A composição Díptico Triunfal, também conhecida como Díptico do Duque de Urbino ou Battista Sforza e Federico da Montefeltro, é obra do pintor italiano Piero Della Francesca (c. 1416 – 1492), tido como um dos mais renomados pintores do início do Renascimento e um percussor da arte da perspectiva. Ele foi redescoberto no século XIX por artistas, historiadores, críticos e colecionadores, como aconteceu com Sandro Boticelli e Jan Vermeer, tornando-se hoje um dos artistas mais conhecidos e admirados do Renascimento italiano. O uso que fez da cor, luz, perspectiva e precisão matemática, para obter clareza, calma e qualidade monumental continuam extasiando aqueles que têm acesso às suas obras que impressionam pela serenidade, grandeza e exatidão matemática.
O díptico mostra o casal ducal e governante de Urbino — O Duque Federico II e sua esposa Battista Sforsa — ambos de perfil, um voltado para o outro. No reverso as duas figuras estão pintadas em carros triunfais, estando ele acompanhado pelas virtudes cardinais e coroado pela vitória; e ela guardada pelas virtudes teologais e outras figuras alegóricas, representando a chegada dos dois à cidade de Urbino. Trata-se de uma pintura comemorativa em que a composição assemelha-se à tradição do medalhão. É um dos primeiros retratos do Renascimento.
A duquesa apresenta-se à esquerda e o duque à direita, pois nesta posição não se nota a ausência do olho direito do mandatário. Ambos estão eretos e imóveis. A duquesa usa um vestido escuro, cuja austeridade é quebrada apenas pela manga de brocado dourado, onde se encontram estilizadas pinhas e romãs, simbolizando a fertilidade e a imortalidade. Um luxuoso colar de pérolas com três voltas, do qual pende um enorme medalhão avermelhado, ornamenta seu pescoço. Atrás do colar de pérolas também está um grosso colar feito de pedras e ouro. Sua testa está raspada de acordo com a moda da época e seu cabelo ornamentado num belo penteado composto por tranças, fitas e joias. O conde usa um chapéu cilíndrico e um manto vermelho e mostra ombros agigantados. Seu nariz adunco e verrugas são mostrados realisticamente.
Alguns estudiosos presumem que o retrato da duquesa foi pintado quando ela já se encontrava morta, cerca de sete anos depois. Ela morreu ainda muito jovem, aos 26 anos de idade. O pintor pode ter se baseado em sua máscara mortuária para fazer o retrato. Os tons mais fortes e quentes apresentam-se em primeiro plano, mas vão esvaecendo à medida que se distanciam, trazendo a sensação de profundidade. As duas paisagens ao fundo, embora idealizadas, aludem às terras do ducado, e encontram-se em perfeita simetria. Esta paisagem em retratos é uma inovação na pintura italiana, mas de influência flamenga.
Ficha técnica
Ano: c. 1465
Técnica: têmpera e óleo sobre madeira
Dimensões: 47 x 33 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália
Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2014/03/analise-da-obraduplo-retrato-
https://es.wikipedia.org/wiki/Díptico_del_duque_de_Urbino
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