A composição O Encontro do pintor francês Gustave Courbet, também conhecida como Bonjour, Monsieur Courbet, foi encomendada por seu patrono, que era um rico colecionador da cidade de Monpellier.
Neste quadro, Courbet representa a si mesmo, enquanto caminha pelo campo, levando às costas sua mochila com seu aparato de pintor, sendo cumprimentado pelo amigo e patrocinador de suas obras, Alfred Bruyas, e um camponês com seu cão.
Tudo na composição parece simples e real. O próprio pintor apresenta-se em mangas de camisa, com um cajado na mão direita, no qual se firma, e um chapéu na esquerda, como se se tratasse de um andarilho, o que deve ter soado como uma ofensa aos artistas pomposos da época, principalmente os defensores do Salão.
Os personagens encontram-se numa parte do terreno desprovida de vegetação. Ao fundo, uma árvore projeta sua sombra sobre as pernas do patrono, do camponês e sobre o corpo do cão, enquanto Courbet encontra-se totalmente iluminado pela luz. Os três homens trazem o chapéu na mão. O fato de descobrirem a cabeça era comum ao cumprimento da época.
Ao fundo, vê-se uma carruagem parada, com quatro cavalos, provavelmente responsável por trazer os personagens. Servo e patrão encontram-se muito bem vestidos. O cão, com a língua de fora, olha fixamente para o pintor.
O mais interessante é que a pintura proporciona o encontro entre o dinheiro, retratado pelo patrono, o gênio, representado por Courbet e a servidão, desempenhada pelo servo, que ali se apresenta com a cabeça baixa, em atitude de submissão.
Ficha técnica
Ano: 1854
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 129 x 149 cm
Localização: Musée Fabre, Montpellier, França
Fonte de pesquisa
A História da Arte/ E.H. Gombrich
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Lu,
Percebi um quadro bastante interessante. O primeiro aspecto que me chamou a atenção foi o de haver apenas homens, claro, acompanhados do cão. A ausência de uma mulher colocou-me pulga atrás da orelha. Pode ter sido pela circunstância do local campestre, impróprio, na época, para as mulheres.
A diferença entre a vestimenta dos dois homens e a do pintor é realmente relevante. Mas, até hoje, o artista tem costumes e procedimentos diferentes, talvez em função da alta sensibilidade e do despojamento. Ou, então, estava Courbert em plena lida, daí a simplicidade da roupa.
A obra é significativa, embora com uma cena simples.
Parabéns pelo seu texto!
Abraço,
Alfredo Domingos.
Alf
O Courbert era um artista que fugia à regra, com sua barba esquisita, apontando para frente.
Outros autorretratos de pintores não demonstram tamanha simplicidade.
Normalmente eles se encontravam muito bem vestidos.
Quanto à ausência de uma mulher, penso que se deve ao fato de se tratar de um ambiente campestre, onde as “damas” não iam.
A pintura é simples e bonita, realmente.
Abraços,
Lu