Autoria de Lu Dias Carvalho
Gustav Klimt tornou-se o retratista preferido das mulheres da aristocracia vienense e da burguesia endinheirada. A sua retratada, Adele Bloch-Bauer, era filha de um banqueiro, que também era dono da companhia ferroviária responsável pelo famoso Orient Expresse. Era uma mulher importante que frequentava o mais alto círculo de Viena, inclusive, sendo amiga do psicanalista Sigmund Freud.
Ferdinand Bauer, o milionário esposo de Adele, encomendou a Klimt um retrato dela, então com 21 anos de idade. Talvez tenha sido uma das obras mais trabalhosas e demoradas do artista, tamanha era a complexidade do trabalho, elaborado em óleo, prata, ouro e gesso.
A posição de Adele na composição é ambígua, pois tanto parece que está sentada como de pé. Ela se encontra luxuosamente vestida, como se fosse uma rainha, mas parece sufocada em meio a tanto ornamento e riqueza. O tecido do vestido, composto por desenhos abstratos, formas geométricas e motivos oculares, mistura-se com o do espaldar da cadeira.
A postura das mãos de Adele tem como finalidade disfarçar uma malformação que ela tinha em um dos dedos. Seu braço esquerdo está coberto por duas belas pulseiras. O ouro compõe o vestido da retratada e o fundo da composição.
Quando a Áustria foi anexada à Alemanha, esta obra foi parar na mão dos nazistas, mas no pós-guerra, passou a pertencer ao governo austríaco. Os herdeiros só tiveram acesso à obra depois de uma longa batalha de 12 anos.
Cinco anos depois, Klimt voltou a pintar outro retrato de Adele por encomenda de Ferdinand, de modo que ela foi a única modelo a fazer parte, duas vezes, da obra do artista. A obra Retrato de Adele Bloch-Bauer I é o retrato mais célebre de Klimt, e juntamente com O Beijo, diz respeito ao apogeu do pintor em sua fase dourada.
Ficha técnica
Ano: 1907
Técnica: óleo e folha de ouro e prata sobre tela
Dimensões: 140 x 140 cm
Localização: Coleção particular
Fonte de pesquisa
Gustav Klimt/ Coleção Folha
Aventuras na História/ Editora Abril
História da arte no ocidente/ Editora Rideel
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No Filme “A dama Dourada” o diretor trabalha com esta obra, sua história antes e após a segunda guerra mundial e o processo para recuperar a obra para a família. A transferência para os EUA e o processo judicial no qual a Áustria assume a condição de ré tanto na posse da obra, como na colaboração com o regime nazista (na época), e as vantagens econômicas resultantes.
Leônidas
As suas informações são muito relevantes. A dica para assistir ao filme “A Dama Dourada” é ótima. Irei procurar por ele. Continue visitando o site e deixando aqui seus comentários.
Abraços,
Lu