A miséria quase sempre está no comando das revoltas civis que acontecem em todo o mundo. E não foi diferente no Brasil, embora nosso país tenha passado por poucas guerras civis, a exemplo da Guerra de Canudos, Guerra do Contestado, Revolta da Armada, Revolução Constitucionalistas, Revolução Federalista, Revolução de 1930, etc.
Dentre as guerras civis no Brasil, capitaneadas pela miséria, está a Guerra de Canudos, que aconteceu numa das regiões mais pobres do país, em que tudo faltava à gente do lugar e onde poucos tinham um mínimo de escolaridade, deixando-se levar pelo discurso religioso e social do peregrino Antônio Conselheiro. O conflito na comunidade de Canudos, no interior do estado baiano, durou um ano. Na região imperava os grandes latifúndios improdutivos e, quando a seca chegava, os sertanejos e ex-escravos nada tinham para beber e comer, ao contrário dos graúdos que tinham suas casas em lugares distantes do flagelo.
O que aquela gente queria era ser salva das garras da seca e da humilhação que ela trazia às suas famílias. Queria participar da vida econômica e social de seu país. Portanto, ao encontrar alguém que lhes trazia esperança, não hesitaram a ele se juntar.
A foto acima, tirada pelo fotógrafo Flávio de Barros, que documentou a Guerra de Canudos, mostra um ex-escravo, com suas vestes de ir à igreja, diante da choça onde vive, edificada com barro e palha. Ao fundo, podemos observar outras moradias semelhantes, sendo possível captarmos a extrema miséria em que vivia aquela gente.
Ficha técnica
Ano:1896
Autor: Flávio Barros
Localização: Arquivo Histórico do Museu República
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LuDias
A situação melhorou, mas tenho minhas dúvidas se não iremos ver novamente cenas como esta. Há ainda milhares de brasileiros vivendo em favelas e cortiços, mesmo com a preocupação de muitos idealistas em buscar uma saída para a melhoria da qualidade de vida das gentes pobres.
Você – colecionei esta sua citação – mencionou que “o caminho para uma boa pintura é se desligar do supérfluo e buscar o essencial”. (Arcangelo Ianelli). E a foto também. Depois de tirar o bambuzal que atrapalha a nossa visão, podemos entender que a exploração do ser humano pelo ser humano é coisa milenar. Continua e só pode parar por um milagre, pela vontade de Deus.
Nós seres humanos, somos imperfeitos. E assim seguiremos nossa viagem. A única esperança que tenho é que ainda há o Dia das Mães e o Natal. De resto, não há horizontes em nossa frente.
Abraços
Edward
Concordo plenamente com tudo que disse, exceto quando atribui as mudanças à “vontade de Deus”. Se isso dependesse dele, diria que estamos diante de um ser seletivo, que tem feito os miseráveis sofrerem desde que o mundo é mundo. Seletivo porque existem países como a Suíça, Suécia, Inglaterra, Finlândia, França, Alemanha e até mesmo os EUA.
Não, meu amigo, Deus não entra no emaranhado da natureza humana. Ao homem ele deu inteligência, para que essa o levasse à sabedoria e, em consequência, à justiça no viver, compreendendo que todos merecem dignidade. Deus não fará milagre algum, porque não é um ser seletivo. Ele apenas aguardará, não o final dos tempos, mas o final de vida de cada um, quando a consciência agirá como o pior dos torturadores. As mudanças virão apenas através das lutas travadas pelos mais sábios e generosos, como você e tantos outros, contra os arrogantes e maléficos.
Edward, a pintura de Delacroix, A LIBERDADE GUIANDO O POVO (presente neste blog), é um exemplo de como o povo pode fazer mudanças. Veja a descrição que fiz da pintura e também o vídeo. Se quiser, poderá publicá-la em seu Face.
Abraços,
Lu
LuDias
Deus não intervém e nunca intervirá nas questões humanas. A maneira de dizer somente um milagre de Deus é estar decepcionado com o mundo de hoje. Podemos dizer que houve grandes progressos tecnológicos e científicos, como alguns que li ultimamente: a energia solar, a internet, a educação pela internet, mudanças na energia nuclear, com a redução drástica do tempo em que os resíduos devem ser armazenados, terapias novas contra doenças até tidas como incuráveis, baterias ecológicas, até dispositivos cerebrais sem fios que podem ajudar pessoas a ter mobilidade. Porém, de alguma forma, vê-se que os valores humanos: a solidariedade, a compaixão, a honestidade, o respeito à família e à vida, tem sido despidos do ser humano, da sua riqueza maior que é o amor.
Hoje, o amor ao dinheiro é tão imenso que os valores humanos estão sendo colocados no bau do esquecimento. E vejo isto no triunfar das futilidades. Vou ver o artigo indicado. Sempre poderá abrir as portas da minha desesperança.
Não conheço bem a Guerra dos Canudos, a história do Brasil.
Na verdade as pessoas estão doentes do corpo da alma e do espírito; aqui na Europa passamos por um terremoto político. Vivemos num mundo maligno, tudo se relaciona a dinheiro.
Rui
A Guerra de Canudos aconteceu há muitos e muitos anos.
Sei que a situação na Europa está bem complicada.
O mundo é hoje movido só pelos interesses econômicos, ou seja, pelo dinheiro.
Você tem razão.
Esperemos que venham dias melhores.
Abraços,
Lu
Lu Dias
Pobreza e Revolta Civil, palavras que estão se tornando amigas no mundo globalizado, graças à internet e à Inclusão Social, o povo esta aprendendo a reivindicar seus direitos. Quanto a Canudos, os oligarcas estão lá até hoje, mas com uma diferença, o federalismo foi implantado naquela região, criando cadeias produtivas que fazem o capital girar a economia, trazendo desenvolvimento ao sofrido povo nordestino. Acredito que o país passará por reformas importantíssimas na próxima legislatura (Política, Tributária e a Lei de Meios) e assim daremos um grande passo para nos tornarmos o gigante que somos, mas que ainda estamos hibernando, gestando a transformação. E se for o caso, acordaremos com revoltas, pois fazem parte da democracia.
Sou otimista e acredito no Brasil.
Abração
Mário Mendonça
Mário
A pobreza é a mãe de todos os males, num país.
Ainda mais quando se tem grupos privilegiados.
Acho muito interessante o modo de como se deu a Guerra de Canudos.
Também acredito nas mudanças em nosso país.
Abraços,
Lu