A paixão do brasileiro pelo banho está ligada aos índios, pois, se dependesse de nossos irmãos portugueses, nossa conta de água seria bem mais barata. E olhem que, segundo as más línguas, são os franceses os menos chegados a jogar o líquido inodoro, incolor e insípido no corpo. Mas para quê, se possuem tanto perfume? Brincadeirinha, pois nada há que substitua uma água límpida descendo pelo corpo. Que delícia de frescor!
Certa vez, minha prima e eu viajamos para Salvador e lá ficamos num certo hotel, onde estavam hospedados dois donairosos franceses. Custamos para compreender o porquê de nunca encontrarmos dois lugares numa mesa de quatro pessoas, durante o café da manhã, já que as outras refeições eram feitas fora dali. Ou melhor, somente a mesa de Pierre e Michael possuía os tais lugares. Os moçoilos estavam sempre a sós, como se não quisessem interagir com os demais hóspedes. E, como descíamos mais tarde para o salão, só nos restava a companhia dos distintos “garçons”.
Coitadinhos, coisíssima nenhuma! E não me refiro à companhia dos nossos perfumados garçãos, mas aos moços franceses com suas inhaca. Ninguém aguentava o mix de perfume e suor que exalava dos dois “hommes”. Os moços eram lindos, mas tinham um cheiro azedo de não sei o quê com deus me livre do bodum. Depois descobrimos que as pessoas desciam em grupo, de modo a encher as mesas, sem deixar espaço para os dois sebosos. Também passamos a descer mais cedo. E, quando só havia um lugar em cada mesa, nós nos sentávamos separadas. Era impossível aguentar a companhia dos dois moçoilos, apesar de lindos, era malcheirosos.
Outro fato curioso envolvendo água aconteceu com certo espanhol. Estava havendo um congresso internacional em minha cidade e meu irmão trouxe um “muchacho”, colega de profissão, para nossa casa, para passar um dia conosco. Papo vai, papo vem, perguntei-lhe o que achou das mulheres brasileiras.
Ele me olhou bem nos olhos, para depois soltar, na maior inocência:
– As mulheres brasileiras são maravilhosas, sensuais e deslumbrantes. Só possuem um defeito: não têm cheiro de fêmea, porque são muito lavadas, tomam muito banho.
Pablo não poderia ter me dado uma resposta mais enriquecedora do que esta, sobre sua cultura. Ah! Se eu tivesse intimidade…
Nota: imagem copiada de regianetscardoso.blogspot.com
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Lu, realmente deve ser uma questão de cultura. Devemos desenvolver uma sensibilidade quanto aos odores por isto tamanha diversidade gostos.
Pat
É verdade!
Mas ainda prefiro o cheiro lavado de fêmea… risos.
Abraços,
Lu