Autoria de Lu Dias Carvalho
Quem nunca se esbarrou numa pessoa arrogante, que se julga o suprassumo dos mortais, ou que acha que todos os humanos devem se curvar diante de sua prepotência? Para pessoas assim só há uma definição: tolas! Absurdamente idiotas!
A arrogância é o carrasco da tolerância. Enquanto os tolerantes sentem-se iguais, os arrogantes carregam o cetro da superioridade. Dentre todas as virtudes, a tolerância é sem dúvida a mais liberal, pois se fundamenta na igualdade de possibilidades e direitos. Ela vai muito além do respeito igualitário, pois amordaça o nosso ego, a nossa envergonhada postura de donos da verdade, para nos lembrar de que devemos considerar e respeitar aqueles que têm ideias divergentes, pois não há necessidade de condescendência para com aqueles que rezam na nossa mesma cartilha, que carregam nossas mesmas ideias e pontos de vista. A virtude está em é aceitar o diferente.
A tolerância é a mãe da sabedoria. Sem ela, fecharemos as portas de nossa percepção, tamponadas com as mais diferentes formas de preconceito. Ela nos ensina a ouvir com calma para depois refletirmos com mais profundidade sobre o que nos foi dito. Leva-nos a uma compreensão mais real de nós mesmos e do mundo, dando-nos mais ciência nas nossas escolhas e nos ensinando a respeitar as escolhas dos outros.
Ser tolerante é ter liberdade de ação. É ser equânime, ecumênico, justo. Nenhuma democracia jamais sobreviverá caso a tolerância seja banida. Lembremo-nos dos danos causados por crenças ideológicas ou religiosas, quando se tornam absolutas dentro de uma sociedade. Ao contrário do que muitos pensam, quanto maior for a diversidade, mais seguros estarão os direitos humanos. A multiplicidade enfraquece a belicosidade, a empáfia e a sede de poder, pois o sectarismo é o túmulo do progresso e de tudo que possa ascender em benefício de muitos. O sectarismo é a tribuna da intransigência.
A tolerância deve ter limites? Claro que sim! Suas fronteiras devem ser delimitadas pelo bem comum. A partir do momento em que se resvala para o terreno do outro, no sentido de prejudicá-lo, ela deve ser revista. A nossa escolha individual não pode trazer danos ao meio em que estamos inseridos. Independência e autonomia devem estar atreladas ao respeito, de modo que nenhum indivíduo possa pautar a sua vida meramente nas suas vontades, quando extrapola seu espaço atingindo o de outrem. A tolerância irresponsável é irmã gêmea da omissão e prima em primeiro grau da violência.
É muito comum ouvirmos que devemos ter respeito para com todas as culturas. Tudo bem! Porém, não podemos ser coniventes com tudo que as culturas apregoam. Como poderíamos ser tolerantes com a cultura das castas hindus, com a situação dos intocáveis (dalits), com a caça aos albinos em certos países africanos, com o racismo ou com o apedrejamento de mulheres em certos países islâmicos? Entender as diferenças culturais massacrantes não significa aceitá-las. Ao contrário, este é o primeiro caminho a ser tomado para combatê-las, pois é impossível lutar contra o desconhecido.
Nota: imagem copiada de http://www.gobgo.org.br
Mário
Não vale mesmo a pena conversar pessoas que não respeitam ideias diferentes.
O melhor a fazer é evitar discutir com elas.
É o que sempre faço.
Existe tolerância, sim.
Mesmo que a pessoa não aceite, ela respeita a opinião do outro.
Ser tolerante não é ser conivente.
Os países islâmicos, por exemplo, não aceitam outros credos.
Nosso país é tolerante, pois aqui pode-se professar qualquer religião.
Sem tolerância não há democracia.
Abraços,
Lu
Lu Dias
Taí uma utopia difícil de ser seguida no mundo atual.Só pra exemplificar:
Acabei de discutir com um amigo no face… e no auge do diálogo, ele me mandou:
“Manda quem pode e obedece quem tem juízo”
Eu respondi:
Isso é Alienação.
Ele me mandou para aquele lugar.
Eu encerrei o assunto, pois não valia a pena.
Não existe tolerância entre seres humanos, somos animais racionais que pregam a igualdade, mas jamais a praticam, é pura teoria. Um pobre prega a divisão. Um rico, a multiplicação. É assim a nossa existência, não somos tolerantes nem com nós mesmos.
Abração
Mário Mendonça.