Autoria de Lu Dias Carvalho
A composição Festa de São João é uma obra do artista brasileiro Candido Portinari. Na verdade, a tela mostra os preparos para a festa de São João, quando todo o morro entra em reboliço, por se tratar de uma festa muito popular no Brasil.
Várias personagens compõem a obra:
• à esquerda, três mulheres carregam latas na cabeça;
• atrás delas, numa escadaria, duas sobem com latas à cabeça, enquanto outra desce;
• à direita, três mulheres estendem roupas, de costas para o observador;
• no primeiro plano, encontram-se várias figuras com o rosto sombreado, excetuando, o rostinho iluminado da garota com laço azul no cabelo preto, que fixa o observador;
• uma mulher está assentada de frente para o observador, ao lado de três crianças, enquanto outra está de costas, tendo um garotinho a lhe segurar o vestido;
• uma mulher está debruçada sobre o pilão, enquanto outra segura uma lata de água;
• a menina de laço segura um bebê, tendo à sua frente outra criança assentada;
• entre os dois paus de sebo, que mais parecem estruturas metálicas, está uma mulher com uma trouxa de roupas na cabeça;
• uma criança sobe por um dos paus de sebo;
• um homem com chapéu azul carrega toras, para armar a fogueira;
• à esquerda, uma mulher brinca com uma criança;
• bem mais acima, vária mulheres carregam latas na cabeça, etc.
Dois mastros desfraldam suas bandeiras. O morro, quase tocando o céu, está cheio de casas. E três coqueiros perfilam elegantemente.
Ficha técnica
Ano:1939
Dimensões: 172 x 193 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo do Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires – Fundación Cosntantini, Argentina
Fonte de pesquisa
Portinari/ Coleção Folha
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Portinari fez muito bem em retratar o dia de São João. Apenas um detalhe me chama a atenção: a população está séria, não há sorrisos. Talvez seja o sofrimento dos mais necessitados daquele tempo e daquele lugar.
No meu entorno hoje, sinto, infelizmente, muito ódio, rancor e preconceito, aviltantes e destrutivos. Penso que o materialismo está nos conduzindo ao amor ao consumo e à negação da existência de nosso próximo. É importante que a solidariedade e a compaixão voltem a ocupar nosso pensar, no dia a dia, buscando construir horizontes melhores em nossas vidas.
Lembro-me que, na minha infância e adolescência, as festas juninas eram de tirar o chapéu. Havia uma alegria imensa. Fazer a fogueira, cantar em volta dela, comer pamonha, pipoca, tomar quentão e soltar alguns fogos de artifícios, tudo ao lado de nossa família e amigos, principalmente quando nos dirigíamos à zona rural – naquele tempo muito habitada. Havia, com certeza, muito amor em todos os corações. Basta lembrar e cantar:
“o balão vai subindo,
vem caindo a garoa,
o céu é tão lindo,
a noite é tão boa.
São João,
São João,
Acenda a fogueira no meu coração”
E a fogueira em nosso coração estava acesa, repleta de amor, de solidariedade e compaixão.
Ed
Portinari pintou outro quadro sobre o São João, bem mais alegre.
Como disse, neste, as pessoas estão se preparando para a festividade, sem dúvida alguma a mais popular do Brasil, principalmente para as classes mais pobres.
As mulheres lavam roupas, pilam, levam água para suas casas… enquanto um homem prepara a fogueira. Os personagens estão concentrados na tarefa, muito compenetrados e sérios.
Realmente é um quadro pesado, estático.
O São João é a festa de que mais gosto.
Abraços,
Lu
Qual o nome da outra obra?
Gbriell
O nome é exatamente aquele que está em itálico no primeiro parágrafo do texto. E o que dá título ao texto.
Abaixo do texto você encontra referências técnicas sobre a obra.
Muito obrigada por sua visita.
Abraços,
Lu