Autoria de Lu Dias Carvalho
Anos após a revolução de Mao Tsé-Tung, a população chinesa havia praticamente duplicado, caindo na cifra de um bilhão, em 1980. Perigo que alertou os dirigentes chineses para o caos que adviria de um contingente humano tão gigantesco, que redundaria na escassez de produtos agrícolas e exerceria pressão na produção industrial. Em razão disso, um programa de educação foi criado, tendo como objetivo frear o crescimento populacional. O slogan passou a ser “Um é pouco, dois é bom e três é demais”. Mas após a morte de Mao, os dirigentes do PC chegaram à conclusão de que era preciso endurecer mais ainda essa política, limitando um filho por casal.
Os chineses, grandes amantes de crianças, pois consideram que os filhos simbolizavam riqueza e felicidade, recusaram-se a submeter a tal política, que passou a ser usada com extremo rigor. O uso do DIU, assim como abortos e esterilizações passaram a ser empregados. E, para que ninguém ousasse desrespeitar tal política, o governo chinês passou a trabalhar com prêmios e castigos. Vejamos:
• O casal que possui apenas um único filho recebe um certificado especial, passaporte que lhe dá direito a um grande número de benefícios ofertados pelo Estado.
• Marido e esposa que possui mais de um filho, por sua vez, pagam multas, têm descontos nos salários e, caso sejam funcionários públicos ou de empresas do governo, poderão perder o emprego. Além disso, as famílias são vigiadas pelos próprios vizinhos, quanto ao cumprimento das leis que regem a concepção.
• Na zona rural, em razão da escassa mão de obra masculina e do infanticídio de meninas, pois na China, os bebês do sexo masculino são também mais desejados, assim como na Índia, o PC foi obrigado a flexibilizar sua política. Passou então a permitir que o casal que tivesse apenas uma filha, pudesse ter mais um filho.
• Nos últimos anos, com o aumento do número de ricos no país, essa política vem gerando conflitos, pois esses podem pagar as multas impostas e terem quantos filhos quiserem, fugindo da obrigatoriedade do filho único, enquanto os pobres precisam se ater às leis.
• Os ricaços também usam a inseminação artificial como estratagema, com o objetivo de terem filhos gêmeos. Enquanto os pobres têm seus animais arrestados, quando não têm dinheiro para pagar a multa.
• O refreamento da concepção no país vem trazendo outro problema: crianças extremamente mimadas, egoístas, alienadas e voluntariosas, apelidadas de “pequenos imperadores”, pois recebem atenção extremada dos pais, avós e tios. Como nasceram na fase áurea do país, formam uma geração totalmente diferenciada das anteriores. Vivem conectadas aos aparelhos eletrônicos e são extremamente consumistas.
• A nova geração de chineses é muito competitiva, e sabe que o estudo é o caminho para alcançar o sucesso. Por isso, os jovens só podem namorar após terminar o Ensino Médio. Precisam se dedicar febrilmente aos estudos para alcançarem o maior objetivo de um estudante: entrar para a universidade.
O maior problema gerado pela política do filho único vem sendo a discrepância entre o número de mulheres e homens, que é cada vez mais acentuada.
Fontes de pesquisa:
China, o Despertar do Dragão/ Luís Giffoni
Os Chineses/ Cláudia Trevisan
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Lu,
Eles passam a imagem de metódicos e frios, mas, pudera, são moldados por um sistema frio e inerte.
Abraços,
Leila
Leila
O sistema chinês é bem cruel, não resta a mentor dúvida, contudo, em razão do grande número de habitantes no país, e possuindo a China poucas terras agricultáveis e um clima por vezes inclmente, a medida tomada em relação ao número de filhos (dois) é importante para evitar a fome. Veja a situação da Índia, onde não se faz nenhuma política de controle de natalidade.
Beijos,
Lu
Muito interessante…
Aceitar essa política do Estado mandando nas decisões pessoais não deve ser nada fácil.
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Deby
Um país querer desenvolver ao custo das escolhas de vida de seus cidadãos não fácil.
De que adianta a China encontrar-se num patamar tão alto de crescimento, se sacrifica sua gente, não lhe permitindo nem decidir sobre o número de filhos?
Abraços,
Lu