Botticelli – VÊNUS E MARTE

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Vênus e Marte é uma obra mitológica do pintor italiano Sandro Botticelli, baseada na história amorosa acontecida entre Vênus, a deusa da beleza e do amor, e Marte, o deus da guerra e guardião da agricultura, ambos pertencentes à mitologia romana. Segundo a lenda, Marte era um deus presunçoso e orgulhoso, que se quedou de amores pela belíssima deusa, que sempre despertava paixão . Desse relação nasceu Cupido, deus do amor.

Vênus e Marte encontram-se num bosque encantado, cercados por pequenos e lúdicos sátiros. A deusa está desperta, enquanto Marte dorme profundamente, como se descansasse após ter feito amor. Em torno do par estão quatro sátiros que fazem troças do até então altivo deus. Dois deles seguram sua lança, sendo que o primeiro também traz o elmo do deus da guerra na cabeça. O terceiro sopra uma concha no seu ouvido, tentando acordá-lo, e o quarto descansa debaixo de seu braço esquerdo.

Embora Vênus seja retratada como uma deusa bela e poderosa, suntuosamente vestida, Marte é mostrado como um adolescente seminu com traços bem femininos, e totalmente indefeso, como ironizam os sátiros. Botticelli fez uma interpretação livre da temática mitológica, levando-a para o campo idealizado do amor sensual, mostrando que o amor sobrepõe-se à guerra, vencendo tudo.

Os dois deuses, voltados um para o outro, em primeiro plano, tomam toda a parte inferior da tela. A perspectiva e o horizonte, apresentados no quadro, são extremamente apertados e comprimidos. Olhando com atenção, pode-se perceber o mar ao fundo, bem distante, local de onde teria saído a deusa. Um enxame de vespas esvoaça em torno da cabeça de Marte, possivelmente alusivo à simbologia de que o amor chega, muitas vezes, acompanhado da dor. Pode ser também uma alusão à família Vespucci, responsável por ter encomendando a obra, uma vez que tinha como símbolo a vespa.

É possível que esta pintura tenha sido parte de uma mobília de quarto: de um sofá de madeira, ou  cabeceira de cama, ou um pedaço de lambris, o que explica o seu tamanho e forma.

Ficha técnica
Ano: c. 1475-80
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 69,2 x 173 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/sandro-botticelli-venus-and-mars

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ESCRIBA SENTADO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

                   

Esta famosa estátua, rigidamente frontal, representando um homem sentado, possivelmente um escriba, foi criada por um escultor, que deve ter pertencido à IV ou V Dinastia Egípcia, tendo sido esculpida em pedra calcária pintada. Foi descoberta durante uma escavação na cidade de Sacara, nome de um sítio arqueológico egípcio, situado próximo à cidade do Cairo, pelo arqueólogo francês Auguste Mariette, em 1850. É provável que o nome do modelado tenha sido inscrito na base da estátua, que deveria ser maior, e que agora só apresenta um semicirculo.

A obra intitulada Escriba Sentado é tida como uma das obras-primas da arte egípcia em razão do realismo que dela advém, sobretudo de seus grandes olhos escuros, que se mostram atentos e alertas, e parecem mirar o observador. Neles foram incrustradas pedras semipreciosas finamente trabalhadas. Encontram-se presos com dois grampos de cobre, cada um. As sobrancelhas foram feitas com tinta orgânica escura. Os mamilos são feitos de madeira. Chamam a atenção suas formas esculturais, extremamente geométricas e menos trabalhadas, que contrastam com seu rosto, mãos, dedos e unhas, maravilhosamente modelados. São vistos, de seus quatro lados, parte do bloco no qual foi esculpida.

A figura assume uma postura elegante, trazendo as pernas cruzadas, com a direita na frente da esquerda. Veste um kilt branco, ou seja, uma espécie de saiote levemente transpassado, que vai da cintura até próximo aos joelhos, possibilitando ao escriba nele assentar seu instrumento de trabalho. No colo traz um pergaminho de papiro com uma parte desenrolada, onde repousa a mão direita, como se estivesse trabalhando, pois esta era a posição usada pelos escribas, enquanto segura a parte em forma de rolo com a esquerda, firmando-a com o polegar. É de supor-se que haveria um pincel na sua mão direita, tendo sido perdido com o tempo.

Ficha técnica
Ano: durante a IV ou V Dinastia
Altura: 53,7 cm
Largura: 44 cm
Profundidade: 35 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.louvre.fr/en/oeuvre-notices/seated-scribe

Views: 36

Léger – O JOGO DE CARTAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Procurando o brilho e  a intensidade, aproveitei-me da máquina como outros fazem paisagens de imaginação. O elemento mecânico não é para mim uma “atitude”, mas um meio de chegar a uma sensação de força e potência. (Léger)

 Quando os rapazes jogavam cartas, eu assistia. Fazia desenhos e esboços, pois queria capturá-los. Essa foi a origem de “A Partida de Cartas”. Aqueles companheiros exerciam uma grande impressão em mim, e o desejo de desenhá-los era bastante espontâneo. […] “A Partida de Cartas” foi a primeira pintura que levou-me ao que estava acontecendo ao meu redor. (Léger)

A composição Jogo de Cartas, também conhecida como A Partida de Cartas, é uma obra do pintor normando Fernand Léger. Foi feita quando o artista encontrava-se hospitalizado em Paris em razão de ter aspirado gás no front da Primeira Guerra Mundial. No seu retorno ao mundo dos pincéis o pintor resolveu tomar para si a função de descrever a integração do homem com o mundo mecanizado, mundo esse que ele admira e expõe com otimismo, demonstrando o sentido social da arte.

Em sua pintura  Léger faz a união do elemento humano com o da artilharia, presentes na trincheira. É o soldado fundindo-se com as armas de guerra. É por isso que esta obra é tida como o início da fase mecanicista do artista. Trata-se da maior e da mais completa das pinturas de guerra de Léger.

Os soldados com seus uniformes azuis-acinzentados e capacetes de metal não possuem expressão. São retratados  como cones, tubos, pirâmides, barris e tubos. São vistos como autômatos, usando emblema e condecorações. Encontram-se jogando cartas num espaço muito limitado.  Dois deles fumam cachimbo. A pintura traz campos de cores azul, amarelo, vermelho, cinza, branco e verde.

Ficha técnica
Ano: 1917
Técnica: óleo em tela
Dimensões: 129 x 193 cm
Localização: Rijkmuseum, Otterlo, Holanda

Fontes de pesquisa
Gênios da Pintura/ Editora Abril Cultural
https://books.google.com.br/books
http://www.memorial-caen.fr/10EVENT/EXPO1418/gb/texte/029text.html

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Millet – AS RESPIGADORAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A respiga era permitida apenas com um certificado de indigência passado pelo presidente do município, sendo permitida apenas aos pobres na sua comunidade. (Honoré de Balzac)

O pintor realista francês Jean-François Millet (1814-1875) era filho de uma próspera família rural da Normandia. Através de uma bolsa de estudos foi estudar em Paris com Paul Delaroche, Jérome Langlois e Chevreville. Permanceu dois anos na Escola de Belas-Artes. No início de sua carreira o artista fez retratos e pinturas históricas e mitológicas, vindo a trabalhar posteriormente com o tema camponês, retratando a vida diária das pessoas que trabalhavam no campo. Os temas usados pelo artista em suas obras eram vistos como revolucionários e perigosos para os poderosos da época.

A composição intitulada As Respigadoras — também conhecida como As Catadoras — é uma obra-prima do artista. Ele apresenta uma paisagem com três mulheres em primeiro plano, tudo numa escala enorme, o que contrariava o academicismo da época, uma vez que as cenas grandiosas deviam dizer respeito apenas às obras clássicas e históricas, o que acabou gerando grande polêmica em relação a esta obra que foi mostrada no Salão de Paris de 1857, dividindo a opinião dos críticos de acordo com os ideais políticos que detinham: os republicanos aplaudiram a obra em razão de sua representação digna e realista das classes trabalhadoras rurais, enquanto os conservadores acharam-na excessivamente progressista e, portanto, subversiva.

Millet apresenta três monumentais mulheres camponesas no centro da composição, num enorme campo de trigo na fase da respiga (termo que se refere ao ato de coletar as sobras do trigo depois que a colheita aconteceu). As camponesas são mostradas nas três fases da respiga: procurar as sobras, recolhê-las e as amarrar num feixe — o que fazem da esquerda para a direita. As respigadoras eram vistas como as mais pobres dos pobres.

Apesar da aparente pobreza as mulheres mostram-se imbuídas de um grande senso de dignidade. Cabe-lhes a tarefa de recolher as espigas que ficaram para trás no campo, após os homens terem feito a colheita. A aspereza do trabalho é vista nos seus traços duros e fortes. A cores de suas toucas (azul, vermelho e amarelo) ganham destaque no meio da paisagem dourada com seus matizes acentuados pela luz do sol poente. As toucas vermelha e azul juntamente com as mangas brancas trazem à lembrança a bandeira francesa, símbolo da luta política da época.

As mulheres encontram-se em primeiro plano, inclinadas em direção ao solo. Seus olhos estão voltados para o chão e seus rostos obscurecidos não têm nenhum contato com o observador, como se lhe dissessem que sabem da pouca importância que possuem dentro do contexto social. Levam avante um trabalho penoso, cuja execução cabia às camponesas. Ao se mostrarem reclinadas abaixo da linha do horizonte, tem-se a impressão de que o pintor queria representar a falta de perspectiva social dessa gente que morria da mesma maneira que nascia, sem vislumbrar nenhum tipo de progresso. Essas pessoas eram como a terra e dela faziam parte.

O pintor deixa à vista a grande distância que existe entre a riqueza e a pobreza, mostrando toda a carga de desamparo a que os pobres estavam submetidos. Em seu realismo, ele escancara a crueza e o descrédito da penúria e do trabalho manual executado pelas mulheres pobres que aqui representam a classe trabalhadora rural.

A cena acontece ao pôr do sol, com o crepúsculo banhando as pessoas e a paisagem. As mulheres pobres vestem roupas pesadas que lhes cobrem todo o corpo, para protegerem-se do vento, do frio e do sol. A figura do meio até amarrou mangas postiças à sua blusa branca para melhor se resguardar. Elas trazem panos (toucas) amarrados à cabeça e grandes sacos em volta da cintura, onde depositam as espigas, num contínuo movimento de abaixar-se e levantar-se. Calçam pesados chinelos, mas trazem as mãos a descoberto, apesar da aspereza do trabalho. Elas lembram as sibilas de Michelangelo.

Ao fundo são vistos inúmeros montes de trigo sendo empilhados, num vai e vem de camponeses. Uma carroça está sendo preparada. Um homem a cavalo, possivelmente o patrão ou seu mandante, é visto como uma figura embaçada ao longe, à direita, próximo a algumas casas. Ele é retratado como uma figura embaçada. Trata-se também de deixar à vista o distanciamento social.

Não agrada a Millet captar a beleza, mas a realidade. Sua pintura tinha por objetivo repassar uma visão realista da pobreza e da classe trabalhadora rural. É por isso que sua obra continua a emocionar o público em quaisquer que sejam os tempos. Na sua arte o ser humano é quase sempre a parte mais importante. E foi por isso que o sensível Vincent van Gogh tanto o admirou e copiou algumas de suas obras.

Esta pintura tornou-se famosa por representar de forma aprazível pessoas do povo, originárias de camadas sociais mais baixas da sociedade rural. E, como não podia deixar de ser, numa época em que a gente do povo não significava nada. A tela foi recebida com desdém pela sociedade francesa da época, pois, ainda que não soubesse, sentiu-se desconfortável diante da realidade. Millet não podia imaginar a fama que sua obra viria a ter no futuro, pois durante sua vida ela teve pouca notoriedade. O artista vendeu sua obra por 3.000 míseros francos, sendo vendida depois por 300 mil francos. Vários artistas mais jovens, como Pissarro, Renoir, Seurat e Van Gogh repetiram-na.

Ficha técnica
Ano: 1857
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 84 x 112 cm
Localização: Museu de Orsay, Paris, França

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Obras-primas da pintura ocidental/ Taschen
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.musee-orsay.fr/index.php?id=851&L=1&tx_commentaire_pi1

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Vídeo – O JARDIM DAS DELÍCIAS TERRENAS – BOSCH

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O Tríptico do Jardim das Delícias, obra de Hieronymus Bosch, traz na parte central O Jardim das Delícias Terrenas que mostra homens e mulheres de raças diferentes, unidos em pares ou em grupos, alguns em posturas inocentes e outros em posturas luxuriosas, despidos, espalhados pelo Jardim. O grande grupo convive com várias espécies de animais, pacificamente, e algumas pessoas comem grandes frutos. Todos celebram os prazeres da carne, sem acanhamento ou sentimento de culpa.

O Jardim das Delícias Terrenas é na verdade um falso paraíso, pois ali reina apenas o pecado, especialmente o da luxúria que acaba por levar o ser humano ao inferno. Este painel traz uma profusão de imagens, com inúmeros símbolos — a maioria deles desconhecidos. São vistas diversas formas de relações eróticas heterossexuais, homossexuais e onanistas. Há também relações eróticas ou sexuais entre animais e entre plantas…

Obs.: Conheça mais sobre a pintura O Jardim das Delícias Terrenas,, acessando o texto completo no link:
http://virusdaarte.net/hieronymus-bosch-o-jardim-das-delicias-terrenas/

e depois assista ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=a_ZvWgGlFsU

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Ghirlandaio – VELHO COM SEU NETO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O italiano Domenino Ghirlandaio (1449 – 1494), cujo nome próprio era Domenico di Tommaso Bigordi, foi um importante pintor de afrescos do Renascimento na cidade de Florença. Iniciou sua arte trabalhando como aprendiz de ourives, tornando-se depois aluno do pintor Alessio Baldovinetti. O artista recebeu influência da arte da antiguidade e da holandesa, e também do trabalho de Andrea Castagno, Fra Lippi e Andrea Verocchio. Seu estilo caracterizava-se por apresentar uma vigorosa tridimensionalidade, contornos precisos e cenas normalmente ricas em número de figuras humanas, maravilhosamente arrumadas. Foi dono de uma famosa oficina de pintura em Florença. Um dos famosos alunos de sua oficina foi Michelangelo.

A composição intitulada Velho com Neto, também conhecida como Francesco Sassetti com seu Neto ou ainda Velho e Rapaz, é uma sensível obra de Ghirlandaio. O artista faz uso do tipo de retrato holandês para mostrar o avô e seu neto. O retrato – num perfil a três quartos – mostra o senhor idoso tal como é, sem nenhum subterfúgio, num incrível realismo. Ele tem cabelos grisalhos, é meio calvo, traz uma grande verruga na testa e é dotado de um nariz grosso com um amontoado de verrugas. Seu rosto gasto pelo tempo contrasta com a harmonia vista no do netinho que se apoia afetuosamente em seu corpo, com a mãozinha em seu peito. Eles se mostram unidos até mesmo pela cor das vestimentas. O velho usa uma vestimenta vermelha, forrada de pele. O garotinho veste um chapéu e uma jaqueta da mesma cor, tendo uma camisa branca e outra escura por baixo.

O artista conseguiu captar com extrema sensibilidade a ternura que une avô e neto. O amor pela criança salta dos olhos do homem idoso que a observa com extremado desvelo. Por sua vez, o menino com seus cabelos cacheados cor de ouro, encimados por uma touca vermelha, traz seu olhar fixo no avô, deixando à vista a grande confiança e amor que nutre por ele. Ghirlandaio, com sua sensibilidade, deixou visível a relação emocional existente entre ambos, de modo que as imperfeições do rosto do homem, ocasionadas por uma doença denominada rinofima, ficam em segundo plano.

O senhor idoso encontra-se sentado no canto de uma sala, de frente para uma janela aberta, através da qual se descortina uma paisagem com um caminho plano ladeado por árvores. A estrada leva a uma igreja e depois sobe por uma região montanhosa. A luz suave que  advém da direita ilumina as duas figuras, deixando à vista as rugas em volta dos olhos do velho. Ao fundo vê-se uma parede cinzenta que destaca ainda mais a presença de avô e neto, numa maravilhosa fusão de amor.

Ficha técnica
Ano: c. 1490
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 62 x 46 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.wga.hu/html/g/ghirland/domenico/7panel/08oldman.html
http://www.louvre.fr/en/oeuvre-notices/old-man-young-boy

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