Ghirlandaio – O CHAMADO DE PEDRO E ANDRÉ

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O italiano Domenino Ghirlandaio (1449 – 1494), cujo nome próprio era Domenico di Tommaso Bigordi, foi um importante pintor de afrescos do Renascimento, na cidade de Florença. Iniciou sua arte trabalhando como aprendiz de ourives, tornando-se depois aluno do pintor Alessio Baldovinetti. O artista recebeu influência da arte da Antiguidade e da holandesa, e também do trabalho de Andrea Castagno, Fra Lippi e Andrea Verocchio. Seu estilo caracterizava-se por apresentar uma vigorosa tridimensionalidade, contornos precisos e cenas normalmente ricas em número de figuras humanas, maravilhosamente arrumadas. Foi dono de uma famosa oficina de pintura em Florença. Um dos famosos alunos de sua oficina foi Michelangelo.

O afresco intitulado O Chamado de Pedro e André e também Vocação dos Apóstolos é uma obra do artista. Faz parte da ornamentação da Capela Sistina, em Roma, Itália, cujo objetivo era fazer um paralelo entre a vida do profeta Moisés (Antigo Testamento) e a de Jesus Cristo (Segundo Testamento).Os dois homens, que foram os primeiros seguidores de Cristo, são chamados para propagar e defender a fé cristã. O manto azul e a auréola acima da cabeça de Jesus distinguem-no dos demais presentes. Ele é visto em três momentos diferentes. A composição é dividida em três cenas, que acontecem num vale montanhoso, com edificações à direita e à esquerda.

Na primeira cena, em segundo plano, à esquerda, Jesus, de pé sobre a margem, chama Pedro e André, quando estes lançam suas redes ao Mar da Galileia. Na segunda, também em segundo plano, à direita, Pedro e André encontram-se atrás do Mestre, enquanto este convoca dois outros pescadores, os irmãos Tiago e João, que consertam as redes do pai – Zebedeu. A terceira acontece em primeiro plano, Jesus encontra-se de pé, com a mão em postura de bênção. Ajoelhados à sua frente estão os apóstolos Pedro e André, já vestidos com seus mantos (o primeiro de amarelo e o segundo de vermelho), sendo abençoados, para que possam iniciar a nova missão. À direita é à esquerda de Jesus encontram-se inúmeros personagens, que são retratados usando roupas contemporâneas, relativas à época, muitos deles eram conhecidos ou amigos do pintor.

Ficha técnica
Ano: 1481/1482
Técnica: afresco
Dimensões: 350 x 5,70 cm
Localização: Museus do Vaticano, Roma, Itália

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirado
http://www.artbible.info/art/large/498.html

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MARRAIO, FERIDÔ SOU REI!

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 Autoria do Prof. Rodolpho Caniato

A minha aprendizagem das contas também se deu de maneira espontânea antes de qualquer intenção didática. A rua Rodolpho Dantas que passa ao lado do “Copa” também ainda não era asfaltada. Lembro-me de quando chegou o primeiro rolo compressor, movido a vapor, com caldeira e fornalha a lenha, para o início das obras de asfaltamento. Essa maquina aí ficava abandonada, depois do dia de trabalho. Estive em cima dela para ver seus detalhes. Até aí, essa rua, na segunda quadra  a  partir  da  praia,  era  nosso  campo  de bolinhas de gude, “búlica” ou “biroca”.

O jogo era constituído de quatro buraquinhos equidistantes, sendo três alinhados  e  um desviado em ângulo reto. A unidade de distância era um pouco variável, pois era o palmo de cada um. O jogo podia ser “à brinca” ou “à vera”. Quando era “à vera” quem perdia tinha que “pagar”. O pagamento era feito em bolinhas de gude. Essas tinham valores diferentes pela sua “beleza” ou pelo seu tamanho. Havia ainda as “bilhas” que eram as bolinhas de aço, e, que quebravam as de vidro quando o “teco”  era  mais  forte  e  frontal.  Isso provocava um pequeno “comércio” com diferentes proporções na troca.

Além de contar o “capital” com que se entrava no jogo, as trocas eram feitas em diferentes proporções, como dois para um ou três para um, dependendo do “valor” das diferentes bolinhas. Além da contagem aprendia-se a ideia de   proporção.   As disputas  de “gude” começavam com quem propunha o jogo e usava o privilégio de ser o desafiador e primeiro a jogar. Para isso bastava usar a expressão “marraio, feridô, sou rei!” ou simplesmente “marraiofiridôsorrei!”.

Esse  tipo  de  aprendizagem  se  praticava,  fazendo  “negócios” também com as coleções de tampinhas das bebidas. Nesse caso, as trocas em diferentes proporções tinham a ver com o “enriquecimento” de cada coleção. Meus  passeios  pelas  calçadas  da  quadra  se  ampliaram  quando ganhei um velocípede todo de ferro e com o qual ia até o outro lado da quadra (hoje calçadão), onde muitas vezes visitava um amigo. Entrando pela porta de serviço do prédio “Itaoca”, deixava meu velocípede atrás da porta, enquanto visitava o amigo. Numa das visitas, ao voltar para apanhar minha “condução”, ela havia sido “marraio, feridô, sou rei” ou simplesmente “marraiofiridôsorrei!”.

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Perugino – CRISTO DANDO AS CHAVES A SÃO PEDRO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Pietro Perugino (c.1448-1523), tido como um dos mais renomados mestres da Escola da Úmbria e um precursor do Alto Renascimento, dono de um colorido suave e de composições equilibradas, fez parte da guilda de pintores de Florença. Pode ter sido aluno de Andrea Verrochio e Piero della Francesca.  Foi professor de Rafael Sanzio que tanto se mirou no exemplo do mestre a ponto de, no século XIX, tal pintura ter sido atribuída a ele.

A composição denominada Cristo Dando as Chaves a São Pedro é uma obra religiosa do artista. O equilíbrio, a harmonia e o uso do espaço tridimensional desta pintura renascentista tornam-na uma obra-prima.  Faz parte da ornamentação da Capela Sistina em Roma/Itália. Tinha como objetivo fazer um paralelo entre a vida do profeta Moisés (Antigo Testamento) e a de Jesus Cristo (Segundo Testamento). A cena refere-se à passagem bíblica (Mateus: 16,18-19) em que São Pedro recebe as chaves do reino dos céus (chaves essas que viriam a tornar-se seu atributo), destacando a entrega do poder espiritual de Cristo a São Pedro. Pendendo do braço do apóstolo encontra-se outra chave.

As cenas acontecem numa ampla praça. São inúmeras as figuras humanas vistas no afresco em estudo. Seu campo pictórico foi dividido em três planos distintos: primeiro plano, meio termo e fundo.

Em primeiro plano, Jesus Cristo, de pé no centro, usando uma túnica púrpura e um manto azul, serve de divisor para os dois grupos. O conjunto às suas costas é formado por oito pessoas, enquanto à frente estão 12. Entre elas se encontram Pedro, ajoelhado, e outros apóstolos (identificados com um halo, túnica e manto), incluindo Judas (quinta figura à esquerda de Jesus). Pedro recebe as chaves de prata e ouro das mãos do Mestre. Outros personagens presentes ao acontecimento são homens romanos e florentinos, contemporâneas do artista, que também se retratou (figura atrás de Judas). Tal retratação era muito comum à época do Renascimento italiano. Para uma maior harmonia entre as figuras, Perugino retrata-as repetindo as cores (azul, amarelo e verde) e suas posturas.

Servindo de pano de fundo e ocupando o centro da composição está o Templo de Salomão com suas duas varandas. Trata-se de uma imponente edificação, dona de uma arquitetura esplêndida. À direita e à esquerda estão os arcos monumentais do triunfo (Arco de Constantino) com relevo e superfícies dourados. Se medirmos o tamanho das figuras em primeiro plano, veremos que possuem o mesmo tamanho do templo. A perspectiva faz com que as figuras – entre o templo e o primeiro grupo – pareçam bem menores, diminuindo proporcionalmente à medida que se distanciam do primeiro plano, o que dá ao observador a impressão real de distância. Espaço e personagens integram-se na composição num equilíbrio perfeito.

O piso de mármore da praça é formado por grandes retângulos. Outras personagens são vistas no meio da praça, onde são encenadas duas passagens da vida de Cristo: “O Tributo”, à esquerda, e o “Apedrejamento de Cristo”, à direita. Uma grande paisagem descortina-se ao fundo com belas árvores e colinas acinzentadas, a fim de incutir a ideia de distância, e um belo céu azul cheio de nuvens brancas.

Ficha técnica
Ano: 1481/1482
Técnica: afresco
Dimensões: 335 x 550 cm
Localização: Museus do Vaticano, Roma, Itália

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirado
https://www.khanacademy.org/humanities/renaissance-reformation/early-renaissance1

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DEMÊNCIAS E FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

As demências estão aumentando a passos largos no decorrer das últimas décadas. Não vejo, no Brasil, políticas públicas voltadas para o tema e um plano de enfrentamento para o problema, como ocorre nos casos de obesidade, nas epidemias virais, nas doenças cardiovasculares, etc. É como se nada tivesse acontecendo. A cada dia surgem mais casos de demência e as famílias simplesmente não sabem como lidar com o drama. A publicação americana Alzheimer’s Disease International estima que 135 milhões de pessoas, em todo o mundo, estarão vivendo com demência até 2050. Essa previsão revista já é 17% acima das anteriores e só tende a aumentar, em grande parte, pelo aumento na expectativa de vida da população. Se de um lado está sendo bom viver mais, por outro, a qualidade está deixando a desejar – demência à vista.

O Mal de Alzheimer é a causa mais comum de demência. Seus sintomas incluem perda de memória, mudança de humor, problemas com a comunicação e de raciocínio. O relatório norte-americano diz que essa doença e outras formas de demência representam “uma epidemia global”. Você, caro leitor, deve ter um parente ou conhecido portador desta doença. E se vivenciou um pouco, sabe dos transtornos e dificuldades que os familiares enfrentam. Os atuais tratamentos são caros e pífios. Observa-se uma melhora com as medicações no início da doença, entretanto, nos casos moderados a graves, a situação pode ficar caótica para os cuidadores no dia a dia. É essencial que nos preparemos. Na verdade, o Brasil já está atrasado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já encara o problema como “sério” e o tem como prioridade.

Pensemos o mesmo! Amanhã poderemos ter um ente querido portador de demência em casa, confuso, perdido no tempo, com falsos reconhecimentos e às vezes agressivo. Até que tratamentos efetivos venham à tona, pesquisadores do King’s College de Londres sugerem que, à medida que a população envelhece, o sistema tradicional de cuidar, feito de maneira informal pelas famílias, amigos e comunidade, precisará de um apoio muito maior. Inclusive do Estado, já que, no Brasil, esse apoio é falho e feito com descaso. Segundo a pesquisa, pouco mais que uma em cada dez pessoas acima de 60 anos precisa de cuidados de longo prazo, como ajuda diária em tarefas, como tomar banho, alimentar-se, vestir-se e usar o banheiro – as chamadas atividades da vida diária (AVDs). Isso pode ser um fardo para a família, pois muitos dos parentes que cuidam do idoso precisam deixar o trabalho e outros afazeres do dia a dia. Também sugere maior profissionalização dos residenciais para idosos, o que pode ser uma opção de escolha em tempos de famílias pequenas e atarefadas.

Segundo a britânica Alzheimer’s Society, a demência é a maior crise na área de saúde que o mundo enfrenta atualmente. Um alerta para governos mundo afora sobre a urgência de investir mais em cuidado e apoio.

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Ticiano – A DEPOSIÇÃO DE CRISTO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor Ticiano Vecellio (1490 – 1576), também conhecido como Tizian Vecellio De Gregorio, encontra-se entre os grandes nomes da pintura italiana. Ainda pequeno retirava suco de flores para desenhar toalhas e lençóis. O pai, Capitão Conte Vecellio, reconhecendo o pendor artístico do menino, retira-o da pequena Pieve Cadore, onde nascera, e envia-o para Veneza, acompanhado do irmão mais velho. Naquela cidade, ainda com oito anos de idade, é apresentado por um tio aos mais importantes pintores venezianos da época.  Passa pelas mãos de Gentile Bellini e depois nas de Giorgione, que o acolhe com entusiasmo.

A pintura intitulada A Deposição de Cristo ou ainda O Sepultamento de Cristo é uma obra do artista,  que deixa clara a influência recebida de Michelangelo, principalmente no que diz respeito à monumentalidade das figuras humanas em torno de Jesus e à dramaticidade da obra de notável rigor clássico, que foi pintada para a família Gonzaga, de Mântua. O impacto dramático da cena foi acentuado com o crepúsculo, que joga uma luz fraca sobre os personagens, deixando o corpo inerte de Cristo ainda mais pálido, com o rosto e tronco escurecidos pela sombra, enquanto a outra metade mostra-se iluminada. A alternância de sombra e luz torna tudo ainda mais comovente. O contraste mais forte de luz e das sombras está centrado no corpo de Jesus Cristo, o que o torna o ponto focal da composição.

José de Arimateia teve permissão de Pilatos para retirar o corpo do Mestre da cruz, a fim de sepultá-lo. Ele o envolve numa mortalha branca e segura-o pelos pés.  Está sendo ajudado por São João, que segura a mão direita de Jesus e suas costas, e por Nicodemos, de costas para o observador, segurando o tronco. A Virgem Maria e Maria Madalena encontram-se atrás, em segundo plano. A Mãe Dolorosa está sendo amparada por Maria Madalena, em seu pungente sofrimento. Embora haja muita emoção presente na cena, essa é contida. Nuvens de tempestade formam-se acima, enquanto, mais ao fundo, o céu mostra-se mais claro.

Ficha técnica
Ano: c. 1520
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 148 x 212 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.louvre.fr/en/oeuvre-notices/entombment-christ

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PAISAGENS ESQUILINAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

              

A Antiguidade foi estipulada como um período de tempo que compreende cerca de quatro milênios antes de Cristo (a.C.) até o século V. Foram poucas as imagens, criadas nesse período, que chegaram até nossos dias. Através de afrescos, encontrados nas cidades italianas de Pompeia, Herculano e em Roma, é possível ter uma noção da arte daquela época. Os afrescos mostram diversos gêneros de pintura.

As Paisagens Esquilinas, formidável conjunto de paisagens da Antiguidade, encontradas em Roma, na Itália, em 1848, são compostas por sete e meia composições que narram as viagens de Ulisses, personagem grego da Odisseia, um dos mais importantes poemas épicos da Grécia Antiga, que foi creditado a Homero. As Paisagens Esquilinas foram encontradas durante uma escavação na velha via Graziosa, em Roma, no monte Esquilino, uma das sete colinas da capital italiana. Estavam em excelente estado de conservação, sendo removidas depois das paredes e “delicadamente” restauradas por um pintor desconhecido. Segundo Marcos Vitrúvio, arquiteto romano, que viveu no século I a.C., o tema dessas paisagens (paisagens com figuras), era um dos preferidos pelas gerações precedentes, sendo muito usado nas decorações domésticas.

Acima são apresentadas duas cenas: Ulisses na Terra dos Mortos e Ulisses na Terra dos Lestrigões, ambas pertencentes à série Paisagens da Odisseia, achadas no monte Esquilino.

 Ficha técnica
Data: c. I a.C.
Altura: 150 cm
Localização: Museus do Vaticano, Roma, Itália

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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