Tiepolo – AGAR E ISMAEL NO DESERTO

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Giovanni Battista Tiepolo (1696–1770) teve como mestres Lazzarini e os Antigos Mestres, como Ticiano, Tintoreto e Veronese, sendo muito influenciado pelo último. Trabalhou com a ornamentação de igrejas e palácios da aristocracia de Veneza, tendo recebido inúmeras encomendas. Artista renomado, cuja arte contribuiu para o engrandecimento da pintura italiana do século XVIII, fez trabalho para as cortes francesa, inglesa, espanhola e russa. Era inigualável como pintor de temas épicos. Sua pintura passou de tons sombrios para os claros e transparentes. Seus filhos Domenico, Lorenzo e Giovanni também foram pintores. Seu filho mais velho tornou-se seu principal assistente.

A composição intitulada Agar e Ismael no Deserto é uma criação religiosa do artista, referente a uma passagem do Antigo Testamento. Trata-se de uma das belas obras de Tiepolo. Nesta composição densa e preenchida estão presentes três personagens bíblicos: Agar, o filho Ismael e um anjo, uma figura forte que se encosta levemente no ombro da mulher angustiada. Eles se apresentam com gestos meio teatrais, estando o pequeno Ismael encostado ao corpo da mãe. O anjo olha para Agar, enquanto ela se mostra surpresa e preocupada, conforme a tensão vista em seu rosto e na mão direita que parece suplicar ao anjo para que salve seu filho inanimado.

O pintor coloca em primeiro plano a criança estirada e desfalecida, com a boca aberta e machucada pela sede. Sua túnica branca levantada acima do umbigo leva a crer que seja para minimizar o calor. Sua cabeça com os olhos semiabertos e inchados está voltada para o observador. Agar abraça seu menino com a mão esquerda e levanta o rosto em direção ao anjo em atitude de súplica. Mãe e filho são salvos pelo anjo, visivelmente comovido com o estado de Ismael, impedindo-os de morrer de sede. Com a mão direita, usando o dedo indicador, ele mostra a Agar onde fica o poço de água para o qual devem se dirigir a fim de matar a sede.

O pintor não usou o árido e vasto deserto, onde mãe e filho encontravam-se, para intensificar sua dor, mas transportou todo o sofrimento e impotência de Agar no seu gesto de aflição, ao implorar ao anjo para que salve Ismael. Por ser uma composição compacta, toda a densidade do drama fica ainda mais visível.

Segundo uma passagem bíblica do Antigo Testamento, Agar, a escrava egípcia que dera um filho ao patriarca Abraão, foi expulsa de casa com seu filho, por ordem de Sara, sua esposa, que se dizia desprezada. Quem quiser entender melhor a passagem bíblica em que se baseou o artista para criar esta obra, acesse o link: https://www.bibliaonline.com.br/vc/gn/21.

Ficha técnica
Ano: c. 1732
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 140 x 120 cm          
Localização: Escola de São Roque, Veneza, Itália

Fontes de Pesquisa:
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Rococó/ Editora Taschen

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