Mazo – A INFANTA MARGARIDA DA ÁUSTRIA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada A Infanta Margarida da Áustria, também conhecida como Infanta Margarida Teresa em Vestido Rosa, é uma obra, em sua totalidade, do pintor espanhol Juan Bautista Martinez del Mazo (c. 1911 – 1667), genro do pintor Diego Velázquez, a quem substituiu como pintor da corte espanhola, após a morte desse. Esta pintura foi atribuída anteriormente a Velázquez, em razão de suas influências sobre Mazo, com quem trabalhou por mais de três décadas. Muitas vezes é difícil separar o trabalho de um e de outro. Embora tenha pintado retratos, a originalidade de Mazo estava nas paisagens, gênero no qual  se destacou em meio a seus colegas hispânicos.

A Infanta Margarida da Áustria é uma pintura brilhantemente executada que mostra a ostentação da corte espanhola em seu apogeu. Retrata a infanta Margarida Maria Teresa de Habsburgo, filha do rei Filipe IV da Espanha e de Mariana da Áustria. É ela a figura mais importante do festejado quadro de Velázquez denominado “As Meninas”, tendo à época cinco anos. Este retrato tem sido confundido, muitas vezes, com o da Infanta Maria Tereza. Esta obra foi reproduzida no retrato da família Velázquez, também executada por Mazo.

Maria Tereza, embora se pareça muito jovem, quando retratada por Mazo já estava com mais de nove anos, sendo noiva do imperador Leopoldo da Áustria, seu tio materno e primo paterno, e onze anos mais velho, com quem se casou aos 15 anos de idade. Ela faleceu meses antes de completar vinte e dois anos, em consequência de um parto prematuro. Possuía uma saúde frágil, triste herança de décadas de casamentos consanguíneos entre os Habsburgo.

A retratada possui a pele branca e cabelos dourados, arranjados num vistoso penteado. Usa um vestido cinza-prateado e cor-de-rosa. Ela posa ao lado de suntuosas cortinas vermelhas, trabalhadas em dourado. Na mão esquerda, a Infanta detém rosas vermelhas e na direita segura um enorme e fino lenço branco.

Esta obra foi muito admirada pelos impressionistas e movimentos que vieram depois, sobretudo pela leveza do pincel do artista. Os tecidos apresentados na pintura estão magnificamente trabalhados, contudo, o rosto da menina fica a desejar, não tendo recebido igual tratamento.

Ficha técnica
Ano: c. 1665

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 212 x 147 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/the-infanta-margarita-

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Goya – HOMEM BEBENDO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Homem Bebendo, também conhecida como O Bebedor, é uma obra do pintor e gravador espanhol Francisco José de Goya y Lucientes. Trata-se de um esboço de uma tapeçaria para sala de jantar que tinha por finalidade ornamentar a sala de jantar do Príncipe e Princesa das Astúrias, no El Pardo. Mostra uma cena de época e costumes espanhóis, pertencente à mesma série de “O Guarda-sol”, em que predomina uma rica paleta de cores centradas na luz do sol que se projeta sobre as figuras.

A cena, interpretada como uma alegoria à gula, apresenta cinco personagens. Em primeiro plano encontram-se dois jovens, sentados no chão de uma floresta. Um deles bebe um líquido saído de um odre, enquanto o outro que se encontra mais atrás, segura uma bengala e come um nabo. No chão encontram-se um pedaço de pão e mais duas raízes de nabo. Três personagens posicionam-se à direita, num local mais baixo, banhados pela luz do sol. Eles parecem não prestar atenção à cena que se desenrola à frente deles.

O garoto com a bengala e o cego bebendo são os principais personagens da novela picaresca intitulada “Lazarillo de Tormes”.

Ficha técnica
Ano: 1777

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 107 x 151,5 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/the-drinker

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A CRIAÇÃO DA NOITE E O URUTAU

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Os indígenas do povo Tembé contam que, muitos e muitos anos atrás, só havia o dia. Tudo que existia na Terra vivia na mais absoluta claridade. Não havia nem mesmo um pouquinho de escuro para se tirar uma soneca. Bichos e gentes dormiam e acordavam com a luminosidade que alumiava tudo. Porém, o sono em tal resplandecência não descansava o espírito do corpo e nem o da mente e eles levantavam como se nunca tivessem dormido.

Passando pela aldeia, certo dia, um velho adivinho contou àquele povo que encontrara dois potes que continham dentro de si a escuridão, mas que eram guardados pelo diabo Azã que de perto deles não arredava pé. Ansiosos por encontrarem a escureza, os índios resolveram enfrentar o demônio, custasse o que custasse. E assim rumaram para o local indicado pelo adivinho que sabia de tudo e mais um pouco.

Mesmo de longe já era possível ouvir a cantoria dos bichos da noite: grilos, rãs, curiangos, corujas, morcegos e inúmeros outros que nem dou conta de enumerar. E foi bem de longe que os guerreiros da tribo jogaram suas flechas, destroçando o pote menor. Mas tiveram que sair em disparada, pois a noite vinha atrás deles com bandos e bandos de bichos que eles não conheciam. Assim que chegaram às suas palhoças… Bow! Caíram dormindo nas suas camas de vara. Mas a alegria durou pouco, pois logo a claridade voltou, ainda mais cheia de pirraça, alumiando cantinho por cantinho.

Os guerreiros Aracuã, Urutau e Jacupeba que hoje são passarinhos, mas naquela época ainda eram gente, resolveram quebrar o pote maior, mesmo que o diabo Azã perto dele montasse guarda, ainda mais cheio de raiva. Os três valentões deveriam sair na maior pressa, assim que espatifasse o pote, pois a escuridão viria atrás deles. Eles não sabiam o que poderia lhes acontecer. E assim foi feito. Porém, Urutau enrodilhou o pé num cipó e tombou no chão, sendo colhido pela noite. É por isso que ele se transformou numa ave noturna.

Nota: imagem copiada de ultradownloads.com.br

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El Greco – A CRUCIFICAÇÃO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição religiosa intitulada A Crucificação é uma obra do pintor, escultor e arquiteto grego Doménikos Theotokópoulos, mais conhecido por El Greco, que passou grande parte de sua carreira na Espanha. O artista é tido como o maior criador de composições excelentes, que nada têm de esquemáticas e repetitivas, sendo um pesquisador incansável de novas formas de representação, além de ser extremamente imaginativo. Este quadro foi provavelmente pintado para o sótão do retábulo da igreja do Augustine College of Maria de Aragão, em Madrid.

A composição religiosa intitulada Crucificação retrata Jesus Cristo crucificado, no Monte Calvário. A gigantesca cruz que sustenta seu corpo flagelado e sem vida ocupa a parte central da tela, estando rodeada por vários personagens. O corpo do Salvador, coberto desajeitadamente na genitália por um pano branco, parece iluminado, no meio da noite. A luz meio fantasmal, que aumenta a irrealidade dos personagens, as cores altamente contrastantes e o formato vertical dão grande intensidade dramática à cena.

A Virgem Mãe, de pé, encontra-se à esquerda, com as mãos entrelaçadas. Seu rosto, direcionado ao filho, mostra um pungente sofrimento. Ela usa um vestido vermelho e um manto azul que se espalha pelo chão. Maria Madalena, ajoelhada, encontra-se à direita. Ela abraça o madeiro com sua mão direita e, com a esquerda, limpa o sangue que nele escorre, usando um pano branco. Atrás dela, de pé, está São João Evangelista, vestido com uma túnica verde, coberta por um manto vermelho. Seu gesto é de doloroso sofrimento.

Próximo a Maria Madalena um anjo, magistralmente suspenso, e de costas para o observador, traz um pano na mão direita, com o qual recolhe o sangue que respinga dos pés de Cristo. Mais acima, abaixo dos braços de Jesus, estão postados dois anjos, um de cada lado. O de túnica vermelha apara, com a mão esquerda, o sangue que escorre da mão do crucificado e, com a direita, o que jorra de sua ferida abaixo do peito. O anjo de amarelo e branco recolhe, com as duas mãos, o sangue que desce abundantemente da mão e do braço do Salvador. O sangue também jorra sobre a cabeça dos dois anjos.

Ficha técnica
Ano: 1597

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 312 x 169 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/the-crucifixion

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ENCONTROS MEMORÁVEIS

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Autoria do Prof. Rodolpho Caniato

Corria o ano de 1977. Eu estava no meio da segunda metade de meu período de dois anos improrrogáveis como Professor Visitante no Instituto de Física da USP. Um dos meus muitos ex-alunos da UNICAMP, Prof. Luiz Antônio Bértollo, veio me visitar e me trazia uma proposta. Ele havia assumido um lugar de Professor no Departamento de Física da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e me propunha acompanhá-lo numa visita àquela instituição. Ele insistia em que eu aceitasse uma vaga na mesma instituição, onde segundo a generosidade dele, eu deveria ser o “chefe” no Departamento de Física. Assumir aulas regulares no interior do Rio de Janeiro era para mim inviável, considerando que toda minha família, com cinco filhos, residia em Campinas. Outra razão era um projeto-sonho que eu acalentava, desde muitos anos: investigar a origem e persistência dos mal entendidos conceituais cuja presença eu havia detectado e acumulado ao longo dos muitos anos no ensino da Física e da Astronomia. “Pelo menos vamos passear e bater um papo”, foi a “sedução” para que eu “topasse” a viagem.

Viajamos para ao Rio e visitamos aquele belíssimo e grande campus da Rural que na era getuliana chamava-se Escola Nacional de Agronomia, no “Quilômetro 47” da antiga Rodovia Rio-São Paulo. Diante de minha desistência em aceitar aulas regulares, aquele meu ex-aluno e gentil anfitrião insistiu em me apresentar à Profa.(ME) Yacy Andrade Leitão, Decana de Graduação daquela instituição, a UFRRJ. Tive então ocasião de expor meu projeto de interação com o Ensino Fundamental para aquela grande educadora. Eu sabia, por experiência, que as universidades resistiam a tratar do assunto ou envolver-se com temas do ensino fundamental. Envolver-se com coisas do ensino “primário” era, na época, considerado “baixar o nível” do ensino “superior”. Para minha grata surpresa aquela eminente educadora reagiu com entusiasmo à minha ideia.

Ela não só aceitava a ideia do projeto como admitia que eu fizesse um programa de trabalho compatível com minhas possibilidades de frequência e tempo e viagens. Foi um encontro que marcaria todos os demais anos de meu trabalho e de minha vida. Logo nos integramos no NATE (Núcleo de Apoio com Tecnologias Educacionais) criado por aquela diligente EDUCADORA. Imediatamente começamos a pesquisa com as muitas escolas das imediações da UFRRJ. Nunca antes a Universidade havia interagido com as escolas de suas vizinhanças, mesmo com aquelas que ficavam diante de suas portas. Passamos a ter forte interação com essas escolas, graças aos contatos da Profa. Yacy. Logo a pesquisa se transformou num pedido de “socorro” por parte dos professores daquelas instituições. Não podíamos nos recusar ao pedido de ajuda. Logo passamos a produzir e ensaiar novos textos, experimentos e procedimentos com a participação de estudantes e professores daquela instituição. O trabalho logo se estendeu a muitas outras escolas de localidades da Baixada Fluminense e do Estado do Rio.

Meu personagem “Joãozinho”, curioso e contestador, passou a se materializar nesse contexto e se tornou muito conhecido. Sua difusão pela Baixada Fluminense o tornou o “Joãozinho da Maré”. Em pouco tempo nos tornaríamos insuficientes para atender a tantos pedidos das escolas. O acúmulo da experiência logo deu origem formal ao “Joãzinho da Maré”. Se eu fui o “pai” desse personagem, a Profa. Yacy foi a dedicada “mãe”, responsável por seus cuidados e pela sua “nutrição”: mais convites e solicitação de cursos (muitas dezenas), alguns em outros estados. Logo nossa experiência se materializava em dois livros: “A Terra em que vivemos” com os conteúdos e “Com(ns)Ciência na Educação” com o ideário.  Com os conhecimentos e as relações institucionais da Profa. Yacy muitos professores de diferentes áreas de nossa instituição (UFRRJ) se interessaram e se integraram ao nosso grupo, além de muitos alunos das licenciaturas.

A interação com os professores de outras áreas da Universidade evidenciou outra grande e urgente necessidade: muitos professores em exercício no ensino superior não tinham qualquer curso além da graduação. Era importante e urgente oferecer-lhes a possibilidade de algum curso de pós-graduação. Logo passamos a planejar um curso “lato sensu” de “Metodologia para o Ensino Superior”. Mais uma vez a experiência daquela Educadora, Profa. Yacy de Andrade Leitão, foi fundamental no planejamento e redação do projeto. Já para o ano seguinte (1978), inscreveram-se professores das áreas de Física e de Matemática. Logo convidamos como professores alguns de meus amigos, professores da UNICAMP. Esse curso, com a duração de dois anos, atendeu a professores da UFRRJ e de fora dela.

Durante os anos seguintes se multiplicaram os pedidos de  cursos e palestras sobre essa considerável e concreta contribuição. O “Joãozinho da Maré” passou a figurar em muitas publicações chegando a aparecer em várias publicações de Educação e no livro “Astronomia”, publicado pela Agência Espacial Brasileira. Em 1982, depois de meu curso para professores do Ensino Superior na República Dominicana me foi solicitado que voltasse àquele país para dar o curso para professores do ensino fundamental. Foi a vez do “Juanito de la Marea”, numa tradução do Prof. Engo Juan Selman (República Dominicana). Depois que o transformei em peça de tetro o “Joãozinho da Maré” foi muitas vezes encenado, em diferentes lugares e regiões do Brasil, especialmente em alguns EREAs (Encontros Regionais para Ensino de Astronomia).

Como “pai” do “Joãzinho da Maré” tenho que reconhecer que tantas atividades relacionadas ao Ensino superior e fundamental aconteceram como desdobramentos ou consequências daquele encontro com uma grande e entusiasta EDUCADORA: Profa.(ME) Yacy Andrade Leitão. Encontrar aquela dedicada PROFESSORA foi de fato um Encontro Memorável.

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Ticiano – ADÃO E EVA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição religiosa denominada Adão e Eva, também conhecida como Adão e Eva no Jardim do Éden, e ainda A Queda do Homem, é uma obra do pintor renascentista italiano Ticiano Vecellio, retratando o “pecado original”. O artista fez deste tema uma única obra, que foi danificada pelo fogo, em 1734, sendo restaurada, sem muito cuidado, pelo pintor Juan de Miranda, e assim chegou até nós.

A cena que acontece ao ar livre, numa montanha, mostra Adão e Eva no Paraíso, debaixo de uma macieira. As figuras são esculturais, em especial a de Eva que toma boa parte da tela, com seu corpo forte, luminoso e meio desajeitado, tombado em direção à árvore. Através do gesto de Adão, sentado à esquerda, com sua anatomia rígida, é possível deduzir que ele tenta impedir que sua companheira aceite o fruto proibido, oferecido pelo pequeno diabo, em forma de criança, e coma-o. Seus olhos também suplicam para que a mulher não seja imprudente, mas ela traz seu olhar levantado para a fruta.

O primeiro homem cobre sua genitália com as folhas de uma segunda árvore, uma figueira, postada atrás dele, enquanto Eva usa um galho da macieira. Aos pés dela está deitada uma raposa e atrás há uma planta com flores vermelhas. A macieira possui um alto e volumoso tronco, que se interpõe entre os dois personagens que dão título à obra. Ao lado da exuberante folhagem, o tronco equilibra o volume desses.

Chama a atenção a maneira não natural com que a primeira mulher pega o fruto, se observarmos a posição de seu antebraço e sua mão. É provável que o artista não quisesse esconder a maçã, elemento muito importante para a narrativa. A dureza do corpo de Adão também parece ligada ao fato de ele ter sua nudez coberta, não podendo se levantar, o que levaria o galho da figueira a cair.

Ficha técnica
Ano: c.1550

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 240 x 186 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/adam-and-

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