Giotto – A NATIVIDADE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A  Natividade, obra do pintor e arquiteto florentino Gioto de Bondone, é de uma delicadeza comovente. Esta pintura, localizada na Igreja de São Francisco de Assis, na Itália, tem como cenário uma estrebaria. Ali se encontram a Virgem Maria, seu filho Jesus, São José, dois pastores, duas mulheres banhando uma criança, vários anjos, cabras e ovelhas.

À época em que viveu o artista, os frades em seus sermões persuadiam os cristãos a visualizarem a História Sagrada sempre que lessem a Bíblia. E assim também fez Giotto em sua arte, ao tentar retratar a reação dos personagens pintados de acordo com a cena religiosa em que se encontravam inseridos, como se tratasse de um quadro vivo.

Assentada sobre sua cama, numa posição mais alta, debaixo da parte coberta da estrebaria, a Virgem segura seu Menino nos braços com extrema doçura. Ela o observa, embevecida. Veste um imenso manto azul que lhe cobre todo o corpo. À cabeça traz um grande halo dourado, o maior entre todos, símbolo de sua grandeza diante dos olhos de Deus. O Menino está envolto em faixas de modo que somente a cabecinha aureolada aparece.

Ao lado esquerdo da Virgem Mãe estão um jumento e um boi, próximos a uma manjedoura. Embora não constem nos textos bíblicos, eles são sempre representados nas cenas sobre a Natividade de Jesus. Segundo alguns estudiosos de arte, a presença dos animaizinhos tem por finalidade mostrar aos homens que até mesmo os animais foram adorar o Salvador. São José, assentado sobre uma pedra, à direita da Virgem, com um braço descansando no colo e o outro segurando o queixo, parece cansado, enquanto um anjo fala aos dois pastores sobre o nascimento de Jesus.

Na parte central da composição doze anjos, seis de cada lado, louvam a Virgem e seu Filho, enquanto na parte superior, quatorze anjos, cinco à esquerda e nove à direita, observam a estrela que joga sete raios de luz sobre a cabecinha do Menino Jesus, representando os dons do Espírito Santo (sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus). Todos eles estão em atitude de adoração, exceto um que tem os braços cruzados.

Ficha técnica:
Data: c. 1320
Gênero: pintura religiosa
Técnica: afresco
Localização: Igreja de São Francisco, Assis, Itália

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4 comentaram em “Giotto – A NATIVIDADE

    1. LuDiasBH Autor do post

      Adriele

      Agradeço a sua visita e comentário. Será sempre um prazer recebê-la neste espaço.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  1. LuDiasBH Autor do post

    Ed

    Para mim, a Natividade de Gioto é uma das mais belas, principalmente por sua simplicidade.
    Clique na imagem, ampliando-a, e veja.

    Realmente caminhamos para uma sociedade cada vez mais consumista, bem diferente daquela do tempo de Jesus. E o Natal passou, com raras exceções, a ser uma festa de comilanças, bebidas e gastos.

    Muitos continuam sendo recusados como Maria e José, em todas as partes do mundo.
    Não aprendemos o ensinamento do Mestre.

    Abraços,

    Lu

    Responder
  2. Edward Chaddad

    LuDias
    Todos os grandes artistas que pintaram a Natividade, sendo Gioto de Bondone um deles, deixam transparecer nela a humildade, como você mostra em seu excelente texto:

    “Esta pintura, localizada na Igreja de São Francisco de Assis, na Itália, tem como cenário uma estrebaria. Ali se encontram a Virgem Maria, seu filho Jesus, São José, dois pastores, duas mulheres banhando uma criança, vários anjos, cabras e ovelhas”

    A Bíblia nos conta que recusaram Maria e José, por eles serem pobres, dizendo-lhes que “não havia lugar para eles na estalagem”. Desta forma, o Menino Jesus nasceu fora da cidade de Belém, numa cocheira miserável, onde havia um boi e um burro. Este é o retrato da humildade. Mas há um ponto mais importante nesta história, simbolizando a inexistência de um lugar em nossos corações para Deus. Ninguém quis receber Maria e José no momento em que Jesus iria nascer, o que significa que a humanidade não tinha Deus no coração e não o queria. E foram alguns pastores mais humildes que se achegaram a Jesus.

    A pintura assim traz, no seu bojo, a atitude da sociedade daquele tempo, mas, ao que nos parece, há ainda muito desta rejeição ao amor, à fraternidade, à compaixão, à solidariedade.

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