Autoria de Lu Dias Carvalho
Engana-se quem pensa que o casamento originou-se para coroar o amor. Na verdade, o dito nasceu como uma força-tarefa para controlar a discórdia e a violência produzidas pelas relações sexuais. Macho e fêmea então partiram para uma associação, cujo fim principal era a proliferação e a produção de cativos: filhos. O amor passava lá detrás daquela serra onde há um pé de araçá…
Dizem alguns historiadores que o casório começou com os animais, a exemplo dos gorilas. E, por isso, os esponsais são mais antigos que a humanidade. Estudos também comprovam que os pigmeus africanos desconhecem o casório, sendo guiados apenas pelos instintos, sem nenhuma restrição de “essa” ou “esse” é meu. E quem foi responsável pela estatização da fêmea humana? O comunismo primitivo, é claro, na busca da terra e dos víveres. Contudo, muitos povos ainda contestam a monogamia, defendendo que o monopólio de uma mulher por um único homem é imoral e contra a natureza.
Conta-se que na Babilônia, para se encontrar apta para o casamento, a mulher tinha antes que coabitar com o homem que a quisesse. Era o aprendizado com a mão na massa, mesmo. Nada de teorias. E em muitos códigos antigos de hospitalidade a fêmea era emprestada ao visitante. O terrível mesmo era a lei que autorizava o barão feudal deflorar a noiva de seus servos, como prova de consideração a eles. E que consideração!
Para as classes baixas do Tibete e de outras freguesias, o casamento era de cunho experimental: se gostou fica, se não gostou, cada um que busque um novo companheiro em outras paragens, pois o mundo é grande e há tipos para todos os gostos. Segundo o historiador Francis Galton, entre os povos damaras, a esposa era trocada semanalmente (pro tempore).
Marco Polo em seus escritos cita uma tribo da Ásia Central (Keriya) em que, se um homem se ausentasse por mais de 20 dias, sua mulher tinha o direito, caso quisesse, de arranjar outro marido. Portanto, o homem que quisesse conservar sua mulher que tratasse de esquentar a alcova sem muitas delongas. E como anda o casamento nos dias de hoje no mundo ocidental? Aí vai uma outra história.
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Lu,
Tive em mãos uma lista dos maiores primeiros parágrafos da literatura mundial. Eles são realmente incríveis, de bem feitos. Mas conto-lhe, agora, que este seu primeiro parágrafo não fica devendo nada aos outros relacionados. Ele é porreta, não desfazendo do resto do texto.
Entendo que, neste blog, além da beleza da mensagem, devemos atentar para a arquitetura literária, o uso da Língua, etc. e tal.
Parabéns! Abraço, Alfredo Domingos.
Alf
Obrigada!
Você está sempre me incentivando e, consequentemente, obrigando-me a dar o melhor de mim… espertinho.
O nosso blog vem primando em ser coerente com a sua proposta inicial, onde a arte a cultura dão o tom.
E, para nossa alegria, estamos agregando uma legião de leitores, que aqui encontram um espaço bem agradável.
Se tratamos de cultura e arte, não podemos abrir mão do cuidado com a nossa língua portuguesa, pois ela é a estrutura básica de tudo que fazemos.
Concordo com você que um exemplo no trato com as palavras.
Abraços,
Lu