SÍNDROME DO PENSAMENTO ACELERADO

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

Vivemos em uma sociedade em que os excessos ocupam a mente das pessoas, muitas vezes, são coisas inúteis. No nosso atual modelo, tudo ocorre em um ritmo muito rápido e com muita ansiedade. A modernidade alterou o ritmo da construção dos pensamentos e isso gerou sérias consequências para nossa saúde física e mental – a chamada Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA).

Como toda síndrome, a SPA se constitui de um conjunto de sintomas, mas é algo pouco conhecido das pessoas. Ela foi descrita pelo psiquiatra e escritor Augusto Cury. Segundo ele, trata-se de uma mente repleta de pensamentos, completamente tomada por informações durante o tempo em que a pessoa está desperta, o que dificulta a concentração, aumenta a ansiedade e desgasta a saúde física e mental.A SPA não consta nos manuais de psiquiatria de transtornos mentais que usamos (CID 10 e DSM IV). Atualmente deve estar vinculada ao grupo dos transtornos de ansiedade.

O excesso de informações que recebemos das mídias sociais e no dia a dia está dificultando a absorção, a racionalização e apuração das mesmas. Isso interfere no gerenciamento dos pensamentos. Normalmente, essa síndrome surge em pessoas que precisam se manter constantemente atentas, produtivas e que ficam sob um constante estresse.

A Síndrome do Pensamento Acelerado ocorre muito comumente em executivos, profissionais de saúde, escritores, professores e jornalistas. No entanto, tem se observado que até mesmo as crianças e adolescentes têm demonstrado essa síndrome. As principais características de uma pessoa com SPA incluem:

  • ansiedade;
  • dificuldade para se concentrar;
  • pequenos lapsos de memória de forma frequente;
  • cansaço excessivo;
  • dificuldade para pegar no sono;
  • irritabilidade;
  • não conseguir descansar o suficiente e acordar cansado;
  • inquietação;
  • intolerância ao ser contrariado;
  • mudança de humor repentina, insatisfação constante;
  • sintomas psicossomáticos como: dor de cabeça, dor nos músculos, queda de cabelo, gastrite, etc.
  • É comum a sensação de que as 24 horas do dia não são suficientes para fazer tudo o que se deseja.

O tratamento contra a Síndrome do Pensamento Acelerado deve ser orientado por um profissional especializado, como psicólogo ou psiquiatra. Geralmente o foco do tratamento mira na melhoria dos hábitos de vida, procurando incluir pausas durante o dia, fazer atividades físicas, incluir momentos de prazer no dia a dia, como ouvir uma música, ler um livro, fazer uma meditação, etc. Tudo isso com objetivo único de desacelerar os pensamentos.

É ainda aconselhado evitar as longas jornadas de trabalho, fazendo as tarefas relacionadas apenas durante o horário laboral e tirar férias por curtos períodos de forma mais frequente. Uma boa dica é, ao invés de tirar um mês de férias, que a pessoa possa usufruir alguns dias de descanso a cada três ou quatro meses, porque assim há mais tempo para recuperar as energias e desligar a mente das tarefas do trabalho e dos estudos.

Sigmund Freud disse que o “pensamento é o ensaio da ação”. Concordo, mas desde que o pensamento seja depurado por dias mais tranquilos e menos acelerado.

 Nota: obra de Pablo Picasso , A Musa.

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4 comentaram em “SÍNDROME DO PENSAMENTO ACELERADO

  1. Rosa

    Lu e amigos deste importante espaço,

    vou viajar para Portugal e estou um pouco apreensiva com os estados de ansiedade e depressão que me acometem. Ano passado viajei pra Europa, enquanto tomava o Escitalopram. Aguentei bem a viagem, apesar do cansaço que eu sentia. Desta vez, estou mais preocupada com a depressão do que com a síndrome do pânico (que melhorou com a medicação Escilex). O que ocorre é que, principalmente nos dias frios, sinto-me bem depressiva e dolorida no corpo todo. Melhoro no meio do dia, à tarde volta a ficar meio pra baixo. Assim, tenho receio de ficar depressiva e sem energia na viagem, ao mesmo tempo, receio passar mal. Sei que é só fantasia, porque nada disso aconteceu na viagem anterior. Voltei à médica, que quis aumentar a dosagem do Escilex, não aceitei justamente porque estou perto de viajar e não quero correr riscos de efeitos colaterais.

    É isso, vou procurar me divertir o máximo, mas nós que temos estes “probleminhas” nos preocupamos mesmo. Obrigados.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Rosa

      Lembro-me de sua preocupação quando ia fazer a viagem à Europa, tendo tudo corrido maravilhosamente bem. Agora, então, para Portugal, ainda é mais tranquilo, pois irá para um país irmão, onde o povo fala a nossa mesma língua e temos a maioria dos costumes semelhantes. Os dias frios (ou cinzentos) mexem com os depressivos. Também sinto o mesmo que você, mas não é nada que a gente não possa dar um olé, ainda mais conhecendo coisas novas, tendo emoções diferentes, etc. Isso não é motivo de preocupação nenhuma. Fique tranquila. Procure fazer passeios à tarde e de manhã, preenchendo esses momentos.

      Rosa, você fará uma viagem maravilhosa. Esse medo de deixar nossa zona de conforto é comum a todos nós, depressivos, mas isso passa assim que nos encontramos num lugar diferente. O difícil é o primeiro passo, o resto a gente tira de letra. Acabei de chegar de uma viagem de férias e foi tudo fantástico. Também tive dificuldades para dar o passo inicial. Para se sentir mais segura, não se esqueça de levar seus medicamentos. Confesso que houve dias em que até me esqueci de tomar, tão bem me encontrava… risos.

      Amiguinha, assim que chegar, conte-nos tudo como foi. Aproveite bastante!

      Beijos,

      Lu

      Responder
      1. Rosa

        Olá, Lu!
        Obrigada pela sua resposta.

        Você é sempre carinhosa, gentil, solidária, atenciosa, compreensiava e generosa conosco, portadores de transtornos emocionais. Um dia quero conhecê-la pessoalmente, e dar-lhe um grande abraço.

        Se Deus quiser, a minha viagem será maravilhosa, pois temos de enfrentar os nossos medos, porque se assim não agirmos, ficaremos reféns deles. A médica me disse que os dias mais frios são propícios para os estados de depressão. Ainda bem que o mês de agosto é verão na Europa. Vai dar tudo certo, sim.

        Lu e queridos amigos deste espaço, o medicamento para ansiedade Escilex causa manchas arroxeadas ou avermelhadas na pele das pernas de vocês? Tenho observado estas manchinhas nas minhas pernas e fiquei um pouco preocupada. Elas não doem, mas fico meio intrigada. Estive na psiquiatra, porém esqueci de relatar este problema.

        Abraços e força para todos nós na luta contra os transtornos emocionais.

        Responder
        1. LuDiasBH Autor do post

          Rosa

          Obrigada por atribuir a mim tantos predicados. Você é muito generosa. O que faço é apenas tentar dar um pouco de atenção às pessoas que passam pelos transtornos emocionais assim como eu. Sei que o conhecimento sobre o assunto faz toda a diferença. Será um prazer conhecê-la e receber o seu abraço.

          O escilex é um nome fantasia do oxalato de escitalopram que pode causar, sim, as manchinhas às quais se refere. Veja o texto INFORMAÇÕES SOBRE O OXALATO DE ESCITALOPRAM. A própria bula de seu medicamento deve falar sobre isso. Você deve, sim, relatar isso a sua médica, para que ela acompanhe corretamente o seu tratamento.

          Abraços,

          Lu

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