ÖTZI, O HOMEM DE GELO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Os Alpes suíços são muito procurados por montanhistas e esquiadores, esportes que costumam deixar suas vítimas fatais esquecidas, muitas vezes, embaixo de camadas de gelo e neve. E foi assim que se descobriu um achado precioso, quando em 1991, dois montanhistas alemães (Helmut e Erika Simon) encontraram um corpo numa geleira (Alpes de Ötztal) que estava derretendo. Eles não tiveram dúvidas de que se tratava de uma vítima de um acidente com esqui. Anunciaram a presença do corpo à esquipe de resgate da província do Tirol, na Áustria, que imediatamente tratou de fazer o resgate, mas ao retirar o corpo do gelo, usando marteladas, acabou por danificar-lhe a coxa e a mochila que trazia.

Ötzi (nome originado do local onde foi encontrado), além de um machado, também trazia consigo uma mochila, uma aljava com flechas, uma adaga com cabo de madeira e um âmbar enrolado numa cortiça. Como vestimenta usava um chapéu feito de pele de urso, preso ao pescoço por uma tira de couro, perneiras de couro e sapatos de neve (feitos de couro e fibra trançada e forrados com grama). Trazia tatuagens em suas juntas artríticas, que alguns julgam ser um sinal de acupuntura, e cogumelos com propriedades medicinais. O martelo foi a pista para que um arqueólogo descobrisse tratar-se de uma peça de cobre neolítico, e chegar à idade do corpo: cinco mil anos de idade, o que trouxe grande notoriedade à múmia, recebendo o nome de Ötzi, o Homem do Gelo, comentada em vários veículos de comunicação, tendo também sido tema de livros e documentários.

Pesquisas mostram que Ötzi viveu na pré-história humana, numa época de transição, quando a agricultura começou a substituir a caça e a coleta, e surgiam as primeiras ferramentas de metal. Outra descoberta interessante foi o fato de, 10 anos depois, através de exames radiológicos, descobrir-se que Ötzi tinha uma ponta de flecha fixada em seu ombro, o que prova que fora assassinado. E mais, a equipe de pesquisadores do Neolítico descobriu que ele tinha ferimentos na cabeça e no peito e cortes não cicatrizados nas mãos. Através da análise de DNA foram confirmadas a presença de quatro pessoas naquele instante da vida de Ötzi. A Ciência assim reconstitui seus momentos finais:

1º – era parte de um grupo que atacou e lutou com uma tribo vizinha;
2º – matou um homem com uma flecha, retomando-a;
3º – matou outro homem e pegou a flecha de volta;
4º – carregou um companheiro ferido antes de morrer;
5º – sofreu um ataque e foi derrubado por uma flecha.

Fontes de pesquisa:
Os anjos bons de nossa natureza/ Steven Pinker
Editora Companhia das Letras

Nota: imagens copiadas de news.nationalgeographic.com e de www.acemprol.com

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