Tarsila – A CUCA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Estou fazendo uns quadros bem brasileiros que têm sido muito apreciados. Agora fiz um que se intitula A CUCA. É um bicho esquisito, no mato com um sapo, um tatu e outro bicho inventado. (Tarsila)

Nesta pequena tela a pintora nos faz abandonar o mundo da realidade pelo da abstração. Faz viver diante de nós seres fantásticos em meio a plantas de formas rudimentares, como deviam ser as da época terciária. (M. Kuntzler)

A Cuca é uma das mais belas obras da artista paulista Tarsila do Amaral (1886-1973). É anterior à sua fase antropofágica, antecedendo as suas formas fantásticas. Está ligada à infância de Tarsila quando na fazenda da família ela ouvia histórias de mitos e lendas do folclore brasileiro. Embora o folclore nacional apresente uma cuca malvada, afeita a assustar as crianças desobedientes, a cuca presente na obra da artista parece ser bem dócil e receptiva com seus grandes olhos.

Tarsila insere nesta obra aquilo de que tanto gostava: as cores e a magia das formas, mostrando uma fauna e uma flora bem peculiares (tarsilianas). É a sua fase do colorido bem brasileiro. Ela conta que já amava essas cores das festas populares do interior paulista desde a sua infância passada na fazenda. Sobre as cores usadas ela escreveu:

“Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Segui o ramerrão do gosto apurado… Mas depois me vinguei da opressão, passando-as para as minhas telas: azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, tudo em gradações mais ou menos fortes, conforme a mistura de branco. Pintura limpa, sobretudo, sem medo de cânones convencionais. Liberdade e sinceridade, uma certa estilização que a adaptava à época moderna. Contornos nítidos, dando a impressão perfeita da distância que separa um objeto do outro.”

Além da grande cuca amarela, assentada com as mãos junto aos joelhos, estão presentes na composição um sapo que se mostra bem contente, uma taturana e um ser esquisito, parecido como uma mistura de ave com tatu. O sapo gorducho está de frente para a cuca e traz um grande sorriso na cara. Logo atrás vem a taturana com sua boca de espanto. Mais ao fundo, debaixo de uma árvore com copa composta por 17 corações, está o ser híbrido que parece passar por trás da cuca.  O verde predomina na composição. A vegetação luxuriante apresenta formas arredondadas, bem comuns ao trabalho da artista.

Ficha técnica
Ano: 1924
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 73 x 100 cm
Localização: Museu de Grenoble, França

Fontes de pesquisa
Tarsila do Amaral/ Coleção Folha
Tarsila do Amaral/ Folha Grandes Pintores
Tarsila, sua obra e seu tempo/ Aracy. A. Amaral

 

Views: 8

Carpaccio – SANTO AGOSTINHO NO ESTÚDIO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho
                                           (Clique na imagem para ampliá-la.)

O pintor italiano Vittore Carpaccio (c. 1465–1525/26) era filho de um comerciante de peles. É tido como um dos grandes nomes do Renascimento veneziano. Foi assistente de Gentile Bellini e possivelmente seu aluno, tendo ajudado seu irmão Giovanni Bellini a decorar o palácio Ducal, mas sua obra foi destruída no incêndio de 1577. Além destes dois grandes nomes da pintura italiana, Carpaccio também foi influenciado por Antonello da Messina. Infelizmente se conhece muito pouco da vida do pintor.

A composição intitulada Santo Agostinho no Estúdio é uma obra do artista. Foi executada com o objetivo de decorar a Scuola degli Schiavoni e faz parte de um conjunto de nove obras, configurando o segundo ciclo do artista, quando ele se encontrava no auge de seu talento, realizando criações excepcionais, tanto no manejo das cores quanto na descrição das cenas. Coube a Carpaccio decorar a sede da associação com obras ilustrativas da vida dos santos: São Jorge, São Trifão e São Jerônimo.

A obra conhecida como Santo Agostinho no Estúdio é a mais importante da série, sendo riquíssima em detalhes, algo jamais visto na história da pintura veneziana. O ambiente onde o santo se encontra está cheio de pormenores. Inúmeros objetos são vistos, não a esmo, mas cuidadosamente analisados pelo pintor e que representam, ao mesmo tempo, um símbolo visual e uma forma perfeita.

A presença de São Jerônimo na obra dá-se através do raio de luz envolvendo tudo, a penetrar pela janela do estúdio de santo Agostinho, a fim de anunciar-lhe sua morte que se encontra próxima e subida ao céu.  O cãozinho e o santo observam extasiados a luz que incide sobre o ambiente.

Ficha técnica
Ano: c.1503
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 144 x 208 cm
Localização: Schuola di San Giorgio degli Schiavoni, Veneza, Itália

Fontes de pesquisa
Gênios da pintura/ Abril Cultural
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

Views: 4

A VIDA A DOIS E OS PROVÉRBIOS

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

 Autoria de Lu Dias Carvalho

aviadoeop

O casamento é visto em muitas culturas como de fundamental importância para a mulher, sob a alegação de que “O marido é o único recurso da mulher casada, tanto em vida como depois dela”. O provérbio sânscrito e o indiano dizem: “A vida do homem é ambição, a da mulher é o homem”, ou seja, ele continua sua vida, enquanto ela tem que se dedicar inteiramente a ele. Outros provérbios atestam a importância da união para a fêmea humana: “Uma mulher só é esposa através do marido” (Kirundi); “O casamento é uma proteção para a mulher” (Líbano); “O prazer da mulher é seu marido” (Sri Lanka); “Antes um marido de madeira, que solteira” (Líbano). Quando o casamento refere-se ao homem a conversa é outra bem diferente.

Muitas culturas acham que, embora a união matrimonial seja uma armadilha para o homem, não há saída, pois, se “Casar é uma tragédia, não casar tragédia é”. O mais engraçado é que, enquanto inúmeros provérbios populares alardeiam as benesses do casório para a mulher, eles são bem reticentes quanto ao casamento para o homem. Um provérbio hebraico reza que “O casamento é como uma gaiola: os pássaros livres anseiam por entrar e os presos por sair” (os pássaros aqui são os homens), e um russo usa linguagem semelhante ao dizer que “O casamento é como um galinheiro: há quem queira entrar e quem queira sair”, enquanto outro adverte que “Casar é botar uma corda no pescoço”. Tais ditos referem-se ao macho.

Mesmo que em alguns ditos populares estejam implícitos os cuidados que o esposo deve ter com sua mulher, a linguagem usada, na maioria deles, é grosseira, sem nenhuma deferência. Vejamos: “Manter uma vaca requer muita grama” (tibetano); “Faça um ninho e a galinha chocará os ovos” (português); “Compre uma gaiola antes de comprar um pássaro” (crioulo). Mas, para que eu não corra o risco de imputar aos provérbios um machismo exacerbado, existem também alguns poucos ditos que alertam a mulher quanto ao casamento: “A jovem ignora as preocupações da mulher casada” (Minianka); “Se a jovem soubesse o que sabe a mulher casada, nunca se casaria” (Jamaica); “Chorava porque queria se casar e, quando se casou, continuou chorando” (Oromo); “O casamento é o pior erro que a mulher pode cometer” (EUA).

Fontes de pesquisa
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

Views: 0

Géricault – O OFICIAL DOS CAÇADORES…

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

O sensível pintor francês Jean-Louis-André Théodore Géricault (1791–1824), filho do advogado e comerciante Georges Nicolas e de Louise Jean-Marie Carruel, foi um dos mais famosos, autênticos e expressivos artistas do estilo Romântico em seu início na França. Sua mãe era inteligente e culta. Desde a sua infância Géricault demonstrava interesse pelos desenhos e cavalos. Sua família mudou-se para Paris e sua mãe faleceu quando o garoto tinha dez anos, deixando-lhe uma renda anual. Na capital francesa, o futuro artista tornou-se esportista, elegante e educado, frequentando os ambientes mais sofisticados. Embora seu pai não aprovasse sua opção pela pintura, um tio materno resolveu o impasse, ao chamar o sobrinho para trabalhar com ele no comércio, mas lhe deixando um bom tempo livre para dedicar-se à pintura.

A composição O Oficial dos Caçadores a Cavalo Durante a Carga é uma obra do artista. Com esta obra ele expõe, pela primeira vez, em 1812, no Salão, mas como a obra em nada lembrava a pintura neoclássica, recebe uma acolhida hostil por parte do júri, o que leva o pintor até a pensar em destruí-la.

A pintura apresenta um soldado montado num cavalo branco, trazendo uma espada desembainhada e levantada na mão direita. A composição é cheia de inquietação, de movimentos e de cores brilhantes, trazendo o fundo o mesmo clima.

Ficha técnica
Ano: 1812
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 53 x 40 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Gênios da pintura/ Abril Cultural
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

Views: 13

Juan Rizi – VISÃO DE SANTA ÁUREA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

                          O pintor espanhol Frei Juan Andrés Ricci, também conhecido como Frey Juan Rizi (1600- 1682) era filho do pintor italiano Antonio Ricci de Ancona que se mudou para a Espanha juntamente com Zuccaro em 1585 e irmão de Francisco Rizi. Seu pai foi provavelmente seu primeiro professor. Rizi, pintor do período do Barroco, destaca-se entre os pintores mais conservadores e comoventes da Idade do Ouro espanhola no que diz respeito às suas obras religiosas, tidas como excepcionais. Sofreu influência dos trabalhos de Carducho. Grande devoto da Virgem Maria, o pintor, aos 17 anos de idade, escreveu um livro sobre ela, o que o levou a ingressar no mosteiro beneditino de Montserrat, onde foi professor. Em Madri ele trabalhou como mestre de desenho do príncipe Baltasar Carlos. Escreveu um tratado sobre a arquitetura e a geometria da pintura, intitulado “Pintura Sábia”. Veio a morar na Itália, onde faleceu.

A composição intitulada Visão de Santa Áurea é obra do artista. Trata-se de uma pintura dotada de um vocabulário formal simples – peculiar ao pintor – em que as figuras fazem uso de uma vestimenta pesada e são colocadas num espaço sem profundidade, iluminadas por intensos raios de luz. A aparência mística de Maria é retratada através de seu encontro físico com a freira Santa Áurea.

A santa encontra-se em sua cela, quando essa é milagrosamente ocupada por bancos de nuvens. Em meio a elas aparecem anjos e putti. Santa Áurea, ocupando o primeiro plano, ajoelha-se e inclina em direção à Virgem que lhe estende a mão que é beijada pela santa. O contorno de suas costas une-se ao lado esquerdo da Virgem Maria, tornando a união ainda mais completa.

Ficha técnica
Ano: c. 1653
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: x
Localização: San Millán de la Cogolla, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
Pintura na Espanha/ Cosac e Naify Edições

Views: 2

Roelas – VISÃO DE SÃO BERNARDO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor espanhol Juan Roelas (1560-1625) foi um dos responsáveis por ter revigorado a prática da pintura sevilhana. Nada se sabe sobre grande parte de sua vida. Dados sobre ele somente aparecem em 1597, quando assinou e datou uma gravura da “Elevação da Cruz”. Foi responsável por inúmeras encomendas para a catedral e para igrejas, vindo a tornar-se uma destacada figura em Sevilha/Espanha. Foi para Madri com o objetivo de candidatar-se a uma vaga de pintor real na corte. Embora não tenha conseguido tal cargo, permaneceu na capital espanhola por cerca de quatro anos. Foi responsável pela criação de retábulos monumentais, abundantes em figuras e em ações.

A gigantesca composição religiosa intitulada Visão de São Bernardo é uma obra do artista, encomendada para ornamentar o hospital de San Bernardo em Sevilha. O santo tem uma visão em que a Virgem Mãe, com seu filho ao colo, aparece sobre uma nuvem branca, de onde saem as carinhas de cinco anjinhos. Três outros anjinhos encontram-se à esquerda, segurando flores brancas e uma palma.

O santo apresenta-se num escritório mobiliado, onde se vê uma estante com livros encadernados em couro (à época os livros eram vistos como raridade). Na estante também se vê um quadro com a Virgem e seu Menino. Um vaso de vidro com lírios, próximo à estante, simboliza a pureza de Maria.

São Bernardo encontra-se de joelhos com as mãos cruzadas no peito. Possui cabeça pequena, nariz fino e olhos fundos voltados para a visão da Virgem com Seu Menino à sua frente. A Virgem segura o seio direito que se encontra para fora e de onde sai uma rajada de leite, acertando a boca do santo.

Ficha técnica
Ano: 1611
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 252 x 166 cm
Localização: Hospital de San Bernardo, Sevilha, Espanha

Fontes de pesquisa
Pintura na Espanha/ Cosac e Naify Edições

Views: 2