.

A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de união.

A religião busca-o para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.

A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.

A religião alimenta-se do medo.
A espiritualidade alimenta-se na confiança e na fé.

A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz viver na consciência.

A religião ocupa-se com o fazer.
A espiritualidade ocupa-se com o ser.

A religião alimenta o ego.
A espiritualidade faz-nos transcender.

A religião faz-nos renunciar ao mundo.
A espiritualidade faz-nos viver em Deus, não renunciar a Ele.

A religião é adoração.
A espiritualidade é meditação.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade faz-nos viver a glória e o paraíso aqui e agora.

A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa consciência.

A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade faz-nos conscientes da vida eterna.

A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em nosso interior durante a vida.

Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual.
Somos seres espirituais passando por uma experiência humana…

* Pierre Teilhard de Chardin foi padre jesuíta, teólogo, filósofo e paleontólogo francês que tentou construir uma visão integradora entre ciência e teologia.

Views: 18

CORPO – A PERFEIÇÃO INATINGÍVEL

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria do Dr. Telmo Diniz

     mandi123     mandi1234

O culto ao corpo mostra-se como uma característica dos tempos atuais e encontra-se centrado na busca diária por uma silhueta perfeita, capaz de superar qualquer problema, e corresponder a qualquer expectativa. A busca doentia por formas esculturais pode ter várias causas, como fatores individuais, familiares e culturais; além, é claro, de explicações históricas.

Neste sentido, especificamente no Brasil, desde a Independência até os dias atuais, os modelos de beleza têm se modificado e adaptado ao contexto econômico e social. No século XIX, por exemplo, quando a culinária primava pelo alto teor calórico, o padrão corporal feminino desejado era o de formas mais arredondadas. As mais gordinhas eram o padrão aceitável da época. E realmente eram bonitas! Basta olhar os quadros e afrescos da época.

Já a partir dos anos 60, o que observamos é a construção de uma imagem feminina esquálida, materializada nas manequins e modelos, que vêm assumindo contornos cada vez menores. No começo dos anos 80, o incremento da busca pela magreza já era nitidamente percebido. Agora, no final do século XX e início do século XXI, o culto ao corpo perfeito é fato notório. A busca por um corpo sem defeitos é realizada de maneira obsessiva, transformando-se em um estilo de vida, especialmente para as mulheres. O preconceito contra a obesidade é grande, e a magreza é ligada à imagem feminina de sucesso, de competência e de autocontrole.

Pesquisas recentes, realizadas em diversos países, demonstram a existência de uma relação entre o culto ao corpo e os índices de anorexia e bulimia nervosa. A busca por um padrão estético globalizado de magreza, segundo os estudiosos do assunto, tem intrínseca relação com esses transtornos alimentares. No mundo contemporâneo, a globalização e a mídia, em todas as suas formas de expressão, vêm desempenhando, como nunca, papéis na construção deste modelo físico.

Personalidades, atrizes e modelos esbeltas, com alta estatura e musculatura definida ditam o ideal corporal que deve ser aceito e seguido. Portanto, são preocupantes os dados sugeridos pelas pesquisas em relação ao alto grau de insatisfação corporal, aos índices de transtornos alimentares, à obesidade, a comportamentos alimentares de risco e ao uso de medicamentos anorexígenos e laxantes em idades cada vez mais jovens.

Entendo, como médico, que os cuidados com o corpo são importantes e essenciais não apenas no que se refere à saúde, mas também nas exigências da sociedade. O problema reside na propagação de um ideal inatingível, bem como em culpar o indivíduo que não atingiu este ideal. Acredito que a família, os profissionais da saúde e os educadores devem estar atentos aos nossos jovens, estabelecendo continuamente um clima de diálogo, informando-lhes sobre o desenvolvimento de transtornos alimentares. Devemos também estimular e valorizar, nas crianças e adolescentes, outros valores que não o ideal doentio de beleza.

Se eu pudesse lhe dar um conselho, seria para não se preocupar com a perfeição, pois você nunca irá consegui-la.

Nota: Depois do Banho, obra de Renoir, imagem à esquerda; uma modelo de passarela, imagem à direita.

Views: 0