Autoria de Lu Dias Carvalho
Confesso que nem sempre consigo diferenciar essa três palavras, pois as vejo empregadas com o mesmo sentido, mesmo por pessoas versadas no assunto. Hoje, debati-me horas a fio, tentando entendê-las de uma vez por todas. E, de fato, há momentos em que elas assumem uma só face. Vamos lá!
A espiritualidade é uma das palavras mais usadas nos dias de hoje. É comum ouvirmos alguém elogiar uma pessoa, dizendo que ela é espiritualizada. O que significa isso? O dicionário Aurélio define a espiritualidade como: 1.Qualidade ou caráter de espiritual./ 2.Rel. Doutrina acerca do progresso metódico na vida espiritual.
Segundo as diversas religiões, a espiritualidade é uma dimensão da pessoa humana, que traduz a maneira de viver característica do homem, enquanto visto como ser naturalmente religioso, que busca a plenitude na sua relação com o transcendental ( tudo aquilo que ultrapassa a explicação da lógica formal e o formalismo da ciência). Significa a relação natural do homem com Deus. De modo que pessoas espiritualizadas são entendidas como aquelas que compreendem que são feitas de corpo e espírito, sendo o espírito bem superior à matéria.
A espiritualidade não está ligada a nenhuma religião, pois, diferentemente dessas, não possui dogmas, crenças ou teorias. Está inserida no campo da vivência, no terreno da ação. Significa também o desapego aos bens materiais e às pessoas. Por isso, é tida como libertadora. O maior objetivo das pessoas espiritualizadas é o amor incondicional, sem apego, críticas ou julgamentos. Elas trabalham no desenvolvimento do espírito. Uma pessoa que não pertence a uma religião pode ser espiritualizada, dependendo de sua relação consigo (corpo e alma) e com o mundo. Assim como um indivíduo “religioso” pode não ser espiritualizado, pois não basta apenas absorver as teorias de sua doutrina e viver sem praticá-las, experienciá-las, num eterno faz de conta.
O espiritualismo, segundo o Aurélio, filosoficamente pode ser definido como: Doutrina que admite, quer quanto aos fenômenos naturais, quer quanto aos valores morais, a independência e o primado do espírito com relação às condições materiais, afirmando que os primeiros constituem manifestações de forças anímicas ou vitais, e os segundos criações de um ser superior ou de um poder natural e eterno, inerente ao homem.
O espiritualismo é, portanto, uma doutrina filosófica que afirma a imortalidade da alma e do corpo e aceita a existência de Deus e das forças universais. Possui a certeza de que existem inumeráveis coisas abstratas. Contrapõe-se ao materialismo que admite que pensamento, emoção e sentimentos são reações físico-químicas do sistema nervoso, aceitando apenas a existência da matéria. E, sendo a alma imortal, ela é a razão principal da existência humana na Terra. Em suma, aceita a existência de Deus, a imortalidade da alma e da existência de valores espirituais ou morais, que são o fim único da atividade racional do homem. Portanto, todas as religiões que aceitam a existência de Deus e da alma pertencem ao espiritualismo. Mas não são todos os seguidores do espiritualismo que acreditam na comunicação entre os espíritos e os homens.
O espiritismo é assim definido pelo dicionário Aurélio: Doutrina baseada na crença da sobrevivência da alma e da existência de comunicação, por meio da mediunidade, entre vivos e mortos, entre os espíritos encarnados e os desencarnados.
O termo espiritismo foi usado por Allan Kardec, criador da doutrina espírita, para diferenciar a nova religião, que tem na sua essência a comunicação entre vivos e mortos, das outras. Além de acreditar na existência de Deus e na da alma, o espiritismo também crê na reencarnação e na interação entre encarnados e desencarnados. Existem outras correntes religiosas que acreditam nos mesmos princípios da doutrina de Kardec, como é o caso do Hinduísmo e do Budismo, mas que percebem a reencarnação de maneira diferente. Alguns pesquisadores revelam que no início da cultura judaico-cristã era comum acreditar na reencarnação e que tal crença foi eliminada do catolicismo no ano de 553 d.C., durante o Concílio de Constantinopla.
É fato que o termo espiritualismo também pode ser aplicado à doutrina espírita. Mas aqueles que seguem exclusivamente as práticas de Kardec preferem ser chamados de espíritas ou espiritistas em vez de espiritualistas. Para eles, o termo os distingue dos seguidores das outras doutrinas que praticam a mediunidade, mas que além dos ensinamentos de Kardec também adotam elementos culturais orientais, africanos ou indígenas.
Não importa em que corrente se encaixa cada ser humano, desde que busque sua evolução espiritual, trabalhando para si e por um mundo melhor, onde não seja capaz de fazer aos outro aquilo que não gostaria que fosse feito a si mesmo, tratando o próximo como uma extensão de sua própria pessoa. E que nesse “próximo” estejam incluídas todas as espécies da vida animal, vegetal e mineral. Não apenas o espírito humano agradece, mas também o espírito da Terra, nossa Mãe Gaia.
Fonte de pesquisa
Wikipédiahttp://www.infoescola.com/religiao/espiritualismo/
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Lu
Muitos me classificam como uma pessoa espiritualizada, sensitiva, porém, enquanto não experimentava, não me reconhecia como tal. Pois estava sempre presa a ideia forjada da necessidade de uma terceira instituição, a religião, como a representante de Deus em nossas vidas. Engano! Depois desta esplanação, eu me atreverei fazer uso das suas linhas, a fim de fomentar o que sou por natureza. Só posso dizer obrigada pela oportunidade de te conhecer e me fazer conhecida em mim mesma. A sensação é que estou no caminho certo.
Ana Cláudia
É um prazer recebê-la neste espaço. A casa é sua.
Eu não tenho a religião em boa estima, mas como um meio de enriquecer os espertos, sempre em detrimento dos menos favorecidos e mais ingênuos. É hoje uma fábrica de fazer dinheiro (e de lavagem também). Para mim, o mais importante nesta Terra é o nosso aperfeiçoamento como seres humanos, tendo como bandeira o discernimento e a compaixão, certos de que nossa vida não passa de uma viagem desprovida de bagagem material.
Continue sendo uma pessoa espiritualizada, pois todo o resto não passa de complemento, muitas vezes totalmente denecessário. Sou eu quem agradece as suas palavras cheias de tanta sabedoria.
Abraços,
Lu
Obrigada, querida, pelo acolhimento! Pensamos muito parecidas. Vamos continuando disseminando esta semente. Uma hora, a LUZ brilhará mais forte. Vamos materializar o invisível visível em prol do nosso próximo. Fica bem! Fica com Deus!
Ana Cláudia
Será sempre um prazer ter contato consigo.
Beijo no coração,
Lu
LuDias
Você nos deu uma verdadeira aula sobre estas expressões, mostrando-nos as divergências e convergências de seus significados.
Porém, o que acho mais importante é a sua maravilhosa conclusão:
“Não importa em que corrente se encaixa cada ser humano, desde que busque sua evolução espiritual, trabalhando para si e por um mundo melhor, onde não seja capaz de fazer aos outro aquilo que não gostaria que fosse feito a si mesmo, tratando o próximo como uma extensão de sua própria pessoa”
Tratar o próximo como uma extensão de sua própria pessoa é uma maneira inovadora do amar o próximo como a si mesmo. É muito difícil. Quase que impossível, mas que deve ser tentado e muito.
Quando alguma injustiça está acontecendo com alguém, muitas são as pessoas que nos aconselham, quando externamos nossa indignação, no sentido de nos afastar do problema:
– Este não é problema seu. Deixa para lá. O que importa é o que acontece somente conosco.
É o grande engano! Jamais deveremos deixar nosso próximo sofrer se, pelo menos, pudermos dar-lhe um abraço, um sinal de compaixão, ouvi-lo falar e dar-lhe a oportunidade para ‘lavar sua alma. É importante demais, sim, importarmos com o outro que sofre a injustiça, que sofre e que precisa, por vezes, apenas da mão que consola ou daquela que o ajuda a se levantar, não se esquecendo nunca que aquilo que aflige aquele ser humano pode, amanhã, estar nos torturando também.
Este esplêndido texto leva-nos a compreender, mais profundamente, o significado da compaixão, não estar somente ao lado, mas sentir o sofrimento do ser humano como se fosse a extensão dele próprio.
Ed
As palavras muitas vezes nos confundem.
Mas o que importa é o sentimento que se tem de estar fazendo o melhor possível.
Devemos cultivar a nossa humildade, com a consciência de que todos nós somos iguais.
A única coisa que realmente nos difere é a forma como olhamos o nosso próximo.
Obrigada por suas sábias palavras.
Abraços,
Lu
Lu
Sempre fiz muita confusão ao definir espiritualismo, espiritualidade e espiritismo. Gostei da explicação.
Beijos
Nel
Nel
Realmente os três termos interagem-se.
É muito difícil ter a noção exata de cada um.
Abraços,
Lu