A TOLERÂNCIA PRECISA DE LIMITES

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

gloma

Quem nunca se esbarrou numa pessoa arrogante, que se julga o suprassumo dos mortais, ou que acha que todos os humanos devem se curvar diante de sua prepotência? Para pessoas assim só há uma definição: tolas! Absurdamente idiotas!

A arrogância é o carrasco da tolerância. Enquanto os tolerantes sentem-se iguais, os arrogantes carregam o cetro da superioridade. Dentre todas as virtudes, a tolerância é sem dúvida a mais liberal, pois se fundamenta na igualdade de possibilidades e direitos. Ela vai muito além do respeito igualitário, pois amordaça o nosso ego, a nossa envergonhada postura de donos da verdade, para nos lembrar de que devemos considerar e respeitar aqueles que têm ideias divergentes, pois não há necessidade de condescendência para com aqueles que rezam na nossa mesma cartilha, que carregam nossas mesmas ideias e pontos de vista. A virtude está em  é aceitar o diferente.

A tolerância é a mãe da sabedoria. Sem ela fecharemos as portas de nossa percepção, tamponadas com as mais diferentes formas de preconceito. Ela nos ensina a ouvir com calma para depois refletirmos com mais profundidade sobre o que nos foi dito. Leva-nos a uma compreensão mais real de nós mesmos e do mundo, dando-nos mais ciência nas nossas escolhas e ensinando-nos a respeitar as escolhas dos outros.

Ser tolerante é ter liberdade de ação. É ser equânime, ecumênico, justo. Nenhuma democracia jamais sobreviverá caso a tolerância seja banida. Lembremo-nos dos danos causados por crenças ideológicas ou religiosas, quando se tornam absolutas dentro de uma sociedade. Ao contrário do que muitos pensam, quanto maior for a diversidade, mais seguros estarão os direitos humanos. A multiplicidade enfraquece a belicosidade, a empáfia e a sede de poder, pois o sectarismo é o túmulo do progresso e de tudo que possa ascender em benefício de muitos. O sectarismo é a tribuna da intransigência.

A tolerância deve ter limites? Claro que sim! Suas fronteiras devem ser delimitadas pelo bem comum. A partir do momento em que se resvala para o terreno do outro, no sentido de prejudicá-lo, ela deve ser revista. A nossa escolha individual não pode trazer danos ao meio em que estamos inseridos. Independência e autonomia devem estar atreladas ao respeito, de modo que nenhum indivíduo possa pautar a sua vida meramente nas suas vontades, quando extrapola seu espaço, atingindo o de outrem. A tolerância irresponsável é irmã gêmea da omissão e prima em primeiro grau da violência. Os omissos são seres inertes espalhados mundo afora.

É muito comum ouvirmos que devemos ter respeito para com todas as culturas. Tudo bem! Porém, não podemos ser coniventes com tudo que as culturas apregoam. Como poderíamos ser tolerantes com a cultura das castas hindus, com a situação dos intocáveis (dalits),  com a caça aos albinos em certos países africanos, com o racismo ou com o apedrejamento de mulheres em certos países islâmicos? Entender as diferenças culturais massacrantes não significa aceitá-las. Ao contrário, este é o primeiro caminho a ser tomado para combatê-las, pois é impossível lutar contra o desconhecido.

Views: 1

4 comentaram em “A TOLERÂNCIA PRECISA DE LIMITES

  1. Hyde Flavia

    Uma vez escutei que não existe complexo de superioridade, pois ao humilhar o outro está se colocando o outro no lugar que se acha merecedor, logo é também o complexo de inferioridade que o move a querer ver o outro em seu lugar. Concordo com este pensamento, justifica tanta ira diante de um desconhecido, pois a “briga” é consigo mesmo.

    Nota-se também este orgulho quando acusam: “Você é….”, notadamente relatam algo de si mesmos que não se suporta. Vejo desarmar está ira quando comento: “Interessante, não acho que você é assim”. Elogio algo real e sincero que percebo.

    Responder
    1. Lu Dias Carvalho Autor do post

      Hyde

      É verdade o que diz. Nós vemos nos outros os nossos próprios defeitos. E pior, nós o notamos nas outras pessoas com o maior orgulho, como se isso nos aliviasse dos nossos. Realmente não existe complexo de superioridade, se visto sob a ótica da psicologia, pois se trata de inferioridade, mesmo.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. LuDiasBH Autor do post

    Mário

    Não vale mesmo a pena conversar com pessoas que não respeitam ideias diferentes. O melhor a fazer é evitar discutir com elas. É o que sempre faço.

    Existe tolerância, sim. Mesmo que a pessoa não aceite, ela respeita a opinião do outro. Ser tolerante não é ser conivente. Os países islâmicos, por exemplo, não aceitam outros credos. Nosso país é tolerante, pois aqui se pode professar qualquer religião. Sem tolerância não há democracia, não há casamento, não existe amizade, etc.

    Abraços,

    Lu

    Responder
  3. Mário Mendonça

    Lu Dias

    Taí uma utopia difícil de ser seguida no mundo atual. Só pra exemplificar: Acabei de discutir com um amigo no face… e no auge do diálogo, ele me mandou:”Manda quem pode e obedece quem tem juízo”
    Eu respondi: Isso é Alienação. Ele me mandou para aquele lugar. Eu encerrei o assunto, pois não valia a pena.

    Não existe tolerância entre seres humanos, somos animais racionais que pregam a igualdade, mas jamais a praticam, é pura teoria. Um pobre prega a divisão. Um rico, a multiplicação. É assim a nossa existência, não somos tolerantes nem com nós mesmos.

    Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *