Autoria de Lu Dias Carvalho
Sobre a terra árida, cruel e inclemente,
dourada por raios de sol inflamantes,
a natureza expõe sua obra, indiferente.
O material usado: esqueleto de gente.
Majestosa com suas pernas trementes,
olhos perdidos, bem além do horizonte,
traz junto aos seios secos, inoperantes,
um pequeno trapo humano agonizante.
A mãe-rainha, descarnada e distante,
leva no peito um amuleto de semente,
talvez com o intuito de chamar a sorte,
ou atrasar o inimigo presente: a morte.
Nem tudo é mal no inferno fumegante.
Em volta destas duas vidas titubeantes,
moscas intrépidas trombam saltitantes,
aguardando o último suspiro do infante.
A alma do menino subirá num instante,
ao trono de seu deus duro e inclemente,
tal é a leveza do espírito cambaleante, e
deixará para sempre esta terra errante.
A fome mata milhões de africanos em países como Etiópia, Eritreia, Somália, Sudão, Quênia, Uganda e Djibuti. Infelizmente, ela não mais comove o mundo, de modo que já deixou de ser notícia na imprensa internacional. Dentre as principais causas de tão horrenda tragédia estão, principalmente, a seca e as guerras tribais. Calcula-se que cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo sejam vítimas crônicas ou graves de subnutrição. Mulheres e crianças são as maiores vítimas.
A subalimentação crônica é responsável pela falta de desenvolvimento das células cerebrais nos bebês, sendo também a causa da falta de vitamina A, o que conduz à cegueira, culminando com a morte física. O mais doloroso é o ciclo vicioso que se instala na vida dessa gente: a cada ano, milhões de bebês subalimentados vêm ao mundo, paridos por mães subnutridas.
Nota: Imagem copiada de coprocen.blogspot.com
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Lu Dias
Hoje Tu é titular de um blog, tem que colocar a sua.
Mário Mendonça
Mário
Você já conhecem a minha alma através do que escrevo.
Não precisa mais… risos.
Abraços,
Lu
Que lindinho!
Lá está sua foto. Gostei!
Os deuses de hoje não moram mais no Olimpo mas habitam este nosso sofrido planeta.
E são bem mais cruéis.
Eles vivem sugando a riqueza do planeta, sem jamais olhar de lado.
Abraços,
Lu
Lu Dias
Quando o blog dá oportunidade, sempre comento com minha foto; assim quando alguém que sempre tenho diálogos me encontrar, já saberá quem sou; é assim que muita gente do Nassif me conhece.
Ah, obrigado pelo elogio.
Abração
Mário Mendonça
Mário
Mas é tão pequenino!
Só vejo o vulto.
Abraços,
Lu
Lu Dias
“ao trono de seu deus duro e inclemente”
Realmente, deuses inexistentes com suas crueldades existenciais.
Lá, os tronos são de ouro e pedras de sangue….
Abração
Mário Mendonça